Fanfic: One More Day - 1D | Tema: One Direction

Capítulo 24 - Viro um unicórnio.

1 mês depois.

Melissa.

Nesse exato momento você deve estar pensando que nesse um mês que se passou, eu tomei vergonha na cara, contei para o Peter que não sentia por ele nada além de amor fraternal, terminei com ele e agora somos só amigos, certo?

Agora, voltando ao mundo real: passou um mês desde aquele dia, e todos os dias eu preparava todo um diálogo para terminar com o Peter de um jeito que não o magoasse ou coisa do tipo. Não é por que eu não o queria como namorado que eu queria vê-lo sofrer, certo? Mas todos os dias, quando eu encontro Peter e finalmente consigo tomar coragem para dizer, ele vem dizendo ou fazendo algo super fofo que me faz perder a coragem e calar a boca. É super errado, eu sei, enganá-lo desse jeito, mas eu me sinto um pouco melhor em não estar mais mentindo para mim mesma. Como eu disse antes, eu gosto muito do Peter, mas não como namorado, e sim como amigo.

Não me leve a mal, eu até tentei gostar dele de outra maneira, mas… apenas não parecia certo. Eu realmente não conseguia me ver como namorada dele.

E sim, eu ainda estou fazendo a minha novela mexicana fajuta.

Agora eu estou olhando o nada através da janela do meu quarto, pensando se seria possível me matar se eu me jogasse dessa altura. Isso para você ter uma ideia de como a minha situação está boa.

E para melhorar, está todo mundo me pressionando a terminar com ele logo! Julia, Duda, minha tia, Zayn e Liam (sim, eu contei para eles ontem depois que eles vieram falar algo com a minha tia) daqui a pouco até a Lux aprende a formar frases inteiras para dizer que eu deveria terminar logo com o Peter!

Mas também é estranho que nas últimas duas semanas, Peter tem estado muito estranho comigo. Ele parece eternamente entediado, além de nervoso. Quer dizer, isso nas poucas vezes que eu o vejo pessoalmente, considerando que ele está parecendo bem empenhado na tarefa de arranjar desculpas para que eu não vá a casa dele e vice-versa. Só estou conseguindo falar com ele por telefone ou skype, isso quando consigo. Parece até que estou namorando um fantasma ou um fugitivo da lei, depende do ponto de vista.

Além disso, durante esse mês (que aliás, chegou de carona em bicho preguiça) saíram muitos boatos que a Taylor Swift estava namorando com Harry. Como ele não havia voltado a falar comigo, eu não sabia se era verdade ou mentira (Zayn e Louis me garantiram que os dois são apenas amigos, mas…), pelas fotos que saíram… bom, digamos que a única utilidade disso tudo foi me fazer (mais uma vez) passar por corna e dizer que tínhamos terminado nosso namoro. Agora, me diga: como nós poderíamos terminar algo que nunca nem começou?! E para você ver como Peter estava estranho, ele nem comentou nada, embora eu saiba que ele viu essa matéria.

Na verdade, eu e Harry havíamos nos falado uma única vez. A jaqueta dele estava há quase duas semanas comigo, então cuidadosamente armei um plano infalível para devolver a jaqueta sem precisar vê-lo (até porque, confesso que tapada do jeito que eu sou, eu ia acabar comentando algo sobre o fato de eu amar o perfume dele). Basicamente, eu liguei para o Louis e perguntei se ele estava lá. Louis me disse que não, então eu fui até o apartamento deles. E com isso, aprendi uma valiosa lição: Nunca confie no Louis.

Assim que bati na porta, dei de cara com Harry. Ele não disse nada, a princípio. Eu estendi a jaqueta para ele e disse uma coisa muito inteligente, tipo "Sua jaqueta, até hoje não tive a oportunidade de devolver" e ele apenas balançou a cabeça "Não precisava devolver, você sabe disso" e saiu andando para fora do apartamento, me largando ali sozinha. Resumo da história, a jaqueta está pendurada em um dos meus cabides, dentro do meu guarda-roupa.

No fim, eu decidi que a queda da minha janela não seria o suficiente para me matar, então fui até a sala ver se Lux estava ali. Eu fiquei brincando com ela, ajudando-a a empilhar aqueles blocos de montar exageradamente coloridos e fazer uma torre, que depois ela chutou e derrubou tudo. Foi uma cena bem fofa de se ver, na verdade. Até tirei uma foto e coloquei no instagram, mas a foto não saiu muito boa, considerando que a Lux não para quieta.

Depois de arrumar a bagunça de blocos que tínhamos feito na sala (é sério, não queira pisar num deles), liguei para Julia. Ela desligou na primeira vez que eu liguei. Na segunda, ela só atendeu e disse ”Agora não posso falar, mais tarde eu te ligo” e depois todas as vezes que eu liguei para ela, seu celular estava desligado.

Liguei para Duda também, mas ela disse que se fosse para me ouvir falando da minha vida amorosa desnecessariamente complicada, ela não queria ouvir, e depois desligou na minha cara.

Procurei várias coisas para me ocupar, mas resolvi que era melhor acabar tudo de uma vez. Avisei minha tia que eu estava saindo e fui até a casa do Peter.

Quer saber? Não foi uma ideia muito boa.

A começar que quando eu cheguei, fui obrigada a passar por um momento constrangedor com a mãe dele. Ela apertou minhas bochechas várias vezes, tanto que desconfio que nunca mais precisarei de blush nessa vida.

– Olá querida! Tudo bem? Você está tão linda, foi uma sorte meu Peter ter te encontrado…

– Olá para a senhora também. O Peter está? Eu preciso falar com ele. Caso de vida ou morte.

Ela pareceu espantada, e até parecia que ia falar algo, mas só disse:

– No quarto dele. Você sabe onde é.

Assenti e agradeci a ela, depois subi as escadas praticamente correndo, e até quase caí de cara em um dos degraus. Cheguei a porta que eu sabia que era o quarto dele e bati algumas vezes.

– Peter? É a Mel. Desculpe ter aparecido assim, de surpresa, mas eu realmente preciso falar com você, é urgente. Por favor.

Ninguém me respondeu. Mas a mãe dele me disse que ele estava aqui…

Ah, o que eu tenho a perder? Então, abri a porta.

Não vou descrever a cena que eu vi ali, pois não quero que vocês tenham suas retinas danificadas permanentemente. A única coisa que precisam saber é que o motivo dele não ter aberto a porta é que ele estava ocupado demais com a Angelinna.

Sim, Angelinna, a vadia loira oxigenada de farmácia que me odeia mais que torturadores de filhotinhos são odiados pela sociedade.

Aí ele vem com a clássica frase dita em cenas de traição.

– Mel, eu juro, não é o que parece! Eu posso explicar!

– Ah, então vai me dizer que nada disso é o que eu estou pensando. Na verdade, eu devo estar alucinando ou coisa do tipo, não é? E você vai explicar isso como? As roupas de vocês sumiram magicamente, e então passou, sei lá, uma frente fria que obrigou vocês dois a se abraçarem para compartilharem calor humano?

Ele não respondeu. A coisa que recebeu o nome de Angelinna me olhava com um sorrisinho triunfante.

– Por favor, vamos conversar… - ele disse.

– Eu não tenho mais nada para conversar com você, Peter. E acho melhor voltar ao que estava fazendo, afinal, ela cobra por hora, não é? - provoquei. - Só me faça um favor, e nunca mais fale comigo.

Me virei para sair do quarto, e eu estava quase fechando a porta novamente.

– A propósito, caso não tenha entendido: acabou tudo, ok? Esse namoro não existe mais, e nem nunca deveria ter existido.

.

.

.

– Ei. - ouvi a voz de Julia, abafada pelo fato de eu ter cobrido minha cabeça com o travesseiro. - Recebi sua mensagem. - ela disse.

– Quer… falar sobre isso? - perguntou Duda.

– “Quer falar sobre isso?” Poxa Duda, achei que você soubesse consolar melhor! - comentei, me sentando na minha cama. - Não sei. Eu não estou triste por ter terminado. Era isso que eu queria, no final.

– Mas por que está triste, então? - perguntou Julia.

Olhei para ela.

– Eu te conheço, dá pra ver na sua cara que você não está bem. - ela comentou, dando de ombros.

– Estou triste porque eu não queria que tivesse terminado dessa maneira, sabe? Afinal, eu confiava nele, e apesar de tudo, eu gosto muito dele. Nunca pensei que ele pudesse me trair. Ainda mais com aquela coisa loira desgrenhada.

– Sabe, você pode imaginá-la sendo jogada em uma piscina de ácido, ou sendo devorada por piranhas. Tipo uma terapia pra raiva. - diz Duda. - Se para mim funciona, deve ajudar você a se esquecer de que agora é um unicórnio.

– Unicórnio? Tipo, as criaturas mitológicas, geralmente cor-de-rosa que vivem em arco-íris? - perguntei. - Não entendi a referência.

– Eu entendi! - Julia levantou a mão. - Eu entendi o que ela disse.

– Então…?

– Ah, você sabe. Unicórnios, um chifre…

Peguei meu travesseiro e joguei na cara dela.

– Tudo bem, mas se quer saber, todo mundo adora unicórnios.

Harry.

Já eram quase três da manhã. Essa noite tínhamos feito um show aqui em Londres mesmo (mas já estavam preparando nossa próxima turnê) e depois fomos “comemorar” em um bar, eu acho. Niall exagerou um pouco na bebida hoje, embora ele tenha diminuído consideravelmente o consumo de alcool depois que começou a namorar a Duda, mas só estava um pouco alterado.

Não sei se foi o efeito do alcoól, mas eu duvido muito que seja essa a razão para Niall bater na nossa porta a essa hora para perguntar se tínhamos comida aqui.

– Eu tô com fome… - ele reclamou, sentando-se no sofá. Não, jogando-se é a palavra certa.

– Harry, vai fazer alguma coisa pro Niall comer. - disse Louis.

– Eu não vou comer nada que o Harry cozinhar, não quero morrer envenenado.

– Então não vai comer nada. Quer que eu faça o quê, ligue para a Mel vir aqui cozinhar para você? - eu digo, mas me arrependi, como sempre que falava sobre ela. Falar nela sempre me fazia sentir mal, pois eu lembrava que por culpa minha não éramos mais amigos. Eu tentava ao máximo ignorar isso, mas está se provando bem difícil, para não dizer impossível. Sou obrigado a admitir, mas eu tenho sentido muito a falta dela. É ridículo, mas até das brigas eu sinto falta. Eu não a odeio de verdade, muito pelo contrário, eu apenas acho engraçado provocá-la só para ver as reações dela.

– Seria uma boa ideia, mas acho que ela não vai querer cozinhar nada, ela deve estar meio triste.

Vi Louis olhar para ele como se dissesse “cale a boca se não quiser que eu a cale por você”.

– O quê? Por quê? - perguntei.

– Considerando que ela terminou com o namorado… foi ela que terminou tudo, não foi Lou?

– Louis? - chamei. - Você sabe de algo que eu deveria saber?

Ele deu de ombros.

– Não sabia se seria uma boa ideia te contar. Mas sim, Mel e Peter terminaram fazem alguns dias. Ela pegou ele com outra.

– Como você ficou sabendo disso?

– Julia me contou. - ele falou, como se fosse mais do que óbvio.

– A Duda também me contou. - disse Niall.

– E ninguém, sei lá, se preocupou em me dizer?

– Achei que estivessem brigados. - disse Louis, com uma das sobrancelhas arqueadas.

– Louis, você sabe muito bem… - parei de falar. - Por quê você não me contou?

– Porque eu sabia que sua reação seria mais ou menos essa e que acabaria tomando uma decisão precipitada.

– Pff, decisão precipitada. O que quer dizer com isso?

Ele riu.

– Então posso saber o motivo de você estar vestindo um casaco e indo em direção a porta?

Até ele ter falado, eu não havia reparado nisso, mas era verdade. Em algum momento eu havia tomado a decisão de ir até lá, só não me lembro quando. Peguei meu celular e o coloquei no bolso. A casa dela era aqui perto, eu não senti necessidade nenhuma de ir de carro.

– Harry, são três da manhã. Tem certeza que é uma boa ideia?

Ah, agora o Louis resolve exercer o papel de responsável?

– Na verdade, não. Mas eu preciso falar com ela.

Eu a conhecia bem o suficiente para saber que ela provavelmente tentaria me matar por acordá-la de madrugada. Mas eu precisava tentar. Ela ter terminado com aquele menino que eu nunca me importei de memorizar o nome parecia agora, a oportunidade perfeita para isso. Eu estava esperançoso, quero muito que ela me desculpe.

– Deveríamos fazer alguma coisa? - perguntou Niall.

– Não. - disse Louis. - Já está mais do que na hora dos dois se acertarem.