Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

 Capitulo 15 – primeira parte

— Não creio que seja uma boa idéia — Dulce murmurou ao mesmo tempo que olhava para a mansão de tijolos aparentes onde vivia Martin Reverte com a esposa.

Sem conseguir dormir, Dulce decidira ligar para Martin no meio da noite, e ele viera ao seu encontro na casa de veraneio de Rosana.

Ele lhe disse que havia contado toda a história para Ninel antes de sair e que a avisara de que voltaria com a filha.

Decidido a esclarecer a situação de uma vez, Martin pediu que Marie chamasse os filhos para participarem da reunião. Irmãos. Dulce mal podia acreditar que tinha irmãos.

— Adiar o problema não ajuda a resolvê-lo — Martin disse ao abrir a porta do carro para ajudar Dulce a descer. — Ligue para Christopher.

— Ainda não — Dulce respondeu, ainda mais zangada do que no momento que ouvira a conversa atrás do biombo.

— Não poderá se esconder dele para sempre — Martin in­sistiu. — Apesar de que, como seu pai, eu a protegerei caso decida se separar de seu marido.

Dulce não ouviu o que Martin falou. Não conseguia esquecer a traição de Christopher.

Quando Martin a segurou pelo braço para que entrasse na casa, estremeceu.

— Estou com medo. Sua esposa deve estar furiosa.

— Pai?

Um homem alto e bonito se aproximou deles. Parecia preocupado. Dulce sentiu vontade de chorar. Seu irmão, Christian. Ela teria uma família finalmente. A porta, viu uma mulher. Deveria ser Amanda, sua cunhada. E eles poderiam ter se conhecido muito antes, se Christopher não tivesse lhe ocultado o que sabia.

Ninguém dizia nada. O medo a dominou. Se eles não a. quisessem, iria embora da cidade. Para bem longe.

— Foi um erro me trazer aqui — murmurou. — Sua família não merece passar por isto. — Dulce se desvencilhou e voltou para o carro. Martin a seguiu. — Por favor, leve-me de volta.

Christian deu um passo, nesse momento. E mais outro. Es­tendeu-lhe a mão.

— Nós já nos conhecemos do casamento de Derrick e Maite. Sou Christian. — Ele a encarou. — Você tem os mesmos olhos de nosso pai. E de Jack, nosso irmão.

O coração de Dulce bateu forte. Precisava se acalmar. Tinha de reunir forças para enfrentar Ninel.

Amanda recebeu-a com um sorriso quando Martin e Christian a conduziram para a sala.

Ninel estava a espera, sentada em uma poltrona que mais parecia um trono. Ela estremeceu. Deveria ter vacilado pois sentiu alguém sustentá-la pelo cotovelo. Olhou para o lado e viu Christian.

Martin se colocou ao lado da esposa.

— Não há sentido em apresentá-las. Vocês já se conhecem.

— Olá, Sra. Reverte. Gostaria de poder lhe dizer algo, mas não tenho palavras.

Ninel olhou para o marido.

— Mandei preparar o quarto azul. Ela precisa descansar. Está grávida.

E se eu não estivesse esperando um filho?, Dulce pergun­tou-se. Ninel a teria escorraçado?

O telefone tocou no hall naquele instante.

— Eu atendo — prontificou-se Amanda.

— Deve ser Jack — disse Martin. — Peça para ele vir assim que puder.

— De quanto tempo você está? — Christian quis saber.

— De cinco semanas — Dulce respondeu baixinho e incli­nou-se para o irmão. — Você poderia me mostrar o quarto, por favor. Eu gostaria de me deitar um pouco.

Amanda parecia assustada ao retornar à sala.

— Martin, é da polícia. Querem falar com você. Ninguém se moveu ou falou enquanto Martin não desligou o telefone.

— Era Christopher — Martin respondeu depois de ir até Dulce.

— Ele queria saber se eu tinha notícias suas. Christopher está na delegacia de polícia.

— Na delegacia? — Dulce repetiu, atônita.

— Sim, foi detido por invasão de propriedade.

— Não estou entendendo — Dulce declarou com o cenho franzido.

— De alguma forma ele conseguiu localizá-la. Foi até a casa de Rosana, quebrou uma janela, e o alarme disparou.

Dulce levou uma das mãos à boca.

— Meu Deus!

— Seu marido deveria estar muito preocupado com você para fazer isso — disse Christian.

— Ele não ficará detido, Dulce. Para evitar que a polícia entrasse no caso para investigar sobre seu paradeiro, eu disse a Christopher que sei onde você está.

— Ainda não estou pronta para falar com ele — Dulce murmurou.

— Ele não sabe que você está aqui. Eu apenas o tranqüilizei e pedi que esperasse mais um dia. Meu plano é o seguinte. Primeiro você descansa enquanto eu convoco o resto da família para uma reunião esta tarde.

— Assim depressa?

— Os Reverte são muito unidos, como você descobrirá por si mesma. E será aceita sem restrições por todos.