Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA
Capítulo 20
A próxima coisa que percebi foi um estrondo tremendo. Depois uma parede de água, vidro e vida marinha exótica veio na minha direção.
Aquilo me jogou de costas. Um maremoto me acertou com o peso de um trem de carga, jogando-me no chão e depois me esmagando contra a parede mais distante da sala. Fiquei sem fôlego deitada por um segundo, encharcada, tossindo água salobra, parte da qual engoli acidentalmente.
Quando abri os olhos, tudo o que podia ver eram peixes. Peixes grandes, peixes pequenos, tentando nadar nos seis centímetros de água no chão de madeira, abrindo e fechando a boca numa tentativa patética de agarrar mais alguns segundos de vida.
Um peixe em particular tinha parado perto de mim e me encarava com olhos quase tão vítreos e sem vida quando os de Marcus quando havia me explicado como pretendia me matar.
Então uma voz muito familiar atravessou meus pensamentos atordoados com os paradoxos da vida e da morte.
— Anahi?
Levantei a cabeça e fiquei extremamente surpresa ao ver Poncho parado acima de mim, com uma expressão muito preocupada no rosto.
— Ah. Oi. Como chegou aqui?
— Você me chamou.
Como eu podia ter pensado que qualquer cara, até mesmo Tad, seria tão gato quanto Poncho, imaginei enquanto estava ali olhando-o. Tudo, desde a cicatriz minúscula na sobrancelha até o modo como o cabelo escuro se encaracolava na nuca, era perfeito, como se Poncho fosse o molde original para o arquétipo do gato.
E também era educado. Os modos do velho mundo eram os únicos que ele conhecia. Inclinou-se e me ofereceu a mão... sua mão esguia, morena, completamente livre de sumagre venenoso.
Estendi a minha. Ele me ajudou a ficar de pé.
— Você está bem? — perguntou, provavelmente porque eu não estava falando bobagem como sempre.
— Estou — falei. Encharcada e fedendo a peixe, mas bem. — Mas eu não chamei você.
Do canto oposto da sala veio um rosnado muito baixo. Marcus estava lutando para ficar de pé, mas ficava escorregando na água e nos peixes.
— Por que diabos você fez isso? — perguntou.
Na verdade eu não podia lembrar. Acho que talvez, quando a água me acertou, eu tenha batido a cabeça em alguma coisa. Uau, pensei. Amnésia. Legal. Com certeza vou me livrar da prova de geometria de amanhã.
Então meu olhar caiu sobre Tad – ainda dormindo pacificamente no sofá, com um peixe exótico se sacudindo na agonia da morte em suas pernas nuas – e lembrei.
— Ah, é. O tio de Tad, Marcus, estava tentando nos matar. Iria nos matar, se eu não impedisse.
Não sei se estava pensando direito. Tudo que podia lembrar de antes que a água nos acertasse era que era importante, por algum motivo, que eu fosse para o outro lado daquele aquário.
Por isso atravessei toda aquela água – pensando comigo mesma: minhas botas estão totalmente arruinadas – e subi no que agora era apenas uma plataforma elevada, como um palco, diante de um mar de caudas de peixes se debatendo. As luzes do aquário, ainda enterradas no cascalho colorido do fundo, me iluminavam.
— Anahi — ouvi Poncho dizer. Ele tinha me acompanhado e agora estava me olhando curiosamente. — O que você está fazendo?
Ignorei-o – e ignorei Marcus também, que ainda estava xingando enquanto tentava atravessar a sala sem arruinar seus Cole-Haans mais do que já estavam.
Parei dentro do aquário arruinado e olhei para cima. Como tinha suspeitado, os peixes eram alimentados de uma sala atrás do tanque... uma sala onde havia apenas equipamento de manutenção de aquário. A porta trancada da sala do Sr. Beaumont levava a esse cômodo. Não havia outra forma de sair.
Não que agora importasse, claro.
— Desça daí — Marcus estava realmente furioso. — Desça daí, por Deus, ou eu subo e pesco você...
Me pesca. Isso pareceu meio engraçado nas circunstâncias. Comecei a rir.
— Anahi — disse Poncho. — Eu acho...
— Veremos até quando você vai rir — berrou Marcus — quando eu acabar com você, sua vaca estúpida.
Parei de rir de repente.
— Anahi — Poncho chamou.
Agora ele realmente parecia preocupado.
— Não se preocupe, Poncho — falei numa voz perfeitamente calma. — Eu tenho tudo sob controle.
— Poncho? — Marcus olhou em volta. Não vendo mais ninguém na sala, além de Tad, falou: — É Marcus. Eu sou Marcus, lembra? Agora desça daí. Nós não temos mais tempo para estes jogos infantis...
Curvei-me e peguei uma das luzes do aquário, acesa na areia do fundo. Na forma de um pequeno farol, estava muito quente quando a toquei.
Percebendo que eu não iria até ele por vontade própria, Marcus suspirou e enfiou a mão no bolso do paletó, que agora estava molhado e fedorento. Teria de trocar de roupa antes do encontro para o almoço.
— Certo, quer brincar? — Marcus sacou do bolso do peito alguma coisa feita de METAL brilhante. Percebi que era uma arma minúscula. Uma vinte e dois, pela aparência. Eu sabia por ter visto muitos episódios de Nova York contra o crime. — Está vendo isso? — Marcus apontou o cano para mim. —Não quero ter de atirar em você. O legista costuma suspeitar quando as vítimas de afogamento têm ferimentos à bala. Mas nós sempre podemos deixar as hélices desmembrarem você, de modo que ninguém note. Talvez só a sua cabeça seja jogada em terra. Sua mãe não adoraria isso? Agora largue essa luminária e vamos.
Levantei-me, mas não larguei a luminária. Ela veio comigo, junto com o fio preto, emborrachado, que passava por baixo da areia.
— Isso mesmo — disse Marcus, parecendo satisfeito. — Largue a luminária e vamos.
Parado na água ao lado do aspirante a meu assassino, Poncho parecia extremamente interessado no que estava acontecendo, e falou:
— Anahi, isso que ele está segurando é uma arma. Você quer que eu...
— Não se preocupe, Poncho — falei me aproximando da beira do aquário, onde antes houvera uma parede de vidro, isto é, antes de eu tê-la quebrado. — Está tudo sob controle.
— Quem, diabos, é Poncho? — Percebi que Marcus estava ficando irritado. — Não existe nenhum Poncho aqui. Agora largue a luminária e vamos...
Fiz o que ele disse. Bem, mais ou menos. Isto é, enrolei na mão esquerda o fio que estava preso à luminária. Depois, com a outra mão, puxei a luminária de modo que o fio saiu da parte de trás do soquete.
Depois fiquei ali segurando a luminária numa das mãos e o fio esgarçado na outra.
— Fantástico — disse Marcus. — Você quebrou a luminária. Realmente me mostrou o que é capaz. Agora — sua voz subiu de volume — desça aqui!
Fui até a beira do tanque.
— Eu não sou estúpida — informei a Marcus.
Ele sinalizou com a arma.
— Tanto faz. Só...
— E — acrescentei — não sou uma vaca.
Os olhos de Marcus se arregalaram. De repente ele percebeu o que eu ia fazer.
— Não! — gritou.
Mas era tarde demais. Eu já tinha jogado o fio na água salgada aos pés de Marcus.
Houve um brilhante clarão azul e um monte de estalos. Marcus gritou. E então fomos jogados na escuridão impenetrável.
Autor(a): ponnymym
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 21 Bem, certo, não era realmente impenetrável. Eu ainda podia ver Poncho, brilhando daquele seu jeito. — Isso foi muito impressionante, Anahi — disse ele, olhando para Marcus, que gemia. — Obrigada — falei, satisfeita por ter obtido sua aprovação. Isso acontecia muito raramente. Fiquei feliz por ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 39
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12
Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.
-
colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29
Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)
-
colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49
ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf
-
bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56
NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3
-
bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01
Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS
-
bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04
Por favor, poste maaaaais
-
bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20
AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia
-
colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38
eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante
-
bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00
Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?
-
bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46
E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais