Fanfic: AnCelo é real | Tema: AnCelo

Era 11h da manhã quando Marcelo acordou. Estava com viagem marcada para São Paulo às 14h. Como havia feito as malas na noite anterior, então poderia almoçar sem pressa.

Estava com fome, mas sem paciência para cozinhar. Depois de alguns segundos olhando para dentro da geladeira, resolveu esquentar o que havia sobrado do almoço do dia anterior. Pegou o arroz, feijão e bife, pôs no prato, botou no microondas e adicionou 2 minutos. Enquanto almoçava, olhava as mensagens em seu twitter e dava risada das montagens que seus fãs faziam dele com a Angela. 

Encontrou-se às 13h com Carlos Pollibio, seu empresário, no aeroporto e pegaram o vôo em direção a São Paulo. Às 16h faria um ensaio fotográfico com Angela para um site de famosos e pretendia passar a noite matando a saudade a sós com ela.

Assim que pousaram na capital paulista, foram direto ao local do ensaio fotográfico. O lugar era perto mas, por causa do trânsito, demoraram quase uma hora para chegar.

Angela e seu empresário, Marcelo Boaventura, já esperavam por eles.

Assim que a viu, Marcelo abriu um largo sorriso. Ele queria abraçá-la com toda sua força e lhe dar um beijo, mas se lembrou do que haviam concordado na noite anterior "É melhor a gente não contar nada ainda". E, mostrando que suas aulas na Escola de Atores de Wolf Maya estavam fazendo efeito, apenas cumprimentou Angela e Boaventura com um aperto de mãos. 

Eles tiraram várias fotos abraçados, sorrindo um para o outro e era explícito a química que havia entre os dois. Com corpo dela colado ao seu, estava sendo um martírio não poder beijá-la.

Os dois estavam super a vontade. Sorrindo, brincando.

— Podem descansar um pedaço. — disse o fotógrafo.

Enquanto Marcelo bebia água e falava com Pollibio, Angela foi olhar as mensagens no whatsapp. Uma fã próxima havia deixado um link de um site. Mesmo que seu corpo pedisse para não olhar, ela clicou. Sua curiosidade era maior que tudo. Assim que a página carregou, veio o susto.

Suas mãos gelaram, a garganta ficou seca e sentiu uma dor no coração.

O link mostrava Marcelo em uma festa beijando uma mulher de cabelos negros endolados, pele morena clara e pouco mais baixa que ele.

Sua vontade era matá-lo ali mesmo! Falar mil coisas. "Como ele pôde fazer aquilo?" Ela pensou. Lágrimas começaram a surgir em seus olhos, mas não as deixou cair. Começou a lembrar de tudo que ele havia falado na última vez em que dormiram juntos. "Seria tudo mentira? Ele diria a todas?" Continuaria pensando mais mil coisas ruins sobre ele se não fosse interrompida pelo fotógrafo chamando-os de volta.

Com todo seu profissionalismo, não exitou em fazer tudo o que o fotógrafo pedia. Mas aquele brilho em seus olhos e a alegria haviam sumido.

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— Não deixem vazar nada antes de sair no site. — disse Luiza ao fim do ensaio para Pollibio e Boaventura.

Luiza era a produtora do site. Baixa, cabelos loiros e muito magra. Pelo seu porte físico, não aparentava ter mais de 24 anos.

— Não vamos! — Pollibio garantiu e lhe deu um aperto de mão.

— Que dia as fotos irão sair no site? — perguntou Boaventura.

— Em 15 dias, no máximo. — Luiza estava vendo as belas fotos de Angela e Marcelo em seu tablet. — Eles estão namorando?

Pollibio e Boaventura se olharam e balançaram a cabeça em sinal negativo. Ela deu uma risada e irônica e saiu.

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Desconfiando que algo estava havendo entre os dois, Pollibio e Boaventura saíram para jantar sozinhos. Marcelo disse que estava cansado e que Angela o deixaria no hotel. Angela apenas assentiu e nem Pollibio nem Boaventura falaram nada.

Marcelo fez questão de ir dirigindo até o apartamento de Angela e ela, que não estava de bom humor, apenas entregou-lhe a chave. Ele tentava puxar assunto, mas ela respondia de forma monossílaba. Ele fazia piada, ela não ria. Ele tentou beijá-la e ela virou o rosto.

"Essa guria é louca! Não fiz nada e ela tá já de bode" pensou Marcelo, mas não comentou nada. Conhecia Angela e sabia que só iria piorar o que quer que ela tinha caso falasse algo.

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Chegando em casa, ela acendeu a luz e foi direto tomar um remédio. Sua cabeça estava doendo muito e a sensação é que iria explodir a qualquer momento.

 — Você tá bem? — perguntou Marcelo, tentando abraçá-la.

— Super. — ela fugiu do abraço dele e foi pegar seu tablet que estava carregando na sala. Abriu a caixa de e-mails, mas não achou o que procurava. — Que estranho! Eles não me mandaram as fotos para ver como ficaram.

— Nem vão mandar. — Marcelo falou enquanto sentava ao lado dela no sofá.

— Por quê não?

— Pra não ter perigo de vazar nada. Foi exatamente por isso que eles pagaram um valor a mais.

— E você sabia e não me disse nada? — ela jogou o tablet em cima da mesa de centro com força.

— Meu empresário me falou. O seu não?

Ela manteve-se em silêncio. Sabia que eles pagariam o valor a mais para que fosse mantido em silêncio até as fotos saírem no site. Namorando ou não, Angela e Marcelo eram certeza de sucesso! Mas ela queria arranjar um motivo para pôr tudo o que estava sentindo para fora.

— Ô guria, me diga o que aconteceu. — e se aproximou dela no sofá. — A gente tava tão bem.

Angela levantou, pegou o tablet, botou na página que havia visto mais cedo e jogou no colo de Marcelo.

— Me diga você o que aconteceu!

Enquanto ele lia, a respiração dela era audível e trêmula.

— É por causa disso? — ela apenas levantou as sobrancelhas como resposta e ele continuou: — Não acredito que você tá assim por causa disso! Foi antes da gente voltar, Angela. Pelo amor de Deus!

— Você quer que eu acredite nessa sua mentira? Isso saiu hoje no site, Marcelo! HOJE! — Angela estava tremendo de raiva. Não acreditaria em nenhuma palavra que Marcelo falasse.

Durante 20 minutos, ela falou sem parar. Disse que ele não a respeitava, que era um mentiroso e um canalha como tantos outros que ela havia conhecido. Ele nada dizia. Permanecia em silêncio. E nem ele mesmo sabia o porque. Talvez fosse por não acreditar em tudo que ela estava lhe dizendo ou talvez porque preferia não deixá-la com mais raiva tentando convencê-la que ela estava enganada.

Ele havia ficado com várias outras mulheres, mas isso fora antes deles reatarem. Desde o dia em que voltaram a ficar juntos, não tivera vontade de ficar com nenhuma outra, a não ser Angela, sua namorada extremamente ciumenta e insegura. 

— Você tá me ouvindo falar, Marcelo? — ela gritou.

— Infelizmente estou. — disse olhando para ela com expressão de tristeza.

Angela respirou fundo. Sabia que precisava se acalmar e que não devia estar falando tudo aquilo em momento de raiva, mas era impulsiva e não tinha controle sobre si mesma em momentos como aquele. Sentou-se no sofá, colocou o rosto entre as mãos e se segurou para não chorar.

— Marcelo, vai embora! — disse Angela.

Ele não disse nada, continuou sentado.

— Vai embora, Marcelo! — ela repetiu.

Ele levantou, colocou o tablet em cima da mesa e, em silêncio, foi em direção a porta.

— Se é isso que você quer, então eu vou. — disse com a voz embargada e os olhos lacrimejando. — Mas se você me deixar passar por essa porta, Angela, você estará dizendo, com todas as palavras, que não acredita no que eu sinto por você. — Marcelo fez uma pausa, esperando que ela falasse algo ou que, pelo menos, olhasse para ele. — Se você me deixar ir embora agora, eu não volto mais!

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