Fanfics Brasil - Capitulo 5 Mais que confidentes

Fanfic: Mais que confidentes | Tema: Big Brother Brasil


Capítulo: Capitulo 5

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Na manhã seguinte, Angela acordou se sentindo desnorteada, havia dormido no sofá e tinha acordado na cama. Só podia ter sido Marcelo que a carregou até ali, imaginou. Depois lembrou como ele tinha ignorado sua tentativa de se redimir dos problemas que eles estavam evitando em falar, mas que ela precisava profundamente desabafar todo aquele conflito que sentia desde que Marcelo retornou para seu apartamento em São Paulo.


Orgulhoso e teimoso, tinha que se contentar com o que ele estava lhe oferecendo. Mas só queria que Marcelo soubesse o quanto estava se sentindo rejeitada e desprezada, parecia que algo estava faltando para completar o relacionamento entre eles, mesmo que fosse só amizade. Tinha a necessidade urgente de saber o que se passava nos pensamentos dele.


Desanimada, Angela levantou para se arrumar e enfrentar sua sessão de fotos. Tomou banho e seu café da manhã. Quando passou pela sala, observou Marcelo dormindo no sofá encolhido, com aquele tamanho todo, o espaço parecia ainda menor. Mesmo irritada, Angela sentiu que precisava deixa-lo mais confortável, pelo bem da sua consciência, e não achava que ele merecia tal sentimento.


Aproximou-se cuidadosamente.


— Marcelo... — Angela passou a mão pela testa dele, retirando um fio de cabelo.


            Sonolento, Marcelo abriu os olhos e a observou confuso.


— O que foi? Estou atrasado?


            Carinhosa, lhe deu um sorriso.


— Não. Hoje você pode ir mais tarde, não precisa ir agora.


— Tem certeza?


— Absoluta. Olha, estou saindo, pode ficar na minha cama. — Marcelo ergueu a sobrancelha.


— Por que isso agora? Não estou entendendo.


— Acho que esse sofá já passou da hora de ser aposentado. — Ela fez uma careta — Sinceramente ainda não sei como você não está com o corpo todo dolorido.


Ele riu e repentinamente a puxou, fazendo-a com que caísse por cima dele, deixando os cara a cara.


— Nesse momento minha mente passa outras formas de ficar dolorido.


Mesmo sorrindo, estava envergonhada, Angela lhe deu um soco.


— Onde estão os seus modos? — Evitando contato visual, Angela tentava se retirar do abraço forte em que se encontrava — Um pouco de respeito não vai te matar.


— Só estou pedindo um pouco de carinho por me deixar dormir nesse sofá todos esses dias. — Marcelo puxou o rosto de Angela, fazendo com que se encarassem. Era difícil não se sentir hipnotizada estando tão próxima — É assim que você vai retribuir pela massagem de ontem?


Angela sabia se controlar diante de Marcelo, mas não tinha sangue de barata, estava muito consciente daquele corpo abaixo do seu. De repente toda aquela sala parecia um forno e estava a sufocando.


— Marcelo, você é um ser muito desprezível.


— Você fez uma confissão ontem, agora é minha vez. — Marcelo a puxou um pouco mais para perto e sussurrando em seu ouvido, disse — Ficar próximo assim me faria mais feliz do que você imagina.


E então a libertou dos seus braços. Ficar em pé custou uma vida para Angela, principalmente quando todo o seu corpo tremia, o coração estava disparado a mil por hora, precisava urgentemente de um apoio. Quando o olhou, quis matá-lo, ainda mais para arrancar aquele sorriso cínico do seu rosto.


— Ótimo, fique com suas brincadeiras. Estou saindo.


Angela deu-lhe as costas e pela porta saiu. Largando um Marcelo se sentindo sozinho e desprezado.


 


— Olá!


Surpresa, Angela desviou o olhar de sua tarefa. Estava ajudando a guardar os equipamentos do ensaio, quando Gabriel apareceu parado em sua frente, sorrindo para ela.


— Olá — repetiu, desejando imediatamente ter dito alguma coisa mais inteligente.


— Eu não sabia que você ia estar por aqui hoje. — Gabriel disse retirando os óculos escuros.


Constrangida, Angela afastou os cabelos caídos sobre o rosto. Tinha feito um rabo-de-cavalo, mas depois de muitas horas tirando fotos, o penteado tinha se desfeito, assim como o restante de suas roupas. Os shorts e o top estavam até rasgados.


Gabriel sorria, e ela se obrigou a sustentar o olhar. Contato visual, lembrou-se. O sorriso dele era gentil. Mas não tão agradável quanto o de Marcelo...


— Posso? — ele perguntou, querendo se aproximar.


Angela concordou.


— Você deve estar cansada — Gabriel comentou.


— Nada que um banho e um refrigerante não resolvam.


Ela se moveu um pouco mais próxima dele, mas enroscou o pé num fio e tropeçou.


 


Do outro lado do estacionamento, Marcelo observou alarmado quando Angela perdeu o equilíbrio. Fez menção de sair correndo para segurá-la antes que caísse, mas, por mais rápido que corresse, estava consciente de que não chegaria a tempo.


No entanto, Gabriel estava lá. Ele a sustentou nos braços, protegendo-a, e seu alívio se transformou rapidamente em ciúme quando o viu segurar Sandy... E não ter a menor pressa de soltá-la.


Conte até dez, Marcelo pensou exasperado.


Foi quando viu Gabriel se afastar de Angela


Desejando desesperadamente ser um mosquito para poder ouvir a conversa, observou Angela enquanto ela. Estava tensa, mas dirigiu a Gabriel um belo sorriso, e Marcelo sentiu o estômago se apertar. Era verdade, ela ainda não tinha consciência do que podia provocar, não devia haver um só homem vivo que resistisse a um sorriso como aquele. Pelo menos, ele não podia resistir...


Continuou a observar até ver que Angela endireitou os ombros e enfiou as mãos nos bolsos do short.


Gabriel disse alguma coisa, sorriu e foi embora. Angela olhou para Marcelo a distância. Era a primeira vez durante todo o dia em que permaneceram ali no ensaio. Ele tinha percebido que ela o estava evitando depois do ocorrido naquela manhã.


Angela desviou o olhar e deu alguns passos até que Marcelo apareceu ao seu lado, como um foguete.


— Quer que eu dirija?


Ela não disse nada. Simplesmente estendeu-lhe a chave.


— Sabe o que eu iria gostar? Se você conseguisse me colocar dentro do carro como num passe de mágica... — ela disse, e ofegou quando ele a ergueu nos braços.


— Marcelo, eu estava brincando! — ela protestou enquanto ele a carregava até o banco de passageiros.


Ele abriu a porta sem soltá-la e gentilmente a acomodou.


— Não foi exatamente um passe de mágica — ele comentou, ajustando o cinto de segurança ao redor dela. — Mas funcionou.


— Você está me deixando mal acostumada... Se continuar me mimando desse jeito, vou ficar arrasada quando você for embora.


— E se eu não for?


Angela se sentou, tentando refletir no que Marcelo havia acabado de dizer.


— O quê?


Mas Marcelo já havia fechado a porta. Ele contornou o carro e se sentou ao volante.


— Zagonel, você está pensando em ficar em São Paulo por quanto tempo?


Angela o chamava de Zagonel apenas quando o assunto era de extrema importância para ela, quando estava irritada ou então curiosa. Era a única que o chamava pelo sobrenome, foi uma forma de se sentir intima dele. Quando tiveram aquela conversa no Rio de Janeiro, quando chegaram a um acordo... Fechou os olhos, aquele dia que ela não sabia se tinha sido certo ou se mudaria os fatos. Ou se simplesmente conseguiria esquecer.


— Zagonel, você está pensando em transformar São Paulo em um lar temporário?


— Temporário? — Virou-se para ela com uma sobrancelha erguida. — Você não quer que eu fique em São Paulo?


— Você não é do tipo que gosta de cidades como São Paulo. — Angela de repente se sentiu ansiosa. — Pelo menos, foi o que você disse na última vez que nos vimos.


— Você já parou para pensar que eu posso ter mudado de ideia?


Algo na voz dele fez Angela olhá-lo com atenção. Era mais do que tristeza. Era um tipo de desespero que ela não tinha visto antes. Ao menos não antes daquela visita.


— Zagonel, às vezes eu chego a pensar que você está surtando. — Ela tocou-o no braço. — Gostaria que me dissesse o que há de errado para que eu possa ajudá-lo.


Marcelo tomou a mão dela na sua e apertou de leve os dedos delicados.


— Eu ficarei bem — afirmou, rezando mentalmente para que não fosse mentira.


— Você sabe que eu faria qualquer coisa por você. Basta pedir.


Ele sorriu e beijou a mão dela antes de soltá-la.


— Eu vi seu tropeço hoje.


— Você está mudando de assunto.


— Ainda bem que você entendeu.


Angela ficou em silêncio. Desde quando Marcelo evitava os assuntos que ela queria falar?


— Você fez de propósito?


— O quê? — Ela pestanejou, distraída como os próprios pensamentos.


— Quando você pisou em falso, foi de propósito para que Gabriel a segurasse?


— Ah, claro. Eu planejei intencionalmente fazer papel de idiota — ironizou. — Descobri que isso enlouquece os homens.


— Funciona comigo.


Marcelo estava sorrindo, e Angela se flagrou correspondendo.


— Não vou me esquecer disso.


Por que era tão fácil flertar com ele? Ela não ousaria dizer algo tão sugestivo para Gabriel. Sabia que na realidade Marcelo não representava um perigo. Ele jamais a levaria a sério, da mesma forma que ela nunca confundiria o flerte dele com algo real, estava muito bem consciente dos sentimentos que ela nutria por Marcelo.


— O que Gabriel deu para você?


— Então, você estava me observando... Eu já suspeitava. — Estreitou os olhos. — Como foi minha linguagem corporal?


— Ainda precisa dar um jeito. — Ele foi direto.


— Achei que estava indo tão bem — ela protestou. — Quero dizer achei que ele fosse me convidar para sair. Gabriel disse que haveria uma festa no clube de Harcourt hoje à noite e me entregou o endereço. Disse que eu poderia até levar alguém.


— Foi isso o que ele entregou para você? O endereço do clube?


— Sim.


— Sabe o que eu acho? — Ele não esperou a resposta. — Acho que ele pretendia convidá-la, mas então você recuou e o fez mudar de ideia.


— Eu recuei? Por quê?


— Sim. Você o rejeitou no momento que colocou as mãos no bolso do short e se afastou.


— Eu não pretendia rejeitar o Gabriel.— Angela disse desanimada. — Sou uma negação em linguagem corporal. É impossível, Marcelo.


— Não é, não. — Marcelo saiu do carro, contornou-o e abriu a porta para Angela.


Ela desviou o rosto, mas Marcelo percebeu seus olhos marejados de lágrimas.


— Meu Deus, você está falando sério. — Agachou-se ao lado dela. — Vamos, não fique assim... É só praticar.


— Praticar?


— Isso mesmo. Vamos entrar e nos arrumar. Eu vou com você.


— Mas você odeia esse tipo de coisa.


— Vou sobreviver. Você precisa entrar em ação para praticar.


— E com quem exatamente eu vou praticar?


— Você tem a mim.


 


Assim que Angela ficou pronta, Marcelo já estava esperando por ela na porta.


A mão de Angela repousou levemente no braço de Marcelo, que a conduziu com gentileza.


— Angela, olhe para você — ele sussurrou. — Está maravilhosa. Tente se divertir essa noite.


E foi o que ela fez. Parecia outra pessoa.


Marcelo estava certo. Estava tão linda que não parecia real. E os dois formavam um casal perfeito. Claro, não poderia ser diferente, pensou. Estavam à vontade e relaxados juntos, e o comportamento dos dois refletia isso.


— Bem, aqui estamos — ela disse. — O que faremos agora?


— Que tal uma bebida? Quer que traga alguma coisa para você do bar?


— De jeito nenhum vai me deixar sozinha. — Angela segurou o braço dele com mais força.


— A mulher mais bonita da festa não quer soltar o meu braço. — Marcelo sorriu. — Acho que não deve ser difícil lidar com isso.


— Cuidado com os elogios, Marcelo — ela disse. — Posso começar a acreditar em você.


Os olhos caramelos examinaram o rosto dela.


— E isso seria tão terrível assim para você?


Angela desviou o olhar, incapaz de sustentar o contato, com receio de... Do quê?, perguntou-se. Não tinha medo de Marcelo. Tinha medo de si mesma, de se entregar ao não conseguir afastar os olhos da boca dele, de seus lábios. E Marcelo, um especialista, saberia no mesmo instante que ela queria beijá-lo. Deus, precisava que ele a beijasse, mais do que precisava de ar. O que havia de errado com ela ultimamente? Por que precisava tanto? Por que sentia tanta falta dos momentos que eles tiveram no programa?


— E aquela bebida? — Angela lembrou.


Com um suspiro frustrado, Marcelo a conduziu, tentando decidir se tomaria uma cerveja ou um refrigerante. O que seria mais eficaz para acalmá-lo? Decidiu pela cerveja. Contanto que não bebesse demais, ficaria bem. Caso se embriagasse, provavelmente não conseguiria conter o impulso de se atirar aos pés de Angela e implorar que tivesse piedade dele.


— Quer uma taça de vinho? — cochichou-lhe ao ouvido quando chegaram ao balcão.


Ambientes lotados costumavam aborrecê-lo. Porém, percebeu que estava gostando de estar ali. O excesso de pessoas forçava Angela a ficar perto dele. Angela não usava perfume, mas aquele cheiro tão familiar estava o enlouquecendo aos poucos. Marcelo sentiu o corpo responder àquela proximidade e rezou para que ela não percebesse sua reação.


— Querem beber algo? — o barman perguntou.


— Cerveja, certo, Marcelo? Duas, por favor.


Ela sorriu, entregando uma para Marcelo e ergueu o outro copo para um brinde.


— À linguagem corporal!


Os copos tilintaram e ambos tomaram um longo gole da bebida gelada.


— Por falar em linguagem corporal... — Marcelo afastou com ela do bar — Acho que você poderia fingir...


Ele tomou outro gole enquanto Angela esperava que continuasse.


— Fingir o quê?


— Fingir que está interessada em mim. — Marcelo sorriu quando os olhares se encontraram, mas não estava brincando. Angela nunca o vira tão sério.


Ela ficou em silêncio enquanto era levada para um lugar mais tranquilo. Encontraram um canto isolado. Marcelo parou, retirou a cerveja da mão dela e colocou os dois drinques sobre a mesa.


— Primeiro, você precisa relaxar — instruiu, e ela percebeu que havia cruzado os braços com força. — Comece fingindo que gosta de mim.


— Marcelo, eu não tenho de fingir isso.


— Ótimo. — O sorriso se alargou quando ele tomou as duas mãos dela com delicadeza. — Faça de conta que ficarei aqui somente esta noite, e você acabou de perceber que está apaixonada por mim. Temos apenas algumas horas e não há muito tempo para me mostrar o que sente. Finja também que você não é o tipo de pessoa que vá se declarar. — Soltou as mãos dela e recuou um passo. — O que vai fazer?


— Você está pirando. Por que tenho de fingir tudo isso?


— Porque é mais fácil flertar com um conhecido do que com um estranho.


Angela pegou nervosamente o copo de cerveja e tomou um gole.


— A verdade é que não conheço Gabriel bem o bastante para saber se ele não é um psicopata.


Marcelo riu.


— Angel, agora você está inventando desculpas.


Ser chamada pelo seu apelido deixou o interno de Angela em alerta.


— Mas eu... — Ela balançou a cabeça. — Não sou boa em fingir e, acima de tudo, sou péssima em seduzir. Na verdade não entendo nem como não sou mais virgem. Você acha que é tarde demais para me tornar freira?


— Sim — Marcelo respondeu com firmeza. — Tarde demais. Você não tem de saber como seduzir um homem. Basta que saiba como... ser seduzida. Apenas confie em mim — acrescentou com suavidade. — Você confia em mim?


Angela assentiu. E abaixou os olhos.


— Lembra-se do que eu disse sobre contato visual?


Ela assentiu mais uma vez e, quando os olhares se encontraram, Marcelo sorriu.


— Estou vendo medo e timidez em sua expressão. Tente se soltar. Faça com que eu veja que você está pensando em sexo.


— Mas eu não estou.


— Deveria estar. Olhe para mim, Angela. Angel.


Ela obedeceu, e o olhar de Marcelo pareceu se incendiar de desejo. Percorreu lentamente cada milímetro do seu corpo.


— Pode adivinhar no que estou pensando? — indagou, fazendo-a corar ao fitá-la.


— Sim, mas...


— Mas?


— Sou mais tradicional que você, Marcelo. Não consigo simplesmente apertar um botão e sentir... luxúria.


— Prefiro chamar de atração física. E comigo também não é assim, só apertar um botão. Trata-se de derrubar as defesas, de demonstrar algo que eu normalmente manteria escondido.


Angela fez esforço para entender.


— Não sei se acredito que você ainda me ache atraente. — ela disse.


— Acredite ou não, Angel, eu acho — ele respondeu, com um traço de aborrecimento na voz. — Acho você extremamente sensual.


Uma risada zombeteira escapou dos lábios dela.


— Está certo.


Marcelo agarrou o braço dela.


— Droga, Angela. Nunca menti para você, por que começaria agora?


— Sei que não está mentindo.


Claro que ele se interessava por ela como amiga. E quanto à atração física, não era novidade que Marcelo acabasse se atraindo por ela. Apenas não queria acreditar que ele ainda a olhava assim.


Angela puxou gentilmente o braço. Não queria discutir. Estava cansada, com fome e queria ir para casa. Porém, sabia que Marcelo não a deixaria sair de lá até que representasse aquela farsa sobre a linguagem corporal. Deixou de lado o copo de cerveja.


O fato era que não tinha de fingir que o desejava. Tinha apenas de fingir que finalmente estava no mundo perfeito com o qual havia sonhado tantas vezes. Era só olhar para ele e deixar que toda a paixão e o anseio que sentia transparecessem.


Ela sustentou seu olhar conforme uma série de emoções passava no rosto dele. Viu surpresa, descrença, confusão e, por fim, aprovação, antes de um brilho carinhoso.


— É esse o olhar — ele disse.


Ela sorriu com timidez e estendeu ambas as mãos.


— Como estou me saindo?


— Não muito discreta, mas melhorou muito. Dance comigo.


— Por quê?


— Por que eu quero e é uma desculpa para te abraçar.


— Você sabe que não gosto de dançar.


— Confio em você. — Ele sorriu. — E isso não é sobre dança. É sobre sexo.


Angela sentiu o rosto ficar vermelho.


— Marcelo, estou cansada.


— Apenas uma dança e vamos embora. Prometo.


Angela sentiu-se envolvida pelos braços fortes e se perguntou por que estava reclamando. Tinha esquecido como se sentia feliz quando estava em seus braços.


Ela sentiu a mão de Marcelo na pele nua das costas. Acariciou-a lentamente, com delicadeza e sensualidade.


— Sim... — ele sussurrou em seu ouvido. — Você se lembrou do quarto passo.


Angela percebeu que acariciava a nuca dele, enrolando os dedos nos fios de seu cabelo. Sem pensar, ela tinha seguido o quarto passo. Transformara uma dança comum em uma carícia. Porém, fizera isso naturalmente, de forma inconsciente. Talvez ainda houvesse esperança para ela com essa história de linguagem corporal, pensou.


— Angel — ele murmurou seu nome, que a deixou arrepiada. — Não há um só homem neste lugar que não esteja nos observando dançar.


Ela sentiu a mão dele subir por suas costas, e tocá-la sob o cabelo. Era uma sensação maravilhosa.


— Estou me sentindo o homem mais sortudo daqui.


— Ele sorriu.


A música cessou, mas Marcelo não a soltou.


— Gabriel também está olhando — avisou, sem desviar os olhos dos lábios macios.


— Quem? — Angela perguntou totalmente avoada.


— Gabriel — ele repetiu.


— Entendo.


— Estou com vontade de fazer algo, mas só se você permitir.


Marcelo precisava desesperadamente de um pretexto para beijá-la. Queria mostrar a Gabriel que Angela lhe pertencia


Angela passou a língua pelos lábios e foi o convite de que Marcelo precisava.


Ele usou a mão esquerda para afastar gentilmente os cabelos do rosto dela e se inclinou para capturar os lábios dela. Foi apenas um pequeno e breve contato. O coração de Marcelo disparou, e ele se esforçou para se controlar. Mas quando se afastou, desistiu.


— Não sei... — sussurrou, ignorando o fato de que Gabriel tinha sumido e não estava mais olhando — Acho melhor fazermos isso de novo só para garantir.


E ele a beijou outra vez, mais longamente, mas ainda de maneira doce e gentil.


— Vamos. Prometi que a levaria para casa.


Quase com desespero, ele a tirou da pista de dança. Se ficasse mais um segundo ali, não seria capaz de se controlar e a beijaria novamente. E, se fizesse isso, ele se entregaria. Ainda não estava pronto. Era cedo demais.


— Angela Munhoz.


Gabriel e outro homem se aproximaram, e Marcelo o xingou por pensamento.


— Gabriel. — Angela despertou, como se a realidade estivesse a clara somente naquele momento. Afastou-se de Marcelo.


— Estou feliz que tenha vindo — Gabriel disse com um sorriso e se voltou para Marcelo. — Marcelo Zagonel, não é?


— Isso.


Marcelo estava inquieto, queria tirar Angela dali a todo custo.


— O material do ensaio de hoje já está sendo preparado — explicou Gabriel — Preciso que passe no meu escritório amanhã.


Angela hesitou, e Marcelo entendeu no mesmo instante. Ela não queria ficar sozinha com ele.


— Vou pedir para que minha assistente ligue para a sua — ela disse, por fim. — Talvez possamos encontrar algum horário em comum durante o dia.


— Será que posso estar presente nessa reunião? — Marcelo perguntou, interferindo.


Angela o encarou, incerta se ele estava tentando atirá-la nos braços de Gabriel ou se, de alguma forma, queria marcar seu território. O sorriso significativo que ele lhe deu fez seu coração disparar.


— Ok, por mim tudo bem. Só acertar o horário. — Ele sorriu para Angela. — Posso ter uma dança, Angela? — E lhe estendeu a mão.


Angela olhou incerta e de relance viu Marcelo se afastar sem dizer nada. Ela aceitou. Tinha que admitir, ser largada ali sozinha sem mais nem menos tinha a magoado.


 


Marcelo ficou em silêncio enquanto o manobrista trazia o carro, pensando na forma como Gabriel segurou Angela durante a dança e como tinham rido juntos. Mas, o que fazer? Era ele com quem Angela queria estar. Ele era apenas aquele que tinha sido rejeitado várias vezes e que ela nunca conseguiria enxergar mais que um amigo.


O carro surgiu no estacionamento e parou na frente dos dois


Enquanto abria a porta para ela, viu Gabriel conversando com outro manobrista. Viu o jeito que ele os observava, o modo como olhou para Angela, e isso despertou a fera dentro de Marcelo ao lembrar-se da aproximidade que Gabriel e ela tiveram naquela noite.


Esse pensamento o enlouqueceu. Em vez de abrir a porta, puxou-a para si e viu a surpresa nos olhos dela antes de tomar-lhe os lábios. Mas o beijo não foi como o que havia trocado na pista de dança. Dessa vez, Marcelo aprofundou, inserindo a língua em sua boca. Ao senti-la corresponder, seu coração explodiu de felicidade. Puxou-a para mais perto. Tinha esquecido como se encaixavam perfeitamente.


Marcelo ouviu um gemido rouco e levou alguns segundos para perceber que o som partira dos lábios de Angela, e não dos seus. Não teve dúvidas de que ela também o queria. Com a respiração ofegante, recuou um passo e se surpreendeu com a intensidade do desejo refletido nos olhos dela.


— Marcelo, o quê...?


Se ela o tivesse chamado de Zagonel, não teria resistido ao desejo de dizer que a amava.


— Gabriel está olhando — justificou, com voz rouca.


Abriu a porta do carro e ajudou-a a entrar. Olhou para Gabriel. Ele estava mesmo observando, e Marcelo o encarou com uma expressão sombria. Porém, Gabriel não pareceu se intimidar.


Ela, por sua vez, permaneceu em silêncio, revivendo o beijo intenso. Como tinha ansiado que ele a beijasse daquela forma! Jamais tinha imagino que sentia falta do Marcelo dessa forma. Sentia as pernas fracas, sentia o estômago contraindo.


Era disso que sentiu falta ao dançar com Gabriel, não era a mesma coisa. A proximidade dele não a fazia estremecer, nem provocava uma reação devastadora. Com Gabriel, não sentira seu coração se transformar em um vulcão prestar a explodir. Bater disparado no peito. Sensações que experimentava apenas com o toque de Marcelo.


Estava com sérios problemas.


Ficou tudo claro, não desejava Gabriel. Seu coração gritava por Marcelo Zagonel.


 


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OBS: Essa fanfic é uma adaptação, com algumas modificações feita por mim. A partir do próximo capitulo vou escrever tudo com minhas palavras.


Obg pela atenção



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Autor(a): anceloprasempre

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Um dia sem dormir, uma noite de reflexão, observando o nada, com um olhar perdido, tentando apagar a imagem que insistia em ficar em seu pensamento, ter Angela de volta nos seus braços... nem nos sonhos pensou que aconteceria outra vez, ela sempre foi sincera quanto aos sentimentos dela, Marcelo sempre respeitou. Não queria afetar a amizade, agora, por i ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • nay_lovato Postado em 19/06/2014 - 00:44:34

    Tô amando a sua web, você escreve super bem. Espero ansiosa o próximo cap. Kisses *-*

  • natalia_cyreno Postado em 15/06/2014 - 19:53:26

    Adoreei. Cade o capítulo 2?


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