Em fim chegamos ao internato, à entrada era enorme, a altura do muro era assustadora, parecia mais uma prisão. Acredito que nem um presídio tinha uma altura daquele tamanho. Na entrada havia um auxiliar para acompanhar os alunos para seu quarto. Descemos do carro e me senti constrangida ao ver todos olhando para nós, acreditava que era por causa do Jaguar. Eu vestia uma saia, uma blusa cavada dos lados, uma jaquetinha curta e uma bota cano curto. Ao descermos ajudei a Lupita a descer porque ela parecia meio zonza, a sorte que meu pai não estava percebendo nada, porque sempre ficava no celular. Despediu-se de nós e sumiu.
— Senhoria Guadalupe Fernandes e Roberta Pardo? – indagou o auxiliar. Antes mesmo de me deixar responder fui interrompida..
— Guadalupe Fernandes é a senhora sua mãe tá ouvindo? – Apontando na ‘cara’ do auxiliar que se assustou com tamanha ignorância. Eu estava nervosa com medo de levarmos uma advertência antes mesmo de começarmos o ano letivo.•.
— Olhe desculpe-me pela a minha amiga, ela não está bem e não gosta muito do nome dela. Então a chame de Lupita, por favor, ela não está muito conformada com a vinda para o internato, espero que o senhor entenda.
— Entendo Senhorita – riu do meu desespero — A maioria dos alunos que estão vindos para cá, estão vindo contra a sua vontade. Estamos acostumados a lidar com qualquer tipo de ‘desaforo’.
Não iria mais tentar convencê-lo de que ela não costumava tratar as pessoas daquele jeito, se não à enrolada seria bem mais do que pensávamos. Apenas sorri de canto e em fim entramos no interno, por dentro ele não parecia ser tão grosseiro por fora. Havia um caminho lindo de rosas até chegarmos à entrada principal. Ele nos encaminhou para o nosso quarto e deixou um livrinho com as regras e horários das aulas. Ao entrarmos no quarto a Lupita jogou-se na cama e caiu logo no sono. Coisa que eu já esperava que ela fizesse. Havia três camas no quarto. A minha, a Lupi e de alguém que ainda iria chegar. Escolhi a minha cama, era do canto do outro lado, a Lupi obvio já havia escolhida a dela, era a do canto da porta. Comecei a arrumar minhas coisas. Até ouvir alguém bater na porta.
— Com licença. – ela parecia ser tímida ao entrar, vestia roupa básica short e regata branca, era morena, com uma altura adequada para seu corpo, não muito magra e nem muito gorda.
— À vontade. – assenti. — Como se chama? – levantei e fui ao seu encontro me apresentar.
— Josy. Chamo-me Josy e você? – (Pov. Josy) a principio não gostei da ‘cara’ dela, parecia ser mais uma daquelas patricinhas riquinhas com a voz abusada que já tinha esbarrado durante o caminho ate o quarto. Ela era ruiva com os cabelos ondulados, baixa um tanto malhada, mas sem barriga alguma acredito que ela não comia nem um brigadeiro há alguns anos. Ate ela vir falar comigo e parecer gentil e não ter a voz abusada como pensar. Risos.
— Bom, me chamo Roberta – estendi a mão — Espero que sejamos ótimas colegas de quarto, afinal vamos passar bom tempo juntas. Vejo que ira cursar o mesmo ano que eu.
— É também espero. – sorri — Não fiquei muito feliz com a ideia de vir pra cá, mas espero gostar. Não tem outro jeito. – olhou pra Lupita que falava umas coisas estranhas enquanto dormia e se assustou.
— Não ligue neste quarto você não é a única. Bom, não estou falando de mim, mas dela – apontei pra Lupita – Veio meio que forçada e decidiu vir ‘bêbada’ ao primeiro dia para não sofrer tanto segundo ela. – as duas riram.
Pov. Joaquim
Cheguei ao maldito internato com um litro de vodka na mão junto com o Nícolas, meu irmão mais novo.
— Senhor, não pode entrar no internato com isto? – apontou o auxiliar.
— Olha aqui seu. Seu energúmeno. Quem você acha que é para me impedir de algo – apontando o dedo no nariz do auxiliar
— Bom Senhor, sou.. – Antes que continuasse Nícolas interrompeu pegando o litro da mão de Joaquim e atirando em um lixeiro próximo.
— Você enlouqueceu Joaquim? Já quer ser expulso antes mesmo de começar?
— Esse cara não sabe de quem somos filhos irmãozinho. – o auxiliar ria — Do que esta rindo?
— Olhe desculpe pelo meu irmão, ele não queria estar aqui e então esta fazendo de tudo para não ficar aqui. Pode nos levar ate o nosso quarto.
— Entendo. Avise para o mesmo que não sou energúmeno, e quer ser expulso daqui sendo filho de alguém tão poderoso não é tão simples quanto parece. – Sorriu irônico e acompanhou ate o quarto.
No quarto..
— Você ouvir irmãozinho? Nem precisei falar de quem somo filhos, ele já sabia.
— Seria impossível não saber nê Joaquim, mas você pegou pesado cara. Não precisava de tamanha falta de educação com o funcionário do colégio. E acredite ele saber de quem somo filhos, não é bom.
— Porque não seria? Estou achando ótimo – tirando as coisas da mala. E arrumando no seu espaço do quarto.
— Mas o que é isso cara? Vocês não terminaram? – olhando para o porta-retratos com a foto da Roberta que o Joaquim tirava da bolsa e colocava ao lado da cama.
— Ela terminou comigo, eu não terminei com ela. E isso será passageiro cara. Ainda virão alguns finais de semana.
— Que possessivo. Não acha que já se acabou demais por causa da Beta cara?
— Não me acabei, estava precisando daquela liberdade. Mas agora tudo precisa voltar ao normal.
— Claro que Deus Joaquim, você quem controla o tempo e o sentimento das pessoas. – falou com a voz grossa e Joaquim riu irônico.
Os meninos saíram do quarto para dar uma volta no colégio. Nicolas e Joaquim eram verdadeiros irmãos e parceiros dos poucos que existem no mundo ainda. Logo em seguida, Téo entrou no quarto furioso como a maioria dos alunos não queria estar ali, ele fazia parte desse grupo, deixou as suas coisas e quebrou o seu aparelho telefônico. Ele era moreninho e um pouco forte, não parecia malhar e ao menos tinha a ‘cara’ de inteligente.
Pov. Roberta
Logo tocou o sinal para reunir todos no pátio para as devidas apresentações. Todos os alunos desciam as escadas ansiosas para conhecer o senhor diretor e o inspetor. O inspetor tinha fama de bravo enquanto o direto de abobalhado. No final das escadas. Roberta não poderia acreditar no que estava vendo. Lupita já havia se recuperado da cachaça mal tomada desta manhã.
— Não acredito – Roberta parou de caminhar ao avistar Sol e suas amiguinhas naquele lugar. Era impossível não reconhecer aquele cabelo cor de gema de longe.
— Relaxa beta, não enlouqueça. Você sabe que todos os poderosos colocam seus filhinhos aqui nesta droga.
— Mas, eu esperava viver em paz ao menos no ensino médio lupi. – entristeceu
— Olha não fica com essa cara, quer que eu vá quebrar a cara dela?
— risos — Que engraçada. E qual motivo você irá dizer para tamanha confusão?
— Posso dizer que ela haviam animais em extinção no âmbito escolar e eu estava tentando livrar os alunos de tamanha ameaça. – as duas riram – O diretor começou com o discurso que já estava dando sono a todos que estavam ali. Até mesmo ao próprio inspetor. Resolvi sair para beber um pouco de água, mas aquele colégio era muito grande, não quis acordar a Lupi que dormia em uma cadeira ao meu lado, ela faria um escândalo. E então resolvi ir sozinha mesmo.
— Ow! Olha por onde anda – esbarrei em um menino alto, moreno, forte e dos cabelos lisos e olhos claros.
— Desculpe-me, estou distraída aqui é bastante grande. Não foi a intenção. – ele levantou a cabeça e paralisou ao me olhar e ficou calado. — É você, é mudo? – tentando gesticular. Ele riu.
— Não, não sou mudo. Desculpe pela a grosseria. Chamo-me Tomás. – estendendo a mão
— Sou Roberta, muito pra.. – Alguns meninos vieram gritando o nome dele atrás que acabou derrubando o refresco que tinha na mão em mim. — Oh meu Deus!
— Caralho! – olhou pros meninos, que também pararam ao ver com quem ele estava conversando.
— Mas veja só o que temos aqui nosso amigo Tom cantando uma catita e não vai nos apresentar? – Giovanni piscando deixando Tomás e Roberta constrangidos. Roberta tentava se enxugar com um papel toalha que Tomás havia lhe arranjado sabe Deus lá onde.
— Essa é a Roberta cara, vamos maneirar nê – Tomás fazia gestos para ele parar com as gracinhas afinal havia uma mulher no âmbito. Diego chegava logo em seguida.
— Prazer chame-me de Giovanni.. Ou de amor, ou de namorado. Como preferir. – sorri meio envergonhada. Tomás não gostou muito da ousadia de Giovanni, mas sabia que o amigo tinha essas gracinhas então relevou.
— Prazer, sou Roberta e sou nova aqui. Então me desculpe qualquer coisa.
— Não se preocupe Roberta nê isso? Ele é assim mesmo. Irá se acostumar, é de qual turma? – Diego interrompeu.
— Bom, não sei a turma ainda. As apresentações estão acontecendo no pátio agora. E eu sair, estava entediado com o discurso do direto. Ai, não ouvi a minha turma. Desculpe meninos, mas preciso ir. – Já estava ficando louca com tanto menino bonito no mesmo lugar, os olhos do Tomás me chamaram atenção, mas parei de pensar logo em seguida. Fui à busca de um bebedouro.
Pov. Tomás
Ela era linda, pequena e doce e nervosa também. Risos ao lembrar. Os olhos dela eram arredondas como os de uma criança. Não parecia ser como as meninas que estavam acostumadas, poucas escapavam na Elite Way. Ele sentia que ela era pra ele, não sabia como. Mas havia sentido algo diferente do que esperava. Meio pensativo, foi acordado por uma tapa do Diego na cabeça.
— Ow! Cara, vamos acordar a dondoquinha já se foi – risos –
— Cara, como vocês puderam estragar um momento como este?
— Não me diga que.. – Giovanni boquiaberto
— Sim, estou interessado na ruiva.
— Tomás.. Tomás, não aprende nunca cara. – Diego balançava a cabeça
— Olha amigo, me perdoei, mas essa vai ter que compartilhar. Ela muito gostosinha – Giovanni passou a língua nos lábios inferiores ao lembrar.
— Mas respeito Giovanni, não viu como ela ficou nervosa?
— Claro com essa macharada toda em cima dela.. – Giovanni sorria
— EM CIMA DELA QUEM DIEGO? – Paloma (namorada do Diego há dois anos, uma louca, possessiva, que não deixava ninguém encostar-se ao Diego que caia em cima, a única vantagem era a mais gostosa da Elite) chegava aos berros.
— Lá vem bronca, está na nossa nê Tomás – Giovanni e Tomás saíram e foram para a cantina.
— VAMOS DIEGO ESTOU ESPERANDO.
— Paloma pare de gritar, já conversamos sobre isso. Falei que não gosto da forma que me trata quando estou na frente dos meus amigos. E ela, é uma novata que o Tomás ficou ‘xonadinho’ não tem haver comigo. Não o motivo dessas desconfia toda, nunca te dei motivos para isso. – Diego negou com a cabeça.
— Você sabe que confio em você, o que não confio é nesses seus amigos meu amor. Você lembra-se da vez que você me traiu por influencia deles? – Ela mudou tom de voz e abraçou Diego.
Diego traia Paloma inúmeras vezes, também pudera quem aguentaria tamanha pressão e prisão já estando preso. E ele tinha a desculpa de que Tomás e Giovanni que o embebedavam e influenciavam-no. E claro Paloma acreditava sem saber que quem fazia isso era o próprio Diego. Diego e Paloma logo se encontraram com os meninos na cantina.
Pov. Roberta
— Oh sua louca, dá pra dizer onde você estava? Com quem você estava? Já pensou que poderia ter sido molestada nesse lugar. – Lupita gritava ao redor da piscina onde Roberta estava sentada e rindo. — Olha não dê risada, se não você não sabe do que eu sou capaz.
— Senta aqui e para de escândalo – enquanto tomava um suco. — Vai querer algo?
— Olha sua cínica, claro que quero. Quero explicações de onde você estava – enquanto Lupita tagarelava quanto ao meu sumiço. Engasguei-me com o suco de morango que tomava ao visualizar o Joaquim e Nicolas vindo em nossa direção. — E olha não faz essa cara e não decide morrer agora porque você esta encrencada mocinha...
— Lupi olha. E me diz que não estou tendo um pesadelo, por favor. – Roberta apontava com a cabeça. Lupita virou-se e começou a rir ironicamente.
— Olha amiga, acho melhor eu sair de perto de você. Seu anjo da guarda acho que lhe abandonou desde momento que você decidiu vir para este colégio. Primeiro a Sol e a agora o Joaquim.
— Nem me fala o dia estava tão lindo. – Lupita se assustou ao dizer ‘lindo’ sabia que sempre que eu falava assim, estava me referindo a algo que aconteceu.
— Como assim lindo? O que houve?
— Eu conheci um menino, na verdade foi o acaso. Ele esbarrou e derrubou um refresco em mim.. E ele era.. – antes que terminasse de contar o meu sonho Joaquim chegou me apertando.
— Meu amor, não acredito que você veio atrás de mim. – Nicolas olhava para expressão da Roberta e ria.
— Não Joaquim, jamais em hipótese alguma eu viria a sua procura. Eu quem pergunto o que você esta fazendo aqui? – virando-se para ele.
— Como o que? Eu estudo aqui Roberta.
– risos — não me faça rir Joaquim, você nunca ESTUDO, seu pai sempre pagou para que lhe passassem de ano e agora me vem dizer que estuda aqui.
— Pois fique a Senhorita sabendo, que estou estudando aqui. Parece que não conhece o meu pai, me quer como um político igual a ele. E você o que faz aqui?
— Bom, eu sim vim ESTUDAR aqui para garantir o meu futuro. Mas vai ser mais difícil do que pensei. Ah claro, você escolheu esse colégio porque a sua namoradinha também veio para cá. Entendo. – peguei o copo de suco puxei a lupi, e sai furiosa ao ter me dado conta da situação. Não sabia por que tinha reagido daquele jeito, aquela semana antes de vir pro Elite Way me parecia estar segura de tudo que tinha feito com o Joaquim e agora ciúmes Roberta? Não estou entendendo.
— Viu maninho? Viu como ela reagiu? – Joaquim havia entendido que Roberta estava com ciúmes, a conhecia como ninguém.
— Claro, ela não ficou nada satisfeita ao lhe ver aqui.
— Não cara, ela ficou com ciúmes. Mas que namoradinha ela estava falando?
— Deve ser daquele pintinho feio que vem ali em sua direção. Tchau e boa sorte – Nicolas saiu da mesa, ao ver que Sol chegava próximo a mesa que eles estavam. E ele tinha razão ela parecia um pintinho feio, amarelo, pequeno e estranho.
Na arquibancada...
— Poderia ao menos ter demonstrado ciúmes a ele, mas não você mostrou.. – Lupita indagava a cena. Enquanto eu olhava para a quadra.
— Mas que DROGA!!! – gritei e todos olharam para mim. Inclusive o Tomás e seus amigos que estavam na quadra. Encolhi-me.
— Bom você também poderia não ter gritado e chamado à atenção de todo o país.. Mas você – Lupita indagava o grito e não me contive e rir loucamente. — Você também poderia parar de agir como uma drogada. Estou começando a achar que o olhar do Joaquim lhe transmitiu um pouco da substancia..
Pov. Tomás
Estava concentrado no jogo. Até ouvir um grito desesperado e cheio de raiva vindo da arquibancada. Avistei, era ela novamente a ruiva que tinha esbarrado em mim.
— Era uma vez um amigo. E então – Giovanni e a sua mania de narrar as coisas.
— Não enche, vamos treinar – Tomás tirou a camisa. Ele tinha a definição dos músculos bastante atraente e um bronze diferenciado de tudo que Roberta estava acostumada.
— Agora a mocinha resolveu mostrar os espermatozoides vencedores – Giovanni debochava
— As mocinhas vão querer treinar ou vão ficar babando a ruivinha ali. O campeonato esta chegando donzelas. – Diego alertava.
Não consegui me concentrar no treino. Não acertava uma dentro, ela me tirou atenção demais. Fiquei nervoso com a presença dela ali, apesar dela mal me notar. Estava sentada na parte alta da arquibancada. Talvez nem me reconheça, ou lembrasse-se do episodio desta manhã.
— Chega! Vamos parar. Nosso amigo Tomás esta passando mal – gritou Diego com o time. — Cara, o que foi isso? Está louco? – um pouco alterado.
— Não enche Diego. – Tomás molhava o rosto.
— é cara, o que é isso? Que isso? Nunca viu mulher não? Olhe que nos shows do Diego você arrasta todas. – Giovanni lembrava.
Diego era cantor, era apaixonado pela a música. E cantava muito bem, arrasava corações por ter essa qualidade. Além de ser o mais popular do colégio e todas desejarem ele, e ele só ter olhos para Paloma. E eu era o melhor amigo do Diego, sempre o acompanhava nos shows, que só ocorriam nos finais de semana que era quando tínhamos liberdade para sair do internato. Giovanni sempre ia também, mas iria para cobiçar as dançarinas das outras bandas que tinha na festa, ou seja, não ajudava muito. Ah! Tem a Paloma também que às vezes quando Diego permitia ia conosco, coisa que não acontecia sempre. Porque por ela ser muito gostosa, Diego sentia uns ciúmes doente dela.
— AMORRRRRRR – gritava Paloma na quadra acompanhada de sua amiga Victoria e Sol.
— Que houve desta vez Paloma? – Diego ainda alterado com o mau comportamento de Tomás no treino. Todos que estavam assistindo olharam para Paloma, era impossível não olhar quando se tinha uma hiena gritando no campo.
— Ainnn que grosso.
— Seu namorado não me parece muito romântico Pam. – dizia sol.
— E quem é você anã? – Diego
— Me chama de Sol, o brilho em pessoa – Apresentou-se.
Os meninos observavam as amigas da namorada do Diego com cara de deboche, não sabiam como Diego aguentava tanto. Só podia ser amor mesmo o que ele sentia pela Paloma. Victoria era diferente, ninguém entendia o porquê dela andar com a Paloma ou suportar ela, andava sempre com o livro na mão. Usava óculos, tinha os cabelos curtos pretos e olhos claros. Paloma era alta, loira, e gostosa.
Pov. Lupita
— Meu Deus como ela consegue gritar tão alto? – incomodada com o grito da menina.
— Não sei larga de ser chata. E olha ali, ali Lupi – apontando.
— Ali o que sua louca? – procurando na quadra ao avistar Victoria paralisou.
Ela era linda, os óculos dela combinavam perfeitamente com seu pequeno rosto, o sorriso acanhado dela era o charme que tinha nela, e estava segurando um livro, algo que não era muito comum ali naquele colégio. Era magra, mas com uma cintura quase inexistente. Os cabelos brilhavam que pareciam de uma boneca. Na verdade ela parecia à branca de neve, cabelos pretos e o rosto eram brancos que brilhava ao sol, sua pele parecia de um bebê. O que não combinava eram as pessoas que lhe rodeavam. Ela parecia sobrar ali naquele lugar, perdida talvez. Ela vestia um vestido não tão longo, com pulseiras de couro marrom estranho gostar dessa cor, ali todas pareciam gostar de rosa. Mas seus olhos brilhavam ao sol e isso me seduziu a ponto de perder o foco do que a Roberta estava falando.
Enquanto isso Roberta tagarelava.
— O menino que conheci esta manhã, que esbarrou em mim. A estória que estava te contando antes do Joaquim aparecer, me dá nos nervosos só de imaginar que terei que aturá-lo aqui. – ao perceber que Lupita estava fora da terra. — Mas o que você esta olhando? – tentando seguir o olhar de Lupita. Deu uma tapa na cabeça dela.
— Você esta louca? Não pode acordar as pessoas de um sonho tão bom assim.
— Ah claro que não posso, mas deixar a sua amiga falando sozinha do seu sonho é totalmente aceitável.
— Vamos lá. – levantei.
— Vamos lá onde? Andou bebendo Guadalupe? – Roberta sabia o quanto me irritava quando falavam o meu nome completo. Olhei para ela com um olhar de quem não aprovei. E ela notou.
— Vamos lá, lá na quadra. Preciso conhecê-la.
— Só pode esta doida, e o que vai dizer? Olá sou Lupita.
— Isso, não seria má ideia. – Puxei a Roberta fazendo correndo descendo as arquibancadas que eram bem altas. Até chegarmos nela.
Ao chegarmos à quadra onde Victoria se encontrava. Tomás logo se levantou do banco, indo ao encontro de Roberta. Enquanto Diego suportava Paloma se lamentar de quanta inveja todas as meninas sentiam dela. Paloma se assustou ao ver Roberta chegou e tratou logo de tapar os olhos de Diego.
— Esta ficando louca Paloma?
— Não amor, está um pouco ruim aqui. Vamos sair daqui? – ainda tapando os olhos do Diego. Ele tratou logo de tirar.
— Porque tapou meus olhos?
— Não quero que olhe aquela garota, ou que ela – apontando pra ruiva— Lhe note. Esta ouvindo?
— Cara, essa é a menina do Tomás. E sabe que eu só tenho olhos para você – beijaram.
Em um canto..
— Olá, sou Lupita – Lupita sorri
— Oi, – ainda de cabeça baixa.
— Tudo bem? – continuei.
— Sim. – tentando sair dali.
— Também estou bem. – Falei mesmo sem ela perguntar.
— Ok. Preciso ir agora – (Pov. Victoria) Sai com o livro na mão, continue a ler durante o caminho. Talvez a minha atitude tenha a assustado e parecido um pouco antipática. Mas não era muito aberta a novas amizades há bastante tempo, era algo que não me fazia falta. Conseguia viver com a minha própria presença. Que garota atrevida porque ela viria falar comigo, havia tantas pessoas naquele âmbito. E logo a mim ela veio encher o saco, e tirar a minha concentração do meu livro. Nem se quer olhei para ela, só notei que tinha os cabelos pretos e parecia ser da minha altura.
Mas que garota encantadora, mas porque tão fechada assim. Fiquei assustada pela a sua falta de simpatia comigo. Mas não importava, era disso que eu gostava. Não estava afim de alguém fácil, e ela não parecia ser fácil assim. Sentia que ela iria confiar em mim de alguma forma, só não sabia qual. Mas iria descobrir.
Pov. Roberta
— Olá – Tomás sorria igual criança quando ganhava doce.
— Oi – tentei lembrar o nome dele para não fazer tão feia – Tomás, nê?
— Sim. Lembrou meu nome ein, – sorriu.
– risos. — é o que parece, não sou tão esquecida assim. – Aquele corpo suado tão próximo a mim estava me deixando descontrolada e um pouco envergonhada por ter ‘fervencia’ de hormônios masculinos tão próximos.
— Er.. Vai para a festa de boas vindas amanhã?
— Não sei
— Como não sabe?
– É que.. – antes mesmo de deixar terminar a explicação do motivo que nem eu mesma sabia que existia para não ir para festa de boas-vindas. Lupita me puxou um tanto furiosa. Deixando Tomás sobrando e assustado com a atitude da mesma. Tomás logo voltou de encontro ao seu grupo de amigos.
— Mas o que foi sua louca?
— Ela Beta, ela. – Lupita falava passando a mão na cabeça.
— O que ela fez? Ela tem nome ao menos?
—Com certeza deve ter, mas não sei. Ela não me deu chances de perguntas ou se quer abertura para me conhecer. Diferente. – cara de pensativa.
— Como? Mas que tipo de conversa teve?
— Não tivemos conversa alguma. Ela não permitiu.
— Aí você nem sabe quem é essa garota. E já deixa levar tudo do jeito dela assim. Cai fora Lupi, serio.
— Não quero – Roberta olhava Lupita assustada.
Na manhã seguinte não aconteceu nada de muito novo, tivemos as apresentações dos professores. Do qual me identifiquei bastante com o professor de Artes. Ele era novo, lindo e charmoso e bem descolado para o que era comum dos professores da Elite Way. A festa aconteceria à noite, então fomos liberados das aulas ao meio dia. A festa seria em um Vale próximo a cidade. Então deveríamos nos organizar para irmos todos juntos. E ao que entendi que todos os ex-alunos comentavam, era praticamente obrigatória a ida a essa tal festa. Não era permitido permanecer ninguém na escola, além de alguns vigias. O Senhor diretor convocou todos para a cantina para fazer aquela cerimônia de sempre. Alguns meninos ainda corriam para a cantina.
— Olá cara, sou da sua galera. Quer dizer do mesmo quarto, digo isso porque vi seu nome no quarto. Miguel nê isso? – Disse Nicolas batendo nas costas de um menino alto, bronzeado, dos cabelos pretos e olhos castanhos, musculoso e com um sorriso encantador.
— Sim. Prazer cara, Miguel. Você deve ser .. – Cara de pensativo.
— Nicolas.
— Ah legal. Mas vamos cara, o senhor o diretor convocou todos na cantina. – cumprimentaram com as mãos e correram para a cantina. Esbarrando em algumas meninas.
Na cantina..
— Por favor, silencio. O senhor diretor irá dizer algumas palavras – Alice (a secretaria do diretor) pediu insistentemente a atenção de todos. Que era quase impossível. Mas logo todos cooperaram e fizeram silencio.
— Obrigada Alice. Tudo bem pessoal. Reuni vocês aqui porque somos poucos como vocês podem ver, e este é um lugar mais familiar. Quero dizer que o nosso colégio é como uma grande família, não é verdade? – Todos responderem que sim — Quero aproveitar para dar as boas-vindas aos alunos que acabaram de entrar e peço para eles aplausos, por favor – todos aplaudiram e assoviaram — Chegou a hora de comemorar pessoal, todos devem estar prontos as 21hrs para a festa que acontecerá no Vale. – Os alunos vibraram — Quero lembrar que esta festa tem o intuito de fazer com que se conheçam e tenham relacionamento com seus colegas. Estão liberados.