Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

Capitulo 6 – primeira parte

Dulce estava nervosa. Era a primeira vez que vivia uma aventura. E tudo estava aconte­cendo em um só dia! Como se não bastasse a experiência de viajar de avião, seria apresentada aos pais de Christopher.

Estavam entrando pelos portões de ferro e seguindo um longo caminho ladeado de flores e arbustos.

— Não tenha medo.

Ela sorriu às palavras de incentivo, embora não soubesse exatamente o que Christopher esperava que fizesse.

— Apenas seja você mesma — ele murmurou.

— Confesso que gosto de conhecer pessoas. Não sou tímida. Mas não sei o que esperar desse encontro. Não sei como me comportar. Se estivesse me dirigindo a uma reunião de negócios, teria uma lista de assuntos. Mas como sua namorada, sinto-me como uma trapezista trabalhando sem uma rede de proteção.

— Minha mãe falará sobre o tempo e sobre seu jardim. Talvez sobre suas obras assistenciais também. Não lhe fará perguntas de ordem pessoal para não ter de ouvir nada que possa ser desagradável. Ela ficará chocada quando souber que mora em Minneapolis, mas você não perceberá nada por sua expressão que é sempre inalterável.

— O prospecto parece animador — Dulce caçoou. Engoliu em seco ao avistar a casa. Ou melhor, a mansão. Era antiga, colossal. E muito bonita. — E quanto a seu pai?

— Aposto que não lhe fará pergunta alguma. Estará preo­cupado demais em me levar para o escritório para me colocar a par do que aconteceu nas empresas durante minha ausência. Ele é o presidente da Uckermann Enterprises da qual é fundador desde antes de se casar com minha mãe.

— Mas é você quem a dirige agora.

— Colaboro com ele — disse Christopher.

Pararam diante da porta da frente. De perto, a mansão parecia ainda maior.

— A bagagem será levada para nossos quartos — Christopher avisou-a enquanto subiam os degraus. Um homem abriu a porta.

— Bom dia, Sr. Uckermann. Seja bem-vindo.

— Bom dia, Alfred. Esta é a Srta. Saviñon.

Alfred? Dulce achou graça. Parecia uma cena de filme antigo.

— Como vai, senhorita?

— Olá. — Dulce estendeu a mão. O homem hesitou antes de apertá-la ligeiramente.

— Seus pais se encontram na sala de café, senhor.

— Obrigado.

Enquanto percorriam as salas e corredores em direção aos fundos da casa, Dulce censurou-se por ter cometido seu pri­meiro erro. O de apertar a mão do mordomo. A reação dele não poderia ter sido mais elucidativa.

Um homem se levantou de uma poltrona forrada em chintz amarelo quando eles entraram. 

Era alto, elegante, com cabelos ondulados e olhos escuros. A mulher, sentada a seu lado, olhava para Dulce com interesse.

— Bom dia — Christopher cumprimentou-os. — Esta é Dulce Maria Saviñon. Dulce, estes são Enrique e Alexandra Uckermann.

Dulce apertou-lhes as mãos e aguardou um sinal de Christopher. Ele a convidou para que se sentasse. Ela o fez, surpresa que Christopher não tivesse abraçado os pais. O comportamento de todos não poderia ter sido mais frio.

— Sua sala é linda, Sra. Uckermann.

— Obrigada, Srta. Saviñon.

— Por favor, chame-me apenas de Dulce.

A mãe de Christopher assentiu com a cabeça.

— Fizeram uma boa viagem?

— Oh, sim. Foi excelente. Eu nunca havia andado de avião. Não me afastei da janela nem sequer por um instante. É tudo tão pequeno do alto! Fiquei muito impressionada quando o avião se preparou para aterrissar. Pude ver os quintais das casas. Quantas piscinas! Todos têm piscinas por aqui?

Dulce percebeu que havia falado demais quando sentiu um desconforto no ar.

— A maioria. Onde você mora?

— Em Minneapolis.

Christopher acertara. Não percebeu nenhuma mudança na expres­são de Alexandra Uckermann.

— Dulce é dona de uma floricultura. Foi ela quem fez o arranjo que lhe enviei.

— É mesmo? Gostei muito. Se quiser, eu lhe mostrarei meu jardim mais tarde.

— Eu adoraria. Obrigada.

— Talvez queira descansar um pouco da viagem. Enrique e eu estamos de saída. Nunca faltamos ao culto aos domingos. Você irá conosco, querido?

— Temos outros planos, mãe.

Christopher se levantou, e Dulce imitou-o. A conversa durara me­nos do que esperara. Não falaram nem sequer sobre o tempo, que estava glorioso. Quente e ensolarado.

— Estaremos com vocês para o almoço — disse Christopher.

— E depois, precisamos conversar — avisou Enrique Uckermann.

— Claro que sim.