Fanfics Brasil - 11 A Madiadora aya adaptada

Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA


Capítulo: 11

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Capítulo 11


Nós conseguimos voltar para a sala do professor Walden. Não sei como, mas conseguimos, com a cabeça da estátua zunindo atrás de nós o tempo todo a uma tal velocidade que chegava a fazer um apito medonho, como se o padre Serra estivesse gritando. A cabeça bateu com a força de uma bala de canhão contra a pesada porta de madeira uma fração de segundo depois de nós entrarmos e batermos a porta.


— Díos! — exclamou Poncho, enquanto jogávamos o peso de nossas costas contra a porta, ofegantes, como se pudéssemos impedir a passagem simplesmente com nosso peso... logo a Heather, que, se quisesse, podia atravessar paredes. — Você disse que era perfeitamente capaz de cuidar de si mesma. Disse também que precisava primeiro livrar-se dela. Perfeito...


Eu estava tentando recuperar o fôlego, pensar no que fazer. Nunca tinha visto uma coisa daquelas. Nunca.


— Cala a boca bafo de cadáver .


— Bafo de cadáver... — Poncho voltou-se para me olhar de frente. Seu peito arfava, subindo e descendo. — Você se dá conta de que me chamou de bafo de cadáver? Magoou, hermosa. Magoou mesmo.


— Eu já disse... — Alguma coisa pesada estava esmurrando a porta. Eu a sentia bem na altura da minha espinha. Não era preciso ser um gênio para adivinhar que era a cabeça do fundador de uma certa Missão. —... para não me chamar disso!


— Pois eu também ficaria agradecido se não fizesse esses comentários a meu respeito.


— Olha aqui, esta porta não vai aguentar para sempre.


— Não — concordou ele, no exato momento em que a cabeça de metal começou a aparecer por uma fenda que se ia abrindo na madeira. — Posso dar uma sugestão?


Eu estava horrorizada, com os olhos arregalados grudados naquela cabeça de metal que se havia se virado, metade para dentro e metade para fora da porta, para ficar me olhando com frios olhos de bronze. Parece maluquice, mas sou capaz de jurar que ela estava sorrindo para mim.


— Claro — respondi.


— Corra!


Não hesitei nem um segundo em aceitar o conselho. Corri para o peitoril da janela, e, sem dar a menor bola para os cacos de vidro no beiral, agarrei-me a ela.


Levei apenas alguns segundos para abrir a janela, mas foi o suficiente para que Poncho, ainda lutando contra o que já agora começava a soar como um furacão, pedisse:


— Poderia andar mais rápido, POR FAVOR?


Saltei em direção ao estacionamento. Lá fora, do outro lado das espessas paredes de tijolo cru da Missão, era engraçado que nem desse para dizer que uma violenta manifestação paranormal estava acontecendo do lado de dentro.


O estacionamento ainda estava vazio e tranquilo, acariciado pela sonoridade ritmada das ondas do mar. É impressionante como as coisas mais absurdas podem acontecer bem debaixo do nariz das pessoas e elas nem percebem...


— Poncho! — sussurrei através da janela. — Vamos, venha!


Eu não tinha a menor ideia se Heather seria capaz de querer descarregar sua raiva em cima de algum passante, ou se Poncho, caso ela o fizesse, tinha algum truque na manga para reagir, como aquele que ela tinha usado com a cabeça da estátua. Eu só sabia que quanto mais cedo a gente saísse do alcance dela, melhor.


Bom, quero deixar logo claro que eu não sou nenhuma covarde. Realmente não sou. Mas também não sou nenhuma maluca. Considero que quando a gente se dá conta de que está enfrentando uma força muito maior que a nossa, não tem nada de mais sair correndo.


Mas deixar os outros para trás não é certo.


— Poncho! — berrei através da janela.


— Achei que tinha mandado você correr — uma voz muito irritada falou atrás de mim.


 


 


 


Eu engoli em seco e dei meia-volta. Lá estava o Poncho, de pé no asfalto do estacionamento, com a lua por trás dele, o que deixava seu rosto na sombra.


— Oh meu Deus!


Meu coração batia tão depressa que pensei que ele fosse explodir. Eu nunca tinha sentido tanto medo em toda a minha vida. Nunca. Talvez por isto eu tenha decidido então esticar os dois braços e agarrar a camisa do Jesse com as duas mãos.


— Oh meu Deus — repeti. — Poncho, você está bem?


— Claro que estou. — Ele parecia surpreso que eu me desse ao trabalho de perguntar.


E acho que era mesmo uma pergunta idiota. Afinal, que mal a Heather podia fazer ao Jesse? Não dá para imaginar que ela fosse matá-lo...


— E você, está bem?


— Eu? Estou ótima.


Voltei-me então para as janelas da sala do professor Walden.


— Você acha que conseguimos... neutralizá-la?


— Por enquanto — Jesse respondeu.


— E como você sabe? — Eu estava chocada de ver que estava tremendo tremendo de verdade, da cabeça aos pés. — Como sabe que ela não vai atravessar aquelas paredes feito um tufão e começar a arrancar as árvores por aí e jogá-las contra nós?


Poncho balançou a cabeça, e vi que ele estava sorrindo. Até que para um sujeito que morreu antes de inventarem a ortodontia, ele tinha uns dentes bem bonitos. Quase tão bonitos quanto os do Bryce.


— Pode estar certa que não.


— Mas como é que você sabe?


— Porque não. Ela nem sabe que é capaz disto. Ela é muito nova no ramo, Anahi. Ainda não sabe do que é capaz.


Se o objetivo era me fazer sentir melhor, não funcionou. O fato de ele reconhecer que ela era capaz de arrancar árvores e começar a atirá-las à distância – sim, ela tinha este poder – e só não o fazia por falta de experiência bastou, entretanto, para eu parar de tremer feito vara verde e largar a camisa dele. Não que eu não achasse que a Heather podia ter-me seguido se quisesse. Ela era perfeitamente capaz disso, exatamente como Poncho havia me seguido até a Missão. Mas a diferença é que Poncho sabia que era capaz. Ele já era fantasma há muito mais tempo do que a Heather. Ela estava apenas começando a explorar suas novas possibilidades.


Era isto que dava mais medo. Ela era tão nova naquilo tudo... e já tão poderosa.


Comecei a caminhar pelo estacionamento feito uma maluca.


— Precisamos fazer alguma coisa — disse. — Temos de avisar o padre Dominic... e também Bryce. Meu Deus, temos de avisar ao Bryce que não venha ao colégio amanhã. Ela vai matá-lo. Vai matá-lo no exato momento em que ele puser o pé no campus...


— Anahi — Poncho chamou.


— Acho que podemos telefonar para ele. É uma hora da manhã, mas podemos telefonar e dizer a ele... nem sei o que a gente pode dizer para ele. Talvez possamos dizer que houve uma ameaça de morte contra ele, ou alguma coisa assim. Talvez funcione. Ou então podemos mandar uma ameaça de morte. Isso mesmo! É isso aí! Podemos telefonar para a casa dele, aí eu disfarço a minha voz e digo algo do tipo “Não venha ao colégio amanhã ou irá morrer”. Talvez ele entenda. Talvez ele...


— Anahi — Poncho repetiu.


— Ou então o padre Dom se encarrega! A gente faz o padre Dom telefonar para Bryce e dizer para ele não vir ao colégio, que houve algum acidente ou coisa assim...


— Anahi.


Poncho postou-se na minha frente no exato momento em que eu dei meia-volta mais uma vez, para percorrer feito uma maluca o mesmo caminho que estava percorrendo há alguns minutos. Fui obrigada a parar, apanhada de surpresa com sua proximidade, meu nariz praticamente batendo no exato ponto em que o colarinho da sua camisa estava aberto. Poncho agarrou os meus dois braços com firmeza e rapidez, para me fazer parar.


Não foi uma boa ideia. Claro, eu sei que um minuto antes eu o tinha agarrado – bem, não exatamente a ele, mas a sua camisa. Mas em circunstâncias normais eu não gosto de ser tocada, e muito menos por fantasmas. E sobretudo não gosto de ser tocada por fantasmas que têm mãos grandes e fortes como as do Poncho.


— Anahi — disse ele mais uma vez, antes que eu conseguisse ordenar-lhe que tirasse suas mãos de cima de mim. — Tudo bem. Não é culpa sua. Você não podia fazer nada.


Eu meio que esqueci de ficar irritada com as mãos dele.


— Eu não podia fazer nada? Você está brincando? Eu devia ter dado um pontapé naquela garota para ela ir parar de volta no seu túmulo!


— Não —  Poncho sacudia a cabeça. — Ela a teria matado.


— Uma ova! Eu podia perfeitamente com ela. Se ela não tivesse feito aquilo com a cabeça daquele cara...


— Anahi.


— Eu sei o que estou dizendo, Poncho. Eu podia perfeitamente ter dado conta dela se ela não tivesse ficado tão enlouquecida. Aposto que se esperar só um pouquinho até ela se acalmar e voltar lá dentro, consigo convencê-la...


— Não — ele me soltou, mas logo tratou de passar um dos braços em volta do meu ombro e começou a me conduzir para longe do colégio, em direção à lixeira onde eu havia deixado a bicicleta. — Vamos. Vamos para casa.


— Mas e...


— Não — cortou ele, apertando mais os meus ombros.


— Poncho, você não está entendendo. Este trabalho é meu. Eu tenho de...


— É uma tarefa do padre Dominic também, não? Deixe que daqui para a frente ele cuida. Não há motivo para você ficar com toda a responsabilidade em cima dos seus ombros.


— Pois há sim. Fui eu que estraguei tudo.


— Foi você que encostou o revólver na cabeça dela e puxou o gatilho?


— Claro que não. Mas fui eu que a deixei tão furiosa. Não foi o padre Dom. Eu não vou ficar pedindo ao padre Dom que conserte as minhas besteiras. Não teria o menor sentido.


— O que não tem sentido nenhum — explicou Poncho, tentando mostrar-se paciente — é alguém esperar que uma garota como você entre em luta com um demônio dos infernos como...


— Ela não é um demônio dos infernos. Só está com raiva. E está com raiva porque o único cara em quem achava que podia confiar revelou-se um...


— Anahi —  Poncho parou de caminhar de repente.


Eu só não me desequilibrei e caí de cara no chão porque ele ainda estava segurando os meus ombros.


Por um minuto, apenas um minuto, realmente fiquei pensando... bem, cheguei a pensar que ele ia me beijar. Eu nunca tinha sido beijada antes, mas parecia que estavam dadas todas as condições necessárias para que acontecesse um beijo naquela hora: sabe como é, o braço dele estava ao redor do meu ombro, tinha o luar, nossos corações estavam batendo mais depressa – e, claro, ambos acabávamos de escapar de ser mortos por um fantasma completamente ensandecido.


Naturalmente, eu não sabia como me sentir ante a possibilidade de que meu primeiro beijo fosse dado por alguém do outro mundo, mas sabe como é, quem está na falta não pode ficar escolhendo, e posso garantir uma coisa, Poncho era muito mais bonitinho do que qualquer cara vivo que eu tinha conhecido ultimamente.


Eu nunca tinha visto um fantasma tão bonitão. Parecia que ele não podia ter mais de vinte anos quando morreu. Fiquei me perguntando de que tinha morrido. Em geral é difícil dizer no caso dos fantasmas, pois seus espíritos tendem a assumir a forma que seus corpos tinham quando deixaram de funcionar. Meu pai, por exemplo, não é diferente hoje, quando aparece para mim, do que era um dia antes de sair para aquela fatal corrida no Prospect Park dez anos atrás.


Eu só podia deduzir que o Poncho tinha morrido nas mãos de alguém, pois ele me parecia com uma saúde de ferro. Era bem provável que tivesse sido atingido por uma daquelas balas que deixaram buracos na varanda lá em baixo. Legal que Andy os tivesse preservado para a posteridade.


E agora aquele fantasma sensacional parecia que ia me beijar. E quem era eu para impedi-lo?


De modo que inclinei um pouco a cabeça para trás, olhei para ele com as pestanas meio fechadas e meio que deixei minha boca ficar bem relaxada, sabe como é... E foi aí que eu percebi que a atenção dele não estava exatamente focalizada na região dos meus lábios, mas muito abaixo. Nem estava voltada para os meus seios, o que seria uma excelente segunda opção.


— Você está sangrando — disse ele.


Foi o suficiente para estragar completamente aquele momento. E para deixar meus olhos bem arregalados.


— Não estou não — respondi automaticamente, pois não estava sentindo dor nenhuma.


Então olhei para baixo. Pequenas manchas iam surgindo no piso debaixo dos meus pés. Não dava para dizer de que cor eram porque estava muito escuro. À luz da lua, pareciam negras. E logo em seguida constatei horrorizada que havia manchas escuras semelhantes na camisa do Poncho.


Mas era óbvio que as manchas estavam vindo de mim. Comecei a me olhar e a me apalpar toda, e vi que eu tinha conseguido abrir uma das veias menores do meu pulso, mas ainda assim uma veia importante. Enquanto falava com Heather, tinha tirado as luvas e as guardado nos bolsos, e em minha pressa de escapar, durante o acesso de raiva dela, esquecera de voltar a vesti-las. Provavelmente havia me cortado nos estilhaços de vidro que ainda estavam no parapeito da janela da sala de aula do professor Walden quando a pulei para fugir. O que servia para provar minha teoria de que é sempre na saída que a gente se machuca.


— Oh! — falei, vendo o sangue escorrer. Sem conseguir dizer nada que tivesse alguma utilidade, acrescentei: — Mas que horror! Sujei a sua camisa toda...


— Não é nada.


Poncho meteu a mão num dos bolsos da calça e tirou alguma coisa branca e macia que enrolou ao redor do meu pulso algumas vezes, para em seguida fazer um laço. Enquanto fazia isto, não falou nada, totalmente concentrado no que estava fazendo.


Quero registrar aqui que foi a primeira vez que fui atendida em primeiros socorros por um fantasma. Não era exatamente tão interessante quanto teria sido um beijo, mas também não posso dizer que foi uma chatice.


— Pronto — disse ele ao concluir. — Está doendo?


— Não — respondi, pois não estava mesmo. Eu sabia por experiência própria que só começaria a doer algumas horas depois. — Obrigada.


— Não há de quê.


— Não... — de repente, que coisa mais ridícula, eu estava com vontade de chorar. Mesmo. E eu nunca choro. — Não, obrigada mesmo. Obrigada por ter vindo me ajudar. Mas não precisava... Quer dizer, estou feliz que você tenha vindo. E... bem, obrigada de novo. Só isso.


Ele parecia ter ficado embaraçado. Acho que no fundo era perfeitamente natural que eu ficasse daquele jeito, toda dengosa com ele. Não consegui evitar. O fato é que eu ainda não estava conseguindo acreditar. Nenhum fantasma nunca tinha sido tão bonzinho assim comigo. Claro que meu pai tentou... Mas ele não era exatamente o tipo de pessoa de quem você pode esperar esse tipo de coisa. Na verdade eu nunca podia contar realmente com ele, especialmente numa crise.


Mas Poncho... Poncho tinha vindo em meu socorro. E eu nem tinha pedido nada a ele. Na verdade, tinha até sido muito desagradável com ele, de maneira geral.


— Esquece — foi tudo que ele conseguiu dizer. E acrescentou: — Vamos para casa.



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Autor(a): ponnymym

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12

    Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.

  • colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29

    Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)

  • colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49

    ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf

  • bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56

    NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3

  • bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01

    Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS

  • bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04

    Por favor, poste maaaaais

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20

    AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia

  • colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38

    eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00

    Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?

  • bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46

    E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais


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