Fanfics Brasil - Capítulo UM P5 A Culpa é das Estrelas

Fanfic: A Culpa é das Estrelas | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo UM P5

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Capítulo UM P5


 


Às vezes o osteossarcoma leva um dos membros só para dar uma sondada em você. Depois, se gostar, leva o restante. Eu o segui escada acima, devagar, ficando para trás. Degraus não são o forte dos meus pulmões. Aí fomos do coração de Jesus até o estacionamento, o frescor da brisa da primavera na medida certa, a luz do fim de tarde divina em sua nocividade.
Mamãe não tinha chegado ainda, o que era estranho, porque ela quase sempre estava lá esperando por mim. Olhei em volta e vi que uma garota alta, loira e boazuda  imprensava o Eddy na parede de pedra da igreja, beijando o menino de um jeito quase agressivo. Estávamos tão perto que eu podia escutar os ruídos estranhos das duas bocas grudadas, e ouvi o Eddy dizendo "sempre", e ela respondendo com "sempre" também.
O Christopher apareceu de repente ao meu lado e sussurrou:
— Eles são grandes adeptos de demonstrar afeto em público.
— Qual é a do ‚sempre‛?
O ruído da troca de saliva aumentou de intensidade.
— ‚Sempre‛ é o lema deles. Sempre vão se amar, e tal. Pelos meus
cálculos, e sendo bastante conservador, eles devem ter trocado quatro
milhões de mensagens de texto com a palavra sempre no ano passado.
Mais dois carros chegaram, levando embora o Michael e a Karla. Aí
sobramos só o Christopher e eu, observando o Eddy  e a Angelique, que
continuavam frenéticos, como se não estivessem encostados na parede de
um local de oração. Ele pôs a mão no peito dela, por cima da blusa, e
apalpou o mamilo, a mão imóvel enquanto os dedos se mexiam. Fiquei me
perguntando se aquilo seria gostoso. Não parecia, mas resolvi perdoar o
Eddy levando em conta o fato de que ele estava para ficar cego. Os
sentidos devem aproveitar enquanto ainda há apetite, e tal.
— Imagine a última ida de carro até o hospital — falei, baixinho. — A
última vez que você vai dirigir um carro.
Sem me olhar, o Augustus disse:
— Você está atrapalhando a minha vibe aqui, Dulce Maria. Estou
tentando observar o amor adolescente em sua esplendorosa estranheza. —
Acho que ele está machucando o peito dela — comentei.
— É. É difícil saber ao certo se ele está tentando excitar a menina ou
fazer um exame de mama.
Aí o Christopher colocou a mão no bolso e tirou de lá, por incrível que
pareça, um maço de cigarros. Levantou a tampa da caixinha e colocou um
cigarro na boca.
— Isso é sério? — perguntei. — Você acha isso legal? Ai, meu Deus,
você acabou de estragar a coisa toda.
— Que coisa toda? — ele perguntou, virando para mim. O cigarro pendia apagado da boca, do canto que não sorria.
— A coisa toda em que um garoto que não é pouco atraente ou pouco
inteligente ou, aparentemente, de forma alguma pouco tolerável me encara
e chama minha atenção para utilizações incorretas da literalidade e me
compara a atrizes e me convida para ver um filme na casa dele. Mas é
claro que sempre tem uma hamartia e a sua é que, ai, meu Deus, mesmo
você TENDO TIDO UM RAIO DE UM CÂNCER ainda dá dinheiro
para uma empresa em troca da chance de ter MAIS CÂNCER. Ai, meu
Deus. Deixe eu só dizer para você como é não conseguir respirar? É UM
INFERNO. Totalmente decepcionante. Totalmente.
— Uma hamartia? — ele perguntou, o cigarro ainda na boca.
Aquilo deixava sua mandíbula contraída. E a linha da mandíbula dele,
infelizmente, era tudo…
— Uma falta trágica — expliquei, dando as costas para ele.
Dei um passo na direção do meio-fio, deixando o Christopher Uckermann
para trás, e foi então que ouvi um carro dando a partida mais adiante na
rua. Era a mamãe. Ela tinha ficado ali, esperando que eu, tipo, fizesse
amigos ou coisa assim.
Senti um misto de decepção e raiva crescendo em mim. Nem sei
direito que sentimento era aquele, sério, só que havia muito dele, e eu
queria dar um soco na cara do Christopher Uckermann e ao mesmo tempo trocar
meus pulmões por outros que não fossem péssimos. Eu estava de pé bem
na pontinha do meio-fio com meu All-Star Chuck Taylors, o cilindro de
oxigênio no carrinho ao meu lado parecendo aquela bola de ferro que fica
presa com uma corrente no tornozelo de um prisioneiro, e na hora que
minha mãe ia encostando o carro senti a mão dele pegar a minha.
Puxei a mão mas me virei para ele.
— Eles não matam se você não acender — disse ele quando mamãe
parou junto ao meio-fio. — E eu nunca acendi nenhum. É uma metáfora.
Tipo: você coloca a coisa que mata entre os dentes, mas não dá a ela o
poder de completar o serviço.
— É uma metáfora — falei, hesitante.
Mamãe esperava, quieta. — É uma metáfora — ele repetiu.
— Você determina seu comportamento com base nas ressonâncias
metafóricas…
— Ah, é. — Ele sorriu. O sorriso largo, meio bobo e sincero. — Sou
um grande adepto da metáfora, Dulce Maria.
Eu me virei para o carro. Dei uma batidinha na janela. Que se abriu.
— Vou ver um filme com o Christopher Uckermann— falei. — Grave, por
favor, os próximos episódios da maratona do ANTM para mim.



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Autor(a): vondy321

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • lara_11 Postado em 22/06/2014 - 19:49:32

    Contunuaaaaahhhh

  • lara_11 Postado em 19/06/2014 - 17:47:27

    Continuahhhhhhhh.........

  • lara_11 Postado em 19/06/2014 - 16:10:37

    Cntinuahhhhh..... continuahh.... ;)

  • lara_11 Postado em 19/06/2014 - 09:56:06

    Ta mt boa sua fic ta mt top.... pf posta... <3

  • lara_11 Postado em 19/06/2014 - 09:52:17

    Continuahhh....... <3

  • lara_11 Postado em 19/06/2014 - 09:51:28

    Post postta... <3

  • lara_11 Postado em 19/06/2014 - 09:49:34

    Postaaaaa... pf...


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