Fanfics Brasil - 2 " Segue Em Frente " - DyC ❤

Fanfic: " Segue Em Frente " - DyC ❤


Capítulo: 2

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    - Hey... – Ele se aproximou devagar, uma mão no bolso do casaco do uniforme da escola e a outra segurando uma mochila... a minha mochila. – Você esqueceu. – Ele disse erguendo a mochila.
           


    Eu nem sequer tinha percebido isso, tinha ficado com tanta raiva que nem havia pegado a mochila do chão depois de quase bater naquela garota.


 


    - Obrigada. – Falei pegando a mochila sem tirar os olhos do seu rosto. – O que você está fazendo aqui?


    - Vim só trazer a mochila. – Ele disse dando de ombros e desviando o olhar do meu.


    - Não precisava ser você a fazer isso. – Voltei a sentar perto do túmulo e abracei minhas pernas.


    - Não parecia que mais alguém faria isso. – Ele respondeu baixinho encostando-se a uma grande e majestosa estatua de um anjo na minha frente.


    - Como sabia que eu estava aqui?


    - Vi você entrar aqui umas 4 ou 5 vezes na última semana. Imaginei que tinha vindo pra cá depois... depois que saiu da escola.


    - Está me espionando?


    Christopher que tinha evitado meu olhar até agora finalmente me encarou sério.


    - Não. O escritório do meu pai fica no prédio da esquina, esqueceu? Eu ando indo lá algumas vezes na semana, ele quer que eu participe mais dos negócios. – Ele fez uma leve careta ao dizer isso. Acho que nem percebeu que fez isso – Tem uma enorme janela que da para cá. Meu pai fala muito e um monte de coisas que não me interessam de verdade... e eu me distraia olhando as pessoas indo e vindo aqui, passeando pelos túmulos...


      Ele parou e desviou os olhos de novo. Quantas vezes será que ele já tinha me visto chorar compulsivamente aqui? Virei o rosto para o lado constrangida e passei os dedos pela minha bochecha molhada pelas lagrimas de antes. Baixei o rosto e fiquei em silencio por um longo tempo, não falei nem quando ele veio sentar ao meu lado. Em outros tempos eu iria gritar com ele, mandar que fosse embora e dizer que o odiava. Mas percebi que agora não conseguia fazer isso, não tinha forças pra mandar embora a única pessoa que parecia se importar um pouco comigo. Pelo menos eu queria acreditar que se ele se importava, apesar de tudo...


      - O pessoal do colégio... eles são uns babacas. Tente não ligar para o que dizem, ok? - Falou enquanto brincava com o cadarço do seu tênis – Ninguém lá é melhor que você...


      - Não era eu que estava dirigindo. – Eu disse de repente. Não percebi até o momento que falei, o quanto eu queria que ele soubesse a verdade.


      - Eu sei. Todo mundo sabe, só gostam de ficar inventando coisas... são idiotas.


      E então eu comecei a chorar de novo e me odiei por isso. Me odiei por não conseguir segurar as lagrimas na frente dele. E quando ele em silencio passou o braço pelos meus ombros e me puxou para o seu peito, eu deixei.


      Christopher e eu nos conhecemos no casamento da minha tia com o pai dele, há uns 3 anos. Ficamos amigos e depois de 2 anos percebemos que gostávamos demais um do outro para mantermos só uma amizade. Posso dizer que foi a primeira vez na vida que me apaixonei por alguém e foi incrível! Pelo menos até eu ganhar uma bolsa de estudos na escola chique em que ele estudava. Aí tudo desandou. Ele era popular e tinha muitos amigos, amigos que não gostavam muito de mim, achavam que eu era de certa forma errada para ele. Eram todos ricos, bonitos, mimados, ganhavam uma mesada que era maior que o salário de professora de jardim de infância com o qual minha mãe nos sustentava. Olhavam-me como se eu fosse um ET. E quando eu peguei o Christopher completamente bêbado aos beijos com uma loira em uma festa, percebi pela primeira vez que ele era um deles. No outro dia quando foi me procurar com uma desculpa absurda de não lembrar o que tinha acontecido e sei lá mais o que, eu terminei com ele. Foi uma grande briga onde eu o xinguei de todos os nomes feios que conhecia e lhe dei um tapa no rosto, ele me xingou de volta quando perdeu a paciência. Me chamou algumas vezes de maluca e eu disse que o odiava. Isso tinha acontecido a 5 meses, depois daquilo deixei muito claro que não suportava a sua presença e ele teve a decência de me deixar em paz.


           


     - Eu fui ao funeral, sabe... – Ele disse baixinho quando os meus soluços se foram e as malditas lágrimas pararam de vir. Senti os dedos dele mexendo devagar em meu cabelo, passou pela minha cabeça empurra-lo para longe de mim, mas eu não consegui de novo. A única coisa que fiz foi fechar os olhos e imaginar que estava em outro lugar, há meses atrás quando nada de ruim tinha acontecido. – Achei que não deveria ir, que não iria me querer lá. Mas não consegui ficar em casa, só ficava pensando em você sozinha passando por tudo aquilo. Mesmo depois do que aconteceu com a gente, foi impossível não se importar contigo. Então eu fui, pra me certificar que você não estava sozinha. E quando tive certeza disso, fiquei longe apenas te olhando.


     Não lembrava de tê-lo visto lá, mas a verdade é que eu não lembrava o rosto de ninguém que tinha ido ao funeral. Tinha sido o pior dia da minha vida e tudo parecia um borrão na minha cabeça.


     - Eu deveria ter ido até você, não é? Eu só achei que iria piorar tudo...


     - Tudo bem... – Eu respondi – Naquele dia nada faria diferença. Não ficaria pior ou melhor.


     - Tinha uma mulher que ficou o tempo todo ao seu lado, segurando sua mão. Fiquei tão feliz em vê-la com você, feliz em ver que você não estava sozinha.


     - Ana – Eu sorri ao pensar nela. A mulher que tinha sido minha vizinha a vida inteira, cuidou de mim quando eu era um bebe enquanto minha mãe ia trabalhar e agora cuidava de mim de novo. – É minha vizinha, uma segunda mãe pra mim.


     - Eu só queria que você soubesse... Dulce, sinto muito... por tudo. Sua mãe era incrível.


     - Obrigada. – Eu disse me afastado um pouco dele, para poder olhar em seu rosto. – Ela gostava de você também. – Era verdade, minha mãe ficou tão triste quanto eu quando terminamos. Eu nunca contei a ela o motivo do termino.


     Christopher deu um pequeno sorriso que não durou mais do que 2 segundos. Ficou sério de novo, parecia triste ao me olhar. Então ele simplesmente ergueu a mão e tocou devagar minha bochecha, um carinho que acabou comigo por dentro.


     - Sinto muito... – Ele repetiu. Ficamos em silencio nos encarando por um longo tempo, então quando eu percebi que poderia começar a chorar de novo a qualquer momento, fiquei de pé em um instante.


     - Preciso ir pra casa. – Me abaixei pegando a mochila do chão e já começava a me afastar quando ele tocou meu braço me fazendo parar.


      - Com quem você está, Dulce? Quero dizer, seu pai...?


     - Está preso. – Eu respondi ríspida – E espero que ele morra lá. – Falei com nojo.


     - Quem está cuidando de você? – Perguntou sem jeito.


     - Ninguém precisa cuidar de mim, Christopher. Eu já sou bem grandinha pra me virar sozinha, não acha? – A dureza em minha voz estava de volta. O jeito com que eu tinha falado com ele nos últimos meses estava ali de novo. O momento em que eu tinha baixado a guarda havia passado.


     Christopher também pareceu perceber. Deu um passo pra trás e colocou as mãos no bolso do casaco.


     - Você tem 17 anos, Dulce. Por mais grandinha que se considere ainda não é adulta aos olhos do mundo. Não até ter 18 anos pelo menos. Quem está sendo responsável por você?


     - Ana tem passado uns tempos lá em casa. – Respondi mal humorada.


    - Bom... isso é bom, não é?


    Eu dei de ombros. Só seria “bom” se minha mãe estivesse comigo.


   - Obrigada por trazer minha mochila e por... por tudo. Tchau, Christopher.


   - Tchau, Dul...


   E eu voltei a odia-lo por me chamar pelo meu apelido, por ser gentil comigo, por se preocupar e tornar tão difícil a tarefa de tê-lo como inimigo e também por voltar a fazer com que eu sentisse coisas por ele que eu achava que já não poderia mais sentir.


           


 



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Autor(a): carolliinaa

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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    Quando cheguei em casa levei um grande susto ao ver que havia uma desconhecida sentada no sofá da sala. A mulher usava um elegante vestido azul escuro, um scarpin preto, e um coque bonito prendia seus cabelos pretos, e tinha um anel com uma grande pedra em um dos dedos da mão que parecia absurdamente caro, não duvidava que fosse um dia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • sher_vondy Postado em 23/06/2014 - 21:33:16

    Leitora novaa, to amando

  • rbdeternos Postado em 16/06/2014 - 20:28:38

    Ucker e Dul morando junto... Hummmmmm.. :D Continuaaaaaaaaaaaaaa!!!!

  • rbdeternos Postado em 16/06/2014 - 19:04:14

    Agora vai começar a ficar bom.... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!

  • rbdeternos Postado em 16/06/2014 - 00:07:00

    Leitora Nova *-* Perfeitoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo <3 Ameiiii Continuaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

  • aninhajc_2014hotmail.com Postado em 15/06/2014 - 22:52:10

    Primeira Leitoraa... U.u Adorei :)


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