Fanfic: Acordo Sedutor Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Uma coisa era certa. Não queria deixar lá nada que o fizesse lembrar do pai ou da mulher que havia substituído sua mãe e garantido que o filho do marido fosse considerado persona non grata naquela casa. A casa era dele agora, e ele não podia ser excluído de nenhum de seus aposentos. Ele não era um hóspede. Era o dono, e pretendia afirmar a sua posse.

Esses pensamentos lhe passavam pela cabeça enquanto Anahí o guiava para dentro da casa com as costas rígidas, provavelmente achando que o tinha aborrecido com sua falta de previsão. Ele a tranqüilizaria mais tarde, quando tivesse lidado com esse problema. Não ia culpá-la. Passaram-se somente duas semanas desde o funeral, e, sem dúvida, ela teve muito que fazer.

A porta da frente se abria para um vestíbulo espaçoso. De um lado, portas duplas de cedro abertas revelavam um salão um pouco masculino — grandes sofás de couro marrom escuro, e uma enorme lareira de arenito. O pai claramente fora o senhor e dono ali.

Mas não no quarto. Depois de percorrer um corredor comprido, Alfonso foi levado a um quarto que obviamente tinha sido decorado ao gosto de Lady Ellen. Tudo nele era sensualmente feminino: mobília elegante de pau rosa, uma colcha de brocado de seda estampada com rosas vermelhas, montes de almofadas luxuosas, um tapete macio vermelho combinando com cortinas de seda vermelha. Um quarto para a rainha de um bordel, ele pensou cinicamente. Não conseguia imaginar Anahí naquela cama. As cores não combinavam com ela. Nem o estilo do quarto.

Ela abriu outra porta, convidando-o a ver o resto da suíte. Uma olhada para a esquerda revelou um quarto de vestir com duas fileiras de armários fechados, as portas pintadas em vários tons de verde-jade. Um espelho que ia do chão ao teto ficava na parede do fundo, refletindo a presença dele e de Anahí.

A direita ficava um banheiro que ele logo aprovou — um box muito espaçoso, grande bastante para dois, e uma banheira de hidromassagem igualmente luxuosa, revestida de mármore com veios verde jade. Esta parte da suíte era ótima, bastando que fosse retirado o tapete vermelho do quarto de vestir. E tudo que ainda estava guardado atrás das portas fechadas dos armários.

— Vou ocupar esta suíte assim que for redecorada — ele disse. — Enquanto isso, o aposento de hóspedes me servirá muito bem, Anahí. Você tomou a decisão acertada. Um decorador entrará em contato semana que vem para ver o que será preciso fazer.

— Está bem. — ela relaxou, com um sorriso aliviado.

— O que pretende que seja feito com os objetos do papai?

— Fique com o que quiser e doe o resto para alguma instituição de caridade.

Ela aquiesceu.

— E pode dizer a Lady Ellen que pode ficar com o mobiliário do quarto de graça — acrescentando em tom de zombaria:

— Dá para ver que pertencia a ela.

Ela corou, constrangida. — Vou informá-la.

— Ouvi dizer que ela está morando com Marion Harley — ele sondou, querendo saber quanto contato Anahí ainda tinha com a mãe.

— Ela deixou instruções para que sua correspondência fosse encaminhada para lá — foi a resposta em voz inexpressiva. — Não sei por quanto tempo. Acho que a mobília podia ficar num guarda-móveis... se ela quiser ficar com ela.

Alfonso teve uma forte impressão de distanciamento. Nenhum senso de intimidade. Tinha havido, definitivamente, uma briga. Ele não sabia quanto Anahí tinha sofrido com isso, mas estava bastante claro que ela tinha tocado a vida sem a mãe lhe atazanando os ouvidos, e a perspectiva de telefonar para ela a respeito da mobília estava lhe causando estresse, não prazer.

— Por outro lado, pode dar a mobília para uma instituição de caridade também. Para mim é irrelevante.

— Primeiro vou telefonar para ela — disse Anahí, com um lampejo de determinação. — Eu me sentiria mal em dar a mobília sem consultá-la primeiro.

Fazendo a coisa certa...

É, Anahí Herrera tinha um senso forte do que era certo. O que, sem dúvida, explicava por que ela tinha se sentido solidário com a postura dele em relação à família Herrera. Significava também que teria de fazê-la sentir-se certa em relação a ir para a cama com ele.

Essa percepção tornava-a ainda mais desejável. Seria, com certeza, admirável e novo fazer sexo com uma mulher para a qual a atração não era baseada na riqueza dele. Apenas um acasalamento honesto... só porque ambos o desejavam. Ele tinha de estimular o desejo em Anahí, superar as reservas que ela poderia ter sobre se entregar a ele. No momento, Anahí estava em guarda, tateando o caminho para ele.

— Ok. Já resolvemos isto — ele disse sorrindo, para deixá-la à vontade. — Vamos para o aposento de hóspedes.

Ela concordou, e rapidamente o levou para o corredor que cortava aquela ala da casa. — Meu quarto — ela disse, indicando uma porta à esquerda. Ela passou depressa, mas parou na porta ao lado, virando olhos ansiosos e suplicantes para ele.

— Este é o quarto de Dulce. Ela passa a maior parte do tempo em Sydney, enquanto freqüenta a Universidade de Tecnologia. Este é o último ano do curso de Enfermagem, e ela quer ser "parteira". Está bem se ela vier para casa... quero dizer, me visitar... — Anahí apressou-se em corrigir — quando Dulce puder?

Alfonso aproveitou a oportunidade para confirmar se a irmã vítima tinha sido salva da mãe monstruosa. — Se ela estiver sendo sustentada por Lady Ellen, a mãe não esperaria que a filha agradecida lhe dedicasse todo o seu tempo livre?

Anahí ruborizou-se. — Eu estou sustentando Dulce. O que você me paga é bastante. Posso fazer isso.

Ela disse isso com tanta firmeza que Alfonso sentiu que a separação entre elas e Lady Ellen era absoluta. As filhas adotivas nunca mais se submeteriam à mãe. Ele sorriu, acariciando-lhe a face corada, num sinal de aprovação.

— O que você faz com o seu dinheiro é só de sua conta, Anahí. Fico contente por saber que está cuidando de sua irmã.

— Então não se importa se Dulce vier aqui?

Seus olhos eram poças verdes. Por um instante, Alfonso quase se perdeu na emoção que transbordava deles — o tipo de carinho que só tinha recebido da mãe. Dulce não era nem irmã de sangue de Anahí, no entanto... num surto estranho de ciúme ele formulou sua resposta.

— Não faço nenhuma objeção a que ela venha aqui, contanto que as visitas dela não coincidam com as minhas — roubando a sua atenção de mim.