- Amor, posso entrar?
- Pode! - gritei para ele. Respondi sem inibição alguma.
- Voce está vestida? - ele perguntou. Por que ele pergunta se quer entrar e depois fala isso? O chuveiro estava ligado oras!
- Ai Poncho, o que voce acha? - ele não respondeu - Poncho? - o que ele estava fazendo?
- Oi, to aqui. - Sua voz soou preguiçosa, um pouco baixa ,mas parecia bem próxima ao banheiro.
- O que voce quer? - desliguei o chuveiro, procurando uma toalha rapidamente. Enrolei-a no corpo e sai do banheiro. Assustei, pois ele estava parado na porta escorado na parede. - O que foi?
Ta, ele estava estranho, sou obrigada a reconhecer. Ele me olhou de cima a baixo, um tanto desconcertado e eu só conseguia olha-lo desconfiada e ruborizei um pouquinho nao conseguindo desviar o seu olhar, mas eu gostei disso. Ele estava com uma cara de bobo impagável! Apos alguns segundos, ele pareceu sair do transe.
- Nada não, eu ia perguntar se voce sabe onde eu deixei meu celular, mas já achei. - ele mentiu, com certeza mentiu - Er ... Vou tomar um banho rápido. Está com fome? - eu assenti e ele disse que assim que saísse do banho nós iriamos sair para comer alguma coisa. Ele desapareceu no banheiro e eu fui me trocar, totalmente desconcertada com o jeito dele. Ele me olhou de uma forma tão ... tão diferente. Por um momento, parecia que seus olhos não conseguiam sair de cima de mim, e no outro simplesmente ele foge como se estivesse prestes a cometer um pecado só de me olhar! Não entendo isso, de verdade. Fiquei confusa, tanto quanto eu poderia imaginar. As vezes Poncho era calado demais e isso me irritava. Tinha que saber o que estava pensando! Tinha que entende-lo!
[...]
Minha mão suava frio e minha cabeça parecia dar voltas e voltas. Eu estava no banheiro com as mãos apoiadas no lavabo pensando na seguinte pergunta "Como seduzir Poncho?" . Eu o conheço tão bem quanto qualquer outra pessoa e ao mesmo tempo parecia que eu não sabia nada, não sabia como me portar! Me olhei no espelho mais uma vez e disse "Vamos Anahi, não seja covarde!"
Respirei fundo mais uma vez, precisava de calma. Eu estava com uma camisola bastante sexy preta, mas não era tanto quanto as outras, resolvi pegar leve usando a mais discreta. Achei pequena demais na parte de baixo, parecia até uma boxer, mas devo dizer que ficou ótima no corpo e a parte de cima era um tanto quanto justa também. Olhando-a no espelho, acho que caiu bem, e delineava todas as minhas curvas. Soltei meus cabelos, os deixando de lado. Sai do banheiro e me encostei na parede esperando que ele notasse. Ele parecia envolvido na leitura de novo quando ergue o olhar para mim e volta para o livro em uma fração de segundos, mas ai ele percebe e volta o olhar na minha direção com os olhos assustados. Ele pareceu me olhar pelo o que eu juguei uma eternidade , de forma intensa, de forma que só de olhar daquele jeito, fez-me esquentar por completo. Maldito Poncho e sua gostosura! Senti-me corar, mas sorri para ele.
Ele ergue uma das sobrancelhas e passa a mão no cabelo, em um gesto de nervosismo. Bingo!
- Vai dormir assim? - ele olhou com a expressão um tanto irônica.
- Algum problema? - respondi no mesmo tom.
- Annie...er, cade aquele seu pijama azul? - ele disse arrastando as palavras. Que diabos ele estava querendo saber onde estava aquele trapo quando eu estava com algo mil vezes mais bonito?
- Eu não trouxe - dei de ombros andando em sua direção, ele parecia ter dificuldade para falar e eu ri, mas meu coração batia loucamente, embora mantivesse toda a calma por fora - Não trouxe nada do tipo na mala ... entende? - eu disse sugestiva ao me sentar ao seu lado, sem desviar meu olhar do seu. Poncho engoliu em seco e eu sorri abertamente para ele.
- Quer dizer que...que...ai meu Deus, eu to ferrado! - Han? O que? Eu ouvi direito? Pronto...era só o que me faltava mesmo. Droga!
- Como? - perguntei incrédula - Poncho! - quase gritei. Ele se levantou e começou a falar um monte de coisas ilegíveis para si mesmo. Ele estava xingando? Comecei a me sentir mal com aquilo,mil vezes droga!
- Anahi, só vou te dizer uma coisa, calma, okay? Não comece a apressar as coisas. - eu não respondi, apenas o encarei atônita. Eu me imaginei matando-o de forma lenta e dolorosa. Ridículo!
Me levantei rapidamente e disse que ia beber algo, peguei a primeira bebida que vi no mini-bar. Eu nao estava entendendo coisa com coisa.
Comecei a recapitular tudo em minha mente, pois bem eu deixei claro, ou não muito não sei minhas intenções. Por que ele começou a xingar? Merda, merda , merda! Poncho maldito! Pelo visto o "príncipe" ia dar trabalho. Ele sinceramente pensa que sou capaz de esperar alguns meses ? Ah, eu tinha meus propósitos para esta viagem e não iria desistir. Bebi mais um gole e fui me deitar, sem ao menos olhar para a cara dele. Eu não era mais uma adolescente boba e não aceitaria ser tratada como uma.