Fanfic: " Segue Em Frente " - DyC ❤

Hey pessoal, muito obrigada pelos comentários *-*
Espero que estejam gostando dessa nova web! Vou tentar postar um pouquinho todos os dias ;)
Beijooo

O jantar começou e terminou sem a Dulce, ela se recusou a descer dizendo para Lia que estava sem fome. Depois, quando estava me encaminhando para o meu quarto topei com Rosa, nossa empregada, carregando uma bandeja com um prato de comida intocado.

- Dulce não comeu nada do que minha madrasta mandou? – Perguntei sério.

- Não. A menina não parece bem, mal levantou a cabeça quando entrei no quarto e continuou deitada, seus olhos estavam vermelhos... – Rosa desviou o olhar – Pobrezinha.

- Droga, ela tem que comer alguma coisa... – Eu disse preocupado – Pode deixar, Rosa. Vou levar isso aqui de volta. – Peguei a bandeja das mãos dela e me dirigi à porta do quarto de Dulce antes que eu perdesse a coragem.

Rosa se foi quando eu comecei a bater na porta. Não houve nenhuma resposta lá de dentro. Bati mais três vezes e depois da quarta simplesmente ignorei a educação e entrei no quarto sem ser convidado.

- Dulce? – O quarto estava em uma completa escuridão, mas quando eu falei seu nome uma sombra se mexeu na cama e ficou sentada. Eu caminhei até o abajur que ficava ao lado da cama e liguei a luz.

Dulce estava sentada, o cabelo bagunçado, as bochechas rosadas e Rosa tinha razão, seus olhos estavam vermelhos.

- Oi. – Eu disse enquanto colocava a bandeja ao seu lado na cama.

- Oi. – Ela se encolheu em um canto da cama e não me encarou. Eu suspirei e sentei na ponta da cama passando nervoso as mãos pelo cabelo.

- Dulce... eu sei que isso é esquisito, ok? E não ache que eu nãopercebi que você preferia que houvesse km de distancia entre nós dois... Eu sei. Mas sua tia é casada com meu pai e ela é no momento a única pessoa que pode cuidar de você. As coisas são como são... O destino é cruel às vezes, mas... é isso aí. Vamos morar na mesma casa e parece que não há muito o que fazer sobre isso.  Então por favor, não morra de fome só por que eu estarei na mesa de jantar, ok? E eu juro que a Rosa não coloca veneno na comida, você pode comer o que ela te traz.

- Não foi por causa de você que eu não desci... – Ela virou o rosto para o outro lado, evitando encontrar meus olhos.

- Por causa da Lia então?

- Não, foi por causa... de... de tudo... – Ela disse vaga e com um fio de voz.  – Chris... eu não queria, tá legal? Desculpa ter vindo morar aqui.

- Deus, você é inacreditável! Serio que está pedindo desculpas pra mim por causa disso? – Eu toquei seu braço e ela olhou pra mim, quase desmanchei quando vi o sofrimento dentro dos seus olhos. Quando será que eu pararia de sofrer quando ela sofria? Quando eu não quebraria quando ela quebrasse? – Eu não me importo. Posso viver tranquilamente com você por aqui. E você? Pode me aguentar um pouquinho? Pode dividir o teto comigo?

Dulce piscou e uma lágrima solitária escorreu pela sua bochecha que ela se apressou a limpar.

- Você é a única pessoa nessa casa que eu conheço de verdade... Isso é...bom.

Eu tentei um sorriso mas ela estava longe de poder sorrir de volta. Minha vontade foi de abraça-la de novo, puxa-la pra mim e dizer que tudo estava bem. Mas eu só pioraria tudo...

- Bem, então... – Eu peguei a bandeja e coloquei no colo dela – Coma algo. Quando foi a última vez que comeu alguma coisa? Você parece tão fraquinha.

- Hum... – Ela pensou por um momento – Ontem de tarde.

- Ontem de tarde!? – Eu repeti escandalizado – Me admira que ainda não tenha desmaiado! Come, você deve estar faminta. Juro que não tem veneno na comida.

Ela me olhou séria por um longo tempo, até eu sentir minhas bochechas começarem a ficar vermelhas.

- O que foi?

- Não seja gentil comigo. – Ela respondeu baixinho – Isso não deixa as coisas mais fáceis.

- Você preferia que eu fosse grosso? Que não me importasse contigo?

- Seria mais fácil pra eu fazer o que tenho de fazer se você fizesse isso. – Dulce baixou os olhos e pegou o garfo no prato, ficou brincando com a comida.

- Mais fácil para você fazer o que?

Ela suspirou e devagar voltou a erguer os olhos pra mim.

- Não voltar a me apaixonar por você.

Eu a olhei com o coração aos pulos no meu peito. Sem conseguir pensar em nada para falar, minha garganta ficou seca e eu só consegui ficar a olhando.

- Pode me deixar um pouco sozinha? Juro que irei comer. – Ela disse por fim voltando a se concentrar no garfo que tinha na mão.

- Eu... sim... – Eu levantei da cama e caminhei desajeitado até a porta – Boa Noite, Dulce. - Disse de costas para cama dela antes de sair do quarto.

- Boa Noite.