Fanfic: Acordo Sedutor Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Não tenho a menor intenção de contestá-lo, Lady Ellen — ele replicou descuidado, voltando o olhar para Anahí, para ver a reação dela.

Parecia constrangida com a exultação maldosa da mãe. Seus olhos mostravam uma expressão desgostosa antes de ela baixar as pálpebras, escondendo-os. Porém Alfonso havia compreendido bem. Ela se importava com o fato de ele aparentemente não receber quase nada do pai. Um coração generoso, nada ganancioso. Isso a tornava ainda mais atraente. E dava a ele mais uma arma para convencê-la a fazer o que ele queria.

Os músculos de sua virilha se enrijeceram. Não se lembrava de jamais ter desejado tanto uma mulher. De um jeito ou de outro, Anahí Herrera seria dele.

Cada pedacinho dela.

Victor Newell pigarreou e continuou lendo o testamento.

— Dependente de minha esposa, Ellen Mary Herrera, me sobreviver por 30 dias, deixo a ela o restante de meu patrimônio absolutamente, e, se ela não me sobreviver por 30 dias, deixo o restante do meu patrimônio dividido igualmente entre minhas filhas, Anahí Giovanna Herrera e Dulce Maria Herrera.

Ele fechou a pasta, tendo completado a leitura do documento legal. Uma expressão desgostosa precedeu as suas palavras seguintes. — Lamento ser o portador de más notícias, Lady Ellen, mas agora tenho o encargo de explicar que o patrimônio de sir Leonard não abarca muita coisa.

A satisfação complacente do rosto dela vacilou. — O que quer dizer? — ela perguntou rispidamente.

Alfonso concentrou a atenção nela. Este era o momento supremo. Foi para isso que ele tinha estipulado que o pai deixasse um dólar para ele, dando-lhe, assim, o direito de estar presente, de ver esta mulher receber a retribuição que merecia. Ela não ia sair sem absolutamente nada, como acontecera com a mãe dele, mas o coração ganancioso dela ia sangrar. Não fatalmente. Apenas o bastante para equilibrar a balança que ela fizera pender tanto contra Alfonso naqueles anos todos.

Victor Newell foi direto ao assunto. — Quando sir Leonard fez este testamento, um ano atrás, ele enfrentava a falência e acusações de fraude.

— O quê? — as palavras explodiram da boca de Lady Ellen. — Ele teria me contado se estivesse com tantos problemas.

— Lamento que ele tenha escondido essas informações da senhora — disse Victor, compassivo. — No entanto, é verdade. Ao construir seu império de transportes, sir Leonard tinha o hábito de se arriscar bastante em relação à lei. No final, esses riscos o atingiram. Ele excedeu seu crédito com a linha aérea, e tudo estava prestes a desmoronar.

— Mas não havia o menor indício disso — Lady Ellen argumentou sem acreditar no que ouvia. — Nossa vida continuou a mesma.

— Uma questão de orgulho eu imagino. Ele de fato enfrentava um longo período na prisão por várias acusações, além de perder tudo. Foi nesse momento que o filho... — ele indicou Alfonso Herrera — se apresentou, oferecendo um pacote de resgate.

Lady Ellen respirou fundo.

Anahí inclinou a cabeça, olhando pensativa para Alfonso. Não estava chocada. Alfonso sentiu que ela estava considerando o que ele fizera e por quê.

Dulce estava cabisbaixa, de ombros encolhidos, como se esperasse um golpe. Vitima, pensou Alfonso. Havia algo de muito errado com a irmã mais moça de Anahí. Não se tratava apenas do que estava acontecendo ali. Era uma mentalidade de vítima criada ao longo dos anos. Pelo pai, ou por Lady Ellen? A indiferença — especialidade do pai — por si só já era um abuso, mas Alfonso não duvidaria de crueldade por parte de Lady Ellen.

Volveu o olhar para a mulher que ele odiava, vendo-a ser golpeada por uma brutal reversão de fortuna, querendo que ela se sentisse vítima uma vez na vida!

Victor explicava os detalhes do pacote. — Todas as dívidas seriam pagas, o império seria mantido com a mão de obra intacta. Sir Leonard continuaria na posição de Executivo Chefe, com um salário de cinco milhões de dólares por ano. Ninguém precisaria saber como a situação tinha sido resolvida. Na superfície, tudo continuaria na mesma.

— Em troca de quê? — perguntou Lady Ellen.

— Um novo testamento seria redigido. Este testamento. Que estipula um dólar para o filho e o resto do patrimônio para a senhora. No entanto, o patrimônio diminuiu muito. Tudo que o sr. Alfonso Herrera salvou foi legalmente passado para ele há um ano — a empresa de transportes, todos os bens pessoais, com exceção apenas do que sir Leonard ganhasse como Executivo Chefe daquele ponto em diante.

— Todos os bens pessoais? — gemeu Lady Ellen. — Não pode estar falando de nossa casa.

— E o seu conteúdo. Tudo — o advogado confirmou, com um olhar implorativo para Alfonso. — A senhora talvez possa negociar com o sr. Herrera as suas jóias e outros bens pessoais.

Alfonso não respondeu. Que sofresse, ele pensou, querendo que ela sentisse bem como era ser excluída, deixada de fora sem ter onde se agarrar. O olhar dele dizia:

"Você virou as costas para mim vezes demais, sua pistoleira desalmada."

— Os cavalos — disse ANahí, baixinho o rosto completamente sem cor.

Eram importantes para ela. Alfonso registrou a informação para uso futuro.

— Os cavalos foram comprados por sir Leonard — Victor lembrou-a. — Eram propriedade dele, e agora pertencem ao filho. Vocês devem compreender que todos esses bens teriam sido vendidos se fosse decretada a falência de sir Leonard. Vocês continuaram a dispor dele apenas porque o sr. Alfonso Herrera interveio e deixou que acontecesse assim enquanto o pai vivia.

— Isso partiu o coração dele! — Lady Ellen, alterada, acusou Alfonso. — Você o matou com sua aquisição traiçoeira.