Fanfics Brasil - 6 A Madiadora aya adaptada

Fanfic: A Madiadora aya adaptada | Tema: Ponny AyA


Capítulo: 6

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Capítulo 6


Desviei o olhar do padre Dominic para o fantasma da garota e voltei a olhar para ele. Finalmente, consegui balbuciar:


— O senhor consegue vê-la?


Ele fez que sim.


— Sim. Quando sua mãe me falou de você e dos seus... Problemas no colégio, eu desconfiei que você podia ser uma das nossas, Anahi. Mas não tinha certeza, naturalmente, e por isto nada disse. Muito embora o nome Portilla, como você deve saber, venha da palavra hebraica que quer dizer “ouvinte atento”, algo que você naturalmente deve ser também, como mediadora...


Eu mal conseguia ouvi-lo. Ainda precisava me acostumar ao fato de finalmente ter encontrado outro mediador, depois de todos aqueles anos.


— Então é por isto que não há espíritos de indígenas por aqui! — disse eu, praticamente gritando. — O senhor cuidou deles. Minha nossa, eu estava tentando imaginar o que havia acontecido com todos eles. Esperava encontrar centenas...


Padre Dominic abaixou a cabeça modestamente e disse:


— Bem, não eram centenas, exatamente, mas quando cheguei aqui havia mesmo uma boa quantidade. Mas não era nada, no fundo. Apenas cumpri o meu dever, fazendo uso do dom celestial que recebi de Deus.


Eu fiz cara de espanto.


— É Dele que você acha que vem?


— Mas é claro que se trata de um dom que recebemos de Deus. — Padre Dominic me olhava com aquele tipo de piedade que os fiéis sempre demonstram conosco, pobres e patéticas criaturas cheias de dúvidas. — De onde mais você acha que poderia vir?


— Não sei. De certa forma, eu sempre quis ter uma conversa com o responsável, entende? Pois se pudesse escolher, eu preferiria de longe não ter sido abençoada com este dom.


Padre Dominic pareceu surpreso:


— Mas por quê, Anahi?


— Só serve para me criar problemas. O senhor tem ideia de quantas horas já passei em consultórios de psiquiatras? Minha mãe está convencida de que sou completamente esquizofrênica.


— Sim — concordou padre Dominic, pensativo. — Compreendo que um dom milagroso como o seu possa ser considerado por uma pessoa leiga como... Digamos, incomum.


— Incomum? O senhor está brincando comigo?


— Reconheço que aqui na Missão eu posso contar com uma proteção — admitiu padre Dominic — Nunca me ocorreu que deve ser extremamente difícil para vocês que estão... bem, na linha de frente, por assim dizer, sem um efetivo apoio eclesiástico...


— Vocês? — indaguei, levantando as sobrancelhas. — O senhor está dizendo que não somos só nós dois?


Ele pareceu surpreso.


— Bem, eu presumi... Certamente não somos só nós dois. Não é possível que sejamos os últimos. Não, não, certamente há outros.


— Desculpem-me — interrompeu o fantasma, olhando-nos com sarcasmo. — Será que se importam de me dizer o que está acontecendo? Quem é esta perua? É ela que vai tomar o meu lugar?


— Ei! Veja como fala! — retruquei, fulminando-a com os olhos. — Você está na presença de um padre!...


Ela sorriu com escárnio para mim:


— É mesmo, é? E eu não sei que ele é um padre? Ele passou a semana inteira tentando se livrar de mim.


Eu olhei para o padre Dominic com ar de surpresa, e ele disse, embaraçado:


— Bem, é que a Heather está sendo um tanto obstinada...


— Se está pensando — interferiu Heather com sua vozinha ranheta — que eu vou ficar aqui de braços cruzados deixando que você entregue o meu armário a esta perua...


— Se me chamar de perua mais uma vez, coisinha, vai passar o resto da eternidade dentro deste seu armário — avisei.


Heather me olhou sem a mais leve sombra de medo.


— Perua — disse então, esticando bem a palavra.


Eu a acertei tão rápido que ela nem viu o meu punho chegando. Foi um murro tão forte que ela saiu rolando pelos armários enfileirados, fazendo mossa nas portas.


Foi cair de cara lá adiante no piso de pedras, mas um segundo depois já estava de pé novamente. Eu esperava que ela revidasse, mas em vez disso Heather deu um gemido e saiu correndo pelo corredor. “Não é de nada”, falei, mais para mim mesma.


Claro que ela voltaria. Eu apenas a havia assustado. Ela voltaria. Mas provavelmente quando voltasse a vê-la ela teria de adotar uma atitude ligeiramente diferente.


Livre da Heather, eu soprei as juntas dos dedos. Os fantasmas podem ter maxilares bem resistentes.


— Então, padre, o que estava mesmo dizendo? — perguntei.


Ainda com os olhos no ponto em que Heather estivera antes, padre Dominic observou algo secamente para um padre:


— Estão ensinando técnicas de mediação bem interessantes hoje em dia...


— Ora — respondi — ninguém pode me xingar assim e ficar por isso mesmo. Não ligo nem um pouco para o quanto pode ter sofrido na vida anterior.


— Acho que precisamos conversar sobre certas coisas — disse padre Dominic, pensativo.


Levou então um dedo aos lábios. Uma porta abriu-se ao lado e um homem corpulento, o rosto coberto por uma barba cerrada, olhou na direção do corredor, pois tinha ouvido o impacto do corpo astral de Heather nos armários de metal – engraçado como os mortos podem ser pesados.


— Está tudo bem, Dom? — perguntou, ao ver padre Dominic.


— Tudo bem, Carl. Tudo certo. E veja o que eu trouxe para você — respondeu padre Dominic, pondo a mão no meu ombro. — Sua nova aluna, Anahi Portilla. Anahi, este é o seu professor, Carl Walden.


Eu estendi a mão com que acabara de esmurrar Heather:


— Como vai, sr. Walden?


— Vou bem, srta. Portilla, muito bem.


Minha mão desapareceu perto da do professor Walden. Ele não parecia muito um professor. Parecia mais um lenhador. Precisou até se apertar contra a parede para permitir que eu me esgueirasse para dentro da sala de aula.


— Que bom que você vai ficar conosco — disse ele com seu vozeirão ressonante. — Obrigado por acompanhá-la, Dom.


— Não há de quê — respondeu padre Dominic. — Tivemos aqui um pequeno problema com o armário dela. Você provavelmente ouviu. Não quis atrapalhá-lo. Vou pedir que o zelador dê uma olhada. Depois, Anahi, espero-a de volta no meu gabinete às três horas para... para acabar de preencher aqueles formulários.


Eu sorri carinhosamente para ele:


— Não vai ser possível, padre. Minha carona sai às três...


Padre Dominic fechou a cara para mim:


— Neste caso, Vou mandar um passe para você. Por volta de duas horas.


— Ok — respondi, dando um adeusinho com os dedos para ele. — Tchau.


Tenho a impressão de que na Costa Oeste não se dá um adeusinho para o diretor nem se diz tchau para ele, pois quando me virei na direção dos meus novos colegas de turma, estavam todos me olhando de boca aberta.


Talvez fosse a minha roupa. Eu estava usando um pouco mais de preto que de costume, por causa da tensão nervosa. Quando estiver em dúvida, costumo dizer, use preto. Com o preto nunca tem erro.


Ou talvez tenha. Pois ao dar com todas aquelas caras de espanto não vi uma única roupa preta. Muito branco, alguns marrons e uma quantidade de cáquis, mas nenhum preto.


Ops...


O professor Walden não pareceu perceber o meu mal-estar. Apresentou-me à turma e me convidou a explicar-lhes de onde vinha. Foi o que eu fiz, e todo mundo ficou me olhando com cara de tacho.


Comecei a sentir um suorzinho escorrendo pela nuca. Tenho de reconhecer que às vezes prefiro a companhia dos mortos à companhia dos colegas. Gente de 16 anos pode ser mesmo assustadora.


Mas o professor era um bom sujeito. Só me deixou ali debaixo daqueles olhares todos durante um minuto, depois mandou-me sentar.


Parece algo simples, certo? Simplesmente tome o seu lugar. Mas o problema é que havia dois assentos. Um deles era ao lado de uma garota bronzeada linda, com uma espessa e encaracolada cabeleira de um louro queimado. O outro ficava bem lá no fundo, atrás de uma garota de cabelo tão branco e pele tão cor-de-rosa que só podia ser albina.


Isto mesmo, não estou brincando. Uma albina.


Minha decisão foi influenciada por dois fatores. O primeiro foi que, ao ver o assento lá no fundo, percebi que as janelas, que ficavam logo atrás dele, davam para o estacionamento do colégio.


Tudo bem, não chegava a ser uma vista maravilhosa, mas depois do estacionamento tinha o mar.


Não estou brincando. Aquele colégio, meu novo colégio, tinha uma vista do Pacífico ainda melhor que a do meu quarto, pois ficava muito mais perto da praia. Das janelas da minha sala de aula era possível ver perfeitamente as ondas. Eu queria me sentar o mais perto possível da janela.


O segundo motivo para me sentar ali era simples: não queria ficar do lado da garota bronzeada e fazer a garota albina pensar que não queria ficar perto de alguém com aparência tão esquisita... Bobagem, não é mesmo? Como se ela estivesse dando alguma importância para o que eu fazia. Mas eu nem hesitei. Vi o mar, vi a garota albina e lá fui eu.


Assim que me sentei, claro, uma outra garota deu uma risadinha e sussurrou baixinho, mas de forma perfeitamente audível:


— Caramba, foi sentar logo perto da esquisita!...


Eu olhei para ela. Tinha uma cabeleira impecável e olhos impecavelmente pintados. E falei, sem me preocupar em falar baixinho:


— Desculpe, você sofre de Tourette?


O professor voltara-se para escrever alguma coisa no quadro-negro, mas se deteve ao ouvir minha voz. Todos se viraram em minha direção, inclusive a garota que tinha feito o comentário.


— O quê? — fez ela, apertando os olhos.


— Síndrome de Tourette — continuei. — É uma doença neurológica que faz as pessoas dizerem coisas que não querem dizer. Você tem isso?


O rosto dela começara a ficar vermelho:


— Não.


— Ah!... Então estava mesmo sendo grosseira de propósito...


— Eu não estava chamando você de esquisita — justificou-se ela rapidamente.


— Sei perfeitamente — prossegui. — Por isto é que depois da aula vou quebrar apenas um dedo seu, e não todos eles.


Ela se virou rapidinho para a frente. E eu sentei no meu lugar. Não sei o que todo mundo começou a cochichar depois disso, mas pude ver que a cabeça da albina – perfeitamente visível por baixo do branco dos seus cabelos – tornara-se roxa, tão sem graça ela havia ficado.


O professor teve que mandar que todos se comportassem, e como foi ignorado, deu um murro na mesa e foi avisando que se tínhamos tanta coisa a dizer, poderíamos dizer numa redação de mil palavras sobre a batalha de Bladensburgo na guerra de 1812, espaço duplo, na mesa dele amanhã cedinho.


Puxa vida. Ainda bem que eu não estava no colégio para fazer amigos.




 


bedlens:Muito obrigada agorinha ele aperece de novo




 



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Autor(a): ponnymym

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Capítulo 7 E no fim das contas, eu fiz. Amigos quero dizer. Não que eu tivesse feito força. Eu nem mesmo queria. Já tenho amigos suficientes lá no Brooklyn. Tenho a Dulce, a melhor amiga que alguém poderia ter. Não precisava de mais amigos. E não achava realmente que alguém aqui fosse gostar de mim – mui ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • maryangel Postado em 20/03/2015 - 17:15:12

    Continuaaaaa! Amooo essa fic, leio á muito tempo e é uma das minhas prediletas.

  • colucciwake Postado em 19/08/2014 - 19:51:29

    Continua pf eu n tive muito tempo essa semana e entro sempre que posso :)

  • colucciwake Postado em 08/08/2014 - 23:34:49

    ñ exclui ññññññnññññ ;~continua pf

  • bedlens Postado em 08/08/2014 - 19:59:56

    NÃOOOOOOOOOO!!! NÃO EXCLUA, POR FAVOR!!! EU AMO ESSA FIC <3

  • bedlens Postado em 04/08/2014 - 20:41:01

    Pressinto fortes emoções... POSTE MAAAAIS

  • bedlens Postado em 30/07/2014 - 21:55:04

    Por favor, poste maaaaais

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 23:31:20

    AAAAAAH! EU AMO O PONCHO <3 Algo me dizia que ele iria aparecer. Adeus Tad! Olá possível possibilidade de Ponny finalmente acontecer! Estou ansiosa para saber o que vai acontecer durante essa temporada da Dulce na Califórnia

  • colucciwake Postado em 28/07/2014 - 20:08:38

    eeeeee !!!! Dulce vai vim agora ss começa a ficar interessante

  • bedlens Postado em 28/07/2014 - 14:51:00

    Esse cara é um psicopata O.O Cadê o Poncho para salvar a Any? Cadê? Cadê?

  • bedlens Postado em 27/07/2014 - 16:41:46

    E eu que pensava que o Marcus era bonzinho. Cadê o Poncho para salvar a Any do tio maluco do Tad? Posta maaaaaais


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