Fanfic: Acordo Sedutor Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Determinado a afastar qualquer indício de conflito entre eles, ele sugeriu; — Talvez você gostasse de nos acompanhar num jantar comemorativo depois. Ter uma Páscoa feliz em família.

Dulce engoliu em seco. Os olhos castanhos se encheram de um apelo agitado. — Lamento se entendi mal. Estava tão preocupada...

— Vamos seguir em frente, Dulce — ele interrompeu depressa, com firmeza. — É o que estou fazendo com Anahí. Seguindo em frente para algo melhor. Quer tentar isso comigo?

Ele viu o leão se transformar em ratinho novamente, os olhos castanhos apreensivos, os dedos se retorcendo. — Não vai contar a Anahí o que lhe disse, não é? — ela implorou ansiosa. — Ela não ia gostar que eu...

Alfonso apertou a mão dela para tranqüilizá-la. — Você foi muito corajosa em defendê-la. Sempre me lembrarei disso, Dulce, mas todo o resto está esquecido, ok?

Ela suspirou, aliviada, e deu-lhe um sorriso vacilante. — Você é um homem muito convincente, Alfonso Herrera. Acho que só me resta desejar que tudo dê certo.

— São tantas as coisas que influem em nossas vidas, em nossas decisões, mas, no final, fazemos nosso próprio destino — ele disse, com a força de suas próprias convicções íntimas. — De certa forma, foi nosso pai que nos trouxe, nós três, a este momento, mas o que fizermos disso... depende de nós.

Ela examinou os olhos dele, ainda ansiosa quanto às suas intenções, depois aceitou lentamente:

— Gostaria de jantar com você e Anahí. Gostaria de conhecê-lo melhor.

— Ótimo — ele sorriu para mostrar que não guardava nenhum rancor. — Agora vamos observar o resto dos competidores de Anahí.

Voltou o olhar para a pista, onde outro cavaleiro estava prestes a iniciar o percurso, mas não prestou muita atenção. Sua mente continuava girando em torno do que tinha conseguido com Dulce, as barreiras que ele tinha saltado para chegar ao resultado que queria — nenhuma nuvem ameaçando tapar a claridade de seu relacionamento com Anahí.

Laços de família... Ele estava se envolvendo mais do que pretendia. Para onde isso o levaria?

Enquanto fosse bom, era deixar rolar, ele disse a si mesmo.

Tudo bem que Dulce ficasse na periferia. Anahí era o evento principal.

Sete meses mais tarde

A MELBOURNE CUP — a corrida de cavalos que paralisava o país na primeira terça-feira de novembro — praticamente dominava a atenção de todos na Austrália durante os três minutos de sua duração.

As rosas no hipódromo de Flemington estavam todas desabrochadas. O tempo estava bom — um belo dia ensolarado. A multidão era maravilhosamente pitoresca. Pessoas usando fantasias malucas e chapéus extravagantes contrastavam com outras vestidas elegantemente, com roupas de grife.

Anahí e Alfonso eram convidados no toldo dos xeiques, que estava lotado de celebridades, todos se entupindo com uma quantidade interminável de iguarias deliciosas e vinhos finos. Uma maquiadora e uma chapeleira também estavam a mão para resolver qualquer problema com a aparência das convidadas. Não se permitia que nada estragasse o dia de ninguém sob esse toldo. O luxo era absoluto — um belo local para reunir os VÍPS, entre os quais se incluía Anahí, acompanhada por Alfonso.

Durante aquele ano ela havia assistido a outras corridas com Alfonso, em Sydney. Ele tinha um plantei de cavalos de corrida, inclusive os comprados do pai, e tinha um grande interesse no desempenho deles, especialmente nos dias de grande prêmio. Anahí se divertia com o ambiente carnavalesco, adorava ver as corridas e se sentia sempre feliz em companhia de Alfonso.

Eles se tornaram um casal bem estabelecido nessas ocasiões, e as fofocas que surgiram na primeira vez que apareceram juntos já não interessavam a mais ninguém. O fato de que estavam publicamente ligados não evitava que outras mulheres disputassem a atenção de Alfonso, mas seus esforços para afastá-lo de Anahí sempre fracassavam. Isso a fazia sentir que seu relacionamento era sólido, embora Alfonso nunca falasse em casamento, nunca parecesse pensar no futuro, exceto para decidir a próxima vez em que poderia estar com ela.

Também nunca tinha dito que a amava. A maior parte do tempo, ele passava a vida em Sydney, e ela, em Yarramalong.

Anahí sempre desejava ter mais dele. Então dizia a si mesma que o que tinham juntos era ótimo, e que era muita sorte ter o que ele oferecia de si mesmo. Ela não conseguiria mesmo imaginar-se com outro homem.

Até Dulce tinha cedido, e os aceitava como um casal, embora às vezes resmungasse que era um relacionamento muito unilateral, com Anahí sempre à espera — quase de plantão — enquanto ele a encaixava em sua vida quando lhe convinha.

Isso era verdade, porém, na opinião de Anahí, nem adiantava discutir sobre esse arranjo. Alfonso, desde o começo, tinha explicado bem as condições de qualquer relacionamento com ele, e ela havia aceitado. Qualquer mudança teria de partir dele.

No entanto, Anahí teria de conversar com ele muito em breve sobre o futuro da propriedade, já que o ano contratado expiraria dentro de dez semanas. Ela precisava saber o que aconteceria então, não só para resolver sua própria insegurança, como a dos empregados também.

Hoje, porém, era um dia festivo demais para se preocupar com assuntos que escapavam ao seu controle. Era divertido olhar a multidão, discutir as corridas com Alfonso e os outros convidados, comer ostras, beber champanha, sentir-se elegantíssima na toalete branca e preta, comprada para a ocasião.

Estava-se divertindo muito, até a mãe aparecer no braço do novo marido, o bilionário Clifford Byrne, um neozelandês de 72 anos com quem tinha se casado recentemente em Las Vegas. Foi um casamento apressado, sem a participação da família de nenhum dos dois.

Ambos pareciam muito satisfeitos, a esposa troféu toda enfeitada de diamantes e usando um lindo conjunto cor de trigo, o marido, um senhor idoso num traje de cerimônia e de cartola, radiante com sua nova vida. Anahí desejou de todo coração que escolhessem outro lugar para honrar com sua presença.

Ficou imediatamente com os nervos à flor da pele. Assim que visse Alfonso, a mãe não ia resistir ao impulso de exibir a sua vitória sobre a bancarrota que ele quis lhe impor. E, vendo a filha desleal ao lado dele... com certeza daria um jeito de transformar isso em algo sórdido, também.

Porém, a mãe não confrontou Alfonso, esperando para atacar depois de ele se afastar de Anahí para ir ao guichê de apostas. Cochichando algo para o marido, que logo sorriu e concordou, ela se afastou dele e caminhou diretamente para Anahí, sorrindo para os convidados que a cumprimentavam, sem parar para conversar.

Os olhos que fixou em Anahí brilhavam de malícia. Este não seria um encontro de reconciliação, de fazer as pazes, de esquecer o passado, embora ela não tivesse nenhum motivo para ser malvada, já que as filhas não a tinham perturbado naquele ano e ela conseguira refazer sua vida tão espetacularmente. Anahí se esforçou para ser agradável, esperando que isso evitasse a maldade que a mãe planejava.

— Que bom ver você com uma aparência tão magnífica, mãe — ela disse antes da mãe começar o ataque. — E parabéns pelo casamento. Dá para ver que você está muito feliz.

— Estou mesmo — ela respondeu orgulhosa. — E, desta vez, garanti que eu não acabasse na miséria. Fiz Clifford me proteger financeiramente logo de saída. -— Muito mais do que a mixaria de cem mil dólares por ano —- ela acrescentou, zombando abertamente. — Que logo vai terminar para você, garota estúpida.

O rosto de Anahí se cobriu de rubor com a referência ao seu acordo com Alfonso, que estava perto de terminar. Mais de três quartos do tempo estabelecido já tinham se passado.

— E não me diga que Alfonso não está recebendo tudo pelo qual pagou — a mãe continuou, com desprezo pela situação que a filha tinha aceitado. — Você até deu a ele a satisfação de exibi-la em público como sua garota de programa, vindo aqui na Melboume Cup pendurada no braço dele.

— Não é nada disso — protestou Anahí, embora, de certa forma, fosse mesmo, o bastante para fazê-la sentir-se horrivelmente diminuída.

Escarnecendo dela, a mãe disse:

— Você caiu na conversa dele desde o princípio, sem ter juízo bastante para reverter o jogo em sua vantagem. BlackAlfonso Herrera vence novamente, e você é a grande perdedora, Anahí. Você vai ver só, muito em breve, a não ser que você engravide dele. Ainda está em tempo de usar o seu trunfo.

—Não — Anahí sacudiu a cabeça, rechaçando enfaticamente a sugestão. — Não vou fazer isso.

— Então vai acabar sem nada quando Alfonso te der um chute quando o ano acabar — debochou a mãe.

— Você não o conhece — retrucou Anahí ferozmente. — Alfonso não fará isso.

Uma sobrancelha se ergueu ceticamente. — Ele lhe deu a palavra de que não fará?

— Ainda não conversamos sobre isso. Com uma grande gargalhada, a mãe disse:

— Você não quer saber. Está escondendo a cabeça na areia. É uma grande otária. Ele te engoliu e agora vai te cuspir fora.

Anahí apertou os maxilares. Odiava a imagem da situação que a mãe criava, e dizer qualquer coisa a mais só serviria para prolongar aquela conversa insuportável. Além do mais, ela não acreditava — recusava-se a acreditar — que Alfonso fosse o monstro insensível que a mãe pintava. Fulminou a mãe com um olhar incrédulo, e isso pareceu diverti-la mais ainda.

— Lembra-se do advogado de Leonard, Victor Newell? — ela perguntou com ar provocante. — Ele agora cuida de todos os meus assuntos legais. Assim como os de Alfonso Herrera.

Anahí franziu a testa diante da menção do homem que tinha redigido seu acordo com Alfonso. Certamente os assuntos legais de seus clientes eram confidenciais, e não podiam ser discutidos com mais ninguém. Ela não entendia aonde a mãe queria chegar.

— Estive no escritório de Victor na semana passada, e o que foi que vi na mesa da secretária dele?

Fez uma pausa carregada de triunfo maldoso. Anahí rilhou os dentes, recusando-se a morder a isca.

— A escritura de posse da propriedade de Yarramalong — disse a mãe, com o prazer de quem acabava de soltar uma bomba.

— Ora, por que será que aquela escritura precisaria de atenção agora? "Será que BlackAlfonso Herrera tem um comprador para a propriedade e está em vias de transferi-la?" — perguntei a mim mesma.

Anahí sentiu fugir-lhe do rosto o sangue que antes o invadira, deixando-o frio e úmido. Não podia ser verdade. Alfonso não venderia o lar dela sem avisá-la, venderia?

— Então indaguei de Victor se a propriedade estava à venda, fingindo estar interessada em comprá-la — a mãe continuou alegremente.

O coração de Anahí parou. Os pulmões se paralisaram. Sua própria vida dependia da resposta.

— "Não que eu saiba", disse Victor, sem me encarar, e percebi que algo estava acontecendo. Sem dúvida uma negociação secreta. Tão secreta quanto o resgate que Alfonso perpetrou contra Leonard. Tudo feito a portas fechadas, para que o canalha desonesto possa dar o golpe de misericórdia com a máxima crueldade. Como fez comigo — ela se inclinou para Anahí, os olhos penetrando os dela, ao acrescentar venenosamente:

— E fará com você quando seu tempo se esgotar.

— Não — a palavra irrompeu da boca de Anahí quando o ar que ela prendia finalmente escapou de seu peito.

— Sssim — a mãe sibilou. — A não ser que você faça alguma coisa para vencer.

Sua voz e seu olhar aguilhoavam Anahí, que recuou mentalmente. Não ia viver como a mãe. Nunca! Independente do que Alfonso fizesse ou deixasse de fazer. Talvez ela estivesse se enganando o tempo todo, mas preferia ser uma tola do que uma aproveitadora traiçoeira.

-— Isso não passa de especulação. Seu tipo de especulação, mãe — ela disse em voz rascante, recusando-se a dar importância ao que a mãe dizia.

Esse repúdio provocou uma reação de ódio. — Então continue cega, sua idiota! Se a verdade dói, é uma dor merecida, por não me ouvir.

Seus olhos percorreram o corpo de Anahí com um desdém absoluto.

— Lady Ellen...

E ai vocês acham que o Poncho pretende vender a casa e deixar a Anny?