Fanfic: Recém-Formada AyA | Tema: Anahí e Alfonso.

-Comece. — falou ele. Andamos um pouco, e chegamos até o seu carro, no estacionamento. Estamos encostados no seu Citroen C5 preto.

-Bom, esperei tanto esse momento, que nem sei o que falar. — admiti. Ele sorriu.

-Comece pelo motivo que você saiu de casa, talvez. — sugeriu.

-Certo. Odeio a ideia de ser corna. — soltei. Ele franziu o cenho.

-Corna? O que te faz pensar que é corna, srta. Herrera? 

-Você chegar de madrugada todo santo dia? Assobiar para outras mulheres? — falei em tom de interrogação.

-Em minha defesa, — começou. — não chegava tarde porque eu estava te traindo, e sim por que, bem, como já te disse, Will contratou um assistente novo, lembra? — assenti. — Eu estava tentando... 

-Impressioná-lo? — completei. 

-Isso. Por isso, ficava até altas horas fazendo o que o babaca que ele contratou não fazia. 

-E como explica Christopher bêbado? — perguntei desconfiada.

-Nesse dia, alguém do bar onde ele estava ligou pra mim, dizendo que estava bêbado e que, além da conta enorme que ele deixou pendente, estava fazendo muita bagunça no bar do cara. 

-Por quê não disse isso no dia em que saí de casa, então? — perguntei exasperada.

-Porquê você não deixou!? Terminou de falar e saiu andando!

-Diz como não soubesse que tenho gênio forte! — acusei, quase gritando.

-E é justamente por eu saber disso, que preferi te dar um tempo. — fechei um pouco os olhos. — Ok, me diga. Se eu tivesse ido atrás de você aquele dia, teria me escutado? 

-Não... — respondi sussurrando.

-Então! O que adiantaria? — peguntou se aproximando.

-Bo-bom, acho que nada. — falei e ele riu, se aproximando mais. Dei um passo pra trás. — E além disso, teve a cara de pau de mentir pra mim, na cara dura.

-Esquece isso. Eu já disse que estava com medo da sua reação. — explicou dando mais um passo.
-E eu já disse que isso foi uma grande irresponsabilidade sua. Onde já se viu, deixar o garoto comprar seu próprio almoço? — falei o empurrando, percebendo que havia uma parede atrás de mim.

-Eu não sei fazer o lanche dele. — deu de ombros. — E a mãe não está lá pra fazer... 

-Diz como se eu fosse empregada de vocês, não? — cruzei os braços o encarando.

-De maneira alguma, Anahí Herrera. — sorriu travesso. — Acabou? Podemos pular pra fase que você me beija?

-Não. — respondi, franzindo o cenho. Ele suspirou. — Por que diabos acha que vou te beijar? — ri. — Quero que pare de ensinar Alexander a ser... — procurei a palavra adequada. — Você. — ele sorriu, tentando entender. Então expliquei. — Não quero meu filho partindo coraçõezinhos alheios. 

-E eu parto coraçõezinhos alheios? — perguntou achando graça.

-Sim. — respondi e ele gargalhou. 

-Ele é meu filho. Quero que seja como eu. 

-Ok, mas tente mostrar o lado bom que tem em você. Não o lado ruim. 

-Mas foi pelo lado ruim que você se apaixonou, não? — disse, parando em minha frente e me deixando sem fala.