Fanfics Brasil - 58 A Madiadora aya adaptada

Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA


Capítulo: 58

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Capítulo 13


Todo mundo – desde o padre Dom até Carrie Whitman – olhou para mim à luz da fogueira.


— Perdão? — disse Josh. Só que seu tom de voz era mais impaciente do que educado.


— A irmã de Michael — falei. — A que está em coma.


Não me pergunte o que me fez pensar nisso. Talvez fosse a referência de Josh a festas – que nenhuma festa começava até ele e os outros Anjos chegarem. Isso me fez pensar na última festa de que ouvi falar – aquela em que a irmã de Michael tinha caído na piscina e quase se afogado. Deve ter sido uma tremenda festa. Será que a polícia acabou com ela depois da chegada da ambulância?


As sobrancelhas brancas e espetadas do padre Dominic se ergueram.


— Está falando de Lila Meducci? Sim, claro. Como eu poderia ter me esquecido? Foi trágico, muito trágico, o que aconteceu com ela.


Poncho falou pela primeira vez em alguns minutos.


— O que aconteceu com ela? — perguntou, levantando o queixo do joelho onde estivera se apoiando, com o pé junto à pedra onde havia se sentado.


— Um acidente — disse o padre Dom, balançando a cabeça. — Um acidente terrível. Ela tropeçou e caiu numa piscina e quase se afogou. Os pais estão perdendo a esperança de que a menina recupere a consciência.


Grunhi:


— Esta é uma versão da história, pelo menos.


Os pais de Michael obviamente a haviam limpado ao contar ao diretor da escola da filha. Continuei:


— O senhor deixou de fora a parte em que ela estava numa festa no Vale quando isso aconteceu. E que estava completamente bêbada quando caiu na água — estreitei os olhos para os quatro fantasmas sentados do lado oposto da fogueira. — Assim como todo mundo, naquela festa, já que ninguém notou o que tinha acontecido com ela até a garota ficar lá embaixo por tempo suficiente para coagular o cérebro — olhei para Poncho. — Eu mencionei o fato de que ela tem apenas quatorze anos?


Ainda sentado na pedra, com as mãos em volta do joelho dobrado, Poncho olhou para os Anjos.


— Imagino que nenhum de vocês saiba algo sobre isso.


Mark pareceu enojado.


— Como é que algum de nós ia saber sobre a irmã de um nerd enchendo a cara numa festa?


— Talvez porque por acaso um de vocês, ou todos, estivesse na festa, não é? — sugeri em voz doce.


O padre Dominic ficou espantado.


— É verdade? — ele olhou para os Anjos. — Algum de vocês sabe qualquer coisa sobre isso?


— Claro que não — disse Josh.


Rápido demais, achei. O “Fala sério!” de Felicia também não foi convincente. Mas foi Carrie quem entregou.


— Mesmo que a gente soubesse — perguntou com indignação sincera — o que importaria? Só porque uma idiota pretensiosa encheu a cara numa das nossas festas até ficar em coma, isso nos torna responsáveis?


Encarei-a. Lembrei-me de que Felicia era a Bolsista do Mérito Nacional. Carrie Whitman tinha sido apenas a rainha do baile das boas-vindas. Duas vezes.


— Que tal, só para começar — falei — por disponibilizar álcool para uma menina da oitava série?


— Como é que a gente ia saber a idade dela? — perguntou Felicia, de modo pouco agradável. — Quero dizer, a garota tinha tanta maquiagem na cara que dava para jurar que ela tinha quarenta anos.


— É — disse Carrie. — E aquela festa específica era só a convite. Eu nunca dei um convite para ninguém da oitava série.


— Se quiserem responsabilizar alguém — disse Felicia — que tal o idiota que a levou?


— É — insistiu Carrie, furiosa.


— Não acho que Anhai esteja responsabilizando vocês pelo que aconteceu à irmã de Michael — a voz de Poncho, depois do esganiçado das garotas, parecia um trovão distante. Ela silenciou os outros com eficiência. — Michael, acho, é que matou vocês por isso.


O padre Dominic fez um ruído baixinho como se as palavras de Poncho tivessem penetrado, como um punho, em seu estômago.


— Ah, não — disse ele. — Não, sem dúvida você não pode achar...


— Faz mais sentido do que o argumento desse aí — disse Poncho assentindo brevemente para Josh — de que Michael fez isso por ciúme porque não consegue... o quê? Ah, sim. Encontros nas noites de sábado.


Josh ficou desconfortável.


— Bem — disse ele repuxando as lapelas do paletó. — Eu não sabia que o gambá que eles pescaram na piscina de Carrie era a irmã de Meducci.


— Isso é demais — disse o padre Dominic. — Simplesmente demais. Eu estou... estou pasmo!


Olhei-o, surpreso com o que ouvi na sua voz. Era – se eu não estava enganada – dor. O padre Dominic estava sofrendo pelo o que tinha ouvido.


— Uma menina está em coma — disse ele com o olhar azul muito brilhante cravando-se em Josh — e você a xinga?


Josh teve a gentileza de parecer envergonhado.


— Bem, é só uma figura de linguagem.


— E vocês duas — o padre apontou para Felicia e Carrie. — Violam a lei servindo álcool a menores e ousam sugerir que é culpa da própria menina se acabou sendo prejudicada?


— Mas ninguém mais se machucou — disse Felicia. — E todo mundo também estava bebendo.


— É — concordou Carrie. — Todo mundo estava bebendo.


— Não importa — agora a voz do padre Dominic estava trêmula de emoção. — Se todo mundo pulasse da ponte Golden Gate isso faria a coisa parecer certa?


Uau, pensei. O padre Dom obviamente precisava de um novo curso de disciplina escolar, se achava que esse exemplo ainda tinha algum efeito.


E então meus olhos se arregalaram quando vi que agora ele estava apontando para mim. Eu? O que eu tinha feito?


Logo descobri.


— E você — disse o padre Dom. — Você ainda insiste que o que aconteceu com esses jovens não foi acidente, e sim assassinato deliberado!


Meu queixo caiu.


— Padre Dom — consegui dizer quando o recoloquei no lugar. — Com licença, mas é bastante óbvio...


— Não é — o padre Dominic baixou o braço. — Para mim não é óbvio. Então o garoto tinha motivação. Isso não o torna assassino.


Olhei para Poncho procurando ajuda, mas por sua expressão espantada ficou claro que ele estava tão pasmo quanto eu pela explosão do padre.


— Mas a grade de proteção... — tentei. — Os parafusos frouxos...


— Sim, sim — disse o padre Dominic, de um modo bastante teimoso para ele. — Mas você está deixando de lado o ponto mais importante, Anhai. Suponha que Michael tenha esperado por eles. Talvez pretendesse atingi-los quando fez a curva. Mas como saberia, no escuro, que era o carro certo? Diga, Anhai. Qualquer um poderia estar fazendo a curva. Como Michael saberia que era o carro certo? Como?


Nisso ele me pegou. E sabia. Fiquei ali, com o vento do mar chicoteando o cabelo no rosto, e olhei para Poncho. Ele me olhou de volta e deu de ombros, tão sem resposta quanto eu. O padre Dom estava certo. Não fazia sentido.


Pelo menos até que Josh disse:


— A Macarena.


Todos olhamos para ele.


— Perdão? — padre Dominic perguntou. Mesmo com raiva, ele era absolutamente educado.


— Claro! — Felicia ficou de pé, tropeçando na bainha do vestido longo. — Claro!


Poncho e eu trocamos outro olhar confuso.


— A o quê? — perguntei a Josh.


— A Macarena — Josh estava sorrindo.


Sorrindo ele não parecia nem um pouco o cara que tinha tentado me afogar à tarde. Sorrindo parecia o que era: um rapaz de dezoito anos, inteligente e atlético, no auge da vida.


Só que sua vida tinha acabado.


— Eu estava dirigindo o carro do meu irmão — explicou, ainda rindo. — Ele está na faculdade. Disse que eu podia usá-lo enquanto ele estivesse fora. É maior do que o meu carro. Só que o cara botou uma buzina idiota, que toca a Macarena.


— Tremendo mico — informou Carrie.


— E na noite em que nós fomos mortos — continuou Josh — eu buzinei quando estávamos fazendo a curva, e Michael estava esperando atrás dela.


— A gente tem de buzinar quando faz aquelas curvas fechadas — disse Felicia, cheia de empolgação.


— E a buzina tocou a Macarena — o sorriso de Josh desapareceu como se fosse apagado pelo vento. — E foi aí que ele acertou na gente.


— Nenhuma outra buzina de carro na península toca a Macarena — disse Felicia, agora sem empolgação. — A Macarena só ficou na moda umas duas semanas. Depois ficou totalmente brega. Agora só tocam em casamentos e coisas do tipo.


— Foi assim que ele soube — a voz de Josh não estava mais cheia de indignação. Agora parecia meramente triste. Seu olhar estava fixo no mar, um mar escuro demais para se distinguir do céu nublado. — Foi assim que ele soube que éramos nós.


Freneticamente, pensei no que Michael tinha me contado, há algumas horas, na perua de sua mãe. Eles vieram com tudo naquela curva. Nem buzinaram. Nada.


Só que Josh estava dizendo que buzinaram. Que não somente buzinaram, mas que buzinaram de um modo específico, um modo que distinguia a buzina do carro de Josh...


— Ah — disse o padre Dominic, parecendo não se sentir bem. — Minha nossa.


Concordei totalmente com ele. Só que...


— Isso ainda não prova nada — falei.


— Está brincando? — Josh me olhou como se eu é que fosse maluca, como se ele não estivesse usando smoking na praia. — Claro que prova.


— Não, ela está certa — Poncho saiu da pedra e parou perto de Josh. — Michael foi muito inteligente. Não há como provar, pelo menos num tribunal, que ele tenha cometido um crime aqui.


O queixo de Josh caiu.


— O que você quer dizer? Ele matou a gente! Eu estou aqui, dizendo! Nós buzinamos e ele bateu na gente de propósito e nos empurrou para o penhasco.


— É — disse Poncho. — Mas o seu testemunho não vai se sustentar num tribunal, meu amigo.


Josh estava à beira das lágrimas.


— Por quê?


— Porque é o testemunho de um morto — disse Poncho em tom tranquilo.


Ferido, Josh apontou o dedo na minha direção.


— Ela não está morta. Ela pode contar.


— Não pode — respondeu Poncho. — O que ela vai dizer? Que sabe a verdade sobre o que aconteceu naquela noite porque os fantasmas das vítimas contaram? Acha que um júri vai acreditar nisso?


Josh o encarou furioso. Em seguida, com o olhar baixando até os pés, murmurou:


— Então está ótimo. Voltamos ao ponto de partida. Vamos resolver a coisa por nossas próprias mãos, certo, pessoal?


— Ah, não vão — falei. — De jeito nenhum. Dois erros não fazem um acerto. E três muito menos.


Carrie olhou de Josh para mim e em seguida para ele outra vez.


— Do que ela está falando?


— Vocês não vão vingar sua morte matando Michael Meducci. Sinto muito. Mas isso simplesmente não vai acontecer.


Pela primeira vez em toda a noite, Mark se levantou. Olhou para mim, depois para Poncho e em seguida para o padre Dom. Depois disse:


— Isso é besteira, cara — e começou a ir para a praia.


— Então o nerd vai ficar livre? — Josh me olhou ameaçadoramente, com o maxilar trincado. — Ele mata quatro pessoas e fica livre?


— Ninguém disse isso — Poncho, à luz da fogueira, parecia mais sério do que eu jamais tinha visto. — Mas o que acontece com o garoto não é da conta de vocês.


— Ah, é? — Josh voltou ao risinho de desprezo. — Então é da conta de quem?


Poncho assentiu para o padre Dominic e para mim.


— Deles — falou em voz baixa.


— Deles? — A voz de Felicia se elevou num tom de nojo. — Por que eles?


— Porque eles são os mediadores. — Ao brilho laranja da fogueira, os olhos de Poncho pareciam pretos. — É isso que eles fazem.



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Autor(a): ponnymym

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Capítulo 14 O único problema é que os mediadores não sabiam exatamente como cuidar da situação. — Olhe — sussurrei enquanto o padre Dominic largava uma vela branca na caixa que eu estava segurando e pegava uma roxa. — Deixe-me dar um telefonema anônimo para a polícia. Vou dizer que estava de carro em ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12

    Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.

  • colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29

    Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)

  • colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49

    ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf

  • bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56

    NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3

  • bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01

    Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS

  • bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04

    Por favor, poste maaaaais

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20

    AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia

  • colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38

    eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00

    Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?

  • bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46

    E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais


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