Fanfic: Sonhe Um Breve Sonho Comigo - Mini Web | Tema: Ponny, Médico, Filha

Estou empolgado hoje! Meu terapeuta, o Dr. Ramirez, disse que estou progredindo e que logo eu posso ter minha licença de volta. Isso é ótimo! Logo posso voltar a trabalhar como uma pessoa normal!

Isso me faz lembrar a empolgação de quando reencontrei com Anahí depois de um longo tempo sem a ver, sem saber se estava bem. Haha! Parecia um adolescente de novo.

- Você está diferente Poncho. Sabia disso?

- Eu? Diferente em que?

- Sua atitude, seu comportamento... Parece mais feliz.

- Eu estou, May! Eu me sinto feliz. Mas é assim tão notável?

- Haha! Certeza! Ninguém aguentava aquele seu jeito carrancudo.

- Ei, ei... Não era tão ruim assim. Era?

- Não, claro que não senhor doutor Lula Molusco.

- É o que?

- Assim que te chamavam antes. Era seu codinome entre a enfermagem.

- Como assim?!?! Mas que falta de respeito! Tenho que fazer alguma coisa!

- Algo como ganhar seu apelido de volta? Ou ser merecedor de um pior?

- Nã-não... Mas...

- Mas nada Poncho, agora já foi. Você não pensou que fosse o único no hospital sem um codinome?

- Ah, eu não havia pensado nisso. Não pensei realmente que tivesse um desses apelidinhos carinhosos da enfermagem.

- Fica sossegado, a gente não te chama mais assim.

- A gente? Maite!

- Tenho que ir, tem alguém atrás de você.

Quando virei, uma pessoa correndo deu um encontrão comigo que me derrubou. Não vi nada além de uma cabeleira loira entrando nos meus olhos e boca e senti um líquido embaixo de mim. Eu havia caído em cima de uma bolsa de soro que estourou e me deixou todo molhado.

- Ai, desculpe! Estou atrasada. Te machuquei? Tenho que ir, o senhor vai ficar bem? Ai meu Deus, olha, pegue esse pano. Ai que meleca. Desculpe, sinto muito mesmo. Ai caramba! Olha, eu vou estar ali, e.. Ai meu Deus, desculpe senhor.

Não sei se ela não me reconheceu ou se era só o desespero por estar atrasada para a quimio, se ela não me viu por trás de tanto cabelo. Só sei que eu não estava me importando por estar caído no chão e precisando trocar de roupa outra vez. A única vez em que ela não me sujou ou me derrubou fisicamente, foi quando a vi deitada na cama abatida. Por isso eu estava feliz, pois é melhor ser derrubado fisicamente, do que emocionalmente. Aliás, depois fui descobrir que eu sempre a via correndo por sempre estar atrasada, geralmente para a quimio, mas podia ser qualquer coisa. Ela sempre perdia a hora.

Depois disso passei o dia sorrindo. Mesmo usando a calça de cirurgia um número maior que o meu e ficar puxando-a o tempo todo.