Fanfic: CRETINO IRRESISTÍVEL (CHAVERRONI) | Tema: RBD

                                                      UM

Meu pai sempre dizia que a melhor maneira para aprender uma profissão é passar cada segundo observando alguém a exercendo.

"Para conseguir chegar ao topo, você precisa começar lá embaixo", ele me disse. "Seja a pessoa sem a qual o CEO não pode viver. Seja seu braço direito. Aprenda tudo sobre seu mundo, e ele irá te contratar assim que você receber o diploma."

Eu me tornei indispensável. E definitivamente me tornei o braço direito. Acontece que, neste caso, o braço direito frequentemente queria estrangular o pescoço daquele maldito.

Meu chefe, o sr. Christian Chavéz. Um cretino irresistível.

Meu estômago se embrulha só de pensar nele: alto, bonitão e completamente cruel. Ele era o babaca mais egocêntrico e convencido que eu já tinha conhecido. Eu ouvia as mulheres do escritório fofocando sobre suas escapadinhas e ficava pensando se um rosto bonito era tudo que ele precisava. Mas meu pai também dizia : "você vai perceber cedo na vida que a beleza é superficial, mas a feiura se estende até os ossos". Eu tive minha quota de homens desagradáveis nos últimos anos, namorei alguns no colegial e na faculdade. Mas esse foi o campeão.

  - Olá, srta. Perroni! - o sr. Chávez estava de pé ao lado da porta da minha sala, que servia  da recepção para o escritório dele. Sua voz estava melosa, mas era uma doçura toda errada... como mel que foi congelado e que agora estava começando a rachar.

    Depois de derramar água no meu celular, deixar cair meu par de brincos na lixeira, receber uma pancada na traseira do meu carro na via expressa e ter de esperar a polícia para ouvir aquilo que eu já sabia - que a culpa foi do outro motorista -, a última coisa que eu precisava naquela manhã era aguentar o mau humor do sr. Chavéz.

   Pena que ele não tem nenhum outro tipo de humor.

   Eu respondi o "Bom dia, sr. Chávez" de sempre, esperando que ele respondesse com seu habitual aceno de cabeça.

  Mas quando eu tentei passar, ele murmuro:

 - Bom dia? Será que você não quer dizer "boa tarde", srta. Perroni? Que horas são nesse seu mundinho?

   Eu parei e encarei de volta seu olhar gelado. Ele era uns bons vinte centímetros mais alto do que eu, e, antes de trabalhar par ele, eu nunca tinha me sentido tão pequena. Fazia seis anos que eu trabalhava na Chávez Media Group, a CMG. Mas, desde o retorno do sr. Chávez a empresa de sua família, há nove meses, eu começara a usar salto alto para poder encará-lo no mesmo nível. Mas mesmo assim, ainda precisava levantar o queixo para olhar em seus olhos, e ele claramente sentia satisfação com isso, deixando escapar um certo brilho naqueles olhos castanhos.

   - Tive uma manhã meio desastrosa. Não vai acontecer de novo - eu disse, aliviada por minha voz sair sem tremer. Nunca me atrasei antes, nem uma vez, mas é claro que ele tinha que fazer uma cena na primeira vez que aconteceu. Passei por ele por ele, guardei minha bolsa e o casaco no armário e liguei o computador. Tentei fingir que ele não estava ali de pé na frente da porta, assistindo a cada movimento meu.

    - Uma "manhã desastrosa" é uma descrição muito apropriada para o que eu tive de passar com sua ausência. Tive de pedir desculpas a Alex Schaffer por ele não ter recebido os contratos assinados quando prometido: ás nove da manhã, no horário da costa leste. tive de ligar para Madeline Beaumont pessoalmente para confirmar que iríamos sim prosseguir com o trabalho como descrito. Em outras palavras, fiz seu trabalho e o meu nesta manhã. Tenho certeza de que, mesmo com uma "manhã desastrosa", você conseguiria chegar ás oito. Tem gente que começa a trabalhar antes mesmo do café da manhã.