Fanfic: Muito Quente para dormir(adaptada AyA) | Tema: ANAHI E ALFONSO/ AyA

— Assobiando? Homem, você deve ter passado horas felizes ontem à

noite. Desembrulhando o hambúrguer no joelho, uma vez que sua escrivaninha

estava totalmente ocupada, Alfonso encarou o companheiro de trabalho, que

também almoçava.

— Tire sua mente fora do esgoto, Klone. Dormi muito bem, só isso. Quase

já tinha me esquecido o que era dormir bem à noite.

— Nenhum telefonema quente requisitando seus serviços, não?

Engano.

— Homem, você pergunta demais.

— Vem se queixando sobre sua insônia há semanas — disse Klone — mas

acho que fica acordado até tarde namorando ou indo a festas.

— Veja, minha vida não é metade interessante do que você faz as pessoas

acreditarem.

— Bem, então talvez você tenha outro emprego à noite.

— Klone, não tenho emprego nenhum à noite. — A menos que fosse pago

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pelas horas em que fazia palavras cruzadas de madrugada.

— Porque, se deseja ganhar mais dinheiro, há muito trabalho na cidade

para policiais. Onde você já está trabalhando?

— Klone, já disse e repito, não estou trabalhando à noite.

— Bem, se quer um conselho, está mais que na hora de encontrar uma

esposa.

— Não pedi seu conselho.

— Por isso não dorme, chora por uma companhia.

— Céus, não grite tanto, Klone. Já lhe disse antes que o casamento não é

para mim.

Alfonso queria se dedicar exclusivamente ao trabalho na polícia. Um colega

seu de universidade, o melhor da classe, tivera uma carreira de sucesso até

encontrar a alma gêmea, uma mulher que lhe confundiu a mente tanto a ponto

de fazê-lo cometer erros graves no trabalho. A última vez em que Alfonso o vira, o

rapaz estava sem emprego, divorciado, e muito infeliz.

As experiências de Alfonso haviam sido menos dramáticas, mas ele estava

cansado de mulheres enfadonhas que pareciam querer se imiscuir em sua vida

sem levar em consideração o que ele desejava. Na noite passada fora a

primeira vez em que se descontraíra. Pela primeira vez não receara, tendo

passado a noite com uma mulher, encontrar a maior confusão no banheiro pela

manhã.

— Tudo o que quis lhe dizer, Alfonso — Klone prosseguiu —, é que no seu

trabalho desgastante você precisa de uma mulher esperando-o cada noite.

Alguém que o faça pensar que nem todos no mundo são criminosos. Após

dezoito anos de casados, eu e Louise fazemos amor todas as sextas-feiras.

Sem faltar uma. Exceto nas duas vezes em que ela esteve no hospital para ter

os bebês.

— Não vou lhe dizer quanto preferia não ouvir esse discurso. E não fale

com a boca cheia, por Deus, Klone.

— É que estou preocupado com o que você está fazendo de sua vida.

— Klone, gosto de ser solteiro. Entendeu?

— Meu filho, algum dia vai aprender que não podemos sempre fazer com

que as coisas sejam como as desejamos.

Alfonso tentava ignorar a voz de Anahi que ainda soava em seus ouvidos.

Não estou usando calcinha.

— Onde você acha que o ladrão da joalheria se escondeu? — Klone lhe

perguntou.

— Não sei ainda — Alfonso respondeu.

— Precisa de companhia?

— Não. Acho que poderei fazer isso sozinho. Encontro-me com você mais

tarde.

Antes de sair, Alfonso olhou-se no espelho do banheiro. Pela primeira vez não

tinha olheiras. Como um pretenso namorado, sentia-se mais apaixonado do

que já estivera alguma vez na vida.

Foi à garagem apanhar seu carro, assobiando, tentando não pensar em

como poderia encontrar um jeito de conversar com a mulher de novo. Não,

não lançaria mão dos meios a sua disposição para descobrir quem era ela.

Como, por exemplo, entrevistar uma dúzia ou mais de coristas de striptease,

atrás de uma mulher chamada Anahi.