Fanfic: Acordo Sedutor Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

O estômago de Anahí estava dando voltas. A mãe ia acabar com ela quando voltasse para casa. Porém já não era mais a casa delas. Pertencia a Alfonso Herrera. Tudo pertencia a ele. E, se pudesse salvar alguma coisa desta aniquilação total de tudo que conhecera, por que não tentar?

Não importava se a intenção dele era de humilhá-las. Ele tinha sido humilhado durante anos, tratado como um pária pela família. Ela podia aceitar um pouco de humilhação também. Pelo menos descobriria o que se passava na mente de Alfonso, para satisfazer um pouco do interesse que ele lhe provocava.

— Gostaria que eu estivesse presente a essa discussão? — ofereceu o advogado, fazendo Anahí voltar-se para Alfonso com um olhar interrogativo.

— Não, obrigado, Victor. Se precisar formalizar um acordo com Anahí, entrarei em contato com você — disse Alfonso suavemente, o rosto bonito não revelando seus pensamentos íntimos. Sorriu para Anahí, um sorriso charmoso que embaralhou ainda mais seu estômago.

— Pensei em irmos ao Restaurante Skyroom, na cobertura deste prédio, e conversarmos informalmente durante o almoço. Isso lhe agrada?

—- Agrada — ela respondeu. Parecia um arranjo muito civilizado. Ela não queria que aquele homem fosse seu inimigo, e, prolongando ao máximo o almoço, com certeza obteria mais informações sobre ele. Talvez até conseguisse fazê-lo reconsiderar a idéia do despejo, ou pelo menos adiá-la. Certamente, ser antagônica a ele não traria nada de bom. Talvez nada levasse, mas pelo menos era uma chance de tentar.

— Ótimo! — Um aceno satisfeito com a cabeça por parte dele antes de se dirigir ao advogado novamente. — Obrigado por seus serviços esta manha, Victor. Perfeitos como sempre.

O advogado pigarreou e indicou a porta aberta, onde permanecera depois de se despedir de Lady Ellen e Dulce. Anahí agradeceu também ao passar por ele, consciente de que o tato e a cortesia dele não tinham recebido nenhuma aprovação da família. O choque não era desculpa para as pessoas se comportarem mal, ela pensou, desejando que a mãe tivesse se portado com dignidade, em vez de se descontrolar tão agressivamente. Não ajudava em nada a situação. Apenas reforçava a tendência de Alfonso a ser impiedoso.

Ele se colocou ao lado de Anahí no corredor que levava aos elevadores, fazendo-a sentir imediatamente a sua presença. Não tocou nela, mas o poder do homem "Alfonso" varreu todos os pensamentos de sua cabeça, enchendo-a com um turbilhão de especulações sobre o que Alfonso procurava nela. Ele com certeza não ligava realmente para cavalos. Nem tampouco ligava para ela. No entanto... seu corpo todo tremia de expectativa.

Entraram juntos no elevador. Ele apertou o botão e deu-lhe um sorriso provocante quando as portas se fecharam. — Nem sempre obedece sua mãe?

—- Já não sou mais uma garotinha — ela disse, instintivamente erguendo o queixo com determinação.

— Não, não é mesmo — ele concordou, com um brilho diabólico de admiração nos olhos azuis.

Anahí prendeu a respiração. Esse convite para almoçar seria mais sobre eles dois — a exploração de uma atração que nada tinha a ver com cavalos? Ele havia dito que ela era linda. Mas certamente não estava sendo sincero.

O aviso da mãe soou em seus ouvidos... Você não pode confiar em nada do que ele diga.

Apesar de tudo, os olhos de Anahí lhe diziam que ele estava fabuloso naquele terno de risca de giz azul marinho, e todos os seus hormônios femininos vibravam de excitação diante da possibilidade de uma ligação sexual com aquele homem. Por mais loucura que fosse até mesmo considerar essa possibilidade com Alfonso Herrera, não podia controlar o que sentia por ele, embora o respeito próprio exigisse cautela em demonstrar o impacto que ele lhe causava.

— Disse que sempre almoçava com meu pai — ela lembrou, imaginando se teriam almoçado juntos no Skyroom.

— Vocês se aproximaram mais com o passar dos anos?

— Não no sentido pai e filho — veio a resposta seca, acompanhada de um lampejo de ironia. — Ele me via como um concorrente no mundo dos negócios e gostava de se manter informado sobre o que eu fazia.

— Você também deve ter se mantido informado sobre ele — comentou Anahí, acrescentando intencionalmente — para poder se apresentar e oferecer um pacote de resgate.

— E — era uma resposta concisa, sem mais nenhuma informação.

— Ele deve ter ficado agradecido a você — insistiu Anahí.

A risada dele foi zombeteira. Seu olhar também. — Ele odiou. Simplesmente, a alternativa, se ele recusasse, seria pior.

— Por que você fez isso? — era a pergunta mais pertinente, indo direto ao coração do homem.

— Ora, havia um certo prazer em conseguir à força o que me fora negado por qualquer maneira natural — ele disse calmamente, observando com interesse a reação dela.

Para Anahí era triste ele nunca ter conseguido o relacionamento natural com o pai que ele tanto buscara. Anos perdidos quando ele estava na América, anos de tentativas depois de sua volta para a Austrália, a rejeição permanente...

— Sinto muito você não ter obtido o que queria, Alfonso — ela disse suavemente.

O rosto dele se enrijeceu. Os olhos se estreitaram. Ele não gostava da solidariedade dela, não a queria. Anahí ficou tensa, esperando alguma reação desagradável, porém o momento perigoso passou, substituído por zombaria.

— Mas eu obtive, Anahí. Com a vantagem de tirar de sua mãe a casa sacrossanta onde jamais me permitiram pisar.

A pequena esperança que havia no coração dela morreu naquele momento. Não haveria nenhuma piedade quanto ao despejo.

— Você teria pisado lá se tivesse sido bem recebido? — ela perguntou, recordando-se do dia em que ele foi enxotado.