Fanfic: Linha tênue entre o amor e o ódio | Tema: Brigas por nada, ofensas de graça

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“Vai achando que eu vou atender, vai achando”. – Resmungou Angela em alta voz.

 Neide: Ih, o príncipe encantado já está dando dor de cabeça?

Angela: Se for começar com piadas avisa que vou para o meu quarto, hoje não estou com saco para discussões.

Neide: Neidinha, calma! Eu não quero discutir! O que é que você tem?

Angela: Nada, só estou cansada.

Neide: É só isso mesmo? Conversa comigo! Você anda muito afastada de mim!

Angela: Tem assuntos que não tenho mais como compartilhar com você, infelizmente. Quem está se afastando de mim é você, sua implicância.

Neide: Ok Neidinha, já vi que você não está pra conversa. E aposto que tem dedo do "príncipe encantado"! Que anel é esse?

Angela: Já falei que o “príncipe encantado” tem nome, não gosto que você fique debochando. Apesar dele ser realmente um príncipe em suas atitudes comigo, um pouquinho de respeito não faz mal. O anel? Presente do Marcelo.

Neide: Nooooossa, já estão nesse grau de dar anel e tudo? Parabéns! Só falta oficializar, né? Porque esse namorico escondido aí... Sei não! Ah, e ele parar de sair, porque está parecendo um homem solteiro.

 Angela: Primeiro, não é anel de compromisso. Segundo, iremos oficializar na hora certa. Terceiro, as saídas do Marcelo são profissionais. Quarto, não entendo porque você segue os passos dele se não gosta.

Neide: Realmente eu não gosto, e não é segredo pra ninguém! E outra, não sigo os passos, eles são bem explícitos e todo mundo comenta, Angela! Cada saída é uma mulher diferente que aparece grudada no cangote dele. De verdade, não sei como você aguenta! Eu só não quero que você seja feita de tonta, mas parece que você gosta, né? A eterna boba!

Angela: Pelo visto de nada adianta eu pedir para você evitar certos comentários, né? Já pensou que em minhas saídas também tem sempre um homem grudado em meu cangote? É a nossa atual profissão! Se eu não confiar nele, quem vai? É lógico que sempre dá uma pontada de ciúme em ambos, mas fomos nós que escolhemos esse caminho. Se confiar em meu namorado for bobeira, SIM, pode me chamar de boba o quanto quiser.

Neide: Beleza, não estamos nos entendendo mesmo! Agora eu é que não quero mais conversa. Ficar ouvindo você falar assim "meu namorado", "meu relacionamento", me dá enjôo.

Angela: Se falo o nome te incomoda, se me refiro como namorado te incomoda. Minha presença aqui também não está te incomodando não? O Marcelo é meu namorado e não vai mudar porque você ou qualquer outra pessoa ligada a nós não concorde. Eu tenho 26 anos, Cíntia, sei muito bem o que fazer da minha vida. Posso estar correndo riscos? Claro, mas é meu desejo, é aquilo que acredito e que estou vivendo. E farei TUDO para dar certo. Você acompanhou meus relacionamentos anteriores e não seja hipócrita em não concordar que o Marcelo está sendo o que mais me traz benefícios e felicidade.

Os nervos estavam mais do que aflorados na conversa, ambas tentando fazer da sua verdade absoluta e impor seu pensamento sobre a outra. Com gênios fortes que tinham, não chegariam a lugar algum. Enquanto Angela esboçava as últimas palavras, Neide a olhava com cara de quem não estava acreditando no que estava ouvindo e com um sorrisinho de deboche estampado no rosto. As primas que se deram bem a vida inteira teriam hoje um ponto de conflito: Marcelo. Neide então resolveu se retirar a fim de evitar que aquela situação ganhasse proporções ainda maiores, deixando Angela furiosa e se debulhando em lágrimas.

Desentendimento familiar + namorado distante + TPM = uma Angela inteiramente sensível e carente. Ainda chorando foi até seu quarto buscar o celular que estava carregando, queria conversar com seu melhor amigo e amor. Quarto toque e nada dele atender, já estava para desligar quando:

Marcelo: Alô.

Angela: Oi, amor!

Marcelo: Oi, Angela!  Agora não vai dar pra eu falar! Estou na Priscila, atrasado para o compromisso que te falei e um pouco pilhado. Só atendi mesmo pra dizer que quando eu puder, entro em contato.

Angela: Você está me evitando, Marcelo? – Falou após fungar.

Marcelo: Se eu estivesse te evitando, não teria atendido sua ligação. Realmente não dá pra conversar. Quando der, te retorno.

Angela: Então tá, Marcelo, não vou mais te incomodar.

Desligou a ligação sem esperar resposta, ficou brava e bolada com a forma com que Marcelo estava tratando-a. “Meu, eu aqui toda derretida, o defendendo com unhas e dentes, ficando contra minha família e ele lá caindo na pilha da família e me tratando dessa forma. Era só o que faltava a Neide estar certa depois do tanto que eu falei. Que dia esse, hein? Melhor eu ir dormir”. – Pensou Angela.

Marcelo estava nervoso, havia acabado de passar por uma situação bizarra que o atrasou para o compromisso com os fãs na rádio, mas percebeu que algo não estava bem com Angela pela sua voz. “Será que ela estava chorando ou gripou?”. – Se questionou olhando para o celular e sendo surpreendido por sua irmã.

Priscila: Está louco falando sozinho? Quem estava chorando ou gripada e que cara é essa?

Marcelo: Só pensei alto, não é nada.

Priscila: Celo, Celo... Você não tem jeito, hein?

Marcelo: O Fabiano já ajeitou tudo lá? Já estou pronto para a entrevista.

Após a entrevista ficou conversando com sua irmã e cunhado, babando a afilhada e perdeu a noção da hora. Não retornou a ligação por estar tarde e ter certeza que Angela ficaria mais brava do que aparentou ao desligar em sua cara na última tentativa.

Na manhã seguinte Angela é acordada com o toque do celular sinalizando uma nova mensagem. “Deve ser o Marcelo com alguma desculpinha” – Pensou ela. Para sua surpresa não era ele. A mensagem dizia: “Bom dia Angel, bateu saudade! Que acha de jantarmos hoje à noite para relembrarmos os bons momentos? Basta um “OK” e passo para te pegar às 20:00h. Beijos.” Angela ficou surpresa com a mensagem. “E agora, aceito ou não? Não sei se o Marcelo iria gostar da idéia, mas...”. – Ponderou.