Fanfic: Linha tênue entre o amor e o ódio | Tema: Brigas por nada, ofensas de graça

Capítulo anteror "Angela: Bobo!! – Dirigindo-se ao Chico, falou: “Nenê, fica bem, tá? Volto já! Coloca juízo na cabeça do seu papi! – E saiu em direção à porta. Quando já estava fechando Marcelo falou: “Psiiiiu...Espera!”

Angela voltou-se para Marcelo e falou: “Oi?”

Marcelo: Só pra dizer que você está linda! Boa saída! – Falou piscando o olho para ela.

Sem graça Angela respondeu: “Obrigada”.

A vontade de Marcelo era se aproximar e beijar, mas conteve-se ao elogio de longe. Seria precipitado um ato desses, já estava feliz e agradecido de estar ali com ela e Chico. Olhando para Chico que estava em seus braços falou com voz de criança: “Teremos trabalho com a sua mamãe gata, hein? E Bolota, conta aí pro papai o que você tem? Sentiu minha falta é? Nos divertiremos essa noite!”. Chico parecia feliz em ter Marcelo ali, ficou abanando o rabo e mordendo a mão dele.

No táxi o assunto era Marcelo. As meninas não aceitaram muito bem a presença dele em casa.

Neide: Anzi, nós já não tínhamos conversado sobre isso?

Angela: Eu sei, mas ele chegou de surpresa. Eu pedi para ele vir porque eu estava preocupada com o Chico, minha intenção não era chocar. Ele ficou de me avisar e não deu tempo.

Neide: Mesmo assim, Anzi!

 Angela: Mas meu, nós estávamos de saída já e vocês nem se viram. Só a Mô o viu e mesmo assim o cumprimentou.

Mô: Não tive saída, né? Ainda bem que ele não veio com piadinha.

Angela: O que importa é que dessa vez deu uma trégua.

Neide: Sim, e ficará nisso?

Angela: Não, vou dar um jeito.

Neide: Sua sorte é que eu já tinha combinado de esticar de lá do barzinho, não volto hoje para casa.

Mô: E eu também!

Angela: Brigada, Deus!

E assim terminaram a conversa por já estarem em frente ao barzinho. Ficaram ali por algumas horas entre conversas e bebidas. Marcelo foi mais uma vez alvo da conversa, mas tendo o apoio da amiga. Angela ficava olhando o celular de tempos em tempos para ver se tinha algum contato de Marcelo, mas nada. De tanto falarem, resolveu deixar de lado e curtir o momento. Se não entrou em contato era sinal de que ele e Chico estavam bem. Por volta de 01:30 da manhã Angela resolveu voltar para casa, então chamou um táxi. Deu satisfação pelo twitter para ver se Marcelo entendia o recado. Marcelo falou brincando, mas de fato deixaria a casa pelo avesso com as brincadeiras com o Chico. Tinha sapato jogado para um lado, sofá arrastado para outro, forro do sofá no chão, ração espalhada pela cozinha. Fizeram uma verdadeira bagunça no apartamento. Angela chegou colocando a mão na cabeça com o que havia visto de cara. Mas bastaria olhar para o sofá que esqueceria em dois tempos tudo aquilo: Marcelo estava deitado com a calça dobrada na altura do joelho (estilo pescador) sem camisa e tinha o Chico deitado em seu peito, ambos dormindo. Viu-se obrigada a registrar aquela cena tão fofa e seria impossível brigar ao vê-los tão entrosados. Angela aproximou-se deles e o flash acabou assustando Marcelo, que acordou meio atordoado.

Marcelo: O que está acontecendo?

Angela: Marrrcelo, cuidado com o Chico, tadinho, quase voou.  Eu só queria registrar esse momento tão fofo.

Marcelo: Me assustei, não te ouvir chegar. Cata minha camisa aí para eu vestir antes que as gurias subam. Deveria ter avisado para eu ir pro quarto.

Angela: Não precisa, elas não voltarão pra casa.

Marcelo: Não? Ufa! Se sua prima vê a zona que está aqui me odiaria ainda mais. Eu ia arrumar tudo, mas vim ver um pouco de TV com o Bolota e acabamos cochilando.

Angela: Achei que tinha passado um furacão aqui! Tudo certinho? Ele deu muito trabalho?

Marcelo: Seu filho é muito sapeca, tem uma energia... Acho que eu dei mais trabalho que ele. Tive que espalhar a ração pela cozinha para ver se comia e o resultado? Só comeu quando coloquei na mão, apesar das muitas mordidas, comeu bem.

Angela: Acho que ele estava sentindo a sua falta!

Marcelo: Por um momento também achei isso. Vai ficar aí em pé?

Angela: Só por um momento? - Falou enquanto sentava ao seu lado no sofá e pegando Chico do colo dele.

Marcelo: Sim, até então não acreditava que pudesse ser isso. Ele é muito mais ligado à você.

Angela: Mas ele ficou bem amoadinho esses dias. Só ficava mais alegre quando ouvia os seus áudios pra ele.

Marcelo: Esse Bolota... Fiquei contente de você ter me chamado para ficar com ele. Também estava sentindo falta... Na verdade de vocês.  Achei que voltaria mais tarde.

Angela: Eu também senti sua falta. E voltei mais cedo porque fiquei preocupada com vocês, também não queria te explorar.

Marcelo: Não é exploração, eu gostaria de estar mais próximo e dividir as obrigações com você. Quase derrubamos a casa, mas estamos bem né, filhote? O clima entre nós não está dos melhores, mas não sabe o quanto fiquei feliz de ouvir que sentiu minha falta. Estava enlouquecendo já.

Angela: Porque eu não sentiria sua falta? Eu fiquei o tempo todo pensando em você, preocupada, te apoiando. Eu tentei contato, mas você como sempre tentando me afastar.

Marcelo: Eu não tentei te afastar, Angela. E eu não vim até aqui para brigar, estou sem forças para isso. Meu emocional está desgastado, não sabe como o Bolota me alegrou e fez com que eu esquecesse por algumas horas tudo o que tem me preocupado.

Angela: Você acha que eu chamaria você até aqui pra isso? Tudo que eu menos quero é brigar. Você está preocupado com o que?

Marcelo: Não acho e confesso que não entendi até agora esse convite. Mas então, estou preocupado com tudo que aconteceu esses dias, você tem razão quando diz que eu sou frouxo, realmente não consigo tomar as rédeas das situações e fico assim, completamente perdido.

Angela: Eu não disse que você é, eu disse que você foi frouxo. E na verdade, te chamei aqui pra conversarmos! Eu quero que as coisas se resolvam, Marcelo! E essa conversa precisava ser pessoalmente.

Marcelo: Se eu fui ou sou frouxo acaba dando no mesmo, Angela. Não consigo me impor nas situações por ter sempre medo de magoar alguém. Tenho receio quando você fala que quer resolver as coisas, você é sempre tão decidida, sem meios termos.

Angela: A vida me ensinou a ser assim, Marcelo.  E não precisa ter receio, só não quero prolongar o nosso sofrimento. Meu, não gosto de te ver assim.

Marcelo: Como você quer que eu esteja sem ter idéia de qual será o desenrolar dessa conversa, Angela?

Angela: Meu, para de ser pessimista e entender as coisas de forma errada. Cadê aquele Marcelo que eu conheci e que me conquistou? Aquele que enfrenta tudo e todos quando quer algo? Ou você não me quer mais? É isso e você não consegue me dizer? Você repensou esses dias e achou que seria a melhor alternativa? – Falou Angela num tom mais elevado de voz e colocando o Chico no chão.

Marcelo: A única alternativa em que pensei seria nós dois juntos, sem brigas. Angel, a cada dia que passa eu te amo mais e te quero por perto. Não sabe como foi ruim passar esses dias longe, com o mínimo contato. Não sabe o quanto está sendo difícil agora, estar ao teu lado e não agir da forma com a qual eu gostaria.

Angela: É simples, Marcelo! Não espera, não fica me dizendo o que gostaria. A atitude também tem que partir de você. E se tem vontade, faz.

Marcelo então não pensou duas vezes em aproximar-se e beijá-la com todo desejo e saudade que estava sentindo. As palavras de Angela eram o incentivo que ele precisava para fazer o que mais queria. Ficariam se beijando por um bom tempo se o Chico não ficasse de pé no sofá latindo na direção deles.  Os dois olharam na direção dele e começaram a rir.

Marcelo: Ah não Bolota, isso é hora de latir? Deixa de ser ciumento!

Angela: Deixa ele, Marcelo. – Falou Angela afastando Marcelo e pegando Chico no colo. -  Eu só estava com saudade da mamãe, papai! Releva um pouquinho que você já ficou muito comigo hoje.

Estendendo o dedinho, e sendo mordido pelo Chico que achou ser uma brincadeira com ele, Marcelo falou: “Tudo certo entre nós? Isto é, se o Bolota deixar meu dedo em paz”.

Angela gargalhando falou: “Tudo mais do que certo, seu bobo! Agora estou arrumada com você e o Chico na pirraça”. Dando um breve selinho em seguida.

Marcelo: Amor, o Bolota já tem sua presença todo dia e eu não! Larga o nenê um pouquinho e dá uma atenção aqui pro seu outro nenê que está muito carente.

Angela: Mas continua carente, hein?

Marcelo: Até o dia de, enfim, morarmos juntos. Aí carência nunca mais!

Angela: Menos, Marrrrcelo! Mas vem cá, você ficou comportado durante esse tempo, né? Porque você é muito carente e eu tenho medo disso.

Marcelo: Olha, não me quer por perto? Eu sou comportado, Angel. Quando estou junto é só aquela pessoa que me interessa, no caso, só você.

Angela: Marcelo, vamos com calma! E acho bom ser comportado, a mulher é só um pouco ciumenta!

Marcelo: Eu bem sei disso, apesar de eu não ficar atrás e tirar você do sério às vezes.

Angela: É só questão de tempo para controlarmos o ciúme! Bom... Demos o dedinho, mas isso não faz com que apaguemos aquilo que nos motivou a darmos um tempo, né? Acho que precisamos continuar esse assunto. – Falou colocando Chico no chão. – Vai brincar um pouco, nenê.

Marcelo: Nesse tempo longe minha família conversou bastante comigo.

Angela: Ah é? E eu posso saber o teor dessas conversas? Minha mãe também conversou comigo e me deu maior puxão de orelha pelo tempo.

Marcelo: Meus pais gostam de você Angela, falaram que não se opõem ao nosso relacionamento.  Meu pai, inclusive, te acha uma mulher incrível. Você não me deixou te falar essas coisas antes de pedir tempo, foi atropelando tudo.

Angela: Verdade isso? Não atropelei as coisas, mas você estava muito mal aquele dia e eu sabia que era por minha causa. Como você acha que eu me senti sabendo que a sua mãe havia passado mal por uma discussão em que eu era o motivo? Por saber que você estava confuso e sem saber como agir? Eu não quis terminar, muito pelo contrário, só quis que você tivesse um tempo para você mesmo, para colocar seus pensamentos no lugar. Tanto que eu estive presente te apoiando em todos os momentos, não nos falávamos todos os dias, mas eu estava sempre ali te acompanhando.

Marcelo: Eu sei que você se sentiu culpada, mas eu também senti. E já me entendi com eles, na verdade foi pela minha discussão com a Priscila, mas isso não importa mais. Eu agradeço por você não ter desistido de mim, foi muito importante e gratificante ver seu apoio. Nem mesmo no momento em que eu fui estúpido, e já aproveito a oportunidade para pedir desculpa, você não me virou as costas.

Angela: Aquele dia eu fiquei muito irritada com você, mas relevei por entender o momento. Eu sou impulsiva igual e acho que temos que repensar muitas coisas antes de sair bombardeando as pessoas. Está tudo bem mesmo entre vocês? Esse tempo lhe serviu de algo?

Marcelo: Você tem razão! Fica tranqüila que está tudo bem sim, tanto que estou aqui sem precisar driblar ninguém. Se o tempo serviu? Lógico. Para eu repensar minhas atitudes em relação à um punhado de coisas e serviu principalmente para mostrar a importância que você tem em minha vida e o quanto eu te amo. Você não faz idéia do quanto eu senti sua falta.

Angela então se atirou nos braços de Marcelo e o beijou com a intensidade de uma mulher apaixonada que anseia ouvir aquelas palavras do homem que ama. Saber que aquela decisão foi acertada a tranqüilizava, afinal correu sérios riscos daquele relacionamento ser rompido de vez.

Angela: Você não faz idéia do quanto estou feliz e tranqüila em te ouvir falando essas coisas. De verdade, não espero ser amada por sua família, mas saber que eles estão dispostos a te apoiar me alivia. Agora só faltam nossos fãs nos aceitarem, mas sei que isso não é uma questão a ser resolvida agora.

Marcelo: Exatamente. A questão a ser resolvida agora é a carência do Marcelinho. – Falou enchendo-a de beijos pelo rosto.

Angela: Ai Marrrrcelo, só pensa nisso. Olha ali o nenê nos olhando, oh. Não pode, amor.

Marcelo: Que não pode, Angela? Você nem está doida!  Arruma a cama dele no quarto da sua prima e está tudo certo! Não faz isso comigo, amor!

Angela: Pra ele fazer bagunça lá e eu ouvir depois, né? E o convite que fiz foi para você tomar conta do nenê, então vocês dois dormem na sala hoje!

Marcelo: Olha... Eu poderia te esquentar, fazer massagem, mas já que você não faz questão, eu fico aqui com o Bolota. Ele sim sentiu minha falta esse tempo.

Angela: Bobo! Massagem? Será que eu já estou merecendo? Seria uma excelente idéia!

Marcelo: Ahhh, agora te interessou é?

Angela: Até seria uma boa, mas no momento preciso de um banho.

Marcelo: Isso é um convite?

Angela: Como você entender. - E saiu em direção ao quarto piscando o olho para ele.

Marcelo não pensou duas vezes em atender aquele convite. Para assegurar-se de que não seriam interrompidos, ajeitou a cama do Chico junto com os potes de ração e água e o acomodou ali falando: “Filhote, coopera aí e tenha uma noite tranqüila de muiiito sono”. – E saiu em direção ao quarto fechando a porta após entrar. Angela já estava no banho quando ele surgiu despindo-se da calça.

Angela: Achei que ficaria lá mesmo com o Chico.

Marcelo: Você acha? Estava era deixando tudo pronto para ele ficar bem quietinho e me deixar curtir a noite com a mãe dele.

Banho regado a beijos e muito chamego, já seria um preparo para o que seriam os próximos minutos. Estavam saudosos um do outro e então entregaram-se à paixão e amaram-se calmamente durante aquela noite.