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CAPÍTULO 5
Parte I

Foram para a Grécia em um jato fretado e, então, fizeram o restante da viagem de helicóptero. Tudo muito confortável.
Embora continuasse magoada com a frieza súbita que Christopher demonstrara na véspera. Dulce ficou impressionada com a viagem.
O fato de Maite viajar com eles foi uma surpresa, pois Dulce esperava que ela fosse com Lefka e a família, que pegariam um avião mais tarde, depois de fechar a residência Londres. Mais surpreendente foi a maneira como Christopher carregou-se pessoalmente dos cuidados com a menina, durante toda a viagem. Na verdade, ele parecia mais à vontade do que nunca, e ela lamentou o fato de continuar magoada, pois era evidente que ele estava tentando compensá-la por seu comportamento lamentável.
No entanto, Christopher não se desculpara, e Dulce preferiu fechar-se, a arriscar ser alvo de outra explosão de humor.
— Deixe-me ajudá-la — ele ofereceu, acomodando Maite em um braço e usando o outro para amparar Dulce a descer do helicóptero.
Contando com apenas uma das mãos e vestindo sua melhor roupa, um conjunto de linho, de saia e casaquinho justos não lhe permitiam grande flexibilidade de movimentos, ela foi obrigada a aceitar a ajuda. Porém, o contato com o braço musculoso foi tão perturbador, que Dulce afastou-se assim que possível.
Ao perceber a hesitação dela em tocá-lo, Christopher afastou-se com um suspiro pesado. Dulce fechou os olhos, sentindo-se exausta. Não conseguira dormir à noite, pois ficara pensando na loucura em que acabara se metendo. Quando voltou a abrir os olhos, surpreendeu-se com o que viu.
A mansão era cercada por jardins espetaculares, construída dentro dos mais modernos padrões de arquitetura. Uma vasta sacada circundava o andar superior, lançando uma sombra suave sobre a varanda, logo abaixo, onde poltronas confortáveis pareciam convidar a um descanso. Havia uma piscina no gramado lateral, e outra abrigada por uma estrutura de vidro, acoplada à casa. Dulce não viu nenhuma rua, ou estrada, mas um caminho ladeado de pinheiros saía da frente da casa, desaparecendo na distância.
— É linda — ela murmurou.
— Um elogio! — Christopher comentou com sarcasmo. — Eu já começava a temer que nada fosse agradá-la.
Com isso, voltou a dar-lhe as costas e encaminhou-se para a casa. Dulce seguiu-o em silêncio, sabendo que ele tinha motivos de sobra para perder a paciência com ela.
Quando finalmente alcançou a sombra, Christopher parou e esperou por ela, estudando-a com olhar atento. Corando, Dulce perguntou-se o que ele via quando a fitava. Estaria arrependido da proposta que lhe fizera?

Sustentou-lhe o olhar, mas o que viu foi um homem alto, moreno, muito atraente, cujos olhos frios pareciam querer dizer-lhe algo que ela não era capaz de identificar.