Fanfic: • ๋○Rede de Mentiras ○ ๋• {ADAPTADA} {DyC}

Dedicado há tammybrenda e natyvondy!

Parte VIII

O jantar estava ótimo. A comida simples, porém saborosa fora preparada de maneira que Dulce só precisasse usar o garfo. Tendo recusado o vinho que Christopher bebia, ela pediu água. Sem que se desse conta, foi respondendo às perguntas dele, até que, ao final da refeição, havia lhe contado a história de sua vida.
Quando finalmente acabou de comer, sentindo-se satisfeita, decidiu fazer a pergunta que a atormentara o dia inteiro. Um dia, apenas? Sobressaltou-se diante da constatação de que se sentia como se houvesse passado a maior parte de sua vida na companhia daquele homem intrigante e enigmático.
— Para onde mandou minha tia? — inquiriu.
Em vez de responder, ele fez outra pergunta:
— Ela nunca foi muito chegada a você e sua mãe, foi?

— As duas nunca se entenderam — Dulce admitiu, antes e fazer uma pausa, refletindo sobre o que diria a seguir. Embora suas palavras fossem parecer uma crítica, eram penas a declaração de um fato. — Mamãe era um tanto... frívola. Tia Laura era a irmã mais velha, muito mais séria e.. menos bonita. Todos gostavam de mimar minha mãe, inclusive eu. Tia Laura jamais admitiu esse tipo de tratamento. É uma feminista convicta, com boa cabeça para negócios, e sabe usar seus dotes.
Christopher assentiu em concordância e, mais uma vez, Dulce sentiu-se encorajada a continuar:
— Ela não tem tempo para sentimentalismo. Acredita e, se existe um problema, deve-se resolvê-lo, ou então, deixá-lo de lado e seguir adiante, mesmo que se tenha de começar do zero.
— E em qual categoria você e Maite se encaixam?
— Ela quer que eu entregue Maite para adoção — Dulce respondeu. — Você poderia me ajudar, pois ainda consegui decidir se essa solução seria resolver o problema, ou deixá-lo de lado.
— Devo entender que você ainda não sabe se deve ou aceitar a sugestão — Christopher concluiu.
Muito perspicaz, Dulce pensou com amargura, ao mesmo tempo em que se punha de pé.
— Por que não responde minha pergunta, só para variar? retrucou, furiosa. — Por que não me explica o motivo pelo qual mandou minha tia viajar, quando é óbvio que precisamos dela aqui?
— Não preciso responder porque você mesma acabou de dá a resposta — ele replicou, inabalável diante da hostilidade dela.
— O que está querendo dizer? — Dulce perguntou, realmente confusa.
Ao que parecia, Christopher também não se sentia inclinada a responder à última pergunta, pois permaneceu calado, olhos fixos no copo.
— Tenho uma proposta a lhe fazer — anunciou de súbito, — mas conversaremos no escritório, pois precisamos de privacidade e, aqui, Lefka ou Althea podem entrar a qualquer momento.

Então, virou-se e deixou a sala de jantar. Dulce seguiu-o, tensa e desconfiada. Quando entrou no escritório, ele estava parado junto ao bar.
— Por favor, feche a porta — instrui-a, sem virar-se. Depois de obedecê-lo, Dulce permaneceu quieta, observando-o servir-se de uma dose de conhaque.
— Mandei sua tia para fora do país — ele começou em voz baixa — porque decidi deixá-la o mais longe possível de você.
— Por quê? — ela indagou, sobressaltada, notando vagamente que ele também parecia mais tenso que o normal.
Era evidente que, embora houvesse tomado a decisão de fazer aquela proposta a ela, Christopher estava travando uma batalha consigo mesmo.
— Tenho um problema pessoal que pode me causar certo... embaraço — ele disse. — No entanto, creio ter encontrado uma solução. Só preciso de uma esposa e um filho para colocá-la em prática. Depois de ter conhecido você, hoje, de ter visto onde mora e, mais importante, como você vive, ocorreu-me que talvez você seja a candidata perfeita para o papel.. -
— Que papel? — Dulce interrompeu-o, mais perdida do que nunca.
Ele fez uma careta, parecendo não gostar de se ver obrigado a ser mais explícito.
— De minha esposa — explicou, por fim.
Como ela permanecesse imóvel e absolutamente silenciosa, Christopher ergueu os olhos e fitou-a com ar cínico, antes de esclarecer:
— Estou pedindo você em casamento, Dulce.