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Especialmente para natyvondy e tammybrenda!

Parte VI

Christopher voltou ao banheiro, a fim de apanhar um copo de água. Então, pegou dois comprimidos e estendeu para ela. Em silêncio, Dulce colocou-os na boca e bebeu parte da água que ele lhe ofereceu.
Uma lágrima desceu por sua face, mas ela não teve tempo de secá-la, pois Christopher foi mais rápido. Além de secar a lágrima com os dedos, acariciou a face de Dulce, que foi invadida por um forte desejo de deixar-se acariciar daquela maneira para sempre. Também desejou poder afundar o rosto no peito largo e chorar até não ter mais lágrimas.
— Não consigo sequer endireitar o corpo — soluçou. — Meus músculos estão rijos e doloridos!
No mesmo instante, Christopher tomou-a nos braços.
— Pareço um bebê ridículo! — ela lamentou em prantos
— Está ferida e exausta — ele a corrigiu. — O que significa que tem permissão para ser ridícula.
Dulce não conteve uma risada, embora se surpreendesse com a piada.
Depois de acomodá-la na cama, Christopher cobriu-a. Seu semblante continuava frio e tenso, mas Dulce descobriu que gostava de olhar para ele.
— Quantos anos você tem? — perguntou, curiosa.

Ele a fitou em silêncio por um instante, antes de dizer:
— Sou muito velho. Agora, descanse e deixe o analgésico fazer efeito. Jantaremos dentro de duas horas. Até lá, Althea irá voltado com as suas coisas. Então, você poderá escolher entre descer para jantar comigo, ou comer aqui mesmo, no quarto.
Com isso, Christopher deu meia-volta e saiu. Dulce sentiu um frio, como se o fogo houvesse se apagado de repente. Então, perguntou-se por que estava comparando Christopher ao fogo, se e mais parecia um iceberg, na maior parte do tempo.
Dulce desceu para jantar. Em primeiro lugar, não queria ainda mais trabalho àquelas pessoas que a estavam trado tão bem. E, também, porque estava louca para ver Maite, que fora banhada e trocada por Lefka, enquanto Althea desfazia as malas de Dulce e a ajudava a vestir-se.
A filha da governanta conduziu-a a uma grande sala de ar, aquecida por uma lareira. Ao som suave da música clássica que enchia o ar, Christopher embalava Maite nos braços.
— Sua aparência já está bem melhor — ele comentou, examinando-a da cabeça aos pés e, então, fixando os olhos cabelos loiros, agora brilhantes e sedosos.
— Estou me sentindo bem melhor — Dulce confirmou com um sorriso.

O que fez com que Christopher a fitasse nos olhos, despertando a lembrança aguda daquele beijo. Embaraçada, Dulce desviou o olhar depressa, tentando esconder o rubor em suas faces.
— Como ela se comportou? — indagou, voltando a olha para Maite, que parecia minúscula junto ao peito largo.
— Como um anjo ele murmurou com ternura. — A menos, foi o que Lefka disse. Ela está perdidamente apaixonada por Maite... e devo confessar que não posso culpá-la.
Ele estava sendo sincero, Dulce percebeu, depois de lançar-lhe um olhar rápido.
— Está acordada — ele informou. — Quer segurá-la um pouco?
— Ah, sim, por favor!
Ninguém jamais saberia o que ela sentia por estar separada do bebê de quem ela cuidara sozinha, desde a morte da mãe.
— Se você se sentar em uma das poltronas, poderá acomodá-la melhor, sem forçar seus ferimentos.
Sem perder tempo, Dulce aceitou a sugestão e sentou se com cuidado, ansiosa para receber a irmã em seus braços. No momento em que a reconheceu, Maite exibiu um sorriso.
— Ela reconhece você — Christopher comentou, surpreso.
— Claro! Afinal, sou sua mãe adotiva, não sou, querida?
Depois disso, ela se esqueceu completamente da presença do magnata, que permaneceu em silêncio, sentado em outra poltrona, observando a troca de afeto entre as duas irmãs.