Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA
Capítulo 6
— Bem — disse Poncho quando contei tudo naquela noite — você sabe o que tem de fazer, não sabe?
— É — falei mal-humorada, com o queixo nos joelhos. — Tenho de contar sobre a vez em que achei aquela revista de mulher pelada embaixo do banco da frente do Rambler. Isso deve fazer com que ela mude de ideia rapidinho.
A sobrancelha com cicatriz se ergueu.
— Anahi. De quê você está falando?
— De Dulce — respondi, surpresa por ele não saber. — E Soneca.
— Não. Eu estou falando do garoto, Anahi.
— Que garoto? — Então me lembrei. — Ah, do Michael?
— É. Se o que você contou é verdade, ele está correndo muito perigo, Anahi.
— Eu sei — apoiei-me nos cotovelos.
Nós dois estávamos sentados no telhado da varanda da frente, que por acaso se projetava abaixo da janela do meu quarto. Era bem legal ali fora, sob as estrelas. Nós estávamos suficientemente alto para ninguém ver – não que alguém além de mim e do padre Dom pudesse ver Poncho– e o cheiro era bom por causa do pinheiro gigante ao lado da varanda. Nesses dias era o único lugar em que podíamos ficar conversando sem medo de sermos interrompidos por pessoas. Bem, só por uma pessoa: minha hóspede Dulce.
— Então, o que você vai fazer?
Ao luar, a camisa branca de Poncho parecia azul. Bem como os reflexos em seu cabelo preto.
— Não tenho ideia.
— Não?
Poncho me olhou. Odeio quando ele faz isso. Eu me sinto... sei lá. Como se ele estivesse me comparando mentalmente com alguém. E a única pessoa em quem conseguia pensar era Maria da Silva, a garota com quem Jesse ia se casar quando morreu. Já vi um retrato dela. Era uma gata, para a década de 1850.
Vou te contar, não é divertido ser comparada com uma garota que morreu antes mesmo de a gente ter nascido. E que sempre tinha uma saia-balão para esconder o tamanho da bunda.
— Você vai ter de encontrá-los — continuou Poncho. — Os Anjos. Porque, se eu estiver certo, aquele garoto não estará em segurança enquanto eles não forem convencidos a ir em frente.
Suspirei. Poncho estava certo. Poncho estava sempre certo. Só que rastrear um bando de fantasmas festeiros não era nem um pouco o que eu queria fazer enquanto Dulce estivesse na cidade.
Por outro lado, ficar comigo não era exatamente o que Dulce parecia a fim de fazer.
Levantei-me e andei com cuidado pelas telhas da varanda, depois me inclinei para olhar pela janela do meu quarto. O sofá-cama estava vazio. Desci até onde Poncho estava e me sentei ao lado dele outra vez.
— Minha nossa — falei. — Ela ainda está lá.
Poncho me olhou enquanto o luar brincava no pequeno sorriso em seu rosto.
— Você não pode culpá-la por estar interessada no seu irmão.
— Meio-irmão. E, sim, posso. Ele é um rato. E está com ela na toca.
O sorriso de Poncho ficou mais largo. Até seus dentes pareciam azuis ao luar.
— Eles só estão jogando no computador, Anahi.
— Como é que você sabe? — Então me lembrei. Ele era um fantasma. Podia ir a qualquer lugar. — Bem, claro. Talvez na última vez em que você olhou. Quem sabe o que estão fazendo agora?
Poncho suspirou.
— Quer que eu olhe de novo?
— Não — eu estava horrorizada. — Não me importa o que ela faz. Se Dulce quiser ficar com um tremendo fracassado como o Soneca, não posso impedir.
— Brad também estava lá — observou Poncho. — Na última vez em que olhei.
— Ah, fantástico. Então ela está com dois fracassados.
— Não entendo por que você fica tão infeliz com isso — Poncho havia se deitado nas telhas, contente como eu nunca tinha visto. — Eu gosto muito mais assim.
— Assim como? — reclamei.
Não conseguia me sentir tão confortável quanto ele. As agulhas de pinheiro ficavam espetando minha bunda.
— Só nós dois — disse ele dando de ombros. — Como sempre foi.
Antes que eu tivesse chance de responder ao que – pelo menos para mim – parecia uma confirmação extraordinariamente sincera e talvez até romântica, faróis surgiram na entrada de veículos e Poncho olhou para além de mim.
— Quem é?
Não olhei. Não me importava. Disse:
— Um dos amigos de Soneca, tenho certeza. O que você estava dizendo mesmo? Sobre como gosta de sermos só nos dois?
Mas Poncho estava forçando a vista na escuridão.
— Não é um amigo de Christopher — disse ele. — Está trazendo muito... medo. Será que poderia ser o garoto, Michael?
— O quê?
Girei e, agarrando a beira do telhado, vi uma perua vindo pela entrada de veículos e parando atrás do carro da minha mãe.
Um segundo depois Michael Meducci saiu de trás do volante e, com um olhar nervoso para a porta da frente de casa, começou a andar em sua direção, com a expressão decidida.
— Ah, meu Deus — exclamei, recuando da beira do telhado. — Você está certo! É ele! O que eu faço?
Poncho apenas balançou a cabeça.
— O que quer dizer com “o que eu faço”? Você sabe o que fazer. Já fez isso centenas de vezes.
Quando continuei a encará-lo ele se inclinou para a frente, até estar com o rosto a centímetros do meu. Mas em vez de me beijar como esperei por um louco momento com o coração martelando, ele falou, enunciando claramente:
— Você é uma mediadora, Anahi. Vá mediar.
Abri a boca para informar que duvidava tremendamente de que Michael estivesse em minha casa porque queria ajuda com seu problema de poltergeists, considerando que ele não podia saber que eu atuava no ramo de fantasmas.
Era muito mais provável que tivesse vindo me convidar para sair. Um encontro. Algo que eu tinha certeza de que jamais ocorreu a Jesse, já que os jovens não costumavam ter encontros quando ele estava vivo, mas que acontecia com alarmante regularidade com as garotas do século XXI. Bem, não comigo, necessariamente, mas com a maioria das garotas.
Eu estava para dizer que isso ia arruinar nossa maravilhosa oportunidade de ficar juntos quando a campainha tocou, e no fundo da casa ouvi Mestre gritar:
— Eu atendo!
— Ah, meu Deus — falei, e pousei a cabeça nas mãos.
— Anahi — disse Poncho. Havia preocupação em sua voz. — Você está bem?
Eu me sacudi. Em que estava pensando? Michael Meducci não estava na minha casa para me convidar para sair. Se quisesse isso teria ligado, como uma pessoa normal. Não, ele estava aqui por algum outro motivo. Eu não tinha com o que me preocupar. De jeito nenhum.
— Estou bem — falei e me levantei lentamente.
— Você não parece bem.
— Estou.
Comecei a engatinhar de volta para o quarto, me esgueirando pela janela que Spike usava.
Tinha passado a maior parte do corpo quando houve a batida inevitável na minha porta.
— Entre — falei de onde estava, desmoronada contra o banco da janela, e Mestre abriu a porta e enfiou a cabeça no quarto.
— Ei, Any — sussurrou ele. — Tem um cara aqui querendo ver você. Acho que é o cara de quem vocês estavam falando no jantar. Você sabe, o cara do shopping.
— Sei — falei para o teto.
— Bem — Mestre ficou meio sem jeito. — O que eu devo fazer? Quero dizer, sua mãe me mandou aqui para avisar. Devo dizer que você está no banho ou alguma coisa assim? — A voz de Mestre ficou meio seca. — É o que as garotas sempre mandam os irmãos dizerem quando meus amigos e eu tentamos ligar para elas.
Virei a cabeça e olhei para Mestre. Se eu tivesse de escolher um dos irmãos Ackerman para ficar comigo numa ilha deserta, a escolha seria definitivamente Mestre. Ruivo e sardento, ainda não tinha crescido para se ajustar às orelhas enormes, mas com apenas doze anos era de longe o mais inteligente dos meus meios-irmãos.
A ideia de alguma garota inventando desculpa para não falar com ele fez meu sangue ferver.
Sua declaração cutucou minha consciência. Claro que eu não ia inventar uma desculpa. Michael Meducci pode ser um nerd. E pode não ter agido com classe no shopping. Mas ainda era um ser humano.
Eu acho.
— Diga a ele que já vou descer — falei.
Mestre ficou visivelmente aliviado. Riu, revelando na boca o aparelho brilhante.
— Certo — disse ele. E desapareceu.
Levantei-me devagar e fui até o espelho acima da penteadeira. A Califórnia tinha melhorado muito minha pele e meu cabelo. A pele – apenas levemente bronzeada graças ao filtro solar fator 15 – era bonita sem maquiagem, e eu tinha desistido de tentar alisar meu longo cabelo castanho e simplesmente o deixava ficar encaracolado. Um pouquinho de brilho labial e eu estava a caminho.
Não me incomodei em trocar a calça cargo e a camiseta. Afinal de contas, não queria sobressair tanto.
Michael estava me esperando a sala de estar, as mãos enfiadas nos bolsos da calça, olhando os muitos retratos escolares de mim e meus meios-irmãos, pendurados na parede. Meu padrasto estava sentado na poltrona onde nunca se senta, falando com Michael. Quando entrei ele se calou e ficou de pé.
— Bem — disse Andy, depois de alguns segundos de silêncio. — Vou deixar vocês dois a sós, então.
Depois saiu da sala, mesmo dando para ver que não queria fazer isso. O que era meio estranho, já que em geral Andy só demonstra um interesse superficial nos meus casos, a não ser quando eles envolvem a polícia.
— Any — disse Michael quando Andy havia saído.
Sorri para ele encorajando-o, já que o sujeito parecia a ponto de morrer de nervosismo.
— Oi, Mike. Você está bem? Não houve danos permanentes?
Ele falou com um sorriso que imaginei ser destinado a se igualar ao meu, mas que na verdade era muito débil:
— Não houve danos permanentes. A não ser ao meu orgulho.
Num esforço para reduzir a energia nervosa na sala, deixei-me cair numa das poltronas de mamãe – a que tem a capa do Pottery Barn, por causa da qual ela vive gritando com o cachorro para não subir em cima – e falei:
— Ei, não foi sua culpa o pessoal do shopping fazer um serviço vagabundo na hora de pendurar os enfeites de carnaval.
Observei-o atentamente para ver como ia responder. Será que ele sabia?
Michael se deixou afundar na poltrona diante da minha.
— Não é isso que eu quis dizer. Quis dizer que estou com vergonha do modo como agi hoje. Em vez de agradecer, eu... bem, me comportei de modo ingrato, e vim aqui pedir desculpa. Espero que você me perdoe.
O cara não sabia. Não sabia por que o boneco tinha caído em cima dele, ou então era o melhor ator que eu já vira.
— Hã... Claro. Perdoo. Sem problema.
Ah, mas isso era um problema. Para Michael aparentemente era um grande problema.
— É que...
Ele se levantou da poltrona e começou a andar pela sala. Nossa casa é a mais antiga do bairro, há até um buraco de bala numa das paredes, da época em que Jesse era vivo, quando nossa casa era abrigo de jogadores, garimpeiros e noivos a caminho de encontrar as noivas. Andy a havia reconstruído praticamente do zero (a não ser pelo buraco de bala, que ele emoldurou), mas as tábuas do piso ainda estalavam um bocado sob os pés de Michael enquanto ele andava.
— É que me aconteceu uma coisa este fim de semana — disse Michael à lareira — e desde então... bem, situações estranhas vêm acontecendo.
Então ele sabia. Sabia pelo menos de alguma coisa. Era um alívio. Significava que eu não teria de dizer a ele.
— Coisas como o boneco cair em cima de você? — perguntei, mesmo já sabendo a resposta.
— É. E outras coisas também. — Ele balançou a cabeça. — Mas não quero te incomodar com os meus problemas. Já me sinto suficientemente mal com o que aconteceu.
— Ora — falei dando de ombros. — Você ficou abalado. É compreensível. Sem ressentimentos. Olhe, sobre o que aconteceu com você neste fim de semana, você quer...
— Não — Michael, em geral a pessoa mais quieta do mundo, falou com uma ênfase que eu nunca o vira usar. — Não é compreensível — disse com veemência. — Não é compreensível e não é desculpável. Any, você já... quero dizer, aquele negócio com o Brad hoje...
Encarei-o com expressão vazia. Não fazia ideia de onde o cara queria chegar. Se bem que, pensando direito, deveria fazer. Deveria mesmo.
— E depois, quando você salvou minha vida no shopping... É que eu estava me esforçando tanto, você sabe, para mostrar que não sou assim... o tipo de cara que precisa de uma garota para travar as batalhas por ele. E então você fez de novo...
Meu queixo caiu. Isso não estava acontecendo nem um pouco como eu supunha.
— Michael... — comecei, mas ele levantou a mão.
— Não. Deixe eu terminar. Não é que eu seja ingrato, Suze. Não é que eu não aprecie o que você está tentando fazer por mim. Só que... eu realmente gosto de você, e se você concordar em sair comigo nesta sexta à noite, eu mostro que não sou o covarde manhoso que fiquei parecendo ser até agora no nosso relacionamento.
Encarei-o. Era como se as engrenagens do meu cérebro tivessem parado subitamente. Não conseguia pensar. Não conseguia pensar no que fazer. Tudo em que conseguia pensar era: relacionamento? Que relacionamento?
— Eu já pedi ao seu pai — disse Michael parado no centro da sala. — E ele disse que tudo bem, desde que você estivesse de volta antes das onze.
Meu pai? Ele tinha pedido ao meu pai? Tive uma visão súbita de Michael falando com meu pai, que havia morrido há mais de uma década, mas que frequentemente aparece como fantasma para me torturar sobre como dirijo mal e coisas do tipo. Ele iria curtir de montão com a cara de Michael, e eu ficaria ouvindo isso até o fim da vida.
— Quero dizer, seu padrasto — corrigiu Michael, como se tivesse lido meus pensamentos.
Mas como poderia ter lido meus pensamentos se eles estavam numa confusão tão grande? Porque isso estava errado. Estava tudo errado. Não deveria ser assim. Michael deveria me contar sobre o acidente de carro, e então eu diria, de um modo gentil, que já sabia. Então avisaria sobre os fantasmas, e ele ou não acreditaria em mim ou ficaria eternamente grato. E isso seria o fim – só que, claro, eu ainda teria de achar os Anjos da RLS e aplacar sua ira assassina antes que eles conseguissem pôr as mãos em Michael de novo.
Era como deveria ser. Ele não deveria me convidar para sair. Convidar para sair não fazia parte do programa. Pelo menos nunca tinha sido assim antes.
Abri a boca – dessa vez não por perplexidade, mas para dizer: Ah, não, Michael, desculpe, mas nesta sexta vou estar ocupada... e em todas as sextas pelo resto da vida, por sinal – quando uma voz familiar ao meu lado falou rapidamente:
— Pense antes de dizer não, Anahi.
Virei a cabeça e vi Poncho sentado na cadeira de onde Michael havia se levantado.
— Ele precisa da sua ajuda, Anahi — prosseguiu Poncho rapidamente, em sua voz profunda e grave. — Michael corre sério perigo por parte dos espíritos dos jovens mortos por ele, ainda que acidentalmente. E você não vai poder protegê-lo à distância. Se o afastar agora, ele nunca irá deixá-la chegar suficientemente perto para ajudá-lo depois, quando realmente precisar.
Estreitei os olhos para Poncho. Não podia lhe dizer nada, claro, porque Michael ouviria e pensaria que eu estava falando comigo mesma, ou coisa pior. Mas o que eu queria de fato dizer era: olha, isso está indo um pouquinho longe demais, não acha?
Mas não podia. Porque percebi que Poncho estava certo. O único modo de eu ficar de olho nos Anjos era ficando de olho em Michael.
Contive um suspiro e disse:
— É, certo. Na sexta está bem.
Não vou descrever o que Michael disse depois disso. O negócio foi embaraçoso demais para ser posto em palavras. Tentei me lembrar de que Bill Gates provavelmente era assim na escola, e olha só agora. Aposto que todas as garotas que o conheciam na época estão se chutando por ter recusado os convites dele para os bailes, ou sei lá o quê.
Mas, para dizer a verdade, não adiantou muito. Mesmo que ele tivesse um trilhão de dólares como Bill Gates, eu ainda não deixaria Michael Meducci pôr a língua na minha boca. Michael acabou saindo e eu subi a escada de novo, carrancuda – bem, depois de suportar um interrogatório de minha mãe, que saiu assim que ouviu a porta ser fechada e exigiu saber quem eram os pais de Michael, onde ele morava, aonde nós iríamos e por que eu não estava mais empolgada. Afinal, um garoto tinha me convidado para sair!
Voltando finalmente ao quarto, notei que Dulce estava lá. Deitada no sofá-cama, fingindo ler uma revista e agindo como se não fizesse ideia de onde eu tinha ido. Fui até lá, arranquei a revista da sua mão e bati em sua cabeça com ela algumas vezes.
— Certo, certo — disse Gina levantando os braços acima da cabeça e rindo. — É, eu já sei. Você disse sim?
— O que eu deveria dizer? — perguntei, deixando-me cair na cama. — Ele estava praticamente chorando.
No instante em que falei isso me senti desleal. Os olhos de Michael, por trás dos óculos, tinham ficado muito brilhantes, verdade. Mas ele não estava chorando. Disso eu tinha certeza.
— Ah, meu Deus — disse Dulce ao teto. — Não acredito que você vai sair com um nerd.
— É. Bem, você também não andou exercendo muita discriminação ultimamente, Dul.
Dulce virou de barriga para baixo e me olhou séria.
— Ucker não é tão mau quanto você acha, Any. Na verdade ele é muito doce.
Resumi a situação numa palavra:
— Eca.
Rindo, Dulce se deitou de costas outra vez.
— Bem, e daí? Eu estou de férias. Não posso ir a lugar nenhum, mesmo.
— Só me prometa que não vai... não sei. Ir longe demais com algum deles, ou sei lá o quê.
Dulce apenas riu mais um pouco.
— E você e o nerd? Vão se beijar tipo desentupidor de pia?
Peguei um dos travesseiros da minha cama e joguei nela. Dulce se sentou e o pegou, rindo.
— Qual é o problema? Ele não é o Dito Cujo?
Recostei-me no resto dos travesseiros. Lá fora ouvi o som familiar das quatro patas de Spike batendo no telhado da varanda.
— Quem?
— Você sabe. O Dito Cujo. O tal de quem a vidente falou.
Pisquei para ela.
— Que vidente? Do que você está falando?
— Ah, qual é! Madame Zara. Lembra? Nós nos consultamos com ela naquela feira escolar, tipo na sexta série. E ela disse que você era uma mediadora.
— Ah.
Fiquei perfeitamente imóvel. Estava preocupada pensando que, se me mexesse ou falasse qualquer coisa, revelaria mais do que desejava. Dulce sabia... mas só um pouco. Não o bastante para entender de verdade.
Pelo menos foi o que pensei na hora.
— Não se lembra do que mais ela disse? Sobre você? Que você só teria um amor na vida, mas que ia durar até o fim dos tempos?
Olhei o acabamento de renda do dossel sobre a minha cama. Falei com a garganta misteriosamente seca.
— Não lembro.
— Bem, não acho que você tenha ouvido grande coisa do que ela falou, depois daquela parte sobre ser mediadora. Você ficou em estado de choque. Ah, olha. Aí vem aquele... gato.
Notei que Dulce evitou fazer qualquer descrição de Spike, que passou pela janela aberta, foi até sua tigela de comida e chorou para ser alimentado.
Aparentemente a lembrança do que tinha acontecido na última vez em que havia falado mal do gato – o negócio com o esmalte de unhas – ainda estava fresca na mente de Dulce. Aparentemente tão fresca quanto o que a vidente dissera há tantos anos.
Um amor que duraria até o fim dos tempos.
Percebi, enquanto pegava o saco de comida de Spike, que as palmas das minhas mãos tinham começado a suar frio.
— Você não morreria se o seu verdadeiro amor fosse Michael Meducci? — perguntou Dulce.
— Totalmente — respondi, sem pensar.
Mas não era. Se fosse verdade – e eu não tinha motivo para duvidar, já que Madame Zara estivera certa sobre o negócio de ser mediadora. Era a única pessoa no mundo, com a exceção do padre Dominic, que já havia adivinhado –, então eu sabia perfeitamente quem era.
E não era Michael Meducci.
Autor(a): ponnymym
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
gente vcs esta gostando da web por que se nao tiverem eu cancelo ja que ninguem comenta bedlens se vcs tiverem gostando e nao querem que eu exclua comentem
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 39
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maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12
Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.
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colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29
Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)
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colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49
ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf
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bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56
NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3
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bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01
Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS
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bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04
Por favor, poste maaaaais
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bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20
AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia
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colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38
eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante
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bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00
Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?
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bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46
E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais