Fanfic: Acordo Sedutor Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Gostaria de tê-la em sua cama.

E talvez a tivesse mesmo... de um jeito ou de outro. Essa idéia era muito atraente, por inúmeras razões.

Anahí não prestou muita atenção à cerimônia fúnebre. O tempo todo pensava em Alfonso, imaginando por que estaria ali. Será que simplesmente tinha vindo para ver o pai enterrado, tendo alguma satisfação sombria em proclamar publicamente uma relação que nunca tinha sido reconhecida em vida, enterrando também qualquer esperança disso de uma vez por todas? Um funeral era um fechamento, um ponto final.

As mãos da mãe estavam cerradas. Ela jamais criaria uma cena em público sobre a insolência de Alfonso Herrera ao fazer o que tinha feito ali na catedral, mas estava furiosa com isso. Certamente teria um ataque de fúria quando chegassem em casa. Isso sempre acontecia quando as coisas não corriam conforme planejara. Para a mãe, tudo tinha de ser perfeito como um quadro, e Alfonso Maguire era uma enorme nódoa naquela paisagem.

Blackjack... assombrando os sonhos dos outros.

Ele havia assombrado os sonhos dela muitas vezes. Nunca tinha conseguido esquecê-lo. Saber que ele estava lá fora, em algum lugar, sem receber do pai o que ela mesma recebia, sempre a deixava desconfortável.

Hoje ele não estava lá fora.

Estava ali, bem próximo.

Deixando todos desconfortáveis.

Finalmente a cerimônia terminou e era a hora de acompanharem o caixão para fora da catedral. A mãe se levantou primeiro, indo para a nave. Anahí e Dulce deveriam acompanhá-la, mas Alfonso Herrera levantou-se e se posicionou ao lado da viúva do pai, obrigando-as a seguirem atrás deles.

Durante vários segundos tensos, Lady Ellen ficou imóvel, rígida. Anahí achava que a mãe estouraria a qualquer momento. Dulce também sentiu o perigo e agarrou a mão de Anahí, procurando apoio. Dulce sempre fora muito tímida, inteiramente dominada pela mãe, que era realmente assustadora quando perdia o controle. Isso nunca tinha acontecido na presença do pai, mas se as coisas não corriam como ela desejava...

Lady Ellen começou a andar de cabeça erguida, ignorando o homem que a acompanhava. Tanto Anahí como Dulce suspiraram aliviadas e seguiram o casal. Não que eles fossem, nem de longe, um casal de verdade, pensou Anahí. A mãe e Alfonso Herrera eram duas pessoas diferentes, e a sensação de que eles logo entrariam em choque trazia os nervos dela à flor da pele e seu coração bateu descompassado.

Anahí olhava para as costas de Alfonso Herrera, desejando saber o que estaria se passando na cabeça dele. Ele não tinha criado problemas durante dez anos e tinha se mantido afastado da família, mas qualquer restrição aceita por ele durante aqueles anos obviamente tinha sido anulada com a morte do pai. Anahí sentia problemas no ar, agravados por terem sido reprimidos tanto tempo.

— Não recebeu minha carta dizendo-lhe que não comparecesse ao funeral? — a mãe perguntou a Alfonso num tom baixo e venenoso.

— E realmente esperava que eu respeitasse a sua vontade, Lady Ellen? — ele replicou tranquilamente, as palavras salpicadas pelo desprezo.

— Seu pai não desejaria isso.

— Meu pai já não pode mais falar por si.

— Ele não o quis perto dele durante todos estes anos.

— Pelo contrário, almoçávamos sempre juntos. Você é que não sabia do nosso relacionamento.

Anahí se retesou, a mente bombardeada por um choque atrás do outro, consciente de que a posição supostamente inexpugnável da mãe tinha sido seriamente enfraquecida. Como ela reagiria a essa afirmação?

— Não acredito.

— Pergunte à secretária dele. Ela marcava nossos encontros — foi a resposta zombeteira. — Ou então aos executivos da empresa. Todos tinham conhecimento dessa conexão.

Isso explicava por que havia um lugar reservado para ele na igreja. Anahí acreditava no que ele dizia e, no fundo do coração, ficava contente por ter conseguido criar um relacionamento com o pai, mesmo que isso deixasse a mãe furiosa. Todos aqueles anos de rejeição pela família foram uma injustiça.

Saíram da catedral. Enquanto o caixão era levado para o carro funerário, eles ficaram em silêncio, no calor da tarde de verão.

Anahí imaginava o que estaria fervilhando na mente da mãe. A perda de autoridade certamente a deixaria furiosa, mas Lady Ellen tinha de aceitar que Alfonso Herrera tinha o direito de estar ali. Era a atitude certa a adotar. Além do mais, ela não poderia expulsá-lo. Aquele homem não se dobraria à vontade dela. Era inteiramente diferente dos solteiros ricos e polidos que a mãe empurrava para cima dela e de Dulce; ele era um animal perigoso e sombrio, pronto para atacar.

Um arrepio percorreu-lhe a espinha.

Medo ou excitação? Ela não tinha certeza.

Será que ele falaria com ela quando chegassem ao carro funerário? Ela queria que sim. Queria uma ligação com ele, embora isso fosse improváveis, dadas as circunstâncias.

Obviamente, ele tinha cedido ao desejo do pai de mantê-lo afastado da família enquanto fosse vivo e, embora esse tempo tivesse acabado Alfonso Herrera não tinha o menor motivo para se preocupar com os sentimentos de quem nunca se preocupara com os dele. Enviar-lhe uma carta dizendo-lhe que não era bem vindo ao enterro do próprio pai devia ter sido uma provocação enorme.

— Por favor, tenha a decência de ir embora — a mãe sibilou para ele.

— Acho que é mais decente eu estar aqui, Lady Ellen — ele respondeu calmamente.

— Você não pertence a isto aqui, entre nós.

— É verdade. Mas hoje o dia é do meu pai — ele disse intencionalmente. —Não é nem seu, nem de suas filhas.