Fanfics Brasil - 42 A Madiadora aya adaptada

Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA


Capítulo: 42

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Capítulo 22


Nunca mais vi Marcus Beaumont. Ah, pare de se preocupar: ele não bateu as botas. Claro, os bombeiros procuraram por ele, eu disse que achei que havia pelo menos uma pessoa presa naquela sala em chamas, e eles fizeram o máximo para chegar a tempo de salvá-lo.


Mas não acharam ninguém. E nenhum resto humano foi descoberto pelos investigadores que entraram depois que o incêndio foi finalmente apagado. Acharam um monte de peixes queimados, mas nada de Marcus Beaumont.


Marcus Beaumont foi declarado oficialmente desaparecido.


Mais ou menos do mesmo modo, pensei, como suas vítimas tinham desaparecido. Ele simplesmente sumiu, no ar.


Um monte de pessoas ficou perplexa com o desaparecimento do empresário proeminente. Semanas depois ainda saíam matérias sobre isso nos jornais locais e até uma menção numa rede de notícias a cabo. De modo interessante, a pessoa que mais sabia sobre os últimos momentos de Marcus Beaumont antes de ele desaparecer nunca foi entrevistada – muito menos interrogada – sobre o que poderia ter levado a esse estranho desaparecimento.


O que é provavelmente bom, considerando o fato de que ela tinha coisas mais importantes com que se preocupar. Por exemplo, ficar de castigo.


Isso mesmo. De castigo.


Se você pensar bem, a única coisa que eu fiz de realmente errada no dia em questão foi me vestir de modo um pouco menos conservador do que deveria. Sério.


Se eu fosse de Banana Republic em vez de Betsey Johnson, talvez nada disso tivesse acontecido. Porque aí eu não seria mandada para casa trocar de roupa e Marcus nunca teria posto as garras em mim.


Por outro lado, ele provavelmente ainda estaria por aí, enfiando ambientalistas em botas de cimento e jogando por cima da amurada do iate do irmão... ou sei lá como ele se livrava de todas aquelas pessoas sem ser apanhado. Nunca realmente consegui saber toda a história sobre isso.


De qualquer modo, fiquei de castigo, o que era totalmente injusto, se bem que não estava exatamente em condições de me defender... não sem contar a verdade e claro que não poderia fazer isso.


Acho que você pode imaginar como deve ter sido para minha mãe e meu padrasto quando o carro da polícia parou na frente da nossa casa e o policial Green abriu a porta dos fundos revelando... bem, euzinha.


Eu parecia uma coisa saída de um filme sobre a América pós apocalíptica. Tank Girl, mas sem o corte de cabelo medonho. Irmã Ernestine não teria que se preocupar com a hipótese de eu aparecer de novo na escola vestida com roupas Betsey Johnson. A saia estava completamente arruinada, bem como o conjunto de suéter de caxemira. Minha fabulosa jaqueta de motociclista podia ficar bem, algum dia, se eu descobrisse um modo de tirar o cheiro de peixe dela. Mas as botas eram uma causa perdida.


Vou te contar, mamãe ficou furiosa. E não por causa das minhas roupas. O interessante é que Andy ficou ainda mais furioso. Interessante porque, claro, ele não era meu pai de verdade.


Mas você deveria ter visto o modo como ele partiu para cima de mim ali mesmo na sala de estar. Porque, claro, eu tive de explicar o que estava fazendo na casa dos Beaumont quando o incêndio começou, em vez de estar onde eu deveria: na escola.


E a única mentira em que pude pensar e que parecia um pouquinho acreditável foi a história da minha matéria do jornal.


Então falei que tinha matado aula para levantar mais detalhes da minha entrevista com o Sr. Beaumont.


Eles não acreditaram, claro. Por acaso sabiam que eu tinha sido mandada da escola para casa, para trocar de roupa. O padre Dominic, alarmado quando eu não voltei a tempo, tinha ligado imediatamente para minha mãe e meu padrasto em seus locais de trabalho para alertar sobre o fato de que eu estava desaparecida.


— Bem — expliquei. — Eu vinha para casa trocar de roupa quando o irmão do Sr. Beaumont passou e me ofereceu uma carona, por isso eu aceitei, e quando estava sentada na sala do Sr. Beaumont, comecei a sentir cheiro de fumaça, por isso pulei a janela...


Certo, até eu tenho de admitir que a coisa toda parecia supersuspeita. Mas era melhor do que contar a verdade, certo? Quero dizer, será que eles realmente iriam acreditar que o tio de Tad, Marcus, estava tentando me matar porque eu sabia demais sobre alguns assassinatos que ele havia cometido em nome da expansão urbana?


Não era muito provável. Nem Tad tentou jogar esse papo para os policiais que apareceram junto com os bombeiros, exigindo uma explicação para o motivo de ele estar em casa vestindo calção de banho num dia de aula. Acho que ele não queria encrencar o tio porque isso ficaria mal para o seu pai e coisa e tal. Ele começou a mentir feito um louco dizendo que estava com gripe, e que o médico recomendou que ele tentasse limpar o sínus ficando longo tempo numa banheira quente (essa é boa: eu definitivamente teria de lembrar para referência futura – Andy estava falando em construir uma BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM no deque dos fundos de casa).


O pai de Tad, que Deus o abençoe, absteve-se completamente de nossas duas histórias, insistindo em que estivera na sala de estar esperando que o almoço fosse servido quando um dos empregados informou que seu escritório estava pegando fogo.


Ninguém dissera nada sobre Tad estar em casa com gripe, ou que havia uma garota esperando para ter uma entrevista com ele.


Mas felizmente ele também afirmou que, enquanto esperava o almoço, estava tirando um cochilo em seu caixão.


Isso mesmo: no caixão.


Isso provocou vários olhares desconfiados e por fim foi decidido que o Sr. Beaumont deveria ser admitido na ala psiquiátrica do HOSPITAL    local para ser observado durante alguns dias. Isso, como você pode entender, necessariamente cortou qualquer conversa que Tad e eu pudéssemos ter tido na ocasião e, enquanto ele partia com a ambulância e o pai, eu fui pouco cerimoniosamente posta numa rádio patrulha e, eventualmente, quando os policiais se lembraram de mim, fui levada para casa.


Onde, em vez de ser recebida no seio da família, levei a maior bronca da vida.


Não estou brincando. Andy ficou furioso. Disse que eu deveria ter vindo direto para casa, trocado de roupa e voltado direto para a escola. Eu não tinha nada que aceitar carona de ninguém, particularmente de empresários ricos que eu mal conhecia.


Além disso, eu tinha matado aula e não importando quantas vezes eu observasse que: a) eu tinha sido chutada da escola; e b) estava fazendo um trabalho para a escola (pelo menos segundo a história que contei a ele), eu tinha essencialmente traído a confiança de todo mundo. Fiquei de castigo uma semana.


Vou te contar, isso quase bastou para que eu pensasse em dizer a verdade.


Quase. Mas não o suficiente.


Eu estava me preparando para subir para o quarto – com o objetivo de “pensar no que eu tinha feito” – quando Dunga entrou e anunciou casualmente que, a propósito, além de todos os meus outros pecados, eu também lhe tinha dado um soco violento no estômago naquela manhã, sem motivo aparente.


Isso, claro, era uma mentira descarada, e eu fui rápida em lembrar isso a ele: eu tinha sido provocada, desnecessariamente. Mas Andy, que não admite violência por nenhum motivo, de imediato me pôs de castigo por mais uma semana. Como ele também tinha posto Dunga de castigo pelo que quer que tivesse me levado a lhe dar um soco, não me importei demais. Mas mesmo assim a coisa pareceu meio exagerada.


Tão exagerada que, depois de Andy ter saído da sala, meio tive de me sentar, exausta depois de sua fúria, que eu nunca tinha visto antes – bem, pelo menos lançada na minha direção.


— Você realmente deveria ter avisado onde estava — disse minha mãe, sentando-se à minha frente e olhando meio preocupada para a capa do sofá em que eu estava sentada. — O pobre do padre Dominic ficou morto de medo por você.


— Desculpe — falei tristonha, repuxando os restos da saia. — Vou me lembrar da próxima vez.


— Mesmo assim. O policial Green nos disse que você ajudou muito durante o incêndio. Por isso eu acho...


Olhei-a.


— Acha o quê?


— Bem. Andy não quer que eu lhe diga, mas...


Ela na verdade se levantou – mamãe, que já entrevistou Yasser Arafat – saiu da sala, ostensivamente para verificar se Andy não poderia estar ouvindo.


Revirei os olhos. Amor. É uma coisa que pode transformar a gente numa tremenda otária.


Enquanto revirava os olhos, notei que minha mãe, que sempre fica com muita energia nervosa numa crise, tinha passado o tempo em que eu estivera desaparecida pendurando mais quadros na parede da sala. Havia alguns novos, que eu não tinha visto antes. Levantei-me para inspecioná-los mais de perto.


Havia um retrato dela com meu pai no dia do casamento. Eles estavam descendo a escada do tribunal onde tinham se casado e seus amigos jogavam arroz.


Pareciam impossivelmente jovens e felizes. Fiquei surpresa em ver uma foto de mamãe e papai junto com as de mamãe se casando com Andy. Mas então notei que ao lado da foto de mamãe e papai havia uma foto do que devia ser o casamento de Andy com sua primeira mulher. Era mais um retrato de estúdio do que um instantâneo simples. Andy estava de pé, parecendo rígido e meio embaraçado, perto de uma garota muito magra, meio hippie, de cabelos compridos e retos.


Uma garota hippie que parecia meio familiar.


— Claro que parece — disse uma voz junto ao meu ombro.


— Minha nossa, papai — sibilei, girando. — Quando vai parar com isso?


— Você está numa tremenda encrenca, mocinha — disse meu pai. Ele parecia sério. Bem, tão sério quanto um cara com calças de moletom pode parecer. — O que você estava pensando?


Sussurrei:


— Estava pensando em tornar SEGURO    para as pessoas protestar contra a destruição dos recursos naturais da Califórnia sem ter de se preocuparem em serem lacradas num tambor de óleo e enterradas a sete palmos do chão.


— Não banque a espertinha comigo, Anahi. Você sabe do que eu estou falando. Você poderia ter sido morta.


— Você está parecendo ele — revirei os olhos para a foto de Andy.


— Ele fez a coisa certa, colocando você de castigo — meu pai disse severamente. — Ele está tentando lhe dar uma lição. Você se comportou de modo impensado e insensato. E não devia ter batido no filho dele.


— No Dunga? Você está brincando?


Mas dava para ver que ele estava falando sério. Também dava para ver que esta era uma discussão que eu não iria ganhar.


Então em vez disso olhei a foto de Andy e sua primeira mulher e falei, carrancuda:


— Você podia ter me falado sobre ela. Isso teria tornado minha vida muito mais simples.


— Eu também não sabia — disse meu pai, dando de ombros. — Não até que vi sua mãe pendurar a foto esta tarde.


— O que quer dizer, não sabia? — Olhei-o furiosa. — Então por que todos aqueles avisos cifrados?


— Bem, eu sabia que Beaumont não era o Red que você estava procurando. Eu lhe disse isso.


— Ah, grande ajuda.


— Olha — meu pai pareceu chateado. — Eu não sei tudo. Só estou morto.


Ouvi os passos de mamãe no PISO DE MADEIRA.


— Mamãe está vindo. Dá o fora.


E papai, pela primeira vez, fez o que eu pedi, de modo que quando mamãe voltou à sala eu estava parada diante das fotos na parede, parecendo muito recatada – bem, pelo menos para uma garota que praticamente fora queimada viva.


— Escute — sussurrou minha mãe.


Virei de costas para a foto. Mamãe estava segurando um envelope. Era um envelope cor-de-rosa, coberto com pequenos corações e arco-íris desenhados à mão.


O tipo de corações e arco-íris que Gina sempre põe nas cartas que manda de Nova York.


— Andy queria que eu esperasse para lhe contar isso — mamãe falou em voz baixa — até depois de terminar o castigo. Mas não posso. Quero que você saiba que falei com a mãe de Dulce, e ela concordou em deixar Dulce vir para cá fazer uma visita na primeira semana de férias de primavera, no mês que vem.


Minha mãe desmoronou quando envolvi seu pescoço com os dois braços.


— Obrigada! — gritei.


— Ah, querida — disse mamãe me abraçando. Se bem que meio hesitante, notei, já que eu ainda fedia a peixe. — De nada. Eu sei como você sente falta dela. E sei como tem sido difícil se ajustar a uma escola nova e a amigos novos. E a ter irmãos adotivos. Nós temos muito orgulho de como você está se saindo — ela se afastou de mim. Dava para ver que continuava querendo me abraçar, mas eu estava nojenta demais, até mesmo para minha mãe. — Bem, pelo menos até agora.


Olhei a carta de Dulce, que mamãe tinha me entregue. Dulce era uma missivista fantástica. Eu mal podia esperar para subir e ler. Só que... só que ainda havia uma coisa me incomodando.


Olhei para trás, por cima do ombro, para a foto de Andy com a primeira esposa. Mamãe acompanhou meu olhar.


— Ah, sim. Bem, isso manteve minha cabeça ocupada enquanto nós esperávamos notícias suas. Porque não sobe e toma um banho? Andy está fazendo PIZZA    para o jantar.


— A primeira mulher dele — falei, com os olhos ainda grudados na foto. — A mãe de Dunga... quero dizer, a mãe de Brad. Ela morreu, certo?


— Ahã. Há vários anos.


— De quê?


— Câncer no ovário. Querida, tenha cuidado com onde vai pôr essas roupas quando tirar. Elas estão cobertas de fuligem. Olha, tem uma gosma preta em cima da minha capa de sofá nova da Pottery Barn.


Olhei a foto.


— Ela... — Lutei para formular a pergunta correta. — Ela entrou em coma, ou alguma coisa do tipo?


— Acho que sim. É, perto do final.


— Andy TEVE    de... — Fiquei revirando a carta de Dulce. — Eles tiveram de desligar os aparelhos?


— Sim. — Mamãe tinha esquecido a capa de sofá. Agora estava me encarando, obviamente preocupada. — Sim, de fato eles tiveram de pedir que ela fosse retirada do suporte de vida num certo ponto, já que Andy acreditava que ela não gostaria de viver assim. Por quê?


— Não sei — olhei os corações e arco-íris no envelope de Dulce.


Red. Tinha sido tão idiota. Você me conhece, insistira a mãe de Mestre. Meu Deus, minha licença de mediadora deveria ser revogada. Se houvesse uma licença, coisa que obviamente não há.


— Qual era o nome dela? — perguntei, balançando a cabeça para a foto. — Da mãe de Brad.


— Cynthia.


Cynthia. Meu Deus, que idiota eu sou.


— Querida, venha me ajudar, está bem? — Mamãe ainda estava mexendo na poltrona em que eu tinha me sentado. — Não consigo soltar esta almofada...


Enfiei o envelope de Dulce no bolso e fui ajudar mamãe.


— Onde está Mestre? Quero dizer, David?


Mamãe me olhou curiosamente.


— Lá em cima no quarto dele, acho, fazendo o dever de casa. Por quê?


— Ah, eu só tenho de contar uma coisa a ele. Uma coisa que deveria ter contado há muito tempo.



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Autor(a): ponnymym

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Capítulo 23 — E então? — perguntou Poncho. — Como ele recebeu a coisa? — Não quero falar nisso. Eu estava esticada na cama, totalmente sem maquiagem, vestida com meu agasalho de corrida mais antigo. Tinha um novo plano: decidi que iria tratar Poncho exatamente como tratava meus irmãos adotivos. Desse modo teria a garanti ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12

    Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.

  • colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29

    Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)

  • colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49

    ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf

  • bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56

    NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3

  • bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01

    Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS

  • bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04

    Por favor, poste maaaaais

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20

    AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia

  • colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38

    eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00

    Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?

  • bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46

    E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais


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