Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA
Capítulo 12
Acho que eu estava meio que de mau humor porque Poncho tinha interrompido minha pequena conversa de coração aberto com o padre Dominic. Mas isso não era motivo para ele vir atrás de mim enquanto eu andava na direção do grupo e sussurrar no meu ouvido:
— Comporte-se.
Dei-lhe um olhar irritado.
— Eu sempre me comporto.
Sabe o que ele fez então? Soltou uma risada! E não foi de um modo gentil.
Não pude acreditar.
Quando cheguei suficientemente perto do grupo para enxergar a expressão no rosto deles, não vi nada me convencendo de que não eram os mesmos fantasmas que tinham tentado me matar – duas vezes – em dois dias.
— Espere um minuto — disse Josh quando me reconheceu. Em seguida se levantou depressa e apontou para mim, de modo acusador: — Essa é a vaca que...
Poncho entrou rapidamente no círculo iluminado pela fogueira.
— Calma — disse ele. — Eu disse a vocês quem eram essas pessoas...
— Você disse que eles iam nos ajudar — gemeu Felicia, ainda sentada, com a saia do vestido de noite toda bufante ao redor. — Mas aquela garota chutou meu rosto hoje de tarde!
— Ah — falei — como se vocês não tivessem tentado me afogar.
O padre Dominic entrou rapidamente entre mim e os fantasmas, e disse:
— Meus filhos, meus filhos, não se alarmem. Estamos aqui para ajudá-los, se pudermos.
Josh Saunders, estupefato, disse:
— O senhor pode nos ver?
— Posso — respondeu o padre Dominic, solene. — Anhai e eu somos mediadores, como tenho certeza de que Poncho explicou. Podemos vê-los e queremos ajudá-los. Na verdade, é nossa responsabilidade ajudá-los. Só que, vocês devem entender, também é nossa responsabilidade garantir que não façam mal a ninguém. Por isso Anahi tentou impedi-los hoje e, pelo que sei, ontem.
Isso fez com que Mark Pulsford dissesse um palavrão. Felicia Bruce lhe deu uma cotovelada e falou:
— Corta essa. O cara é padre.
Mark falou cheio de beligerância:
— Não é não.
— É sim — insistiu Felicia. — Não está vendo aquele negócio branco em volta do pescoço dele?
— Eu sou um sacerdote — o padre Dominic se apressou em acabar com a discussão. — E estou dizendo a verdade. Podem me chamar de padre Dominic. E esta é Anhai Portilla. Bom, nós sabemos que vocês quatro estão ressentidos com o sr. Meducci...
— Ressentidos? — Ainda de pé, Josh olhou irritado para o padre Dominic. — Ressentidos? É por causa daquele idiota que nós estamos mortos.
Só que ele não disse idiota.
O padre Dominic levantou as sobrancelhas, mas Poncho falou calmamente:
— Por que você não conta ao padre o que me contou, Josh, para que ele e Anhai possam começar a entender?
Com a gravata-borboleta pendendo frouxa no pescoço e os primeiros botões da camisa social abertos, Josh levantou a mão e passou os dedos, frustrado, pelo cabelo louro e curto. Sem dúvida tinha sido um cara bem bonito.
Abençoado com boa aparência, inteligência e riqueza (seus pais tinham de ter dinheiro, para colocá-lo na Escola Robert Louis Stevenson, que era tão cara quanto elitizada), Josh Saunders estava com dificuldade para se ajustar ao único infortúnio que baixara sobre sua vida curta e feliz. A morte precoce.
— Olha — disse ele.
O som das ondas, e agora os estalos da fogueirinha que os quatro haviam feito, foram facilmente suplantados por sua voz profunda. Se tivesse vivido mais, Josh poderia ser qualquer coisa, pensei, desde atleta profissional até presidente. Transparecia esse tipo de confiança.
— Na noite de sábado nós fomos a um baile. A um baile, certo? E depois pensamos em dar uma volta de carro e parar...
Carrie interveio numa voz cantarolada:
— A gente sempre para no Ponto nas noites de sábado.
— O Ponto de Observação — explicou Felicia.
— É tão lindo! — disse Carrie.
— Lindo mesmo — confirmou Felicia, com um olhar rápido para o padre Dominic.
Encarei-os. Quem estavam tentando enganar? Todos nós sabíamos o que eles faziam no ponto de observação.
E não era olhar a paisagem.
— É — disse Mark. — Além disso, nenhum policial aparece para mandar a gente ir embora. Sabe?
Ah. Tamanha honestidade era revigorante.
— Certo — Josh tinha enfiado as mãos nos bolsos da calça. Agora tirou-as e estendeu com as palmas viradas para nós. — Então fomos passear de carro. Tudo ia bem, certo? Igual a todas as noites de sábado. Só que não foi igual. Porque dessa última vez, quando viramos a curva, você sabe, a curva fechada lá em cima, alguma coisa acertou a gente.
— É — confirmou Carrie. — Sem farol aceso, sem aviso, nada. Só bum!
— Batemos direto na grade de proteção — disse Josh. — Não foi grande coisa. A gente não ia muito rápido. Pensei: merda, amassei o para-choque. E comecei a dar marcha a ré. Mas então ele bateu na gente outra vez...
— Ah, mas sem dúvida... — começou o padre Dominic.
Mas Josh continuou como se o padre não tivesse falado:
— E na segunda vez em que bateu, a gente continuou andando.
— Como se a grade nem existisse — completou Felicia.
— Nós passamos direto — Josh enfiou as mãos de novo no bolso. — E acordamos aqui embaixo. Mortos.
Depois disso houve silêncio. Pelo menos ninguém falou. Ainda havia o som das ondas, claro, e os estalos do fogo. A maresia, soprada pelo vento, estava cobrindo meu cabelo e formando pequenos cristais de gelo. Cheguei mais perto do fogo, agradecendo pelo calor...
E percebi rapidamente por que os Anjos da RLS tinham se dado ao trabalho de acendê-lo. Porque é o que teriam feito se ainda estivessem vivos. Tinham acendido o fogo para se esquentar. E daí, se não sentiam mais o calor que ele produzia? Não importava. É o que as pessoas vivas fariam.
E tudo que eles queriam era estar vivos de novo.
— Perturbador — disse o padre Dominic. — Muito perturbador. Mas sem dúvida, meus filhos, vocês podem ver que foi apenas um acidente...
— Acidente? — Josh olhou furioso para o padre Dom. — Não houve nada acidental naquilo, padre. Aquele cara, aquele tal de Michael, veio para cima de nós de propósito.
— Mas isso é ridículo — disse o padre Dominic. — Perfeitamente ridículo. Por que, meu Deus, ele faria isso?
— Simples — respondeu Josh dando de ombros. — Ele sente inveja.
— Inveja? — O padre Dominic ficou pasmo. — Talvez você não saiba, meu jovem, mas Michael Meducci, que eu conheço desde a primeira série, é um estudante muito talentoso. Muito querido pelos colegas. Por que, em nome do céu, ele... Não, não, sinto muito. Você está enganado, meu filho.
Eu não sabia direito em que universo o padre Dom vivia – aquele em que os colegas de turma gostavam de Michael Meducci – mas sem dúvida não era este.
Pelo o que eu sabia, ninguém na Academia Missionária gostava de Michael Meducci – ou ao menos o conhecia, fora do Clube de Xadrez. Mas afinal de contas eu só estava ali há alguns meses, então poderia estar errada.
— Ele pode ser talentoso — disse Josh — mas mesmo assim é um nerd.
O padre Dominic piscou para ele.
— Nerd?
— O senhor ouviu — Josh balançou a cabeça. — Olha, padre, encare os fatos. O seu garoto, Meducci, não é nada. Nada. Nós... — ele apontou para si mesmo, depois para os amigos — por outro lado, éramos tudo. As pessoas mais populares de nossa escola. Nada acontecia na RLS sem o nosso selo de aprovação. Uma festa não era festa até nós chegarmos. Um baile não era um baile enquanto Josh, Carrie, Mark e Felicia, os “Anjos” da RLS, não estivessem lá. Certo? Está captando a ideia?
O padre Dominic parecia confuso.
— Hã... não exatamente.
Josh revirou os olhos.
— Esse cara existe de verdade? — perguntou a mim e a Poncho.
Poncho falou sem sorrir:
— E como.
— Certo — disse Josh. — Então deixe-me colocar do seguinte modo. Esse tal de Meducci pode ter notas acima da média. E daí? Isso não é nada. Minha média é nove. Tenho o recorde de salto de altura da escola. Pertenço à Sociedade Nacional de Honra. Sou pivô do time de basquete. Fui presidente do conselho estudantil durante três anos seguidos e, para completar, nesta primavera fiz um teste e ganhei o papel principal na produção de Romeu e Julieta da sociedade teatral da escola. Ah, e sabe de uma coisa? Fui aceito em Harvard. Decisão antecipada.
Josh parou para respirar. O padre Dominic abriu a boca para dizer alguma coisa, mas o garoto continuou disparando:
— Quantas noites de sábado o senhor acha que Michael Meducci passou sentado sozinho no quarto jogando videogame? Hein? Bem, deixe-me dizer de outro modo: o senhor sabe quantas eu passei acariciando um joystick? Nenhuma. Quer saber por quê? Porque nunca houve uma noite de sábado em que eu não tivesse alguma coisa para fazer, uma festa para ir ou uma garota com quem sair. E não era qualquer garota, e sim as mais gatas, as mais populares da escola. A Carrie, aqui — ele sinalizou para Carrie Whitman, sentada na areia com seu vestido azul-gelo — trabalha como modelo nas horas vagas em São Francisco. Já fez comerciais. Foi rainha do baile das boas-vindas.
— Dois anos seguidos — observou Carrie em sua voz esganiçada.
Josh assentiu.
— Dois anos seguidos. Está começando a entender, padre? Michael Meducci namora uma modelo? Acho que não. O melhor amigo de Michael Meducci é como o meu, o Mark ali, capitão do time de futebol? Michael Meducci tem bolsa atlética integral para a UCLA?
Mark, obviamente não sendo o gênio do grupo, disse com sentimento:
— Dá-lhe, Ursos!
— E eu? — perguntou Felicia.
— É — disse Josh. — E a namorada de Mark, Felicia? Chefe de torcida, capitã da equipe de dança e, ah, sim, ganhadora de uma Bolsa de Mérito Nacional por causa das notas altas. De modo que, tendo tudo isso em mente, vamos fazer a pergunta de novo, certo? Por que um cara como Michael Meducci ia querer que pessoas como nós estivessem mortas? Simples: ele tem inveja.
O silêncio que tomou conta depois dessa declaração foi quase tão penetrante quanto o cheiro de maresia no vento. Ninguém disse uma palavra. Os Anjos pareciam orgulhosos demais para falar, e o padre Dom parecia atordoado pelas revelações. Os sentimentos de Poncho com relação ao assunto não eram claros; ele parecia meio entediado. Acho que, para um cara nascido há mais de cento e cinquenta anos, as palavras Bolsa de Mérito Nacional não significavam grande coisa.
Arranquei a língua de onde estava grudada, no céu da boca. Estava com muita sede por causa da descida, e certamente nem um pouco ansiosa para subir de novo até o carro do padre Dom. Mas me senti compelida, apesar do desconforto, a falar:
— Ou poderia ser por causa da irmã dele.
voces nao estao gostando da web por que ninguem comenta eu to achando rui8m eu sei que to alguns dias sem postar mas e que aconteceu algumas coisa se vcs nao gosta da web me fala que eu exclou
Autor(a): ponnymym
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 13 Todo mundo – desde o padre Dom até Carrie Whitman – olhou para mim à luz da fogueira. — Perdão? — disse Josh. Só que seu tom de voz era mais impaciente do que educado. — A irmã de Michael — falei. — A que está em coma. Não me pergunte o que me fez pensar ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 39
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maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12
Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.
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colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29
Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)
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colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49
ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf
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bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56
NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3
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bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01
Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS
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bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04
Por favor, poste maaaaais
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bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20
AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia
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colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38
eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante
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bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00
Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?
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bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46
E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais