Fanfic: Uma Noiva de Sorte | Tema: Vondy

Capitulo 15 - terceira parte

— Não medi as conseqüências. Seu carro estava lá. Eu bati uma porção de vezes e quase quebrei a campainha. Gritei seu nome. Você não respondia. O que mais eu poderia fazer? Você poderia estar inconsciente ou passando mal. — Christopher virou-se de costas. — Imaginei que você pudesse estar perdendo o bebê.

Dulce sentiu a agonia de Christopher, mas ainda estava magoada demais para perdoá-lo.

— Como soube que Martin era meu pai? Ele voltou a encará-la.

— A informação chegou a mim inesperadamente quando comecei a pesquisar sobre á Knight Star Systems.

— Por que não me contou?

— Era o que pretendia fazer no início — Christopher confessou. — Meu plano original era juntar nossas forças para destruir Martin. Mas quando a conheci, soube que não tinha o direito de lhe pedir isso. Depois nos casamos. Eu achei que você não precisava mais de um pai para protegê-la, porque eu a prote­geria. — Christopher deu outro passo em direção a Dulce e mais uma vez ela se afastou. — Sinto muito. Não queria que des­cobrisse a verdade ouvindo uma conversa da qual não tomou parte. Eu estava errado. Pensei que Martin a tivesse abando­nado e comprado o silêncio de sua mãe.

Dulce suspirou.

— Sim, você errou. E não foi apenas um erro que cometeu. Foram muitos. — Foi até a janela. Quando tornou a falar, Christopher mal conseguiu ouvi-la. — Martin não sabia, mas eu sim.

Apenas o tique-taque do relógio quebrava o silêncio.

— Impossível.

— Por quê?

— Ninguém consegue guardar um segredo tão grande por toda uma vida.

— Não sou uma destruidora de lares, Christopher.

— Desde quando você sabe? — Christopher perguntou após alguns instantes.

— Foi minha mãe que me contou. Mas logo após a morte dela, não sabia o que fazer. Fiquei tentada a procurá-lo. Então, no chá de bebê de Maite, Ninel disse que mataria o marido se soubesse de alguma traição. Decidi não complicar sua vida. Fui bem recebida pelos Reverte quando Maite se casou com Derrick, e eles me contrataram para cuidar do casamento de Anahí. Trataram-me com amizade. Achei que isso bastaria. Eu tinha a floricultura que minha mãe me deixara e que comprara com o dinheiro que Martin lhe dera. Nada me faltaria.

— Pensei que você fosse uma vítima dele. Como eu.

— Vítima? Nunca me faltou nada. Minha mãe foi maravi­lhosa. Mas, e você? Por que se considera uma vítima de Martin?

— Isso agora não importa. — Christopher se colocou finalmente ao lado dela. — Nada importa exceto você e o bebê. Perdoe-me. Eu não sabia.

Dulce fitou-o.

— A ignorância não o redime de sua culpa. O que fez foi inadmissível. Deveria ter me contado sobre sua descoberta. Sou sua esposa. Deveria ter confiado em mim. Eu confiei em você o suficiente para aceitar seu pedido de casamento sem que me fizesse uma declaração de amor.

— Você também não partilhou seu segredo comigo. Dulce resolveu se sentar.

— Não podia. Nossa relação era frágil demais. Você queria assumir a empresa de Martin. Isso teria acabado com meu relacionamento com os Reverte, com minha família. Se você tivesse insistido em seu plano, eu acabaria lhe contando. De acordo com o diário de minha mãe, Martin é um homem ma­ravilhoso. Eu não seria capaz de lhe causar sofrimento.

Christopher respirou fundo.

— Esse homem foi...

— Não creio que possamos continuar casados — Dulce in­terrompeu-o. — Não existe confiança nem amor de sua parte. O abalo em nossa relação foi grande demais para ser esquecido.

— Por favor, deixe-me explicar...

— Você se casou comigo por interesse. Não me respeita. Tentei ser paciente, tentei fazer com que se apaixonasse por mim. Não consegui. Por isso, pretendo pedir a separação logo depois do nascimento do bebê.

— Não! — Christopher protestou. — Não quero o divórcio.

— Não vejo outra solução.

— Você está cansada. Amanha verá a situação com novos olhos. Dará tudo certo.

— Tudo continuará igual.

Dulce queria deixá-lo. Ela dissera que o amava. Muitas vezes. Não podia ir embora. Ele não suportaria a solidão. Não teria a quem dar um beijo de boa-noite, a quem proteger. Eles haviam feito um bebê juntos. Isso não significava nada? Precisaria desistir do casamento só porque a magoara sem intenção? Que amor era aquele afinal? Não deveria ter baixado sua guarda. Quando co­meçava a acreditar que poderia ser feliz, Dulce o desiludia.

— Você assinou um acordo pré-nupcial — Christopher lembrou, frio. — Ele dizia que não haveria divórcio caso nascesse uma criança de nossa união. Eu pretendo seguir essa cláusula.

Dulce empalideceu.