Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

Capitulo 4 – terceira parte         

Sem perceber, Dulce estava olhando para o movimento da­queles lábios que tantas vezes beijara em sonho. — Você está ouvindo, Dulce?

Ela voltou a si.

— Não temerei. Prometo que estarei sabendo todas as lições de cor quando você voltar. — Dulce fez uma pausa. — Tem idéia de quando será?

— Ainda não. Dependerá do montante de trabalho que me espera na Califórnia e do desenvolvimento deste novo negócio aqui. — Christopher estendeu a mão. — Tchau.

Ela apertou a mão de Christopher e demorou a soltá-la.

— Sei que estou pedindo muito, mas poderia me dar um abraço? Nosso relacionamento é apenas profissional, mas sin­to-me próxima de você esta noite. Acho que foi a conversa que tivemos sobre minha mãe e seu pai.

Christopher recebeu-a em seus braços. Dulce abraçou-o pelas costas e apertou-o. Depois deitou a cabeça em seu pescoço.

Ele não se moveu, por mais que desejasse acariciá-la e bei­já-la. Ouviu-a murmurar seu nome. A voz soou emocionada. Dulce precisava dele tanto quanto ele necessitava dela. Mas havia muito em jogo. Aquele não era o momento para pensar em satisfação física.

Afastou-se e desceu a escada sem olhar para trás. Quando girou a maçaneta, ouviu a voz de Dulce junto a ele.

— Obrigada por tudo.

Dulce era surpreendente. Nunca conhecera alguém como ela: inocente, vulnerável, confiante. Virou-se lentamente. O ros­to delicado estava iluminado por uma luz da rua. Ela sorria. Parecia uma figura etérea.

— Você é uma tentação — Christopher murmurou.

Fez-se silêncio. Dulce ficou sem ação. Quando se recuperou, deu uma risada e apertou-lhe o braço. Deslizou o polegar sob o punho da camisa por um instante. Não entendia por que Christopher se obrigava a resistir à atração que certamente era mútua.

— Boa viagem.

Ele agradeceu e foi embora.

Dulce ficou olhando pela janela até Christopher desaparecer de vista. Então subiu a escada aos pulos e fez uma pirueta quando chegou ao hall. Não conseguia parar de rir. Ela, uma tentação?

Encheu a banheira e mergulhou. Enquanto relaxava, a seriedade substituiu o humor. Por que Christopher dissera aquilo? E se ela era uma tentação, por que ele resistia?

Por ser um solitário? Por que desconfiava das pessoas?

Gostaria de observá-lo em ação, em seu ambiente de tra­balho, para compará-lo com o homem que a procurara na flo­ricultura. Queria observá-lo sob a superfície. Na verdade, tudo o que sabia a respeito de Christopher Uckermann fora o que lera em revistas e jornais.

Enxugou-se e vestiu uma camisola de algodão. Antes de deitar, resolveu ligar o computador. Talvez Christopher tivesse en­viado uma mensagem.

Nada.

Christopher era sério e reservado. Não gostava de seus atrevimen­tos. Teria errado no modo de tratá-lo? Por outro lado, não estava disposta a ser passiva naquele relacionamento.

Respirou fundo e digitou:

"De DulceM: Sentirei sua falta. Volte logo."