Fanfic: A Filha da Minha Namorada | Tema: Laliter

Quando somos jovens nós acreditamos que a vida é um grande parque de diversão, basta que nós saibamos escolher os brinquedos, e que, apesar de tudo, sempre acabaremos rindo ou vomitando em uma lata de lixo. Infelizmente com o passar dos anos nós notamos que as coisas não funcionam dessa forma. Todas as suas escolhas poderão, de alguma forma, te levar para o abismo da vida. E que é tudo uma questão de sorte. Obviamente você poderá evitar frustrações com algumas escolhas, mas para o nosso eterno desgosto, todos nós sofreremos com algo. Com a perda de alguém que amamos, com um coração quebrado ou com um erro irreversível. A vida está mais para uma grande guerra: todos estão expostos à dor. Para Juan essa era a verdade do mundo e da vida. Ele havia sido casado por 8 anos, para no fim ser deixado por quem ele acreditava ser o amor da sua vida. Sua mulher, Paula, havia o deixado por um americano que ela conhecerá em uma viajem de trabalho para New York. Neste mesmo período Juan estava planejado comprar uma casa para os dois assim que ela chegasse da viajem. E eles realmente quase compraram, mas Paula, que não era uma pessoa ruim, decidiu que não podia fazer isso com seu coração e tampouco com o pobre Juan, que para ela era o mais adorável dos homens. Ela não podia engana-lo, nem a si mesma. Eles se separaram em duas semanas. Ela havia ficado com um dos carros e todos os móveis. Enquanto ele havia ficado com o cachorro deles, seu carro e todos os livros da casa. Quando Juan voltou para a casa de sua mãe a primeira coisa que fez foi colocar várias prateleiras nas paredes de seu quarto. E em segundo comprou uma nova casinha para Rob, já que eles não poderiam mais dividir a mesma cama - sua mãe detestava a ideia de seu filho dormir com um cachorro, para ela aquilo era o cumulo. Aos poucos as coisas foram se ajeitando e ele, lentamente, começou a se acostumar ao quarto, ao pequeno banheiro que havia em seu quarto, ao sem graça escritório da casa e aos sábados na igreja. Aos poucos Juan tentava retomar sua vida sem Paula. Sua rotina foi seguindo-se como sempre era: de casa para o colégio, do colégio para casa.

Domingo, 15 de junho de 2014, 09:00 hrs. 

- A senhora sabe onde está minha gravata preta? – Gritou Juan de seu quarto, enquanto andava pelo quarto atordoado. 

Maria, mãe de Juan, estava na cozinha, preparando como sempre mais um reforçado café da manhã antes de irem à missa. Ela já estava por coar o café quando escutou o grito de Juan, que lhe entrou nas orelhas como eco, fazendo–a se assustar. 

– Por Deus, Juan! Você nunca vai saber mesmo onde coloca suas coisas, não é?! – Respondeu ela, em outro grito. 

– Não precisa ser grossa, está bem?! – Resmungou ele, que já descia pronto, porém sem gravata. Ele usava uma blusa de manga social azul claro juntamente com uma calça também social preta que combinava perfeitamente com os sapatos marrons escuros. – Estou bonito? – Perguntou ele, ajeitando a manga da camisa enquanto a ia sentando-se na cadeira.

Sua mãe olhou-lhe por completo e de imediato fez sinal positivo com a cabeça. Completou elogiando:

– Está maravilhoso! – Ela sorriu e começou a por sobre a mesa o café da manhã. 

Quase 10 minutos depois ela se sentou e eles começaram a tomar seu café da manhã, que duraria apenas 20 minutos. Partiram então de carro para igreja, que neste Domingo estava repleto de gente. Eles sentaram-se no meio, Juan ao lado de sua Tia, e Maria ao lado de seu sobrinho, Nicolas. A missa como sempre havia sido boa, apesar de Juan não possuir tanta fé assim, ele gostava de ir para igreja, pelo menos aos domingos. Sentia-se em paz e parecia que quando sai dali sua força estava renovada. Mas naquele dia, ele sairia era mais cabisbaixo, pois logo quando estava na porta e ia cumprimentar alguns amigos, avistou Paula. E para sua tortura ela estava ainda mais linda do que da última vez. Os cabelos estavam curtos e ela parecia mais feliz. Por um instante ele deu um passo em sua direção, mas avistou, logo atrás dela, seu namorado. "Ô gringo maldito!", pensou ele. Mordeu os lábios com força e focou novamente em seus amigos. Saiu dali pisando forte, exalando ódio. Quando sua mãe entrou no carro já tinha certeza do que tinha acontecido. 

– Ela está bonita, não é? – Perguntou a ele, enquanto ele erguia mais o rádio para fingir não escutar a mãe. – Eu sei que você a viu. Mas se quer disfarçar e ignorar sua mãe por mim tudo bem. – Concluiu ela, mirando a janela. 

Ele realmente pensou em baixar o rádio e conversar com sua mãe, dizer a ela o quanto aquilo o havia feito mal. Mas não podia, ele tinha seu orgulho. E bem, ele era bem alto. 

Ao chegar a casa Juan jogou-se em sua cama e fechou os olhos com tanta força que achou possível esquecer tudo o que havia acontecido hoje. Mas isso não aconteceu. Aquela visão de Paula ainda dominava sua mente e ele ainda se sentia mal. Como ela podia ter feito aquilo com ele? Putz, aquele cara parecia ser um idiota. E sem contar que ele era horrível. "Ele apenas é alto, loiro, de olhos azuis, sem manchas ou marcas no rosto, bom físico e..." E então Juan riu de si mesmo e percebeu que até ele, se fosse mulher, namoraria um cara daquele. Apesar do riso tudo o que Juan havia conseguido era ficar mais e mais para baixo, mais e mais tristonho. E ele sabia que aquilo não passaria de forma tão simples. Então, pela primeira vez, em meses, ele faria algo para se distrair. Levantou-se da cama e foi ao banheiro. Ele se observou no espelho, respirou fundo e molhou o rosto. Depois o secou e ajeitou no corpo sua camisa. Saiu do banheiro e passou o olhar por seu quarto, foi aí que ele obteve sua última certeza. Ele saiu de seu quarto em um passo rápido e só parou para pegar as chaves do carro que se encontravam em cima da mesa. Não deu justificativa para sua mãe ou hesitou antes de entrar no carro. Ele apenas passou pela porta de sua casa, entrou em seu carro e acelerou em busca de qualquer felicidade. Hoje ele faria algo por si mesmo. 

Olá, pessoal. Tudo bem com vocês? Eu me chamo Mayara e essa não minha primeira Web. Já escrevi aqui, mas não deu muito certo, hehe, e também já escrevi para alguns blogs. Geralmente são todos romances. Não tenho uma progamação pra postar, ok? Mas enfim, é isso. Espero que gostem desse primeiro capítulo. Comentem.