Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

Capitulo 3 – terceira parte

Era meia-noite, e ela continuava acordada. Decidiu não se irritar. Abandonou os lençóis e ligou o computador.

O símbolo do e-mail estava aceso. Ficou olhando para ele por quase um minuto até se lembrar do que fazer. Conseguiu. Em poucos instantes surgiu uma nova tela, informando- a de que havia uma mensagem a sua espera. Ela deu o comando e leu:

"De ChrisUckermann: Gostaria de ser seu primeiro."

Dulce sentiu o rosto afoguear. Era óbvio que Christopher desejaria ser o primeiro a lhe enviar uma mensagem. Mas se a mensagem tinha um duplo sentido, isso significava que ele vira o conteúdo de sua caixa de aniversário, antes que a escondesse.

Enquanto tentava decidir o que fazer, notou o símbolo de e-mail piscar outra vez.

"De ChrisUckermann: Sei que recebeu minha mensagem. Pretende respondê-la?"

Como ele sabia? E como faria para responder? Christopher havia lhe ensinado a respeito, mas não deixara os passos por escrito, e ela não se lembrava mais.

Um momento depois, o símbolo tornou a acender.

"De ChrisUckermann: Pressione a tecla reply, digite sua mensagem e quando terminar, pressione a tecla send."

Dulce sorriu e se apressou a seguir as instruções.

"De DulceM: Obrigada por sua gentileza."

Ficou olhando para a tela. O símbolo acendeu quase instantaneamente.

"De ChrisUckermann: Foi bom para você?"

Ela estava exultante. Riu sozinha.

"De DulceM: Ainda estou tremendo."

Teve de esperar um pouco mais por essa resposta.

"De ChrisUckermann: Espero que se lembre de mim com carinho. Boa noite."

"De DulceM: Nunca se esquece o primeiro. Boa noite e obrigada."

Christopher desligou o computador e tentou não pensar nas pala­vras provocantes de Dulce. Não entendia o que estava acontecendo com ele. Nenhuma mulher o fizera sentir-se como um adolescente antes. Nem sequer quando era adolescente!

Irritado consigo mesmo, deitou-se, apagou a luz, e cruzou as mãos sob a nuca.

Conhecedor do passado de Dulce, imaginara-a uma jovem calada e amarga. Dulce Maria podia ser tudo, menos amarga e calada. Aceitara-o em sua vida com a maior naturalidade. Fizera-o sentir-se em casa mais depressa do que qualquer outra pessoa. No entanto, não parecia querer dele nada mais do que um beijo. E ainda por cima, por causa do efeito do vinho.

Sua vulnerabilidade o fazia recordar a própria infância, antes que Martin Reverte a destruísse. Isso vinha acontecendo com freqüência. Precisava resolver aquele assunto com urgência.

Inquieto, acendeu a luz e se levantou. Foi até a cadeira onde deixara o jeans e vasculhou o bolso em busca da bala que havia recolhido do lixo quando jogara fora a garrafa de vinho vazia.

Voltou para a cama e ficou segurando a embalagem por um longo tempo. Agira por impulso, como Dulce quando o beijara.

De acordo com suas experiências passadas, beijos levavam ao sexo. Devido ao tipo de relacionamento que ele pretendia ter com Dulce, não poderiam dormir juntos. Portanto, não a beijaria.

Suspirou. Precisava parar de pensar em Dulce antes que virasse uma obsessão.