Fanfic: Muito Quente para dormir(adaptada AyA) | Tema: ANAHI E ALFONSO/ AyA

CAPÍTULO VIII

O quarto de Alfonso estava quente como um forno. O gerente do prédio

prometera que aquele seria o primeiro edifício da lista a ter o conserto do

sistema de refrigeração. Mas a solução demorava. Ele sentou-se perto da

janela com um livro nas mãos, na inútil tentativa de usufruir alguma brisa.

Não dormira ainda. Rememorava os eventos das últimas vinte e quatro

horas, que ainda lhe pareciam incríveis. A única conclusão a que chegara fora

de que seu comportamento ao telefone na noite anterior havia sido

abominável. Mas o pior de tudo era que não se arrependera, como deveria;

parte porque a mulher o intrigava, parte porque o enfurecia.

Ele acabava de se deitar quando o telefone tocou.

Seu coração deu um salto; mas depois ele começou a rir. Alfonso verificara

na lista o número do telefone de Manuel Velasco, e constatara ter apenas um

dígito diferente. Mesmo assim, havia poucas chances de ela discar

erradamente de novo. Além disso, Anahi dissera que Manuel estava fora da

cidade.

Alfonso pegou o fone ao terceiro toque.

— Alô?

— Oh. Alô. Sou… eu.

Alfonso imediatamente reconheceu a voz, e seu corpo todo estremeceu.

— Eu não esperava que você estivesse em casa — ela disse depressa. —

Ia deixar-lhe um recado.

Alfonso remexeu-se no colchão. Poderia muito bem dizer que era engano e

desligar. Assim, Anahi nunca saberia de nada. Poderia fazer o certo agora.

As intenções eram boas, mas as palavras fugiram de sua boca.

— Quando você voltou da viagem? — Anahi lhe perguntou.

Que tal contar tudo agora?, Alfonso admitiu. Porém mais uma vez mudou de

idéia, limitando-se a afastar o fone um pouco da boca.

— Não há muito tempo. Voltei porque… porque não me sentia bem.

— A alergia o está incomodando de novo?

— Humm… Acho que sim. — Alfonso forçou uma tosse.

— Sua voz soa um pouco diferente, como da outra vez, mas desconfio que

seja por causa de meu telefone novo. Sinto ter acordado você, Manuel. Meu

telefonema pode esperar até você se sentir melhor.

— Não! — ele quase gritou. — Quer dizer, já acordei, e fico muito

contente que você tenha telefonado.

— Na verdade, telefonei para me desculpar — ela murmurou. Alfonso

umedeceu os lábios secos.

— Desculpar-se de quê? — perguntou.

— Por… perturbá-lo na última noite.

— Não peça desculpas. Adorei o que… aconteceu.

— Adorou?

— Pensei naquilo o dia todo.

— Pensou?

Pensei o dia todo, em especial quando estivemos juntos.

— Sim, pensei.

— Receei que você me tivesse achado muito ousada.