Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

Capitulo 14 - quinta parte

— Dulce. Sua filha.

Martin Reverte balançou a cabeça.

— Sua esposa?

— O modo como se apoderou da empresa de meu pai não é nada em comparação com o tratamento que deu a Dulce, ignorando-a todos esses anos. O senhor mora em uma mansão. Dulce e sua mãe passaram a vida em um apartamento mi­núsculo. Seus filhos tiveram tudo. Dulce não teve nada. Fran­camente, não entendo como consegue dormir à noite.

Martin demorou alguns segundos para tornar a falar.

— Quem é a mãe de sua esposa?

— Ora, faça-me o favor.

Martin segurou o braço de Christopher e apertou-o.

— Quem é ela?

— Blanca. Blanca Saviñon.

— Não conheço nenhuma Blanca Saviñon. — Subitamente, Christopher empalideceu. — Seu nome anterior não teria sido Simmons?

— Simmons era seu nome de casada. Quando se divorciou, ela voltou a usar o nome do pai.

Martin se deixou cair em uma cadeira e escondeu o rosto nas mãos.

— Conheci Blanca quando Ninel e eu nos separamos. Nós estávamos infelizes. Tivemos um breve romance. Ela havia deixado o marido porque ele a maltratava. Eu a acolhi porque gostei dela e quis ajudá-la. E ela me ajudou também porque fez com que eu perdoasse a mim mesmo. Dei-lhe dinheiro depois para que pudesse recomeçar sua vida. Ela aceitou, mas me fez prometer que nunca a procuraria. Eu cumpri o trato. Mais tarde, Ninel me aceitou de volta. Eu havia conseguido parar de beber também com a ajuda de Blanca. Mas nunca soube sobre a criança. Ela nunca me contou. Juro.

— Moravam na mesma cidade. Como não percebeu? Nunca mais a viu?

— Algumas vezes. Eu lhe perguntava se estava bem, se precisava de algo. Ela não me contou nada. Se eu soubesse, não a teria abandonado. — De um minuto para outro, Martin Reverte parecia ter envelhecido muitos anos. — Dulce já sabe?

— Não. Nunca lhe direi.

— Mas não pode me impedir de remediar a situação. Christopher ficou perplexo. O homem não iria pedir provas? Acre­ditava em tudo que ele afirmara, mesmo sabendo que o odiava?

— Não quer provas?

— Não teria me contado se não tivesse provas, não é? A questão é, como fará para explicar a sua esposa que lhe es­condeu a verdade?

O telefone tocou. Christopher disfarçou um suspiro de alívio à interrupção.

— Sim?

— Sr. Uckermann? Sua esposa acaba de passar pela recepção. Ela estava chorando.

Christopher sentiu um arrepio gelado lhe percorrer o corpo.

— Ela já entrou no elevador?

— Não, senhor. Ela deixou o hotel.

Christopher devolveu o fone ao gancho e correu para a porta. Ela estava aberta. Havia cravos espalhados pelo chão e uma caixa com o nome de uma famosa loja de lingerie.

Dulce havia descoberta da pior maneira possível que era filha de Martin Reverte.

— O que houve? — Stuart quis saber.

— Ela esteve aqui. Presenciou nossa discussão e fugiu.

— Para onde pode ter ido? — Martin perguntou, nervoso. Christopher levou uma das mãos à testa. Queria pensar, mas não conseguia.

— Talvez para a floricultura. Talvez para a casa de Maite. Oh, Deus. Eu não sei. Ela está grávida.

— Ligue para a loja — Martin assumiu o comando. — Eu ligarei para Maite.

Isso foi o suficiente para Christopher recuperar o controle.

— Posso encontrar minha esposa sem sua ajuda.

Um minuto depois, Christopher estava descendo para a garagem. Martin o seguiu.

— Deixe-me ajudá-lo.

— Apenas fique fora de meu caminho — Christopher esbravejou.

— Tenha calma. Ela não fará nada que possa prejudicar o bebê.

Não, ela não faria. Não intencionalmente.

— Conheço minha esposa. Não precisa falar-me a seu respeito.

— Mas eu preciso falar com ela. Explicar.

— Ligarei para dar notícias — Christopher prometeu, por fim, antes de correr para o carro.