Fanfic: Muito Quente para dormir(adaptada AyA) | Tema: ANAHI E ALFONSO/ AyA

caixa que continha o telefone. Tudo o que queria era ir para casa, deitar-se no
duro sofá e chorar à vontade.
Dulce sentava-se na poltrona desconfortável que combinava com o duro
sofá.
— Não acredito nisso. Não acredito…
— Acredite. — Anahi deitava-se com a mão cobrindo o rosto.
— E você não tem idéia de quem é esse homem?
— Absolutamente, não.
— Céus! Que romântico! Sua vida é tão emocionante! Posso comparar
essa situação com a minha no referente ao dr. Baxter. Ele não sabe quem eu
sou, mas existe uma conexão entre nós, entende?
— Dulce, não acho que é a mesma situação, de forma alguma.
— Bem, e você quer descobrir quem é o tal homem?
— Naturalmente que quero. Pode ser um psicopata que sabe meu nome e
o número de meu telefone.
— E algumas outras coisas boas.
— Dulce, você é louca. Provavelmente é casado e tem filhos.
— Por que não telefona para ele agora?
— Agora? — Anahi franziu a testa.
— Talvez ele trabalhe durante o dia e conserve a máquina ligada, ou outra
pessoa talvez possa atender.
— Acho que não conseguirei ligar para esse número de novo.
— Faço isso do meu celular. Quer? — Dulce pegou a bolsa. Anahi deu o
número e Dulce discou.
— Está tocando — ela disse, e entregou o telefone a Anahi. Anahi
engoliu em seco rezando para que uma mulher ou uma criança não atendesse.
Mas depois do quarto toque a secretária eletrônica respondeu. Anahi
desligou com um suspiro.
— Viu? Ele não atendeu.
— Isso não significa que não quis atender — disse Dulce. — Pode estar fora
de casa agora.
— Será?
Dulce estalou os dedos.
— Tenho uma idéia. Uma amiga minha disse que a polícia tem
possibilidade de descobrir o nome da pessoa pelo número do telefone.
— E de que adianta isso para mim?
— Tudo o que você tem a fazer é pedir àquele gigante do oficial Herrera
que providencie. Ademais, agora que Manuel está fora do jogo…
— Nem sugira tal coisa — disse Anahi, erguendo a mão. Ela já tinha
problemas suficientes sem se envolver mais com Alfonso Herrera. Ficou com os
olhos cheios de lágrimas. Como fora idiota em fazer amor com Alfonso! Qualquer
pessoa poderia vê-los entrar ou sair daquele quarto de depósito. Vinte minutos
de prazer talvez resultassem em uma vida inteira de remorsos. Remorsos
porque, tendo oportunidade, ela faria tudo de novo. E mais uma vez. E mais
uma vez.
— Você tem de admitir que ele é fabuloso. — Dulce pressionou-a. —
Quando entrou na igreja, usando aquela farda, juro que metade das mulheres
gemeu. Rebecca Dooley não tirou os olhos do rapaz durante toda a recepção.
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Mas, sabe?, ele desapareceu logo.
— Verdade?
Anahi fechou os olhos; flashes do ato de amor permaneciam vivos em
sua mente. Sentiu um aperto no ventre e nas coxas. Deus que a ajudasse.
Mesmo com todos os problemas que ainda a perturbavam, não podia parar de
pensar no homem.
— Ele está interessado em você, Anahi. É loucura sua não ir pedir ajuda
a quem poderia auxiliá-la muito facilmente.
— Alfonso é um bon-vivant, Dulce. Já me disse que não está interessado em
casamento.
— E daí? Você não precisa se casar com ele. Divirta-se um pouco, só isso.
Divertir-se?, Anahi pensou. Seria muito fácil se divertir com Alfonso
Herrera, porém muito difícil esquecer-se dele. Dulce suspirou e continuou
insistindo:
— Você devia ir vê-lo. Não será preciso dar detalhes, invente alguma
história. Ele lhe deve um favor depois de quase ter causado sua perda do
emprego, com o episódio do cachorro.
De fato, depois do encontro no depósito de móveis velhos, Anahi
considerou que estavam quites. Sentia-se tão envergonhada de seu
comportamento que até censurou-o por chamá-la de madame.
Anahi fechou os olhos e suspirou. Alfonso quisera apenas tirar o melhor da
estranha situação. E Dulce estava certa. O meio mais rápido de identificar o
homem do outro lado da linha e ter paz de espírito seria ir ver Alfonso. Sim, ela
não precisava lhe dar detalhes, e Alfonso agiria com discrição. Além disso, pelo
que era do conhecimento dele, o namoro de Manuel com ela continuava, por isso
não a pressionaria para um encontro amoroso.
Na verdade, encontrar-se com Alfonso mais uma vez lhe daria uma chance de
suavizar a despedida que fora um tanto brusca. E, uma vez descoberto o nome
do homem a quem pertencia o telefone, ela poderia enterrar para sempre a
lembrança da última semana.