Fanfic: Acordo Sedutor Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

A caminho do escritório do advogado, Anahí sentia-se dividida entre as necessidades de sua família e o justo direito de Alfonso a ser herdeiro do pai.

A mãe, naturalmente, era inteiramente contra o direito do filho "ovelha negra" receber qualquer herança, quase se convencendo de que a cena da véspera no funeral não tinha passado de uma fachada atrevida, como um tapa na cara, vingança por lhe negar um lugar junto com a família. Anahí achava que havia indícios de algo bem diferente, porém não disse nada para não exacerbar a raiva da mãe, que transformava a irmã num ratinho trêmulo.

— O que faremos se ele ficar com tudo? — perguntara Dulce temerosa quando finalmente conseguiram escapar do discurso irado da mãe.

— Não acredito que vá acontecer — respondeu Anahí, procurando tranqüilizá-la.

— Mas e se acontecer?

Anahí suspirou — Bem, vamos encarar, Dulce. Tivemos muita sorte em ter todos estes anos bons. Se nossa sorte acabar, vamos ter de cuidar de nossas próprias vidas, em vez de alguém cuidar de nós.

A irmã tinha sacudido a cabeça tristemente. — Não sou forte como você, Anahí.

Era verdade. Dulce tinha passado a vida toda tentando agradar, buscando aprovação, feliz quando conseguia isso, arrasada quando não conseguia. O treinamento, a disciplina e a determinação necessários para competir no circuito hípico de saltos tinham fortalecido Anahí. Ela sabia que não seria derrotada pelas adversidades.

Infelizmente, Dulce era muito diferente: doce, delicada e, quase sempre, irritantemente fraca.

— Não se preocupe, Dulce. Fomos irmãs estes anos todos. Não vou abandoná-la — disse, e depois teve de enxugar as lágrimas agradecidas da irmã.

O medo de ser abandonada era um pesadelo constante de Dulce. Anahí imaginava se não seria um medo comum em crianças adotadas. Ela sentia a mesma insegurança, o que a levara a aproveitar ao máximo todas as oportunidades maravilhosas decorrentes de pertencer à família Herrera, sempre temendo perder tudo isso algum dia.

Sempre parecia haver um preço a pagar por ser adotada... cumprir todas as exigências da mãe, fazer o possível para obter a aprovação do pai. O único amor incondicional de sua vida tinha sido por Dulce, embora não fossem irmãs de sangue. Se os privilégios de que gozavam terminassem agora... bem, ainda tinham uma à outra.

Ficaram aguardando na sala de espera até serem recebidas pela secretária do sr. Newell, que as tratou com muita deferência. Esse tratamento VIP acalmou a mãe.

Foram levadas para uma sala de reuniões onde havia uma mesa oval rodeada por cinco cadeiras de couro ver de escuro.

Cinco cadeiras. A secretária sentaria numa delas, ou a quinta cadeira era para Alfonso Herrera?

A secretária indicou as três cadeiras em torno da ponta da mesa, e, em seguida, ofereceu bebidas. Anahí e Dulce aceitaram apenas um copo de água, mas a mãe pediu uma xícara de chá com uma fatia de limão. Todas receberam um pratinho com pequenos sanduíches e salgadinhos delicados. Nem Dulce nem Anahí tinham vontade de comer, mas a mãe comeu com bastante apetite. Aparentemente, resolvera que não havia motivo para preocupação.

Cumpridas todas as gentilezas, a secretária pediu licença e foi avisar ao sr. Newell que elas o aguardavam.

— Será que ela volta? — sussurrou Dulce ansiosamente, indicando a quinta cadeira.

— Não sei — murmurou Anahí, ainda incerta quanto à presença de Alfonso Herrera.

— O que estão resmungando aí, meninas? — a mãe perguntou.

— Estamos um pouco receosas sobre o que está para acontecer — respondeu Anahí.

— Obviamente, nós somos as beneficiárias do testamento de seu pai — a mãe declarou confiante.

— É — concordou Anahí de imediato. Se aparentasse dúvida, aquele bom humor da mãe desapareceria. No entanto, sentia-se tensa. Enquanto a quinta cadeira não fosse ocupada por outra pessoa, o espectro de Blackjack Herrera continuaria a ameaçá-las, assombrando os sonhos de Dulce.

Quanto aos seus próprios sonhos... o que ela desejava?

A verdade era que desejava ver Alfonso Herrera naquela cadeira, mesmo que isso significasse que ele era uma ameaça real à vida que ela vivera até então. Queria que ele recebesse alguma coisa do pai. Seria injusto se não recebesse. Porém, mais do que tudo, ela queria vê-lo novamente, queria sentir a vibração física da sua presença, queria que ele buscasse uma relação com ela, como sugerira na véspera.