Fanfic: Linha tênue entre o amor e o ódio | Tema: Brigas por nada, ofensas de graça

Capítulo anterior: O ambiente romântico que Marcelo havia preparado fez total diferença para que o clima melhorasse entre eles, esqueceram da briga de mais cedo e se curtiram muito, até arriscaram-se numa dança bem juntinhos ao som da playlist que estava embalando a noite. O clima foi esquentando e então Marcelo a conduziu entre muitos beijos, abraços e carícias até o quarto em que havia mais uma surpresa. Ao chegarem à porta do quarto Marcelo falou ao pé do ouvido de Angela: “Preparada?”.

Angela: Ai meu Deus, já disse que tenho medo.

Marcelo: Aguarda só um instante, já volto para te buscar. – Falou dando-lhe um breve selinho.

Angela: Tem mesmo que cortar o clima?

Marcelo: Agora é que ele ficará bom, te garanto! – Falou piscando o olho para ela e com um sorrisinho de canto de boca.

Marcelo entrou no quarto, encostando a porta em seguida, e tratou de acender as velas que faziam parte do cenário romântico que ele havia providenciado. Queria que aquele momento fosse mais do que especial para eles. Impaciente, Angela gritou: “Vai demorar, Marcelo? Estou quase indo deitar na sala”.

“Já estou indo, amor”. – Respondeu-lhe.

Ao abrir a porta, vendou os olhos dela com suas próprias mãos e a abraçou por trás, beijando-lhe o pescoço: “Vem! Sei que você tem receio das coisas que eu preparo, mas é sempre na melhor das intenções e querendo te fazer se sentir especial e amada”. Angela respondeu: “Mas eu já me sinto assim, Marcelo”!

Ao entrarem no quarto, retirou as mãos e Angela ficou completamente encantada com tudo que tinha: as velas formavam corações, balões em formato de coração espalhados pelo chão, pétalas de rosas vermelhas com as iniciais “A” e “M” dentro de um coração e um “te amo” enorme ao centro, também de pétalas, destacavam-se no jogo de cama branco. Numa bancada próxima da cama havia uma bandeja com duas taças e uma caixas vermelha com laços amarelo. Marcelo não escondia sua cara de bobo ao ver que conseguiu surpreendê-la positivamente uma vez mais. Com olhos marejados, Angela o abraçou fortemente e suspirou: “Aiiii, Marcelo”. Carinhosamente ele beijou-lhe a testa e se declarou: “Angel, essa ainda é uma pequena demonstração do meu amor por você. Busco em ações e palavras, mas mesmo assim não consigo expressar aquilo que é imensurável. Eu não tenho dúvidas de que você é a mulher da minha vida. Não entramos naquele programa por acaso, não aconteceram aquele tanto de coisas por acaso. Obrigado por me aceitar, por nos dar mais uma chance, por se entregar a este sentimento, por estar aqui hoje, por me fazer tão feliz. Eu te amo muito, Angel!”. – Encerrou beijando-lhe a boca calmamente e acariciando seu rosto.

Angela: Você me deixa sem palavras, está sempre me surpreendendo, me mimando, Marcelo! Nunca fizeram um terço disso por mim, fico até sem jeito diante das coisas que você faz e me diz. Pode parecer que eu não ligo, que sou insensível, mas não é isso, eu só não sei lidar muito bem com isso. Me sinto em falha com você por não saber retribuir da mesma fora. Me desculpa, viu? Não é por mal, eu juro”.

Marcelo a interrompeu: “Shiiiu... Não fala nada. Eu não te cobro isso, estou me adaptando ao seu jeito e aos poucos você tem se soltado. Olha o avanço que já está nossa relação, com calma tudo se ajeita, meu amor!”.

Angela: Obrigada, viu? Não canso de te agradecer pelo que você tem representado em minha vida, eu sei que estou ficando repetitiva, mas é que realmente eu tenho que te agradecer por tudo. – Falou beijando-lhe o rosto e sendo encaixada num longo abraçado seguido de beijos.  – Agora eu estou curiosa para saber o que tem naquela caixa ali.

Marcelo: Ah é? Então vamos acabar com isso – Falou puxando-a pela mão para junto da bancada e pegando a caixa. – Abre!

Angela: Ai meu Deus, o que será que tem nessa caixa?

Marcelo: Espero que você goste.

Angela:Olha, pesadinha. – Abriu a caixa e haviam cinco embrulhos etiquetados com frases representando os sentidos.

O primeiro a ser aberto foi o “paladar”, a mensagem da etiqueta era: “Quero muitos beijos, para que o meu gosto não saia da sua boca”.

Angela: Huummm... Bombom orgasmo?

Marcelo: Réplica. Experimenta. – Já abrindo a embalagem. – Tem outro aí.

Angela: Delicioso, come a outra metade. – Falou colocando na boca dele e beijando-lhe a bochecha. – Calcinha comestível, Marcelo? – Falou ficando com o rosto avermelhado de vergonha e o deixando envergonhado também.

Marcelo: O presente é compartilhado, amor. – Falou abraçando-a por trás e permanecendo nessa posição até que abrisse os demais embrulhos.

Angela: Muito espertinho você, né? Deixa eu ver o próximo. – Pegou o embrulho da audição que tinha escrito na etiqueta: “Quero que ouça cada palavra minha para ter a certeza que em todas elas eu encontro uma maneira de fazer você se sentir ESPECIAL”. Haviam dois Cd’s: um V.A com declaração de amor gravada em áudio e um com músicas românticas que embalassem os próximos acontecimentos. – Por que dois, amor?

Marcelo: Um você vai ouvir quando estiver em São Paulo e o outro nós faremos bom uso daqui a pouco. – Falou beijando-lhe o ombro.

Angela: Você calculou tudo pelo visto, né? Me diz o próximo a abrir, já que é compartilhado.

Marcelo: Olfato?

Angela: Sim! Vamos ver o que você aprontou.

A mensagem era: “Quero que sinta meu cheiro misturado ao seu para que você possa lembrar-se de mim mesmo quando eu não estiver por perto”. No embrulho tinha um perfume, um frasco menor e um óleo de massagem comestível.

Angela: Perfume "Angel", olha!

Marcelo: Tem forma melhor de te homenagear? Ficará ainda mais cheirosa, apesar de que eu gosto mais do seu cheirinho natural.

Angela: Bobo! E esse frasquinho aqui? – Falou destampando. – Humm... teu cheiro, amor!

Marcelo: É para quando você sentir saudade!

Angela: Óleo de massagem com segundas intenções, né? Estou de olho em você, Marcelo. – Falou abrindo para sentir o aroma. – Mas olha, é uma delícia esse cheiro.

Marcelo: Consegui acertar então?

Angela: Sim! Agora vamos para a visão? – Falou já com o embrulho em mãos, que tinha a seguinte mensagem: “Quero olhar bem no fundo dos seus olhos para que você veja o quanto EU TE AMO” – Acho até que já sei o que é!

Marcelo: Duvido.

Angela: Um porta-retrato com uma foto nossa?

Marcelo: Que sem graça você, guria!

Angela: Acertei?

Marcelo: Abre!

Angela: Que diferente esse no formato da palavra “Love”, Marcelo!

Marcelo: Lembra desses momentos? Essa foi a nossa primeira foto juntos após nosso desentendimento, lá em São Roque quando eu fui te visitar na época do silicone. Essa aqui no dia dos namorados no Rio, essa outra no dia que te enchi de flores e a última com o nosso Bolota, família reunida. – Falou ao apontar para as quatro fotos e beijando-lhe a bochecha.

Angela: Óbvio que eu lembro, né? Vou deixar ao lado da minha cama pra te ter sempre por perto.

Marcelo: Essa foi a minha intenção, marcar o território. Mas o outro presente desse embrulho também é super bacana.

Angela: Ah é? Deixa eu ver... Uma venda, Marcelo? Estou até com medo do que vem aí no último sentido!

Mensagem do último embrulho, Tato: “Quero te abraçar forte o suficiente para você sentir meu aperto pelo maior tempo possível”. Ao abrir encontrou dados de joguinhos e uma lingerie vermelha. Marcelo, que ainda estava abraçando-a por trás, falou ao pé do ouvido: “Gostou?”

Angela: Você se superou nessa caixa dos sentidos hein, Marcelo? Conseguiu ser ousado e fofo ao mesmo tempo. Adorei! – Falou ao virar-se para ele e beijar-lhe.

Marcelo: Gostou mesmo, Angel?

Angela: Lógico que sim, amor! Obrigada pelo presente compartilhado!

Marcelo: Pensa que acabou? Ainda não acabou!

Angela: Ai meu Deus!

Marcelo: Já volto. – Falou saindo do quarto.

Angela: Onde você vai?

Marcelo: Calma, guria!

Angela permaneceu ali olhando novamente as coisas da caixa e aproveitou para comer mais um bombom. Marcelo foi até a cozinha e buscou champanhe, afinal, as duas taças que estavam na bandeja teriam uma serventia. Já veio abrindo do corredor e ao adentrar no quarto fez menção de estourá-la.

Angela: Huummm... Champanhe.

Marcelo: Esse momento tem que ser celebrado da melhor maneira possível, meu amor. Pega as taças, por favor. – Falou aproximando-se dela e estourando a champanhe, servindo-a. – Vamos brindar o que?

Angela: Um brinde à nós, ao nosso amor, à proporção e seriedade que o nosso relacionamento está tomando, ao nosso Chico e abro um parêntese para fazer um brinde especial ao namorado mais lindo, fofo, romântico, que me faz feliz e que eu amo de paixão! Melhor presente que eu poderia ter ganho foi você e depois nosso nenê, amor. Te amo!

Sensível do jeito que é, Marcelo não segurou a emoção de ouvir aquelas palavras de Angela e seus olhos ficaram marejados. Brindaram e beijaram-se tranqüilamente. Em seguida Marcelo falou: “Dessa vez eu fui surpreendido. É muito bom te ouvir falar essas coisas. Quando digo que estou me adaptando ao seu jeito, é porque realmente estou. Não tenho pressa alguma, sem pressão as coisas fluem, você vai se soltando. Palavras são importantes, mas atitudes valem mais e principalmente um olhar! E no seu olhar Angel, eu vejo o quanto esse seu sentimento é recíproco! Eu te amo muito e farei de tudo para te ter ao meu lado para o resto da vida”.

O clima era de puro romance, declarações e mais declarações. Estavam ali sem pressa, sem reservas, entregando-se ao máximo, vivendo num mundo particular que criaram, esquecendo de tudo e de todos. Para ele só ela importava e vice-versa. Fizeram uso de todos os presentes que tinham na caixa. Noite marcada por brincadeiras, risadas, massagem, striptease, carícias, amassos, beijos, abraços, carinho e muito, mas muito amor.