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Dedicado a Tammybrenda!

Parte V

Tia Laura... Dulce descobriu-se a usar a ligação da tia com ambos como desculpa para justificar seu consentimento para que aquele homem assumisse o controle da situação.
— Vamos — seu novo guardião comandou, conduzindo-a à entrada da casa.
A porta se abriu antes que a alcançassem. Uma mulher de baixa estatura e cabelos grisalhos como os do motorista recebeu-os com um sorriso largo. Assim que pôs os olhos em Maite, emitiu um gritinho de prazer e abriu os braços.
— Esta é minha governanta, Lefka — Christopher apresentou-a, enquanto entregava o bebê à mulher. — Como pode ver, ela está mais que feliz pela oportunidade de cuidar de Maite, enquanto você estiver aqui.
— Ora, mas... — Dulce começou a protestar, mas a governanta já se pusera a falar sem parar... em grego.
Então, sem pedir licença a ninguém, deu meia-volta e desapareceu com Maite no interior da casa.
— Geralmente, as maneiras de Lefka são bem melhores — Christopher declarou em tom seco. — Imagino que vai recuperá-las, assim que se refizer do êxtase provocado pela chegada do bebê.
Era seguida, convidou Dulce a entrar.
O interior era como ela havia imaginado: grande, confortável e muito bem decorado, misturando com bom gosto peças modernas e antigas.
Atravessando o hall de entrada, Christopher abriu uma porta e indicou a Dulce para que entrasse. Ela obedeceu em silêncio, ainda repetindo para si mesma que tia Laura estava a sua espera.
No entanto. o escritório confortável encontrava-se vazio.

Dulce ouviu a porta se fechar atrás dela e virou-se para confrontar Christopher.
— Onde está minha tia? — inquiriu.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Não me lembro de ter dito que sua tia estaria aqui —respondeu, encaminhando-se para a mesa coberta de papéis.
Confusa, Dulce esforçou-se para lembrar o que, exatamente, ele dissera sobre sua tia, mas não conseguiu.
— Por que trouxe-nos para cá, se não era para encontrar tia Laura? — perguntou.
Christopher havia ligado o computador e examinava algo na tela, mas ao ouvir a pergunta, ergueu os olhos.
— Achei que isso era óbvio — replicou, voltando a fixar os olhos na tela. — Francamente, você está em péssimas condições, sem a menor possibilidade de cuidar de si mesma e, menos ainda, de um bebê. Por isso, ao menos por enquanto, ficará aqui.
— Mas eu não quero ficar aqui! — Dulce protestou.
Christopher exibiu o sorriso breve que usara outras vezes.
— Não creio que tenha lhe dado escolha — declarou.
Ora, quem ele pensava que era, para decidir a vida dela daquela maneira?
— Não é um problema seu. Encontraremos uma solução. Minha tia...
— Sua tia — ele a interrompeu — deixou o país. E, já que nós dois sabemos que ela preferiria quebrar os dois braços a ter de cuidar de alguém, creio que devemos deixá-la fora disso. O que você acha?
— Mas é você quem determina para onde tia Laura vai!

Em vez de responder, Christopher desligou o computador e virou-se para encará-la.
— Por favor, sente-se — sugeriu em tom gentil. — E permita-me, ao menos, ligar para a cozinha e pedir que tragam algo para você comer. Passei a tarde inteira ao seu lado e só a vi beber alguns goles de água.
— Aceito uma xícara de chá — cedeu com relutância. Então, como estivesse exausta, foi se sentar em uma poltrona, diante da lareira, enquanto ele falava ao telefone. Admitiu que, além do chá, adoraria um banho de imersão, mas sabia que isso seria impossível.
— Não molhe o gesso — o médico advertira. — Envolva-o em um plástico, antes do banho.
Certo, aias quem prenderia o plástico? Deixando o corpo cansado afundar na poltrona, Dulce perguntou-se como se despiria, se lavaria, secaria e vestiria de novo.
— Dulce... — a voz profunda chamou-a com suavidade. Ela abriu os olhos. Teria dormido? Não saberia dizer. Só sabia que, finalmente, voltara a se sentir aquecida e confortável.
Quando virou a cabeça, deparou com os misteriosos olhos negros.
— Desculpe-me por incomodá-la, mas Lefka precisa saber como preparar a mamadeira de Maite — ele disse.
A mamadeira de Maite? Oh, Deus! Sem pensar, levantou-se de um pulo.

— Ai! — gritou, sentindo o corpo inteiro doer.
No mesmo instante, Christopher estava a seu lado, para ampará-la.
— Tola! — resmungou, zangado.
— Cale-se — Dulce balbuciou.