Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

Capitulo 7 - terceira parte

Dulce observou a expressão de Christopher durante a rápida con­versa. Ele havia ficado satisfeito com as palavras do mordomo. Isso a comoveu. Christopher era um homem carente de atenção, apesar de todo seu dinheiro. E o fato de ele não demonstrar o que sentia, era compreensível. Não havia sido acostumado a tocar nem a ser tocado. Ninguém o cercara de mimos e carinhos quando criança.

— Aposto que chegarei ao quarto antes do que você — Dulce o desafiou ao pé da escada.

Não esperava que Christopher fosse aceitar o desafio de imediato. Ele disparou. Como subiu os degraus de três em três, já estava diante da porta do quarto quando ela chegou ao topo da escada.

— Não valeu! — Dulce protestou.

— Você não sabe perder — ele se defendeu. — Tente ganhar de mim novamente na troca de roupa.

Dulce balançou a cabeça e sorriu. Estava gostando muito dessa nova versão de Christopher.

— A senhora deve passar grande parte de seu tempo aqui — Dulce disse a Alexandra, mais tarde, enquanto passeavam pelo jardim.

— Quase todas as manhãs — Alexandra respondeu. — Adoro minhas flores. Você também deve amá-las, sendo uma florista.

— Oh, sim, mas eu as compro de um atacadista para vender. Não é o mesmo que cultivar o próprio jardim — Eu gostaria muito de ter um algum dia.

— Como resolveu ter uma floricultura sendo tão jovem?

— Minha mãe a comprou quando eu ainda era bebê. Eu cresci nesse ambiente. É tudo o que sei fazer.

— Meu filho me contou que sua mãe faleceu recentemente. Por favor, aceite meus pêsames.

— Obrigada.

Dulce era do tipo que conversava com facilidade com as pessoas, mas tinha receio de dizer algo que não devia e en­vergonhar Christopher, e por isso falava pouco.

— Eu também perdi minha mãe muito cedo. Senti falta de seu apoio. Cometi erros.

— Que erros? — Dulce perguntou para se arrepender em seguida. — Oh, perdoe-me. Eu não deveria ter perguntado.

— Está tudo bem, minha cara. Vamos nos sentar? — Alexandra a conduziu a um banco de pedra, cercado de rosas perfumadas. — Eu me sentia muito só quando jovem. Ca­sei-me com o homem errado pensando que me livraria dessa solidão.

— O pai de Christopher?

— Sim.

— Christopher nunca fala sobre ele. Sei apenas que ele morreu.

— Não creio que Christopher se lembre bem dele. Era muito pe­queno quando o perdeu. Enrique foi mais pai para ele do que o verdadeiro.

— Christopher fala de seu marido com respeito.

— Enrique é o grande responsável pela carreira de Christopher e por seu sucesso. Deu-lhe um bom exemplo. Eu não deveria ter tido tanta pressa em me casar. Enrique e eu fomos feitos um para o outro.

— Mas Christopher não teria nascido.

A expressão de Alexandra Uckermann tornou-se mais suave.

— Você está certa. Christopher é tudo para mim. Tudo. Ele ainda tem muito a realizar.

E você não está incluída em meus planos para o futuro de meu filho. Embora as palavras não fossem pronunciadas, Dulce as ouviu em sua mente.

— A senhora está preocupada que ele queira se casar comigo?

A mulher mostrou-se genuinamente surpresa com a pergunta.

— Oh, não. Christopher sempre disse que não pretende se casar. O que ele sente por você deve ser pena por causa do falecimento recente de sua mãe.

Talvez Alexandra Uckermann estivesse certa em parte sobre Christopher sentir pena dela. Mas tinha certeza de que não era apenas isso. A mãe dele deveria tê-lo visto correndo pela praia. Christopher era muito mais digno de pena do que ela.

— Você é jovem. Tem a vida inteira pela frente. Sua angústia se apagará com o tempo. Um dia conhecerá um bom rapaz que lhe comprará uma casa com um jardim.

— E que me dará filhos. Quero ter quatro — Dulce contou. Se a Sra. Uckermann pensava que aquela conversa a deixaria triste, estava enganada.

— Quatro? Que coragem!

— Não gostei de ter sido filha única. Quero que meus filhos possam contar um com o outro nas horas difíceis e que possam se divertir juntos nas horas alegres.

Alexandra Uckermann não defendeu sua posição de ser mãe de apenas um filho. Em vez disso, levantou-se e olhou em direção à casa.

— Os homens ficarão trancados no escritório por horas. Há algo que gostaria de fazer?