— É o que importa — Chris disse, levantando-se. — Por que se importa em me ver feliz? — Dulce perguntou, percebendo que ele queria fugir da conversa, — Não sabia que eu fazia parte de seus planos. — Não vamos discutir. — Você quer fugir? Não consigo ter uma conversa normal com você. — Esta não é uma conversa normal; e, desde o erro que cometi ao tentar beijá-la, não teremos mais conversas normais. Foi um erro, acredite! — Mas você não... não me beijou — disse, corando. — Acho que você se lembra muito bem do que aconteceu. — Você me tocou e acariciou! É pecado? — Você me pergunta isso? — Balançou a cabeça. — Você é a mãe da filha do meu irmão. Dulce levantou-se, tensa. — E se não fosse? O que aconteceria? Você continuaria a ter essa aversão por mim? — Já que a situação não é essa, eu realmente não posso... — Continuaria, sim! — ela concluiu, dando um suspiro. — Não posso responder. — Por quê? Tem medo? Não quer admitir que sentimos alguma coisa muito forte um pelo outro? Você não é um robô, Chris, não tente ser. Responda à minha pergunta! — Não fale assim comigo! — Responda, Chris! — Você é igual a uma criança; não desiste do que quer. Se... — ele falava com cuidado — se não fosse a mãe de Kelly, tenho que admitir que a acharia muito desejável. Mas você é a mãe e isso muda tudo. Chris dirigiu-se para a porta. — Onde você vai? — Vou passar o dia fora. Tenho um compromisso. — É mesmo? — É. — Seus lábios estavam tensos. — Um compromisso de negócios. — Tenha um bom dia, então — ela disse, provocando-o. — E... não trabalhe muito, viu? — Não tenho mais tempo para discutir com você, Dulce. Conversaremos quando eu voltar. — Vai ser difícil. Você sempre dá um jeito de fugir do assunto. Oh, vá embora, Christopher! — Qualquer dia, você vai me mandar embora para sempre, Dulce. E, quando esse dia chegar, não sei que atitude vou tomar. — Gostaria de saber. A resposta dele foi sair batendo a porta. Oh, Deus! Dulce olhou para o prato, quase intacto, e não teve a menor vontade de comer. Pobre Chris, sempre que discutiam voltavam aos mesmos insultos. Dulce estava muito ligada a ele; via-o como um homem atraente e um homem que era seu marido. Seus cabelos macios, seus olhos que ficavam verdes quando estava nervoso e cor de mel quando tinha desejo, seu nariz e sua boca de traços fortes, seu corpo alto e musculoso; tudo em Chris era atraente. Desde o primeiro momento em que o viu, percebeu que ele tinha uma personalidade muito forte. Agora, estava se sentindo dominada por ele. Forçou um sorriso quando Lucy se aproximou com Kelly. Ela e Chris tentavam manter as aparências na frente dos empregados, mas havia horas em que isso era difícil. Lucy chegou sorridente, trazendo Kelly no colo. Já estava pronta para ir para a praia. — Oi, querida! — Dulce pegou-a. — Hoje, vamos à praia sem o papai; ele foi trabalhar. — Oh! — Lucy exclamou. — Se quiser... se quiser, eu posso ir junto. — Claro que não, é o seu dia de folga, obrigada. Você vai à vila? — Só para dar uma olhada. Mas, se precisar de mim, posso ir outro dia e... — De jeito nenhum. — Dulce pegou o queixinho de Kelly. — Podemos ficar muito bem sozinhas, não é! — Virou-se para Lucy e continuou: — Estas são as suas férias também; aproveite. E obrigada por ter aprontado Kelly.
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