Fanfics Brasil - 46 A Madiadora aya adaptada

Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA


Capítulo: 46

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Capítulo 2


Então, é isso mesmo. Eu consigo ver os mortos e falar com eles. É meu talento “especial”. Você sabe, aquele “dom” com que todos nós supostamente nascemos, que nos torna diferentes de todo mundo no planeta, mas que tão poucos de nós acabam descobrindo.


Descobri o meu por volta dos dois anos, mais ou menos na época em que conheci meu primeiro fantasma.


Veja bem, meu dom especial é ser uma mediadora. Eu ajudo a guiar as almas torturadas dos recém-falecidos até seus destinos pós-vida – quaisquer que sejam eles – em geral limpando a bagunça que deixaram para trás quando bateram as botas.


Algumas pessoas podem achar isso muito legal – você sabe, poder falar com os mortos. Deixe-me garantir que não é bem assim. Em primeiro lugar, com algumas poucas exceções, normalmente os mortos não têm nada muito interessante a dizer. E em segundo, eu não posso andar por aí contando vantagem aos meus amigos sobre esse talento incomum. Quem iria acreditar?


Bom, de qualquer modo lá estávamos nós, no mercadinho Jimmy`s: eu, Kurt, Dulce, Kelly, Debbie e os fantasmas.


Uau!


Você pode estar se perguntando por que nesse ponto Kurt, Dulce, Debbie e Kelly não saíram correndo gritando da loja. Até porque, olhando novamente, aqueles garotos eram obviamente espíritos do mal. Estavam com aquela postura especial tipo Olhem para mim! Eu estou morto!, que só as assombrações têm. Mas é claro que Kurt, Dulce, Debbie e Kelly não podiam ver esses fantasmas.


Só eu.


Porque eu sou a mediadora.


É um trabalho nojento, mas alguém tem de fazer.


Cá entre nós: naquele momento específico eu não estava muito a fim. Isso porque os fantasmas se comportavam de um modo particularmente repreensível. Pelo que eu via, eles estavam tentando roubar cerveja. Não é uma coisa nobre em qualquer momento e, pensando bem, é ainda mais estúpida se por acaso você estiver morto. Não me entenda mal, os fantasmas bebem, sim.


Na Jamaica, as pessoas tradicionalmente deixam copos de aguardente de coco para Chango Macho, o espiritu de la buena suerte. E, no Japão, os pescadores deixam saquê para os fantasmas de seus irmãos afogados. E dou-lhe minha palavra: não é só a evaporação que faz o nível do líquido naqueles copos baixar. A maioria dos fantasmas gosta de uma boa bebida, quando conseguem uma.


Não, o que era estúpido no que aqueles fantasmas estavam fazendo era o fato de serem obviamente bastante novos nessa coisa de estar mortos, por isso ainda não se coordenavam muito bem. Não é fácil para os fantasmas levantar coisas, mesmo coisas relativamente leves. É preciso um bocado de treino. Conheço fantasmas que são muito bons em chacoalhar correntes, jogar livros e até coisas mais pesadas – em geral contra a minha cabeça, mas isso é outra história.


Mas na maioria das vezes uma embalagem de doze cervejas está muito além das novas habilidades de um fantasma mediano, e aqueles panacas não iam conseguir. Eu teria dito isso a eles. Mas como era a única que podia vê-los – e que podia ver a embalagem de doze cervejas pairando atrás da gôndola de bronzeadores, fora do alcance da visão de todos, menos da minha –, isso teria parecido meio estranho.


Contudo eles captaram a mensagem mesmo sem eu falar nada. Uma das garotas – uma loura com um vestido de festa azul-gelo – sibilou:


— Aquela de preto está olhando para a gente!


Um dos garotos – os dois estavam de smoking, ambos eram louros, ambos eram musculosos; o tipo básico de atleta – disse:


— Não. Ela está olhando para o Bain de Soleil.


Empurrei os óculos para o topo da cabeça, para eles verem que eu estava realmente encarando-os.


— Merda — disseram os garotos ao mesmo tempo. Largaram a embalagem de cerveja como se ela subitamente tivesse pegado fogo. A súbita explosão de vidro e cerveja fez com que todo mundo na loja –, menos eu, claro – pulasse de susto.


Kurt, atrás do balcão, ergueu os olhos do seu exemplar de Surf Digest e perguntou:


— Que diabos...?


Em seguida fez uma coisa muito surpreendente. Enfiou a mão sob o balcão e pegou um taco de beisebol. Dulce observou isso com grande interesse.


— Vai fundo, meu querido — disse ela a Kurt.


Kurt pareceu não ouvir essas palavras de encorajamento. Ignorou a todos nós e deu um pulo até onde a embalagem de cervejas estava, atrás da gôndola de bronzeadores. Olhou para a sujeira espumante com vidro quebrado e papelão e perguntou de novo, em tom de lamento:


— Que diabos...?


Só que dessa vez não disse diabos, se é que você me entende.


Dulce foi olhar a bagunça.


— Ah, que pena — disse ela cutucando um dos cacos maiores com sua sandália plataforma. — O que você acha que provocou isso, um terremoto?


Quando meu padrasto, levando-a do aeroporto para nossa casa, perguntou o que ela mais queria experimentar na Califórnia, Dulce respondeu sem hesitação:


“Um grande terremoto.” Terremoto era a única coisa que a gente não tinha muito em Nova York.


— Não houve terremoto — disse Kurt. — E essas cervejas são da geladeira que fica naquela parede lá atrás. Como vieram parar aqui?


Kelly e Debbie se juntaram a Dulce e Kurt examinando os danos e imaginando a causa. Só eu fiquei para trás. Acho que poderia ter dado uma explicação, mas não creio que alguém fosse acreditar – pelo menos se eu dissesse a verdade.


Bem, Dulce provavelmente acreditaria. Ela sabia um pouquinho sobre o negócio de ser mediadora – mais do que todo mundo que eu conhecia, com a exceção, talvez, do meu meio-irmão mais novo, Mestre, e do padre Dom.


Mesmo assim o que ela sabia não era muito. Eu sempre meio que guardei meus negócios em segredo. Facilita as coisas, sabe.


Achei que seria mais sensato simplesmente ficar de fora. Abri meu refrigerante e tomei um baita gole. Ah. Benzoato de potássio! Sempre bate fundo.


Só então, com os pensamentos em devaneio, notei a manchete na primeira página do jornal local. Anunciava: Quatro mortos em acidente noturno.


— Talvez alguém tenha apanhado e fosse comprar — dizia Kelly — e no último minuto mudou de ideia e deixou ali na prateleira...


— É — interrompeu Dulce entusiasmada. — E então um terremoto derrubou!


— Não houve terremoto — disse Kurt. Só que não parecia tão SEGURO quanto antes. — Houve?


— Eu meio que senti alguma coisa — murmurou Debbie.


Kelly concordou:


— É, acho que eu senti também.


— Só por um minutinho — explicou Debbie.


— É — disse Kelly.


— Droga! — Dulce  pôs as mãos nos quadris. — Vocês estão dizendo que houve um terremoto de verdade agora mesmo, e eu perdi?


Peguei um exemplar do jornal na pilha e desdobrei.


 


Quatro formandos da Escola Robert Louis Stevenson morreram tragicamente num acidente de carro ontem à noite enquanto voltavam de um baile. Felicia Bruce, 17 anos; Mark Pulsford, 18; Josh Saunders, 18; e Carrie Whitman, 18, foram declarados mortos no local depois de uma colisão de frente num trecho perigoso da autoestrada Califórnia 1 que fez o carro atravessar uma barreira de segurança e cair no mar.


— Como é a sensação? — perguntou Dulce. — Para eu saber, se houver outro.


— Bem — disse Kelly. — Esse não foi muito grande. Só foi... bem, se você passou por um bocado deles, meio que sabe, certo? É como uma sensação que a gente tem; na nuca. Os pelos ficam arrepiados.


— É — concordou Debbie. — Foi isso que eu senti. Não tanto como se o chão se mexesse embaixo de mim, mas como se uma brisa fria passasse através de mim bem depressa.


— Exatamente — disse Kelly.


Uma névoa densa que veio do mar depois da meia-noite de ontem, provocando baixa visibilidade e condições perigosas para dirigir ao longo do litoral conhecido como Big Sur, teria colaborado para o acidente.


— Isso não se parece com nenhum terremoto do qual eu já ouvi falar — declarou Dulce, com o ceticismo nítido na voz. — Parece mais história de fantasma.


— Mas é verdade — insistiu Kelly. — Algumas vezes existem tremores que são tão pequenos que não dá para sentir realmente. São muito localizados. Por exemplo, há dois meses houve um terremoto que derrubou um pedaço considerável de uma cobertura no pátio da nossa escola. E foi só isso. Nenhum outro dano aconteceu em outros lugares.


Dulce não pareceu impressionada. Não sabia o que eu sabia, que aquele pedaço do TELHADO da escola caiu não por causa de um terremoto, e sim por uma ocorrência sobrenatural provocada por uma discussão entre mim e um fantasma inconformado.


— Minha cadela sempre sabe quando vai haver um terremoto — disse Debbie. — Ela não sai de baixo da mesa da piscina.


— Ela estava embaixo da mesa da piscina hoje de manhã? — quis saber Dulce.


— Bem. Não...


O motorista do outro veículo, um menor cujo nome não foi revelado pela polícia, feriu-se no acidente, mas foi tratado e liberado do HOSPITAL  Carmel. Ainda não se sabe se o álcool TEVE    alguma participação no acidente, mas a polícia diz que estará investigando a questão.


— Olhem — disse Dulce. Em seguida se abaixou e pegou alguma coisa no meio dos cacos. — Uma sobrevivente.


Ela ergueu uma garrafa de Budweiser.


— Bem — disse Kurt pegando a garrafa. — Já é alguma coisa, eu acho.


O sino na porta do Jimmy`s tocou, e de repente entraram meus dois meios-irmãos seguidos por dois de seus colegas surfistas. Tinham tirado as roupas de neoprene e abandonado as pranchas em algum lugar. Aparentemente estavam numa pausa para comer carne-seca, porque foi na direção dela, sobre o balcão, que se dirigiram.


— Oi, Brad — Debbie cumprimentou em tom de FLERTE.


Dunga se separou da carne-seca por tempo suficiente para dizer oi de volta, de um modo extremamente desajeitado – desajeitado porque, mesmo que fosse com Debbie que Dunga estava ficando, era de Kelly que ele realmente gostava.


Mas o pior era que, desde a chegada de Dulce, ele também a vinha paquerando de modo escandaloso.


— Oi, Brad — disse Dulce. Seu tom não era de FLERTE. Dulce jamais flertava. Era muito direta com os garotos. Por esse motivo, desde a sétima série não ficava sem alguém para sair nas noites de sábado. — Oi, Christopher.


Com a boca cheia de carne, Soneca se virou para ela e piscou. Eu achava que Soneca tinha algum problema com drogas, mas depois descobri que ele está sempre desse jeito.


— Oi — Soneca respondeu. Em seguida engoliu e fez uma coisa extraordinária.


Bem, pelo menos para Soneca.


Sorriu.


Foi realmente demais. Eu morava com esses caras há quase dois meses, desde que mamãe tinha se casado com o pai deles e me feito mudar do outro lado do país para vivermos todos juntos e sermos Uma Grande Família Feliz, e durante esse tempo talvez eu tenha visto Soneca sorrir umas duas vezes. E agora ali estava ele, babando pela minha melhor amiga.


Fiquei enjoada, juro. Enjoada!


— E aí — disse Soneca. — Vocês vão voltar lá para baixo? Quero dizer, para a água?


— Bom — respondeu Kelly devagar. — Acho que depende...


Dulce foi direto ao ponto:


— O que vocês vão fazer? — perguntou aos garotos.


— Vamos voltar e ficar mais uma hora, mais ou menos — respondeu Soneca. — Depois vamos parar para comer uma PIZZA. Está a fim?


— Pode ser — Dulce respondeu. E me olhou interrogativamente. — Portilla?


Segui a direção de seu olhar, e vi que ela havia notado o jornal na minha mão. Coloquei-o de volta rapidamente.


— Claro — falei. — Tanto faz.


Achei que era melhor comer enquanto ainda podia. Estava com a sensação de que em breve ficaria bem ocupada.



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Autor(a): ponnymym

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12

    Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.

  • colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29

    Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)

  • colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49

    ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf

  • bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56

    NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3

  • bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01

    Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS

  • bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04

    Por favor, poste maaaaais

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20

    AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia

  • colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38

    eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00

    Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?

  • bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46

    E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais


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