Fanfic: " Segue Em Frente " - DyC ❤

    Quando cheguei em casa levei um grande susto ao ver que havia uma desconhecida sentada no sofá da sala. A mulher usava um elegante vestido azul escuro, um scarpin preto, e um coque bonito prendia seus cabelos pretos, e tinha um anel com uma grande pedra em um dos dedos da mão que parecia absurdamente caro, não duvidava que fosse um diamante. Era provavelmente a pessoa mais chique que já sentara em meu sofá. E foi só quando ela ergueu o rosto que eu a reconheci.

      - Tia Lia.. – Eu arfei surpresa. Fazia anos que eu não a via. Acho que a última vez tinha sido em seu casamento com o pai do Christopher.

     - Dulce. – Ela levantou e veio até mim, parecia ainda mais bonita e chique de pé. – Ah querida, como é que você está? – Tia Lia me envolveu em seus braços magros.  – Eu não estava no país quando fiquei sabendo. Sinto muito querida, sei o quanto vocês eram próximas.

     Eu duvidava, duvidava que ela soubesse qualquer coisa sobre nossas vidas. Minha mãe e a irmã não se falavam muito bem desde antes de eu nascer! E podia contar nos dedos de uma mão as vezes que as vi juntas no mesmo cômodo. Eram como água e vinho. Minha mãe, a pessoa mais simples do mundo, que não precisava de muito para ser feliz e se distraia até mesmo com o céu em um dia bonito. Já minha tia se distraia com compras na Tiffany, champagne e viagens internacionais.

     - Obrigada. – Foi só o que consegui dizer. Ainda estava surpresa por ela estar ali. Nunca em todos os meus 17 anos de vida minha tia tinha entrado nessa casa.

     - Onde está a Ana? – Perguntei dando uma olhada ao redos como se esperasse ver ela em algum canto da sala.

     - A mulher gentil que me deixou entrar teve que sair as pressas, algum problema com o filho mais novo na escola.

     - Ah... – Ana era uma viúva que tinha 5 filhos e ainda arrumava tempo de ficar as vezes comigo, perdir que fizesse sala para minha tia era pedir demais.

     - Dulce, vim aqui hoje não só para prestar condolências, mas também para te levar para casa. Lamento ter demorado tanto,  a notícia da morte de sua mãe demorou alguns dias para chegar até mim – Ela pareceu um pouco magoada e eu me senti mal por ter esquecido de avisa-la imediatamente – Mas estou aqui agora, e vou leva-la para casa;

     - Eu estou em casa. – Falei sem entender o que ela tinha dito.

     - Não querida, essa não pode mais ser sua casa. Sem sua mãe você precisa de um novo lar.

     - O que... Como assim?

     - Dulce – Ela pôs a mão em meu rosto – Vou levá-la para morar comigo.

     - Não. – Eu dei um passo para trás assustada, fugindo do seu toque – Eu moro e continuarei morando aqui. Não preciso que você me leve a lugar nenhum. – Respondi mais ríspida do que pretendia.

     - Continuar morando aqui? E com quem, Dulce? – Ela pareceu impaciente – Você é menor de idade. Sou sua única parenta viva e livre, já que seu pai está preso como fiquei sabendo, portanto sou responsável por você.

     - Não, não é. – Minha voz saiu infantil e desesperada – Ana está comigo, ela pode ficar por perto até eu ter 18 e aí...

     - Dulce, não se comporte como uma criança. Acha mesmo que sua vizinha poderá cuidar de você? Uma viúva mãe de 5 filhos que vive de pensão? Com que dinheiro ela irá te sustentar?

     - Como sabe de tudo isso? – Perguntei com raiva. Obviamente minha querida tia tinha feito suas pesquisas.

     - Não interessa. Escute Dulce, eu sei que isso é difícil, mas você deveria ficar feliz por ter a mim. Estaria passando fome em uma ou duas semanas se continuasse aqui e não teria um tostão no bolso.

     - Eu posso trabalhar...

     - Chega de tolices, Dulce. Quanto tempo acha que demoraria ate que te jogassem em uma espécie de orfanato? Não deixarei que isso aconteça com minha única sobrinha. Você precisa de uma responsável, alguém que possa cuidar de suas necessidades. Você vem comigo, não há o que discutir.