Fanfic: Dream of Mirrors

“– Aah, Ian– Sussurrou baixo, quase como um gemido em minha orelha esquerda, mordendo-a carinhosamente enquanto suas unhas apertavam meus ombros, suas pernas, tão delicadas circulavam minha cintura. Investir contra seu corpo se tornava cada vez mais firme, mais gostoso. Parecia que nossas vidas dependiam daquilo. 

– Cherry! – Revirava meus olhos, mordendo meus lábios. Aquela garota estava me enlouquecendo. Rebolava abaixo de meu corpo ajudando nossos corpos a permanecer chocando-se contra o outro, cada vez mais rápido. Agarrei sua cintura com um pouco menos da delicadeza inicial. Sentia seu corpo estremecer ao meu toque. Corri minha mão esquerda até seu delicado sexo, movimentando meu dedo em seu clitóris. Ouvi-a gemer mais alto, rebolando e ondulando seus quadris contra meu corpo.

Não estava agüentando mais e sabia que minha pequena não agüentaria também. Aumentei tanto a velocidade de meus dedos quanto de minha cintura contra seu corpo. 

– Eu vou… – Avisei-a. Estávamos sem proteção, resolvi evitar algum outro problema, afinal ela era nova demais para uma gravidez. Mas eu não queria interromper nosso primeiro momento de amor, ela também não queria. Apertou suas pernas com muito mais força contra meu corpo. Depois eu arcaria com as conseqüências, caso houvesse alguma. 

Senti o corpo de Cherry estremecer-se, seu sexo comprimindo o meu. Era ainda mais prazeroso do que eu imaginava. Meu corpo tremeu ainda mais, perdi as forças nas pernas, uma onda de prazer me invadiu. Curvei minha coluna, sentindo-me em êxtase. Foi o melhor orgasmo de toda minha vida, senti-me livre. Sem Jenna, sem o peso da turnê. Apenas eu e minha pequena Cherry. Retirei meu pênis de seu corpo, surpreso ao vê-lo sujo de sangue. Arregalei um pouco meus olhos. A visão que tinha da ruiva era linda. Seu corpo coberto por uma fina camada de suor totalmente entregue ao meu. Suas pernas estavam abertas. Sua respiração ainda estava ofegante.
- Cherry? – Recebi seu olhar marejado e curioso. – Eu te machuquei muito? 
- Eu… – Reparei que seu rosto estava ainda mais corado. – Minha primeira vez.
- Por que não me disse antes, pequena? Eu seria mais carinhoso. – Deitei-me em seu lado, puxando-a para meus braços, sentindo-a me abraçar, acariciando meu peito e fazendo pequenos redemoinhos com os pelos encontrados naquela área.
- Não quis te contar, você evitaria esse momento. Eu sabia que seria artificial. Aconteceu e minha primeira vez foi em seus braços, nessa cama de hotel. – Sorriu e vi uma lágrima escorrendo por sua bochecha. Sua voz estava tremida. Apenas apertei-a em meus braços, recebendo um abraço de volta.    
- Não chore, Cherry. Estou aqui com você agora. Desculpe ter machucado você. 
Me senti um idiota. Por que não fui mais gentil com ela, droga? Ela merecia alguém melhor.
- Você foi o melhor, Ian. – Sequei suas lágrimas. – Só tenho medo de você ir embora agora e nunca mais te ver em minha vida. Não queria ver você voltar para os braços da Jenna. 
- Cherry, meu amor – beijei sua testa. – Você sabe que você significa muito mais para mim do que a banda, e até alguns dos meus fãs. Você é um sonho realizado. – Levantei seu rosto, fitando seus olhos castanhos. – Seus olhos são lindos. Seu corpo é lindo. Você é linda. Eu…Eu te amo.    
Puta merda! Estraguei tudo! Agora ela não vai mais querer me ver e…      
- Eu também te amo, Ian. – Sorriu tímida, entre suas lágrimas.    
Fechei meus olhos. Parecia tão bom… Parecia um sonho.”  

O apito agudo do despertador me acordou. Era outro sonho com a minha Cherry. Desliguei o celular e decidi levantar. Outro sonho, literalmente em preto e branco. Sentia tanto a sua falta, seu jeito infantil, de seus olhos castanhos. Da única vez que fizemos amor. Queria ter fugido com ela, correr pelo mundo livremente… Fugir de Jenna, a vadia que aturo há mais de 20 anos. 

Quando essa loira idiota descobriu minha pequena Cherry, ameaçou matá-la. Descobriu seu endereço e propôs o fim dela caso eu voltasse para seus braços. O máximo que pude fazer foi conversar com Harry, pedir um conselho. Eu chorei ao perder minha pequena. Por esse deslize, fui obrigado a largar minha banda, dar a desculpa à mídia que “não estava satisfeito e queria me dedicar mais a carreira solo”. Bom, meu melhor amigo também se apegou a minha eterna pequena sugeriu mandar um bilhete, ele mesmo entregou. Mais de quinze anos passaram, ela não respondeu. Descumpri minha promessa de não abandoná-la. Suspirei pesadamente, desapontado. Mais um dia passou, mais um dia que eu não tinha notícias sobre minha Cherry. O que aconteceu com ela, tantos anos depois? Ela se formou? Suspirei. Aqui, no hotel onde passamos nossa primeira noite juntos. Queria ela em meus braços novamente.
Tantas outras passaram por minha vida, por que não a esqueci? Por que nenhuma outra me deixa tão feliz? Por que, após tantos anos nada acontecia? Levantei-me com raiva, jogando o celular na parede, perdendo-me entre lágrimas. Ninguém nunca me via chorar e lá estava eu, parecendo uma colegial. Certo, uma colegial com 40 anos de idade. Isso é ridículo.”