Fanfic: AnCelo é real | Tema: AnCelo
Sentado na poltrona do aeroporto, com a passagem só de ida nas mãos, Marcelo ainda estava em dúvida se iria ou não. A cabeça dizia uma coisa e o coração outra.
— Me dê uma luz, meu Deus. O que eu faço? — falou tão baixo que nenhuma das pessoas ao seu redor conseguiriam ouvir. — Vou ou não vou?
"Atenção senhores passageiros do vôo 3659 com destino a São Paulo, se dirijam ao portão de embarque, por gentileza."
Sem pensar duas vezes, Marcelo levantou e entrou na fila do embarque.
— Esse é o sinal! — falou rindo.
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Na sala do apartamento Lorena, Monique e Angela assistiam ao filme "Premonição" quando a campainha tocou
— Minha nossa! — Lorena virou assustada depois de espiar pelo olho mágico da porta.
— Ai Lorena, o que foi? Não me diz que você viu fantasma, pelo amor de Deus! — Angela disse agarrada ao travesseiro.
— Antes fosse. — Lorena abriu a porta.
Marcelo apareceu diante dos olhos das três. Blusa preta em gola V, calça jeans escura e tênis branco. Os quatro permaneceram em silêncio e os olhares de Monique e Lorena percorriam de Marcelo a Angela.
— Pode entrar Marcelo. — Lorena escancarou a porta.
Marcelo entrou e Lorena fechou a porta atrás dele. Marcelo e Angela apenas se olhavam em silêncio. Não diziam nada. Nem precisavam. Seus os olhares falavam tudo.
O único barulho que havia no apartamento era da televisão. Até que o telefone de Marcelo tocou.
— Não posso falar agora! — disse assim que atendeu. — Eu precisei resolver uma coisa e a bateria descarregou. Agora não posso falar. Ligo depois! — e desligou.
Angela se aproximou.
— Tá tudo bem, Marcelo?
— Tá tudo bem sim, Angela. — Marcelo lhe abriu um sorriso sem graça. — E com você?
— Também!
Lorena ainda estava encostada na porta e não tirava os olhos dos dois. Até que Angela olhou para ela e levantou as sobrancelhas, dizendo-a que não estava sendo nada discreta.
— Olha, eu sei que vocês querem conversar e eu realmente entendo isso, mas a gente chegou primeiro. — Monique disse apontando para si e para Lorena, que já estava sentada ao seu lado no sofá. — Então vão conversar em no quarto ou na cozinha e nós ficaremos aqui vendo o filme.
— Ok. — Angela até pensou em protestar contra aquilo, mas sabia que iriam discutir por horas e, no final das contas, teria que ir conversar com Marcelo em outro lugar. Então respirou fundo e fez menção com a cabeça para que ele a seguisse.
Enquanto seguia Angela até o quarto, Marcelo reparava em cada cômodo do apartamento. Móveis brancos combinando com as paredes, vários porta-retratos com fotos de Angela com amigos e familiares.
Assim que entrou no quarto, foi em direção a janela onde encostou a cabeça e ficou olhando as pessoas que passavam pela rua. O andar de Angela era o 5º. Não muito alto, mas fazia com que as pessoas e coisas parecessem miniaturas lá de cima.
— Você veio ficar olhando a vista pela minha janela?
— Você não me disse que tinha se mudado! — Marcelo disse rápido, ainda olhando para o lado de fora.
— Oi? Marcelo, olha pra mim!
— Você não me disse que tinha se mudado, Angela! — seu olhar era frio.
— O que você queria que eu fizesse? Te ligasse falando que iria me mudar e te convidasse para o chá de apartamento novo? — ela cruzou os braços para disfarçar as mãos que estavam trêmulas.
Marcelo respirou fundo, sentou na cadeira do computador e colocou o rosto entre as mãos.
— Me fala o que tá acontecendo, Marcelo. — Angela sentou na ponta da cama, em frente a ele.
Os dois permaneceram em silêncio por minutos. Cada momento da última vez em que estiveram juntos passou pela mente dele. A risada escandalosa de Angela, seus beijos, abraços, ela dormindo com a cabeça em seu peito, sua cara de raiva quando ele fazia alguma piada sem graça... Até que aconteceu aquele momento infeliz!
— Vamos conversar, Marcelo! Me fala o que te fez sair do Rio pra vir aqui.
— Angela, — ele tirou a mão do rosto e começou a falar devagar — agora era pra eu tá me arrumando para ir a uma gravação. Eu vou ter que inventar a melhor mentira do mundo pra fazer isso outro dia! O Pollibio não para de me ligar e tenho certeza que ele vai me matar quando eu voltar. Isso se ele já não estiver aqui nas próximas duas horas.
Aquele lindo par de olhos verdes lhe olhando e falando aquelas coisas que ela não fazia ideia de onde iria chegar, lhe lembrava dos melhores momentos de sua vida. Aquela boca, aqueles ombros, aqueles braços, as mãos... E Angela deteve o pensamento!
— Você é louco, Marcelo! — ela disse rindo.
— Até parece que você já não sabia disso.
— Anda, fala o que você veio fazer aqui.
Marcelo olhou no fundo de seus olhos.
— Eu viajei até aqui para dizer eu sinto muito! Que eu errei pensando e agindo daquela forma. Fui infantil, inseguro. Mas é porque o que sinto é tão forte que...
— Para, Marcelo! — Angela levantou e foi em direção a porta. — A última vez que a gente conversou sobre isso, não acabou nada bem.
Ele sabia o quão difícil era convencê-la que estava errada! Era a pessoa mais teimosa e orgulhosa que já havia conhecido em toda a vida. Incluindo a si mesmo.
Não sabia o que dizer depois de tê-la ouvido pedindo para parar. Sabia que tinha cometido um erro na última conversa e que isso ainda a magoava muito. Não tinha palavras que pudessem expressar o quanto ele se arrependia. Estava prestes a ir embora quando viu aquele objeto que lhe chamou atenção na mesa ao lado do computador. Não apenas um porta-retrato, mas um porta-retrato com a foto deles dois. Pegou e ficou olhando. Fora há 2 meses atrás. Nem fazia tanto tempo assim. Mas, para ele, parecia que fazer muito mais que isso.
Ela sentava em seu colo com os braços ao redor de seu pescoço e os dois sorrindo para câmera. Era um sorriso verdadeiro. Quem olhava aquela foto conseguia ver tamanha felicidade nos dois.
— Eu lembro de tudo desse dia. — disse mostrando a foto a ela. — Era aniversário da sua mãe em São Roque, né? — ela apenas assentiu. — Lembro do seu vestido branco, da minha blusa amassada, sua irmã quase pegando a gente no banco de trás do meu carro, de como terminou aquela noite quando voltamos pro seu antigo apartamento...
— Por quê você tá lembrando disso tudo? — Angela fechou os olhos e encostou a cabeça na porta.
— Porque eu sinto muito a sua falta, Angela!
— A gente não vai dar certo nunca, Marcelo! Seus amigos e seus fãs não gostam de mim... A Roberta não me suporta e até fica arranjando mil namoradas para você toda semana!
— Em primeiro lugar, sua irmã e aquela sua prima lá não gostam de mim. Em segundo lugar, os nossos fãs te amam. Em terceiro lugar, eu não me importo com quem meus amigos gostam ou deixam de gostar. Pouco me importa o pensamento e as atitudes desesperadas da Roberta de tentar me afastar de você. Ela tem o marido dela e não tem nada a ver com a nossa relação. Ninguém tem!
Angela olhava em seus olhos. A respiração de ambos estava acelerada. Marcelo se aproximou e colocou a mão dela em seu peito.
— Você passou quase 3 meses convivendo 24h por dia comigo. Sabe das minhas qualidades e defeitos.
— Mas lá dentro era diferente, Marcelo.
— Então deixa eu te mostrar quem eu sou aqui fora, guria! Dê essa chance pra gente. Você deve isso a si mesma. — ele soltou sua mão. — Você merece ser feliz.
Os dois ficaram em silêncio. Angela sabia muito bem o que queria, mas o medo era maior.
— A gente tentou e viu como acabou.
— Não! A gente nunca tentou. O que aconteceu foi que nós passamos cinco dias nos divertindo muito e um dia inteiro brigando e nenhum dos dois sedendo por orgulho.
Enquanto todas as forças de seu corpo gritavam para que ele fosse embora, que não precisava se magoar, Marcelo insistiu em ficar alí. Precisava tentar e sabia o que realmente queria. Podia ver que ela também desejava aquilo com a mesma intensidade que ele.
— Ô Marcelo, eu sei que você está acostumado a sair com mulheres gostosonas. Eu vi nas redes sociais. — ela encolheu os ombros — Eu não faço esse tipo gostosona, que é o que você anda pegando por aí.
— Você está se ouvindo falar, Angela? — ele estava perdendo a paciência. Como uma pessoa conseguia tirá-lo do sério tão rapidamente assim como ela? Isso ele nunca iria entender. — Pára de colocar culpa nos nossos amigos ou arranjar defeitos em você como motivo para não ficar comigo. Se você não me quer, se não sente nada por mim, olha nos meus olhos e diz!
Angela fechou os olhos e respirou fundo
— Marcelo... — ela estava disposta a dizer qualquer mentira para não arriscar sofrer novamente. A última vez em que estiveram juntos, os dois haviam se magoado muito. Ela bocuda, atrevida, orgulhosa. Ele mimado, orgulhoso.
Ela iria falar que não queria, que não sentia mais nada por ele, que era melhor cada um viver sua vida. Mas ele se aproximou. Seus corpos estavam quase colados. Ela podia sentir o cheiro de seu perfume.
— Fale, Angela! — Marcelo disse com a voz baixa. — Fale!
Mas ela não falou, ela agiu! Fez aquilo que seu coração estava pedindo desde o momento em que o viu entrar pela porta de seu apartamento.
Angela o agarrou pelo pescoço e lhe deu um beijo. Marcelo retribuiu. Era uma mistura de tesão e amor! Ela puxava de leve seus cabelos e ele passava seus braços em volta de sua cintura.
Os dois estavam dispostos a continuar, ir além. Mas o barulho na porta interrompeu o beijo.
— Angela, a mamãe tá subindo! — disse Monique.
— Tá certo, Moni. Já vou indo. — ela respondeu. — Você vai agir naturalmente na frente da minha mãe e das meninas e nada de ficar com gracinha, Marcelo!
— Eu sei. — disse sorrindo.
— E pode tirar esse sorrisinho da cara. Não quero a Monique me enchendo a paciência com mil perguntas sobre o que aconteceu aqui. — ela revirou os olhos. Amava intensamente a irmã, mas odiava ficar dando satisfação a quem quer que fosse.
— A Monique não gosta de mim.
— Como você disse, a opinião dos outros não me importa. — e ficou de ponta de pé para lhe dar um beijo de leve nos lábios. — Quando minha mãe for embora, a gente conversa! — Marcelo só assentiu.
Durante toda a tarde dona Ivone não fez questão nenhuma em disfarçar o quão se sentia feliz com a presença de Marcelo. Sabia que o relacionamento dele com sua filha havia sido de ciúmes, brigas, distância e muita paciência de ambas as partes. Mas sabia, acima de tudo, o quanto um era loucamente apaixonado pelo outro. Ela via isso na forma que eles se olhavam. Conversou muito com Marcelo, perguntando sobre seus trabalhos, sua vida no Rio, como estava sendo morar sozinho...
Quando dona Ivone foi embora, despediu-se de Marcelo com um abraço forte e pediu para que cuidasse muito bem de sua filha! — Você me prometeu isso! — lembrou da promessa que ele havia feito ainda dentro do Big Brother. E ele respondeu com um largo sorriso.
Depois que se despediu de sua mãe, Angela foi em direção a Marcelo na varanda.
— Minha mãe gosta muito de você.
— Ela tem bom gosto! — respondeu-lhe sorrindo.
— Ai, Marcelo! Você não muda mesmo. — e deu-lhe uma tapa no braço de brincadeira.
— A gente bem que podia terminar aquela conversa de hoje a tarde, né?
— Ou podia terminar de assistir o filme com as meninas.
Marcelo fez uma careta e ficou balançando a cabeça de um lado para o outro.
— Para de ser bobo, Marcelo! É legal. Vamos!
Os quatro assistiram ao filme juntos no mesmo sofá. A cada momento de susto, Angela se encolhia nos braços de Marcelo. Ele amava tê-la novamente alí! A sensação era tão boa que parecia que ela nunca havia ido embora!
— Pelo amor de Deus, como vocês assistem um filme desse a noite? — ele perguntou enquanto ajudava a levar os copos para a cozinha.
— A gente não tem problema com filminho de terror, Marcelo! — Monique disse.
Ele não falou nada, mas Angela respondeu a irmã com um olhar duro.
— A sua irmã não gosta mesmo de mim. — ele falou quando, enfim, estavam sozinhos.
— Ela vai aprender a gostar. É impossível alguém te conhecer e não gostar.
— É?
— Apesar de ser meio tonto e fazer umas piadinhas sem graça...
— Pare, guria! — ele a puxou e a apertou entre seus braços.
E se beijaram. Mas dessa vez foi diferente. Um beijo doce, que falava sobre a saudade que haviam sentindo um do outro durante aqueles dois meses separados. Mas, mais uma vez, foram interrompidos. Dessa vez, pelo celular de Marcelo.
— Será que a gente nunca vai ter paz? — Angela reclamou!
— Eu preciso atender! — ele mostrou o celular. Era seu empresário, Carlos Pollibio. — Fala, Carlos. Eu to na Angela.
Ela revirou os olhos ao ver Marcelo dando explicações. Sabia que era empresário dele e aquilo era necessário, mas dar satisfação a alguém nunca fora o forte dela.
— Você consegue resolver isso? — ele falava no celular.
Enquanto Marcelo estava ao telefone, Angela o observava. Ele sempre fora tão lindo assim? Mas parecia estar mais magro. Estaria se alimentando direito? Será que maratona de eventos estaria atrapalhando na sua forma física? Ele tinha sofrido pelos dois meses longe dela?
— Tá ok. Até amanhã. — desligou. — Bom, ninguém perdeu a cabeça. Ainda.
— Você emagreceu, Marcelo.
— Me disseram!
— Muito!
Ele apenas a olhou. E reparou que ela estava com aquele simples vestido branco de ocasiões inesquecíveis.
— Eu gosto desse seu vestido. — apontou para ela.
— Eu também!
— Mas gosto mais ainda de tirar ele.
— Ai, Marcelo! Cala a boca.
E ele a beijou. E dessa vez nada os interrompeu. Cada beijo, cada toque, respiração profunda... Tudo fazia parecer que era a primeira vez. Houveram várias primeiras vezes entre os dois. E eles se amaram a noite toda, sem que nada pudesse atrapalhar.
♥
Autor(a): issoebroxante
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Angela acordou sozinha na cama. — Marcelo? Você tá aí? Nem sinal dele. Levantou, escovou os dentes e voltou para a cama. Olhou o despertador na cabeceira. 10:20h. Era domingo e ela podia ficar alí a manhã toda. Só tinha trabalho na parte da tarde. Pegou o celular e viu que tinha uma mensagem. O coração ace ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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pamela.zf Postado em 04/07/2014 - 02:44:22
Ahh vc pulou o capitulo 6, pois o 5 foi postado duas vezes. Posta eleee. Amando a web, uma das melhores q já li.
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pamela.zf Postado em 04/07/2014 - 01:18:20
Amandooo, não para!!
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nay_lovato Postado em 19/06/2014 - 00:49:26
Amei *-* Preciso do segundo cap.