Fanfic: AnCelo é real | Tema: AnCelo
— E aqui estou eu! — disse Angela após terminar de contar toda a história de sua conversa com Marcelo no Rio de Janeiro.
— Espera aí, deixa eu ver se entendi. — Lorena disse enquanto abria outro pote de sorvete. — Depois dele ter deixado bem claro que tava esperando que você parasse de "fechar a porta" sempre que algo acontecesse, você volta pra São Paulo e não manda nem uma mensagem a ele dizendo "estou voltando para casa"?
— É. — Angela respondeu colocando uma colher de sorvete na boca e fazendo cara de quem não havia pensado sobre isso antes.
— Que forma legal que você escolheu de mostrar que não iria mais fechar a porta pra ele. — Lorena disse irônica
Angela riu e revirou os olhos.
— Mas sabe o que eu acho? Que foi melhor assim! — colocou outra colher de sorvete na boca. — Eu e o Marcelo não vamos dar certo nunca! É melhor ele lá no Rio e eu aqui em São Paulo mesmo. A distância vai ser a melhor coisa pra gente!
— Ou não! — Lorena mostrou o celular a Angela. Marcelo havia postado uma foto no twitter avisando que havia acabado de chegar em São Paulo .
— Ai Deus! Isso é perseguição! — disse enquanto admirava a foto dele. Óculos escuros, blusa preta, calça e aquele sorriso que fazia seu coração parar por alguns segundos.
— Alguns chamariam de destino!
— Ai Lorena, cala a boca! — Angela deu um sorriso envergonhado e jogou o celular em Lorena.
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— Só uma água, por favor. Sem gás! — Marcelo pediu ao garçom, que anotou os pedidos e saiu.
— Como eu tava falando, você tem esse evento do jogo hoje e só! Não agendei nada pros próximos 2 dias e você pode ficar aqui caso queira resolver algum assunto pessoal. — disse Pollibio.
— Ela sabe sobre o evento de hoje?
— Pelo que conheço da Angela e do Boaventura, ele só vai avisar a ela quando estiverem indo para não ter perigo dela não aceitar. — Pollibio tomou um gole da água que o garçom tinha acabado de pôr em cima da mesa. — Ele é um bom empresário, mas é difícil trabalhar com pessoas difíceis como ela.
Marcelo riu ouvindo Pollibio chamá-la de difícil. Outras pessoas também a viam daquela forma. Difícil, temperamental, orgulhosa... Que saudade ele tava sentindo de perder a paciência com ela!
— E o que você conhece da Angela?
— Nada! Mas eu conheço você muito bem, Marcelo! — Pollibio se ajeitou na cadeira. Sempre quisera ter aquela conversa, mas ele nunca havia dado abertura antes. A preocupação que tinha por ele, era como de um pai. Apesar de Marcelo já ser um homem feito, que sabia se cuidar sozinho, ele se sentia na obrigação de fazer de tudo para vê-lo bem. — Sei que quando vocês brigam, você fica mal. Muito mal mesmo! Quando estão bem, você fica extremamente feliz. Chega ser até irritante, porque fica contando aquelas suas piadinhas que eu nunca entendo e não fazem sentindo algum.
— Piadinhas sem graças, é?
Pollibio o ignorou.
— Fica tudo explícito nos seus olhos, Marcelo! Mulheres fáceis não mexem com o emocional de homem algum.
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Os dois assistiram a partida entre Urugaui x Inglaterra no estádio Itaquerão e em um camarote só pra eles.
— Quando o Boaventura te avisou que o evento era comigo? — ele perguntou quando estavam no bar da área vip.
— Hoje de manhã. Ele disse que recebeu a proposta tarde da noite e blábláblá.
— Ligaram pro Carlos ontem a noite também. Saimos apressados de manhã pra pegar o vôo.
A cada instante as pessoas reconheciam eles e iam cumprimentá-los, tornando quase impossível uma conversa entre os dois.
Marcos havia aparecido para perguntar se estava tudo bem e se eles estavam precisando de algo. Ele era o responsável para que ambos estivessem ali. Havia tido muito trabalho para que a agenda de dos dos estivesse livre no mesmo dia. Ele era um moreno alto, magro, simpático e muito bonito! Encantava qualquer mulher que seu belo sorriso, mas não se interessava por nenhuma delas. Sua paixão era Cláudio, o rapaz com quem namorava há 2 anos.
Angela foi ao banheiro e Marcelo ficou esperando no bar e, nesse intervalo de tempo, apareceu uma mulher loira, alta, magra e muito bonita. Apresentou-se como Beatriz. Logo que Angela saiu do banheiro, viu Marcelo conversando com aquela mulher.
— Mal me levantei e ele já está chavecando uma biscate qualquer. — reclamou tão baixo, que somente ela pôde ouvir.
Marcelo abriu um sorriso quando a viu indo em sua direção. Mas morrendo de ciúmes e imaginando mil coisas, ela passou direto por ele. Não parou!
— Angela! — ele a chamou, mas ela fingiu não ter escutado e continuou andando. — Estou falando com você, guria! — Marcelo puxou-a pelo braço assim que a alcançou. Ela tinha o dom de irritá-lo e com tamanha facilidade.
— Me solta, Marcelo! — ela o empurrou, mas teve efeito ao contrário. Ele a abraçou de maneira que ela não pudesse se mexer.
— Não faça isso, Angela! — lhe pediu ao pé do ouvido. — Aqui tá cheio de fotógrafos!
— Ai Marcelo, você está muito preocupado com a sua imagem. É só isso que você pensa!
— Minha preocupação é a sua imagem.
— Eu vou embora! — e livrou-se do abraço dele. Mas, dessa vez, ele não tentou detê-la. Estava cansado de ter que ouvi-la dizer tantas bobagens na hora da raiva. Tudo por ser impulsiva e orgulhosa demais!
— Tá certo. Vamos nos despedir do Marcos e a gente vai embora.
— Posso ir sozinha, sei muito bem o caminho da minha casa!
— Seu empresário pediu que eu te levasse em casa e é isso que eu vou fazer!
— Eu não preciso que você me leve a canto algum, Marcelo!
Ele apenas a ignorou. Sabia que ficar discutindo não iria adiantar. Ele não iria ceder e ela muito menos! Angela despediu-se de Marcos e de Cláudio, seu namorado, com dois beijinhos no rosto. Marcelo deu-lhes um aperto de mão e agradeceu pelo convite.
— Eu já disse que vou sozinha pra casa, Marcelo! — Angela disse enquanto desciam as escadas da área vip. Ele estava ignorando-a havia um bom tempo e isso a irritava profundamente. Preferia brigar do que ficar sem falar com ele. — Você é um idiota!
E isso foi o pingo d`água que estava faltando para transbordar. Ele perdeu a paciência! Empurrou-a contra a parede e colou seus corpos. Suas mãos estavam na cintura dela e ele as subia muito devagar. Um olhava nos olhos do outro com a respiração acelerada. O ferro do corre-mão estava gelado e incomodando-a, mas ela pouco se importava com aquilo naquele momento. Havia fogo, calor... Marcelo colocou as mãos no rosto dela e trouxe para próximo de si ainda mais.
— Você é a pessoa mais chata que eu já conheci em toda minha vida. — disse pausadamente. E soltou-a!
Ela ficou ali, paralisada, com a respiração ainda ofegante. Encostada no corre-mão que, naquele momento, estava ajudando-a a manter-se em pé!
— Você vai ficar ai ou vai descer? — perguntou Marcelo.
Angela desceu as escadas devagar. Estava ofegante, com o coração acelerado. Ele causava um efeito brutal sobre ela.
Durante todo o caminho até a casa dela, ambos mantiveram-se calados. O único barulho era do som do carro que estava conectado a uma rádio qualquer informando sobre os resultados dos jogos, mas nenhum dos dois estava prestando atenção. Ele estava feliz por ter encontrado o ponto fraco dela e ela estava triste e magoada pelo mesmo motivo. Marcelo havia descoberto que o ponto fraco dela era ele. A presença dele, tão próximo a ela, a deixava sem poder de reação. Aqueles olhos, a boca, as mãos... o corpo!
Ela começou a respirar ofegante novamente lembrando-se do quão perto seus corpos estiveram naquela escada, mas estava profundamente magoada por ele tê-la deixado daquela forma e saído como se nada tivesse acontecido.
Marcelo estacionou o carro em frente ao prédio de Angela, tirando-a de seus pensamentos. Mas ela não desceu e os dois mantiveram-se em silêncio! A presença de um fazia tão bem ao outro, que preferiam ficar daquela forma do que não ter nada.
O celular de Marcelo tocou. Ele olhou o visor e rejeitou.
— Pode atender, Marcelo! — disse em tom arrogante. — Não se preocupe com minha presença.
Ele respirou fundo. Não queria ter mais uma briga com ela. Marcelo olhou para ela e pôde ver em seus olhos. Ela estava com ciúmes. Aquilo encheu seu peito de alegria! Lembrando-se do que Carlos havia falado sobre ela ser uma mulher difícil e como aquilo mexia com seu emocional, ele deu um risada.
— Sabe o que o Carlos falou sobre você hoje?
— Pouco me importa o que seu empresário falou de mim, Marcelo! — ela jogou as mãos pra cima e explodiu de raiva! — Pouco me importa o que qualquer pessoa fala de mim. Eu já estou tão acostumada a falarem de mim, que não me importo.
Naquele momento Marcelo pôde ver o peso que ela sentia sobre os ombros. Apesar dela viver falando que não se envergonhava do que havia feito dentro do programa, era visível que não era 100% verdade. Ela sabia que havia errado, a ponto das coisas ditas pelas pessoas terem o poder de lhe deixar muito mal. Marcelo sentiu uma enorme vontade de abraçá-la e dizer que iria ficar tudo bem, que logo as pessoas esqueceriam aquilo e eles seriam felizes sem que ninguém tentasse atrapalhar.
— Angel, você me deixar explicar.
— Não quero! — ela gritou outra vez. — Eu estou cansada disso tudo, Marcelo! — ela coçou os olhos na tentativa de não deixar as lágrimas brotarem. — Não aguento mais tanta gente falando de mim, das coisas que eu fiz, que eu deixei de fazer... Eu preciso de paz!
— Eu te entendo! — ele pôs as mãos no rosto dela. — Deixa eu te ajudar!
— Não preciso da sua ajuda ou compreensão, Marcelo! — afastou-se dele. — Me deixa em paz, por favor.
Ele entendia de verdade o lado dela. Angela era impulsiva demais. Falava na hora da raiva e não parava pra pensar se aquilo iria magoar quem a escutava. Devia está sendo muito difícil passar por tantos julgamentos. Mas ele estava esgotado! O cansaço físico e psicológico havia dominado-o. Ele não estava mais disposto a lutar! Angela tinha conseguido acabar com todas as forças dele.
— Desce do carro, Angela! — ele disse com a voz mansa.
— O que?
— Desce do carro, por favor! — Marcelo manteve-se olhando para frente. Não iria olhar em seus olhos para que não voltasse atrás. Ela havia pedido para ele deixá-la em paz e era isso que ele iria fazer. — E só me procura se algum dia você for madura o suficiente para saber o que quer e o que não quer.
Ela entrou em seu apartamento com uma vontade enorme de sumir do mapa. Deitou na cama e foi olhar o twitter. Se arrependeu! Tinham mais de 300 marcações em fotos dela com Marcelo no evento que haviam acabado de fazer juntos. Imaginou se ele sentiria o mesmo aperto no peito quando visse aquilo. Sua vontade era deixar de segui-lo novamente, mas sabia que sua cota de ações impulsivas haviam acabado.
Fechou o twitter e ligou para Lorena, chamando-a para ir a São Roque. Sem perguntar nada e reconhecendo a voz de choro de Angela, Lorena aceitou. Sabia que ela iria fazer um evento com Marcelo, então logo imaginou que eles teriam tido outro desentendimento. Em 30 minutos Angela passou na casa da prima e dirigiu até São Roque.
Dona Ivone tinha saído para ir ao mercado a pouco tempo, então Angela foi em direção a seu quarto, jogou a mala em cima da cama e foi tomar banho. Sentou-se com as pernas cruzadas no chão enquanto a água caia sobre seu corpo e chorava. Sabia que tinha errado, magoado o homem que tanto amava e que, provavelmente, o havia perdido de vez.
Quando terminou de se arrumar, alguém bateu em sua porta.
— Posso entrar? — era a voz de sua mãe.
— Pode, mãe!
Dona Ivone abriu a porta e sorriu para Angela. Sabia que algo tinha acontecido. Primeiro porque ela nunca aparecia sem avisar, a não ser que estivesse precisando fugir de algo. E segundo porque estava com os olhos inchados de tanto chorar.
— Como você está, meu amor? — e foi em direção a Angela, oferecendo-lhe um abraço.
E, por mais que tivesse tentado segurar o choro a todo custo, Angela não conseguiu. As lágrimas desciam pelo seu rosto com o mesmo peso que havia em seu coração. Ela soluçava e recebia o abraço carinhoso de sua mãe. Aquele abraço que tanto havia protegido-a de tantas coisas durante sua infância, agora estava servindo de consolo durante a fase adulta.
— Vai ficar tudo bem, filha! Vocês vão se resolver. — falava baixinho, na intenção de acalmá-la. Por mais que não houvesse como ela saber sobre o desentendimento de Angela e Marcelo, ela sabia que o motivo do desespero de sua filha era algo relacionado a ele. Havia visto em um site com as fotos deles juntos no evento e conhecia muito bem sua filha a ponto de saber que aquele choro era efeito de um coração partido. E Angela chorou até dormir.
Três dias haviam passado desde o desentendimento. Angela ainda estava em São Roque com Lorena, sob os cuidados de sua mãe.
— Filha, é a Poly. — dona Ivone estendeu-lhe o telefone.
— Oi, Poly. — Angela disse — Tá tudo bem?
— Comigo sim, Angel. E com você?
— Tudo bem!
— Olha, Angel, eu não queria me meter na vida de vocês, mas é porque o Marcelo está muito mal! Ontem ele ligou tarde da noite pro Roni e eu só consegui ouvir ele soluçando de tanto chorar.
Angela, que estava andando de um lado para outro na varanda, parou e encheu os olhos de lágrimas. Ele estava tão mal quanto ela. Aquilo deu-lhe um pouco de alegria, pois era uma certeza a mais que eu tinha sobre os sentimentos dele por ela. Como ela não disse nada, Poly continuou.
— O Roni disse que o Pollibio ia embora um dia depois do evento de vocês, mas que ficou por estar muito preocupado com ele!
— Poly, você acha que ele gosta mesmo de mim? — perguntou com a voz embargada!
— Ô Angel! — Poly deu uma risadinha, achando graça da pergunta. — O Marcelão é louco por você, criatura! Ele te ama!
Aquilo encheu seu peito de alegria. Fechou os olhos e se lembrou do seu sorriso, do som de sua risada, do gosto do seu beijo, da ternura de seus abraços.
— Olha, ele vai voltar pro Rio hoje a noite. Disse ao Roni que só tava aqui ainda por causa de você.
— Ele disse isso?
— Sim! — ela continuou — E disse que, se você deixar que ele volte pro Rio sem tentar se comunicar, ai vai tá tudo acabado! — respirou fundo e continuou. — Se por acaso for do seu interesse falar com ele, já te mandei uma mensagem com o endereço do hotel, o número do andar e do quarto que ele tá hospedado. Pensa bem, Angel.
— Tá bom, Poly. Vou pensar. Obrigada, tá?
Angela desligou o celular. O que iria fazer com aquelas informações dada por Poly? Ligaria, iria até ele? Pediria desculpas e tentava fazer dar certo? Esquecia tudo isso, apagaria a mensagem que Poly havia enviado e deixava que ele fosse embora e pudesse encontrar alguém que iria saber valorizá-lo da forma que ele merecia?
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Autor(a): issoebroxante
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
— Você precisa correr atrás daquilo que te faz feliz, filha! — disse dona Ivone enquanto tomavam café das 15h tarde. — Não deixa escapar! Angela levantou, pegou a bolsa e a chave do carro e saiu em direção a porta. — Onde você vai?— Fazer o que a senhora acabou de dizer. Vou correr atrás da ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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pamela.zf Postado em 04/07/2014 - 02:44:22
Ahh vc pulou o capitulo 6, pois o 5 foi postado duas vezes. Posta eleee. Amando a web, uma das melhores q já li.
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pamela.zf Postado em 04/07/2014 - 01:18:20
Amandooo, não para!!
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nay_lovato Postado em 19/06/2014 - 00:49:26
Amei *-* Preciso do segundo cap.