Fanfics Brasil - 33 A Madiadora aya adaptada

Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA


Capítulo: 33

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Capítulo 13


Ele não comeu.


Ele me convidou para jantar, mas não comeu. Tad comeu. Tad comeu bastante.


Bem, os garotos sempre comem. Quero dizer, olha só a hora das REFEIÇÕES    no lar Ackerman. Era como uma coisa saída de um romance de Jack London. Só que em vez de Caninos Brancos e do resto dos cães de trenó, você tinha Soneca, Dunga e até Mestre esganados como se fosse a última refeição.


Pelo menos Tad tinha bons modos. Segurou a CADEIRA para mim enquanto eu me sentava. Até usou guardanapo, em vez de simplesmente enxugar as mãos nas CALÇAS, um dos truques prediletos de Dunga. E se certificou de que eu fosse servida antes, de modo que havia bastante coisa para nós.


Especialmente porque seu pai não estava comendo.


Mas ele se sentou conosco. Sentou-se à CABECEIRA da mesa com uma taça de vinho tinto – pelo menos parecia vinho – e sorria para mim sempre que cada prato era apresentado.


Você leu certo. Eu nunca tinha comido uma refeição com vários pratos. Quero dizer, Andy era um bom cozinheiro e tal, mas em geral servia tudo ao mesmo tempo – você sabe, entrada, SALADA, croquetes, tudo ao mesmo tempo.


Na casa de Red BEAUMONT  os pratos vinham individualmente, servidos por garçons com grandes floreios; dois garçons, de modo que os nossos pratos – quero dizer, de Tad e meu – eram servidos ao mesmo tempo, e a comida de ninguém ficava fria enquanto estava esperando que todos fossem servidos.


O primeiro prato foi um consomê, que por acaso tinha pedacinhos de lagosta flutuando dentro. Foi muito bom. Depois veio um tipo de escalope chique de peixe num molho verde picante. Depois veio carneiro acompanhado de purê de batata com alho, depois SALADA – uma mistura de ervas com vinagre balsâmico em cima – seguida por uma bandeja em que havia um monte de tipos de queijos fedorentos.


E o Sr. BEAUMONT não tocou em nada. Disse que estava numa DIETA especial e que já tinha jantado.


E mesmo eu não acreditando em vampiros, só fiquei ali sentada, imaginando em que consistiria sua DIETA especial e se a Sra. Fiske e aqueles ecologistas desaparecidos tinham proporcionado alguma parte dela.


Eu sei. Eu sei. Mas não podia evitar. Estava me assustando o modo como ele só ficava ali sentado bebendo vinho e sorrindo enquanto Tad falava DE BASQUETE. Pelo o que pude perceber – e eu estava tendo dificuldade para me concentrar, pensando em por que o padre Dom não tinha me dado uma garrafa de água benta quando percebeu que poderia haver a chance de estarmos lidando com um vampiro – Tad era o astro principal da Robert Louis Stevenson.


Enquanto eu estava ali sentada ouvindo Tad falar de todas as CESTAS  de três pontos que tinha marcado, percebi com o coração oprimido que não somente ele podia ser descendente de um vampiro, mas também que, a não ser pelo beijo, eu e ele não tínhamos interesses mútuos. Quero dizer, eu não tenho lá muito tempo para hobbies, com o dever de casa e o NEGÓCIO de mediadora, mas estava certa de que, se tivesse algum interesse, não seria por perseguir uma bola de um lado para o outro numa quadra com PISO DE MADEIRA.


Mas talvez beijar bastasse. Talvez beijar fosse a única coisa que importasse, de qualquer modo. Talvez beijar suplantasse todo o negócio de vampiro/basquete. Porque quando nos levantamos da mesa para ir à SALA DE ESTAR, onde fiquei sabendo que a sobremesa seria servida, Tad pegou minha mão – que, a propósito, ainda estava meio atacada pelo sumagre venenoso, mas ele evidentemente não se importava, pois ainda havia uma bela quantidade daquilo na sua nuca, afinal de contas – e a apertou.


E de repente fiquei convencida de que tinha reagido com exagero lá em casa quando pedi a Poncho que mandasse o padre Dom chamar os policiais se eu não estivesse em casa à meia-noite. Quero dizer, é, havia gente que poderia pensar que Red Beaumont era vampiro, e ele certamente podia ter feito fortuna de um modo assustador.


Mas isso não o tornava necessariamente um mau sujeito. E nós não tínhamos prova de que ele realmente havia matado aquelas pessoas. E quanto à mulher morta que ficava aparecendo no meu quarto? Ela estava convencida de que Red não a havia matado. Tinha se esforçado bastante para me garantir que ele era inocente da morte, pelo menos. Talvez o Sr. Beaumont não fosse tão mau assim.


— Pensei que você estava com raiva de mim — sussurrou Tad enquanto seguíamos Yoshi, que estava carregando uma bandeja de café – mais chá de ervas para mim – até a SALA DE ESTAR.


— Por que eu estaria com raiva de você?


— Bem, ontem à noite — sussurrou Tad — quando eu estava beijando você...


De repente me lembrei de como tinha visto Poncho sentado ali, e de como tinha berrado feito uma doida. Ruborizando, falei, incapaz de encarar Tad:


— Ah, aquilo. Foi só que... eu pensei... que tinha visto uma aranha.


— Uma aranha? — Tad me puxou para um SOFÁ DE COURO PRETO ao lado dele. Na frente do sofá havia uma grande mesa de centro que parecia feita de plexiglas. — No meu carro?


— Eu tenho uma coisa com aranhas.


— Ah — Tad me espiou com seus olhos castanhos sonolentos. — Eu pensei que você tinha achado que eu... bem, avancei um pouco demais. Beijando você aquela maneira.


— Ah, não — falei com um riso que esperei que parecesse sofisticado, como se os caras vivessem enfiando a língua na minha boca o tempo todo.


— Bom — disse Tad, e pôs o braço em volta do meu pescoço e começou a me puxar...


Mas então seu pai entrou e disse:


— Bom, onde é que nós estávamos? Ah, sim. Anahi, você ia contar como sua turma está tentando levantar dinheiro para restaurar a estátua do padre Serra que infelizmente foi vandalizada na semana passada...


Tad e eu nos separamos rapidamente.


— Ah, claro — concordei.


E comecei a contar uma história longa e chata, que na verdade era uma grande mentira. Enquanto estava contando, Tad estendeu a mão para a enorme mesa de vidro à sua frente e pegou uma xícara de café. Pôs CREME e açúcar dentro e tomou um gole.


— E então — falei, realmente convencida de que a coisa toda tinha sido um enorme mal-entendido (quero dizer, a coisa sobre o pai de Tad). — Nós descobrimos que é mais barato fundir uma nova estátua inteira do que consertar a antiga, mas aí não seria uma obra autêntica de... bem, sei lá quem é o artista, esqueci. Então ainda estamos tentando decidir. Se consertarmos a antiga, haverá uma emenda aparecendo no pescoço, mas a gente poderia esconder a emenda se levantasse a gola da batina do padre Serra. De modo que está havendo uma disputa entre precisão histórica e uma batina de gola alta, e...


Foi nesse ponto da minha narrativa que de repente Tad se lançou para frente e caiu de cara no meu colo.


Olhei-o assustada. Será que eu era tão chata assim? Meu Deus, não era de espantar que ninguém tivesse me convidado para sair antes.


Foi então que percebi que Tad não estava dormindo. Estava inconsciente.


Olhei para o Sr. Beaumont, que ficou observando tristonho o filho, sentado no sofá de COURO diante de mim.


— Oh meu Deus — falei.


O Sr. Beaumont suspirou.


— Age rápido, não é? — disse ele.


Horrorizada, exclamei:


— Meu Deus, envenenar o próprio filho!


— Ele não foi envenenado — disse o Sr. Beaumont, parecendo perplexo. — Acha que eu faria uma coisa assim com meu próprio garoto? Ele está meramente drogado, apenas. Dentro de algumas horas vai acordar e não se lembrará de nada. Só vai se sentir muito descansado.


Eu estava lutando para tirar Tad de cima de mim. O cara não era enorme nem nada, mas era um peso morto, e não estava sendo fácil tirar sua cabeça do meu colo.


— Escute — falei ao Sr. Beaumont enquanto lutava para me espremer de baixo de seu filho — é melhor não tentar nada.


Com uma das mãos, empurrei Tad e com a outra abri escondido minha bolsa.


Não a havia deixado longe da minha vista desde que entrei na casa, apesar de Yoshi ter tentado pegá-la e guardar junto com o casaco. Alguns borrifos de spray de pimenta, decidi, serviriam muito bem ao Sr. Beaumont no caso de ele tentar alguma coisa física.


— Estou falando sério — garanti, enquanto enfiava a mão na bolsa e remexia dentro procurando o spray de pimenta. — Seria má ideia mexer comigo, Sr. Beaumont. Eu não sou quem o senhor pensa.


O Sr. Beaumont só me olhou mais triste ao ouvir isso. Falou com outro grande suspiro:


— Nem eu.


— Não — falei. Eu tinha achado o spray de pimenta e agora, com uma das mãos, tirei a tampinha plástica. — O senhor acha que eu não passo de uma garota estúpida que seu filho trouxe para jantar em casa. Mas não sou.


— Claro que não é — disse o Sr. Beaumont. — Por isso era tão importante que eu falasse com você de novo. Você fala com os mortos e eu, veja bem...


Encarei-o cheia de suspeitas.


— O senhor o quê?


— Bem — ele pareceu embaraçado. — Eu os deixo desse jeito.


O que aquela dona idiota no meu quarto quis dizer quando insistiu que ele não tinha tentado matá-la? Claro que tinha! Assim como tinha matado a Sra. Fiske! Exatamente como estava se preparando para me matar.


— Não pense que eu não aprecio o seu senso de humor, Sr. Beaumont. Porque aprecio. Realmente. Acho o senhor um sujeito muito engraçado. De modo que espero que não leve para o lado pessoal...


E dei uma borrifada nele, bem na cara.


Ou pelo menos tentei. Segurei a lata na direção dele e apertei o botão. Só que tudo que saiu foi um barulho tipo spliff.


Mas nada de spray de pimenta paralisante. Nenhum.


E então me lembrei daquele frasco de fixador Paul Michel que tinha vazado no fundo da minha bolsa na última vez em que estive na praia. Aquela coisa, misturada com a areia, tinha melado praticamente tudo que eu possuía. E agora parecia que tinha coberto o BURACO por onde o spray de pimenta deveria sair.


— Ah — disse o Sr. Beaumont. Ele parecia muito desapontado comigo. — Spray de pimenta? Isso é justo, Anahi?


Eu sabia o que tinha de fazer. Larguei a lata inútil e comecei a correr...


Mas era tarde demais. Ele saltou – tão de repente que eu nem tive tempo de me mexer – e segurou meu pulso num aperto que, vou lhe contar, doeu bastante.


— É melhor me soltar — alertei. — Estou falando sério. O senhor vai se arrepender.


Mas ele me ignorou e falou, com um mínimo de animosidade, quase como se eu não tivesse tentado jogar pimenta em seu rosto:


— Lamento se eu pareci petulante — falou em tom de desculpas. — Mas fui sincero. Infelizmente cometi alguns erros de julgamento muito sérios que resultaram na perda da vida de várias pessoas, e nas minhas mãos... É imperativo que você me ajude a falar com elas, para garantir que eu lamento muito, muito o que fiz.


Olhei de soslaio para ele.


— Certo. Chega. Vou embora daqui.


Mas não importava com que força eu puxasse meu braço, não podia me soltar daquele aperto. O sujeito era surpreendentemente forte para o pai de alguém.


— Eu sei que para você eu pareço horrível — continuou ele. — Até mesmo um monstro. Mas não sou. Realmente não sou.


— Diga isso à Sra. Fiske — grunhi enquanto puxava o braço.


O Sr. Beaumont não pareceu ter ouvido.


— Você não imagina como é. As horas que passei me torturando com relação ao que fiz...


Com a mão livre eu estava remexendo na bolsa de novo.


— Bem, sempre soube que uma boa receita para a culpa é confessar.


Meus dedos se fecharam sobre o rolo de moedas. Não. Não adiantava. Ele estava segurando meu braço bom de soco.


— Por que não me deixa dar um telefonema e nós podemos chamar a polícia, e o senhor pode contar tudo. Que tal?


— Não — disse o Sr. Beaumont, solene. — Não serve. Duvido muito que a polícia teria algum respeito por alguém com minhas necessidades um tanto... bem, especiais.


E então o Sr. Beaumont fez uma coisa totalmente inesperada. Sorriu para mim.


Um sorriso triste, mas ainda assim um sorriso.


Ele havia sorrido para mim antes, claro, mas eu sempre estivera do outro lado da sala, ou pelo menos do outro lado de uma mesa de centro. Agora eu estava bem ali, bem na sua cara.


E quando ele sorriu, recebi aquele vislumbre especial de uma coisa que certamente nunca esperava ver em toda a vida.


Os incisivos mais pontudos da história.


Certo, vou admitir: eu pirei. Posso ter lutado contra fantasmas a vida inteira, mas isso não significava que estivesse preparada para encontrar um vampiro AO VIVO .


Quero dizer, os fantasmas, eu sabia por experiência própria, eram verdadeiros. Mas vampiros? Vampiros eram coisa de pesadelo, criaturas mitológicas como o Pé Grande e o monstro do Lago Ness. Quero dizer, qual é?


Porém ali, bem na minha frente, dando um sorriso completamente doentio do tipo “meu filho é um aluno modelo”, estava um vampiro de verdade, em carne e osso.


Agora eu sabia por que, quando Marcus tinha aparecido naquele dia na sala do Sr. Beaumont, ficou olhando meu pescoço. Estivera verificando se seu chefe não tinha tentado partir para cima da minha jugular.


Acho que por isso, considerando que minha mão livre ainda estava dentro da bolsa a tiracolo, eu fiz o que fiz em seguida.


Peguei o LÁPIS que tinha posto ali no último minuto, peguei e mergulhei, com toda a força, no centro do suéter do Sr. Beaumont.


Por um segundo, nós dois nos imobilizamos. O Sr. Beaumont e eu ficamos olhando o lápis que se projetava de seu peito.


Então o Sr. Beaumont falou, numa voz muito surpresa:


— Minha nossa.


Ao que eu respondi:


— Vá se catar.


E então ele tombou para frente, errando a mesa de vidro apenas por alguns centímetros, e terminou no chão entre o sofá e a lareira.


Onde ficou IMÓVEL  por longos instantes, durante os quais eu só fiz massagear o pulso que ele havia agarrado com tanta força.


Depois de um tempo notei que ele não se encolheu virando cinzas como os vampiros faziam na TV. Nem explodiu em chamas como os vampiros do cinema costumam fazer. Em vez disso só ficou ali.


E então, pouco a pouco, a realidade do que eu tinha feito baixou sobre mim.


Eu tinha acabado de matar o pai do meu namorado.



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Autor(a): ponnymym

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Capítulo 14 Bem, em certo Tad não era exatamente meu NAMORADO e eu tinha acreditado honestamente que seu pai era um vampiro. Mas sabe de uma coisa? Não era. E eu tinha matado o cara. Até que ponto isso me tornaria impopular? E uma pequena bolha de histeria começou a subir na minha garganta. Dava para ver que eu ia gritar. Realmente n&at ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12

    Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.

  • colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29

    Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)

  • colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49

    ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf

  • bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56

    NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3

  • bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01

    Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS

  • bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04

    Por favor, poste maaaaais

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20

    AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia

  • colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38

    eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00

    Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?

  • bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46

    E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais


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