Fanfic: Sonhe Um Breve Sonho Comigo - Mini Web | Tema: Ponny, Médico, Filha

Ok, antes eu havia contado como foi o meu primeiro encontro com sua mãe. Pois bem.

Algum tempo eu passei odiando sua mãe. Sempre tão alegre e saltitante num ambiente hospitalar. Não havia respeito pelos pacientes, eles estavam passando por momentos difíceis em suas vidas e não queriam pessoas esbanjando alegria por todos os lados.

Pelo menos era o que eu pensava e não cansava de repetir em minha mente.

Como o hospital era meu local de trabalho, eu não tinha tempo de ir atrás dela puxar papo nem nada. Então eu a odiava de longe mesmo. A cada vez que ela passava, a cada sorriso que ela dava, cada som que ela fazia, cada olhar de relance que ela me dava, eu passava odiando-a.

Passei tanto tempo odiando que ela havia começado a invadir meus sonhos. Sempre que fechada os olhos, a via correndo em minha direção em câmera lenta, sem que eu pudesse me desviar, e acordava com nossos corpos no impacto.

Mas certo dia ela apareceu um tanto abalada, doente. Aquele dia eu não a vi, não a ouvi, e muito menos trombei com ela no corredor. Foi uma dia estranho, já havia me acostumado a me irritar com ela. Agora parecia faltar qualquer coisa que fosse e eu não entendia o que poderia ser.

Tem dias que me pergunto como ganhei uma bolsa integral na faculdade de medicina.

Passei uns 4 dias sentindo falta de algo que não sabia o que. Mas o momento em que me dei conta do que sentia falta, foi quando tive um segundo encontro inusitado com aquela que eu viria a amar.

Já no fim de tarde estava voltando para a sala onde guardamos nossos pertences, encontrei com essa mesma moça se apoiando encurvada com as costas na parede e segurando a barriga com as duas mãos. Não parecia nada bem, pois além de tudo estava bem pálida.

Resolvi me aproximar. Ela estava mal e eu sou um médico, parecia a coisa certa a fazer.

E foi. Caso contrário, talvez você não estivesse aqui.

- Você está bem senhorita? Moça? Você está...?

Eis que ela vomitou em mim. Aquela era a resposta.

Eu a peguei no colo e a levei para um dos consultórios que estavam livres.

- Consegue ficar em pé?

Ela respondeu que sim com a cabeça. Aquilo parecia ruim. Era bastante diferente daquela moça toda alegre e irritantemente saltitante.

- Aqui, lave a boca, vou pegar uns papéis para te secar e tentar limpar um pouco.

Fato que ela praticamente não se sujou. Já eu, precisei tomar uns 2 banhos para tirar a sensação do vômito escorrendo para dentro da calça e entrando no tênis.

- Tem alguém aqui no hospital contigo?

A resposta foi negativa. Muda, porém negativa.

- Você não parece muito bem, - novamente a peguei no colo – vou deixa-la descansar um pouco aqui nessa cama.

- Sim.

E antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, ela já havia dormido. Tão serena e frágil, parecia tão debilitada ali.

Nesse dia eu não tive coragem de deixá-la sozinha. Não sabia, também, se alguém apareceria naquele consultório e a expulsaria. A melhor idéia que tive foi ir buscar roupas novas e sentar na cadeira de acompanhante, que, aliás, descobri ser horrível.